sábado, 26 de dezembro de 2009

Coisas que só crianças são capazes de dizer...


Richard Jakubaszko
Recebi por e-mail lá de Porto Alegre, do meu amigo Carlos M. Wallau, as histórias abaixo, cheias de significado e calor humano.
Um escritor e conferencista certa ocasião falou de um concurso em que tinha sido convidado como jurado. O objetivo era escolher a criança mais cuidadosa. Eis alguns dos vencedores:
História 1
Um garoto de 4 anos tinha um vizinho idoso, cuja esposa havia falecido recentemente. Ao vê-lo chorar, o menino foi para o quintal dele, e simplesmente sentou-se em seu colo.
Quando a mãe perguntou a ele o que havia dito ao velhinho, ele respondeu:
- Nada. Só o ajudei a chorar.
História 2
Os alunos da professora de primeira série Debbie Moon estavam examinando uma foto de família.
Uma das crianças da foto tinha os cabelos de cor bem diferente dos demais. Alguém logo sugeriu que essa criança tivesse sido adotada.
Logo uma menina falou:
- Sei tudo sobre adoção, porque eu fui adotada.
Logo outro aluno perguntou-lhe:
- O que significa "ser adotado"?
- Significa - disse a menina - que você cresceu no coração de sua mãe, e não na barriga!
História 3
Sempre que me decepciono com meu lugar na vida, paro e penso no pequeno Jamie.
Jamie estava disputando um papel na peça da escola. Sua mãe me disse que tinha procurado preparar seu coração, pois temia que ele não fosse escolhido.
No dia em que os papéis foram escolhidos, eu fui com ela para buscá-lo na escola. Jamie correu para a mãe, com os olhos brilhando de orgulho e emoção:
- Adivinha o que, mãe!
E disse palavras que continuam a ser uma lição para mim:
- Eu fui escolhido para bater palmas e espalhar a alegria!
História 4
Conta uma testemunha ocular de Nova York:
Num frio dia de dezembro, alguns anos atrás, um garoto de cerca de 8 anos, descalço, estava em pé em frente a uma loja de sapatos, olhando a vitrine e tremendo de frio. Uma senhora se aproximou do rapaz e disse:
- Você está com pensamento tão profundo, olhando essa vitrine!
- Eu estava pedindo a Deus para me dar um par de sapatos - respondeu o garoto.
A senhora tomou-o pela mão, entrou na loja e pediu ao atendente para dar alguns pares de meias para o menino. Ela também perguntou se poderia conseguir-lhe uma bacia com água e uma toalha. O balconista rapidamente atendeu-a e ela levou o garoto para a parte detrás da loja e, tirando as luvas, se ajoelhou e lavou seus pés pequenos e secou-os com a toalha.
Nesse meio tempo, o empregado havia trazido as meias.
Calçando-as nos pés do garoto, ela também lhe comprou um par de sapatos.
Ela amarrou os outros pares de meias e entregou-lhe. Fez um afago carinhoso em sua cabeça e disse:
- Sem dúvida, vai ser mais confortável agora.
Como ela logo se virou para ir, o garoto segurou-lhe a mão, olhou seu rosto diretamente, e com lágrimas nos olhos perguntou:
- Você é a mulher de Deus?
Comentário do blogueiro:
Minha neta Beatriz, com 6 anos, que mora em Cuiabá com os pais, preparava-se para viajar a São Paulo, para passar o Natal deste ano com os avós. Minha mulher, daqui de São Paulo, num telefonema, dava notícias para a filha das coisas que estava comprando, roupas, sandália, sapato, brinquedos, adereços etc. Minha filha afirmou que não precisava comprar mais nada, que estava tudo muito bem. Deu para ouvir ao telefone a imperial pergunta da neta, no outro lado da sala, lá de Cuiabá: 
- por que não?
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quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

O Santo Sepulcro em 360º

Richard Jakubaszko
Recebi de Marlene Orlovas o link abaixo, que nos encaminha para uma "viagem" notável.
Diz Marlene: "Nunca estive em Jerusalém, mas me transportei vendo estas imagens imperdíveis que quero compartilhar com vocês".

Continua ela: "A câmera 360 graus do Santo Sepulcro - vale a pena ver inúmeras vezes ... lindo, lindo!!
A Basílica do Santo Sepulcro é um local em Jerusalém onde a tradição cristã afirma que Jesus Cristo foi crucificado, sepultado e de onde ressuscitou no Domingo de Páscoa. Constitui um dos locais mais sagrados da cristandade.


Preste atenção nas instruções é magnífico, lindíssimo!

Veja as várias dependências do Santo Sepulcro, em Jerusalém. Passa automaticamente de dependência em dependência, com a câmera girando 360 graus, lentamente. Depois que entrar na primeira sala, clique com o botão direito do mouse e escolha Full Screen (tela cheia). Na barra inferior há um dispositivo que, clicando, você pode escolher ainda várias possibilidades de operar a câmera, para baixo, para cima, mais rápida ou mais devagar...
clique no link e deixe rolar...  http://www.360tr.com/kudus/kiyamet_eng/index.html

sábado, 19 de dezembro de 2009

Não existe aquecimento global

Richard Jakubaszko  
Tenho contestado e criticado, sistematicamente, essa questão neurótica planetária do aquecimento global. Faço isso de diversas formas, com base em inúmeras fontes. Aqui no blog há o artigo "CO2: a unanimidade da mídia é burra", o mais recente, postado em outubro, disponível na aba direita do blog, no "arquivo do blog". Recebi hoje do engenheiro agrônomo e meu amigo Hélio Casale, e-mail com o texto da entrevista do Molion ao UOL, publicado esta semana em que se realiza a COP-15. É mais um desmentido, portanto, mais uma contestação.


Aquecimento Global - Luis Carlos Molion
"Não existe aquecimento global", diz representante da OMM na América do Sul.
Por Carlos Madeiro Especial para o UOL Ciência e Saúde
Com 40 anos de experiência em estudos do clima no planeta, o meteorologista da Universidade Federal de Alagoas Luiz Carlos Molion apresenta ao mundo o discurso inverso ao apresentado pela maioria dos climatologistas. Representante dos países da América do Sul na Comissão de Climatologia da Organização Meteorológica Mundial (OMM), Molion assegura que o homem e suas emissões na atmosfera são incapazes de causar um aquecimento global. Ele também diz que há manipulação dos dados da temperatura terrestre e garante: a Terra vai esfriar nos próximos 22 anos.
Segundo Luiz Carlos Molion, somente o Brasil, dentre os países emergentes, dá importância à conferência da ONU Em entrevista ao UOL, Molion foi irônico ao ser questionado sobre uma possível ida a Copenhague: "perder meu tempo?". Segundo ele, somente o Brasil, dentre os países emergentes, dá importância à conferência da ONU. O metereologista defende que a discussão deixou de ser científica para se tornar política e econômica, e que as potências mundiais estariam preocupadas em frear a evolução dos países em desenvolvimento.


UOL: Enquanto todos os países discutem formas de reduzir a emissão de gases na atmosfera para conter o aquecimento global, o senhor afirma que a Terra está esfriando. Por quê?
Luiz Carlos Molion: Essas variações não são cíclicas, mas são repetitivas. O certo é que quem comanda o clima global não é o CO2. Pelo contrário! Ele é uma resposta. Isso já foi mostrado por vários experimentos. Se não é o CO2, o que controla o clima? O sol, que é a fonte principal de energia para todo sistema climático. E há um período de 90 anos, aproximadamente, em que ele passa de atividade máxima para mínima. Registros de atividade solar, da época de Galileu, mostram que, por exemplo, o sol esteve em baixa atividade em 1820, no final do século 19 e no inicio do século 20. Agora o sol deve repetir esse pico, passando os próximos 22, 24 anos, com baixa atividade.


UOL: Isso vai diminuir a temperatura da Terra?
Molion: Vai diminuir a radiação que chega e isso vai contribuir para diminuir a temperatura global. Mas tem outro fator interno que vai reduzir o clima global: os oceanos e a grande quantidade de calor armazenada neles. Hoje em dia, existem boias que têm a capacidade de mergulhar até 2.000 metros de profundidade e se deslocar com as correntes. Elas vão registrando temperatura, salinidade, e fazem uma amostragem. Essas boias indicam que os oceanos estão perdendo calor. Como eles constituem 71% da superfície terrestre, claro que têm um papel importante no clima da Terra. O [oceano] Pacífico representa 35% da superfície, e ele tem dado mostras de que está se resfriando desde 1999, 2000. Da última vez que ele ficou frio na região tropical foi entre 1947 e 1976. Portanto, permaneceu 30 anos resfriado.


UOL: Esse resfriamento vai se repetir, então, nos próximos anos?
Molion: Naquela época houve redução de temperatura, e houve a coincidência da segunda Guerra Mundial, quando a globalização começou pra valer. Para produzir, os países tinham que consumir mais petróleo e carvão, e as emissões de carbono se intensificaram. Mas durante 30 anos houve resfriamento e se falava até em uma nova era glacial. Depois, por coincidência, na metade de 1976 o oceano ficou quente e houve um aquecimento da temperatura global. Surgiram então umas pessoas - algumas das que falavam da nova era glacial - que disseram que estava ocorrendo um aquecimento e que o homem era responsável por isso.


UOL: O senhor diz que o Pacífico esfriou, mas as temperaturas médias Terra estão maiores, segundo a maioria dos estudos apresentados.
Molion: Depende de como se mede.


UOL: Mede-se errado hoje?
Molion: Não é um problema de medir, em si, mas as estações estão sendo utilizadas, infelizmente, com um viés de que há aquecimento.


UOL: O senhor está afirmando que há direcionamento?
Molion: Há. Há umas seis semanas, hackers entraram nos computadores da East Anglia, na Inglaterra, que é um braço direto do IPCC [Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática], e eles baixaram mais de mil e-mails. Alguns deles são comprometedores. Manipularam uma série para que, ao invés de mostrar um resfriamento, mostrassem um aquecimento.


UOL: Então o senhor garante existir uma manipulação?
Molion: Se você não quiser usar um termo tão forte, digamos que eles são ajustados para mostrar um aquecimento, que não é verdadeiro.


UOL: Se há tantos dados técnicos, por que essa discussão de aquecimento global? Os governos têm conhecimento disso ou eles também são enganados?
Molion: Essa é a grande dúvida. Na verdade, o aquecimento não é mais um assunto científico, embora alguns cientistas se engajem nisso. Ele passou a ser uma plataforma política e econômica. Da maneira como vejo, reduzir as emissões é reduzir a geração da energia elétrica, que é a base do desenvolvimento em qualquer lugar do mundo. Como existem países que têm a sua matriz calcada nos combustíveis fósseis, não há como diminuir a geração de energia elétrica sem reduzir a produção.


UOL: Isso traria um reflexo maior aos países ricos ou pobres?
Molion: O efeito maior seria aos países em desenvolvimento, certamente. Os desenvolvidos já têm uma estabilidade e podem reduzir marginalmente, por exemplo, melhorando o consumo dos aparelhos elétricos. Mas o aumento populacional vai exigir maior consumo. Se minha visão estiver correta, os paises fora dos trópicos vão sofrer um resfriamento global. E vão ter que consumir mais energia para não morrer de frio. E isso atinge todos os países desenvolvidos.


UOL: O senhor, então, contesta qualquer influência do homem na mudança de temperatura da Terra?
Molion: Os fluxos naturais dos oceanos, polos, vulcões e vegetação somam 200 bilhões de emissões por ano. A incerteza que temos desse número é de 40 bilhões para cima ou para baixo. O homem coloca apenas 6 bilhões, portanto a emissões humanas representam 3%. Se nessa conferência conseguirem reduzir a emissão pela metade, o que são 3 bilhões de toneladas em meio a 200 bilhões?Não vai mudar absolutamente nada no clima.


UOL: O senhor defende, então, que o Brasil não deveria assinar esse novo protocolo?
Molion: Dos quatro do bloco do BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China), o Brasil é o único que aceita as coisas, que "abana o rabo" para essas questões. A Rússia não está nem aí, a China vai assinar por aparência. No Brasil, a maior parte das nossas emissões vem da queimadas, que significa a destruição das florestas. Tomara que nessa conferência saia alguma coisa boa para reduzir a destruição das florestas.


UOL: Mas a redução de emissões não traria nenhum benefício à humanidade?
Molion: A mídia coloca o CO2 como vilão, como um poluente, e não é. Ele é o gás da vida. Está provado que quando você dobra o CO2, a produção das plantas aumenta. Eu concordo que combustíveis fósseis sejam poluentes. Mas não por conta do CO2, e sim por causa dos outros constituintes, como o enxofre, por exemplo. Quando liberado, ele se combina com a umidade do ar e se transforma em gotícula de ácido sulfúrico e as pessoas inalam isso. Aí vêm os problemas pulmonares.


UOL: Se não há mecanismos capazes de medir a temperatura média da Terra, como o senhor prova que a temperatura está baixando?
Molion: A gente vê o resfriamento com invernos mais frios, geadas mais fortes, tardias e antecipadas. Veja o que aconteceu este ano no Canadá. Eles plantaram em abril, como sempre, e em 10 de junho houve uma geada severa que matou tudo e eles tiveram que replantar. Mas era fim da primavera, inicio de verão, e deveria ser quente. O Brasil sofre a mesma coisa. Em 1947, última vez que passamos por uma situação dessas, a frequência de geadas foi tão grande que acabou com a plantação de café no Paraná.


UOL: E quanto ao derretimento das geleiras?
Molion: Essa afirmação é fantasiosa. Na realidade, o que derrete é o gelo flutuante. E ele não aumenta o nível do mar.


UOL: Mas o mar não está avançando?
Molion: Não está. Há uma foto feita por desbravadores da Austrália em 1841 de uma marca onde estava o nível do mar, e hoje ela está no mesmo nível. Existem os lugares onde o mar avança e outros onde ele retrocede, mas não tem relação com a temperatura global.


UOL: O senhor viu algum avanço com o Protoclo de Kyoto?
Molion: Nenhum. Entre 2002 e 2008, se propunham a reduzir em 5,2% as emissões e até agora as emissões continuam aumentando. Na Europa não houve redução nenhuma. Virou discurso de políticos que querem ser amigos do ambiente e ao mesmo tempo fazer crer que países subdesenvolvidos ou emergentes vão contribuir com um aquecimento. Considero como uma atitude neocolonialista.


UOL: O que a convenção de Copenhague poderia discutir de útil para o meio ambiente?
Molion: Certamente não seriam as emissões. Carbono não controla o clima. O que poderia ser discutido seria: melhorar as condições de prever os eventos, como grandes tempestades, furacões, secas; e buscar produzir adaptações do ser humano a isso, como produções de plantas que se adaptassem ao sertão nordestino, como menor necessidade de água. E com isso, reduzir as desigualdades sociais do mundo.


UOL: O senhor se sente uma voz solitária nesse discurso contra o aquecimento global?
Molion: Aqui no Brasil há algumas, e é crescente o número de pessoas contra o aquecimento global. O que posso dizer é que sou pioneiro. Um problema é que quem não é a favor do aquecimento global sofre retaliações, têm seus projetos reprovados e seus artigos não são aceitos para publicação. E eles [governos] estão prejudicando a Nação, a sociedade, e não a minha pessoa.

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

A genialidade da arte chinesa (Século XI)


Richard Jakubaszko
Recebi o link abaixo de vários amigos, entre eles Bete Cervi e Roberto Barreto, de Catende, aos quais agradeço.
Mostra virtualmente um quadro chinês célebre, que foi pintado entre 1085-1145.
Chineses e turistas ficam em longas horas na fila para visitar o museu de Xangai. O quadro é da época da dinastia Qing.
Mede 5,28 metros de comprimento e 24,8 centímetros de altura.
É considerado como um dos grandes tesouros artísticos da China.
Curiosamente, como pode ser observado no quadro, apresenta uma técnica de pintura em perspectiva, apesar da pequena altura, e que foi desenvolvida no Ocidente apenas durante a Renascença, na Europa, com pintores italianos como Da Vinci, Michelângelo, e outros europeus.
Não sou especialista em história da arte, conheço com alguma superficialidade alguns detalhes técnicos, mas já visitei diversos museus na Europa, e o que se vê são quadros, os anteriores ao período renascentista, todos eles "chapados", sem perspectiva.
Assim como em outras "descobertas", como a pólvora, bússola, papel de impressão etc., etc., os chineses chegaram primeiro no desenvolvimento artístico, o que indica a possibilidade de estarmos assistindo ao renascimento chinês como cultura milenar...

Assim,
1 Clique no link abaixo
2 Após carregar, desloque o cursor lentamente (sem clicar no quadro) de um lado para o outro na tela, que a pintura vai rolar, para a esquerda ou direita.
3 Quando aparecer uma moldura branca na pintura, clique nela: são 3 quadrados ao longo da tela, ao clicar veja a animação, com som. É genial!
Evidentemente, a partir daí, entra a arte chinesa moderna, virtual, mas também genial...

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Berlusconi, e o vídeo da porrada.



por Roberto Barreto, de Catende.

Berlusconi toma porrada, vejam vídeo no El País (à direita da tela, por razões mercadológicas vc tem de assistir antes a um comercial...):


http://www.elpais.com/articulo/internacional/Berlusconi/agredido/Milan/hombre/problemas/mentales/elpepuint/20091213elpepuint_3/Tes 

Comentário do blogueiro: belezísssima, Barreto, você tá eleito o repórter honorário aqui do blog, uma prancha de surf não faria tanto estrago...

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Kátia Abreu, a rainha do latifúndio improdutivo


Richard Jakubaszko
A falta de lideranças no agronegócio leva o setor a navegar como um barco sem rumo.  As lideranças que aparecem, empossadas por interesses políticos, não apenas em nada ajudam a agropecuária, como chegam a denegrir ainda mais a imagem já negativa do setor perante a sociedade, por causa de distorções midiáticas, como as queimadas na Amazônia e o aquecimento do planeta, a poluição ambiental, a contaminação dos alimentos, etc., etc., etc.
Vejam se isso é notícia que qualquer outro setor produtivo do país suportaria ler sobre um líder do segmento, sem ao menos pedir providências, ou quem sabe até mesmo exigir o afastamento dessa liderança. A notícia foi publicada em 25 de novembro último, e até agora não vi ninguém do agronegócio reclamar de absolutamente nada.
Serei eu o errado?

por Nivaldo Manzano, jornalista.
“Kátia Abreu, a rainha do latifúndio improdutivo”
Em matéria publicada na revista CartaCapital sob o título “Kátia Abreu, a rainha do latifúndio improdutivo”, o repórter Leandro Fortes descreve como a senadora e presidente da Confederação Nacional da Agricultura, “com a espada da lei nas mãos e a aquiescência de eminências do Poder Judiciário, tem se dedicado a investir contra trabalhadores sem-terra”, na verdade em causa própria.
Beneficiária de um esquema de favores, por parte das autoridades locais, a senadora, de discurso aparentemente modernizador e legalista, é investigada pelo Ministério Público Federal por ter conseguido transformar terras antes produtivas em áreas onde nada se planta ou se cria. Na prática, a musa do agronegócio, diz a reportagem, estaria agindo como os acumuladores tradicionais de terras que atentam contra a modernização capitalista do setor rural brasileiro.
A história tem início em 1999, quando amigos do governador Siqueira Campos, entre eles a senadora, o irmão dela e demais da entourage, 47 ao todo, foram contemplados com a distribuição de 105 mil hectares, declarados de “utilidade pública” pelo Executivo, por suposta improdutividade. Os felizardos, inscritos na lista da federação de agricultura do Estado, cuja presidência era então ocupada por Kátia Abreu, pagaram pela benesse o preço simbólico de R$ 8,00 por hectare, o que permitiu à senadora apropriar-se de cerca de 1,2 mil hectares.
Ocorre que em partes das terras cedidas por Siqueira Campos a Kátia Abreu, no município de Campos Lindos, vivia o agricultor Juarez Vieira Reis, que embora tivesse nascido no local e lá trabalhado por 50 anos no cultivo da terra, foi dela expulso num ato classificado pelo Ministério Público Federal do Tocantins de “grilagem pública”.
Deu-se, assim, uma revolução agrária às avessas, ou seja, a terra antes cultivada por Reis com arroz, feijão, milho, mandioca, melancia e abacaxi, converteu-se, em mãos de Kátia Abreu, num latifúndio improdutivo, uma vez que nos 1,2 mil hectares declarados de sua propriedade não há o menor sinal de atividade agrícola ou pecuária.
Reis não se deu por vencido. Tinha a favor dele documentos de propriedade, um deles datado de 6 de setembro de 1958 e originário da Fazenda de Goiás, antes da divisão do Estado. O documento reconhece as terras da família em nome do pai, Mateus Reis, a partir dos recibos dos impostos territoriais de então. De posse dos papéis, Reis tentou barrar a desapropriação na Justiça.
Foi quando a senadora, apoiada na oligarquia local, partiu para a ofensiva. Ignorando a ação de usucapião em andamento desde o ano 2000, que dava respaldo legal à permanência de Reis na área, ela entrou com uma ação de reintegração de posse e, sem surpresa para ninguém, teve seu pedido deferido.
Reis foi expulso sem direito à indenização por qualquer das benfeitorias que construiu ao longo de cinco décadas de ocupação da terra, aí incluída a casa onde vivia com a família, cisternas, culturas, árvores frutíferas, pastagens, galinhas, jumentos e porcos.
Há cinco meses, Reis luta para convencer o Tribunal de Justiça de Tocantins a julgar tanto a ação de usucapião quanto o pedido de liminar impetrado há seis anos, para assegurar a volta da família à sua terra.

Tecnologia diagnostica doenças em 20 minutos

Richard Jakubaszko
As tecnologias que começam a surgir, planeta afora, ainda vão nos deixar boquiabertos. Cada uma que aparece, vejam essa:
Um novo instrumento eletrônico israelense permite diagnosticar doenças nos 15 sistemas corporais através de uma revisão que dura apenas 20 minutos e sem que o paciente deva tirar a roupa, segundo a edição de hoje do jornal "Jerusalem Post".
Trata-se de um "lápis" que opera com um eletrodo em um dedo da mão e outro em um dedo do pé, e que, conectado ao monitor de um computador, informa ao médico, graficamente, sobre o funcionamento do sistema circulatório, respiratório, imunológico e sobre a espinha dorsal, entre outros.
O "lápis" que detecta doenças ou sintomas é de pequenas dimensões e sua aplicação não causa dor. O paciente é examinado deitado e vestido.
O equipamento, cujo custo oscila entre US$ 7 mil e US$ 15 mil, foi inventado pelo médico Alex Kanevsky, e pode ser operado por um técnico ou uma enfermeira, mas a interpretação dos gráficos deve ser feita por um médico previamente treinado pela empresa.
O co-fundador da empresa, Moshé Golán, disse que esta invenção, aprovada pelo Ministério da Saúde de Israel, "integra princípios de neurologia, reflexologia e fisiologia patológica". O aparelho pode ser usado sem risco de radiações para crianças e mulheres grávidas.
Um porta-voz da empresa disse que o novo instrumento, "Medex-Test", já é usado em hospitais e clínicas particulares, e que o custo do tratamento varia de US$ 70 a US$ 120.
Segundo Golán, além da vantagem de proporcionar um diagnóstico rápido, o equipamento permite ao paciente economizar a quantia que gastaria para fazer os exames médicos convencionais para descobrir o motivo de sua doença.
Mais detalhes o leitor encontra no site http://www.cambici.org.br/index.asp?p=34&id=226  
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quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Andanças 70 – Chuva em São Paulo.

Carlão, da Publique. *

Andanças 70 – Chuva em São Paulo.

Chove a cântaros aqui na capital. Quando você acorda cedo e dá de cara com uma chuvarada medonha é preciso muita respiração para aguentar o tranco.
Saio de casa apressado pra uma reunião. Atravesso a cidade. Quando já estou na porta do cliente, sou informado pelo telefone que meu interlocutor está engarrafado em algum alagamento próximo das marginais. Respiro fundo novamente. Preciso escolher entre explodir ou pensar. Escolho respirar e refletir.

Nossa vida aqui nesta cidade anda uma loucura. Em meio aos milhões e milhões de paulistanos, em meio aos milhões e milhões de automóveis, em meio aos milhões e milhões de apelos, em meio aos milhões e milhões de caminhos a escolher, vamos levando nossos dias sem muito questionamento, sem muita pergunta, sem procura por uma resposta que diga se isso tudo faz sentido. Às vezes, fico até com medo de perguntar muito. Com medo de encontrar verdades inconvenientes, verdades que possam descarrilar o jeito que aprendemos a viver. Ou a conviver, que talvez, seria o verbo mais adequado.

Transporto-me para a semana passada em Salvador e me pego numa discussão filosófica com um amigo criador de Gir Leiteiro sobre o prazer da atividade rural, que também exercemos. Falamos do quanto é gostoso acariciar uma bezerra gir e quantas pessoas novas e interessantes conhecemos por conta disso. Falamos da sensação boa que é esperar uma matriz parir e ver se a aposta que fizemos deu certo. Mas concluo, para meu gasto, que na medida em que essa atividade vai se tornando cada dia mais profissional, vai se tornando também cada dia mais cheia de problemas, e vai, aos poucos, nos causando um estresse novo, um novo alagamento a resolver.

De Salvador pra Porangaba, SP, já vou pensando no jeito que vou fazer pra levar a vida por aqui enfrentando o trânsito tranquilo da rua 4 de junho e também a maneira razoável dos que ainda têm a sorte de trabalhar na calma, parar pra ir almoçar em casa com a família e voltar depois de duas horas pra tocar o dia até as seis da tarde. E ter tempo e disposição para uma caminhada no fim da tarde com o pôr do sol do horário de verão por testemunha.

A tranquilidade e a paz de espírito, concluo minha reflexão, está muito mais em nossa capacidade de diálogo com o silêncio de nossas almas e mentes. E esse é um tema que apenas engatinho.

* Carlos Alberto da Silva é empresário, publicitário, jornalista, técnico agrícola, escritor e criador de Gir Leiteiro em Porangaba.
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domingo, 6 de dezembro de 2009

A cara humana da mudança climática


Roberto Barreto, de Catende
Ainda há jornalistas que fazem coisas inacreditáveis. Mathias Braschler e Mônika Fisher, repórteres alemães, viajaram durante 8 meses por 21 países para realizar o projeto ‘A cara humana da mudança climática’. O projeto está  em exibição no portal do El País Semanal a partir de hoje, domingo, 6 de dezembro de 2009.
O endereço do El País é: www.elpais.com


Observação do blogueiro: ao lado de cada foto há um depoimento (em espanhol) e descrição das situações vividas pelas pessoas fotografadas.

sábado, 5 de dezembro de 2009

A evolução do ensino da matemática

Richard Jakubaszko
Antigamente se ensinava tabuada, caligrafia, redação, datilografia... (Mas a internet continua cada vez mais gloriosa. Vejam o que circula pelo mundo virtual...)
Havia aulas de educação física, ciências sociais, práticas agrícolas, práticas industriais e cantava-se o Hino Nacional, hasteava-se a Bandeira Nacional antes de iniciar as aulas.

Leiam relato de uma professora de matemática:
"Semana passada comprei um produto que custou R$ 15,80. Dei à balconista R$ 20,00 e peguei na bolsa 80 centavos, para evitar receber ainda mais moedas. A balconista pegou o dinheiro e ficou olhando para a máquina registradora, aparentemente sem saber o que fazer”.


”Tentei explicar que ela tinha que me dar R$ 5,00 reais de troco, mas ela não se convenceu e chamou o gerente para ajudá-la. Ficou com lágrimas nos olhos enquanto o gerente tentava explicar e ela aparentemente continuava sem entender. Por que estou contando isso? Porque me dei conta da evolução do ensino de matemática desde 1950, que foi assim”:

1.Ensino de matemática em 1950:
Um lenhador vende um carro de lenha por R$ 100,00. O custo de produção é igual a 4/5 do preço de venda. Qual é o lucro?

2. Ensino de matemática em 1970: 
Um lenhador vende um carro de lenha por R$ 100,00. O custo de produção é igual a 4/5 do preço de venda ou R$ 80,00. Qual é o lucro? 

3. Ensino de matemática em 1980:
Um lenhador vende um carro de lenha por R$ 100,00. O custo de produção é R$ 80,00. Qual é o lucro?

4. Ensino de matemática em 1990:
Um lenhador vende um carro de lenha por R$ 100,00. O custo de produção é R$ 80,00. Escolha a resposta certa, que indica o lucro:
() R$ 20,00 () R$ 40,00 () R$ 60,00 () R$ 80,00

5. Ensino de matemática em 2000:
Um lenhador vende um carro de lenha por R$ 100,00. O custo de produção é R$ 80,00. O lucro é de R$ 20,00.
Está certo?
( ) SIM   ( ) NÃO

6. Ensino de matemática em 2009: 

Um lenhador vende um carro de lenha por R$ 100,00. O custo de produção é R$ 80,00. Se você souber ler coloque um X no R$ 20,00.
( ) R$ 20,00 ( ) R$ 40,00 ( ) R$ 60,00 ( ) R$ 80,00

7. Em 2011 vai ser assim:

Um lenhador vende um carro de lenha por R$ 100,00. O custo de produção é R$ 80,00. Se você souber ler coloque um X no R$ 20,00. (Se você é afro descendente, homossexual, portador de necessidades especiais, indígena ou de qualquer outra minoria social, não precisa responder)
( ) R$ 20,00 ( ) R$ 40,00 ( ) R$ 60,00 ( ) R$ 80,00

E se um moleque resolve pichar a sala de aula e a professora faz com que ele pinte a sala novamente, os pais ficam enfurecidos, pois a professora “provocou traumas” na criança. E a imprensa, psicólogos, educadores, advogados, etc., insistem em nos convencer de que é isso mesmo! 

ORA, VÃO TODOS PRA PUTA QUE O PARIU!!!

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Indefinições da ciência em tempos de COP 15

Richard Jakubaszko

Participei hoje pela manhã do Fórum Abag sobre meio ambiente, realizado em São Paulo, Capital. Na primeira de três palestras Marcos Jank, presidente da ÚNICA, desfilou um rosário de desafios e oportunidades que o etanol produzido da cana-de-açúcar Brasil terá na COP-15 em Copenhague, daqui a duas semanas. Carlo Lovatelli, presidente da Abag, comentou que o Brasil terá uma delegação de peso por lá, com mais de 600 participantes, e eu esclareço que o número não deve considerar os (as) acompanhantes.

Na sequência do evento o professor e engenheiro agrônomo Carlos Cerri, que é do CENA/USP, e um dos signatários do IPCC, dono de um currículo longo e notável, despejou na plateia muitas toneladas de números sobre emissão de CO2 equivalentes que seriam da responsabilidade do agronegócio ao engrossar a chamada camada de gases de efeito estufa, a GEE, que por sua vez estaria provocando o aquecimento do planeta. Não fez maiores considerações sobre o quanto o agronegócio sequestra desse mesmo CO2 e equivalentes. Ou seja, não falou dos créditos e do quanto se sequestra, mas apenas dos débitos, ou melhor, o quanto se emite de CO2, em especial o da flatulência entérica bovina. Destacou que há inúmeras oportunidades para o agronegócio nesse sentido, para que o setor se redima de tantas críticas, especialmente aquelas feitas pelos ambientalistas e pela mídia.

Fiquei bastante irritado e contrariado com a exposição do professor Cerri, e minhas razões já foram explicitadas em diversos artigos publicados aqui no blog e replicados em toda a internet, em especial o artigo mais recente, "CO2: a unanimidade da mídia é burra!". Mas o Fórum da Abag foi em frente, ainda sem debates, me "segurei" na cadeira, e fomos brindados com a excelente palestra, lamentavelmente curtinha, de Paulo Moutinho, presidente do IPAM – Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia. Disse ele algumas coisas que eu jamais poderia imaginar serem ditas por um pesquisador ambiental, das quais destaco algumas, para que o leitor deste blog possa se deliciar:

1 – o agronegócio brasileiro é burro e trabalha de graça, ou quase isso, por não saber cobrar do mercado internacional o pagamento de créditos por conservar a Amazônia.
2 – não há no planeta nenhum país onde exista a figura jurídica ou legislativa da "Reserva Permanente Ambiental" que o Código Florestal brasileiro, que se encontra tramitando no Congresso Federal, pretende impor aos produtores rurais brasileiros.
3 – 50% das queimadas na Amazônia são acidentais, ou seja, não foram intencionais.
4 – a soja não é responsável por nenhum hectare desmatado na Amazônia. Antes da soja chegam os madeireiros, que levam as árvores, muitos anos depois chegam os pecuaristas. Não explicou, mas é sabido que antes dos pecuaristas chegam os carvoeiros, e depois os do MST e posseiros pequenos.

Comecei a ficar satisfeito, com a palestra de Moutinho, pela minha ida ao Fórum da Abag, afinal, não teria perdido tempo.

Vieram os debates e, para mim, um misto de inquietação e irritação. Decidi não fazer perguntas, porque o esquema é de perguntas escritas, e meu amigo Pinazza filtra as perguntas. Mas assisti aos debates.

Na última pergunta dos debates o veterinário Sebastião Guedes, presidente do CNPC – Conselho Nacional da Pecuária de Corte, perguntou a Cerri a razão das diferenças de números informados pelo IPCC e pela Embrapa, sobre a emissão de óxido nitroso (N2O) pelos bovinos, que seria uma desproporção abissal, eis que o IPCC informa que a urina bovina emite 2.0% de N2O, mas a Embrapa registra 0.4%, número confirmado pelo Instituto de Zootecnia, de Nova Odessa, SP.

Com uma diferença dessas, cinco vezes maior, não há boi nem pecuarista que se mantenha inocente, teria de mandar a bicharada para de fazer xixi, até porque não se dá crédito aos bois e vacas por "irrigar" os solos, nem quando a gente come carne, eis que para produzir 1 kg de carne o boi consome sei lá quantos mil litros de água... Percebe-se que o tal do CO2 equivalente é engrossado pelo N2O, depois que se multiplica o mesmo por 293 vezes, pois é essa a proporção poluente do N2O para o dióxido de carbono.

Quase caí da cadeira ao ouvir do professor Cerri (e todo mundo na plateia ouviu a mesma coisa, apenas não sei se deram a mesma interpretação), de que o IPCC tinha um número e esse número vem sendo usado desde então. Explicou que há diferenças enormes desses números entre alguns países e entre regiões de um mesmo país, e que ele assinara isso, apesar do "default" de muitos outros países, inclusive o Brasil. Na sequência explicou que, por isso mesmo, a ciência precisa de dinheiro para fazer muitas pesquisas e ter mais certezas. E mais não disse, aparentemente todo mundo ficou feliz e a reunião se encerrou, com os aplausos convencionais.

Saí do Fórum da Abag chutando pedras, não sem antes fazer alguns breves comentários com Sabrina Feldman, assessora de imprensa do Ícone, e com Luiz Antônio Pinazza, diretor da Abag, das minhas contrariedades em relação aos cientistas. Na sequência falei com Sebastião Guedes, parecia petrificado, além de decepcionado, com a resposta do professor Cerri.

Fiquei pensando com os meus botões: há muita irresponsabilidade e leviandade de muitos dos cientistas. Como é que eles vomitam números, dão opiniões, prenunciam desgraças, fazem previsões e propõem soluções com base em estatísticas que não são certas e confiáveis? Como é possível isso? A estatística não é a mãe de todas as ciências? Ou os cientistas não têm mais respeito pela mãe das ciências?

O mundo anda explodindo, as indefinições nos atordoam, o IPCC anunciou o fim do mundo, as pessoas esperam soluções da COP 15, os governos e líderes discutem e debatem o aquecimento que, aliás, tem sido contestado por outros cientistas. Há muita polêmica nas ciências, parece não haver concordâncias, mas o certo é que vamos ter atitudes e propostas na COP 15, de todos os cientistas. Já existem até mesmo multas previstas pela emissão de CO2 equivalente, pela transgressão de normas, porque se chegou ao consenso de que o planeta vai esquentar e de que a culpa é do tal do CO2. Os governos, que são políticos, acham um jeitinho criativo de multar os transgressores. As indústrias estabelecem com as ONGs as suas moratórias, para ficar bem na foto. O produtor rural é criticado pela mídia e vai pagar o pato. E vai ficar com o mico. Tudo porque os cientistas assinam qualquer número que lhes seja conveniente. Na falta de outro, evidentemente.

Meus amigos: não estou falando exclusivamente do professor Cerri, ele foi honesto ao dizer o que disse, talvez tenha tido um ataque de ingenuidade, e não tenha percebido as pedras lisas por onde pisava, mas foi honesto. Como fala a personagem do Casseta e Planeta, me deu vontade "de dar porrada"... O problema é que os outros 2.498 cientistas signatários do IPCC (de um total de 2.500) não foram nem honestos e nem ingênuos. Simplesmente assinaram. Mas tem uma parcela deles que discorda dos números do IPCC, felizmente.

O outro cientista que falta nessa conta é o meu amigo Odo Primavesi, juntos já criticamos as propostas e soluções do IPCC, mas a mídia continua surda, apenas ouve os cientistas pregadores de desgraças. Amanhã os jornais estarão cheios de mais desgraça e notícias ruins. Não há dúvidas de que não apenas os jornais, mas muita gente está ganhando dinheiro com essa história de mudanças climáticas.
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segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Ironia dos deuses do futebol

Richard Jakubaszko

Não basta vencer para ser campeão. É a situação do Internacional diante de seu próximo compromisso pelo brasileirão 2009, contra o Santo André, dia 6 de dezembro. O Flamengo precisaria "tropeçar" no Grêmio, em pleno Maracanã, no mesmo dia e hora, no mínimo um empate. Seria um resultado considerado normal, não houvesse a famosa competição gaúcha entre os dois times e as duas torcidas. Tudo indica que os gremistas vão entregar o jogo, profissionalmente falando, é claro, aliás, a torcida já pediu isso ontem, em pleno Olímpico, logo após o jogo: "Entrega! Entrega!!!". 
O Inter já tem garantida a participação na Libertadores 2010. O Grêmio vai para outros campeonatos. E la nave vá...
Gaúcho entregando o ouro, quem diria... 
ET. Os deuses do futebol são maniqueístas?

sábado, 28 de novembro de 2009

'Esculturas' de fumaça

Richard Jakubaszko
Fotógrafo cria 'esculturas' de fumaça.O engenheiro elétrico turco Mehmet Ozgur adotou a fotografia como hobby e agora se dedica a registrar "esculturas" de fumaça. Ele fotografa várias formas de fumaça e, ao sobrepor as imagens, obtém as figuras desejadas.
Radicado nos Estados Unidos, Ozgur conta que utiliza incensos e nitrogênio líquido para obter a fumaça.
Suas obras são vendidas em seu site por cerca de US$ 100 (pouco mais de R$ 170).
http://www.bbc.co.uk/portuguese/cultura/2009/11/091123_galeriafumacaml.shtml  





























































Vale os US$ 100.00, não vale?

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Provocações: Lula x FHC, a farra dos indicadores

Richard Jakubaszko
Mais uma das inúmeras provocações que circulam pela internet. Consta que teria sido feita por Emir Sader, mas não tenho essa certeza, de toda forma dou o crédito. Muitos blogs já publicaram as tabelas comparativas entre os dois governos. As comparações são evidentes entre os dois governos de FHC e Lula, cada um que julgue as questões citadas. O que dá para perceber é que 2010 será um ano político, com eleições e Copa do Mundo, e vai ter muito mais provocação...





























































segunda-feira, 23 de novembro de 2009

A comunicação e o progresso do campo

Por Léo Togashi *
Entre a última inovação tecnológica e sua implementação pelo homem do campo existe um grande abismo que apenas a boa comunicação pode eliminar.

Com toda a força do agronegócio pesando na balança comercial, é inegável destacar a importância do setor na produção de mais e melhores alimentos para uma população urbana sempre crescente. Também, reconhecidamente instável é o histórico do setor, com altos e baixos que provocam desespero nos agricultores no curto prazo.

Entretanto, olhando para dez ou vinte anos atrás, é inegável a geração de riquezas que o agronegócio proporciona aos que competentemente desempenham o seu papel de produtor ou criador no campo, além da distribuição de renda entre a população dos diversos pólos regionais.

Se olharmos então para dez, vinte anos à frente, o que veremos? Excetuando os profetas do Apocalipse, o futuro do agronegócio brasileiro é brilhante.

Não é preciso citar a proporção de área agricultável, a disponibilidade de água, o clima, solo, para projetarmos um potencial de riqueza igual ou maior do que o período anterior. Mesmo com os percalços da administração pública, o homem do campo proclamará sua independência, profissionalizará sua atividade, tornando-se um gestor de recursos naturais, agregando valor ao seu negócio pelo uso intenso de tecnologia na propriedade rural.

Analisando as tecnologias atuais, na genética, química e digital, temos um vislumbre do que é possível fazer nos próximos anos para que o campo assuma de vez o título de grande esteio da economia brasileira. Todo o melhoramento genético, a sexagem de embriões, as novas cultivares, os transgênicos, que vieram para ficar; novas moléculas de agroquímicos com novos modos de ação; a nanotecnologia, a consagração do celular como vértice da convergência digital e o crescimento acelerado do acesso à internet no campo, via banda larga; são indícios de que o campo se moderniza, mais rápido do que pensamos.

Como diz meu amigo Richard Jakubaszko, o homem do campo “é conservador por necessidade. Mas é um inovador por convicção”.

Há algum tempo, peguei esta declaração de um colega publicitário: “O futuro do agronegócio não está mais no setor produtivo. Ele está na troca e venda do conhecimento”.

É uma visão de como o agronegócio vai mudar radicalmente nos próximos anos, e uma chave para entender como atuar para capturar valor no setor. Se pensarmos em tudo o que é novidade para melhorar os resultados obtidos pelo produtor rural, na verdade isto se resume a “conhecimento”, então esse ‘tudo’ se resume na transmissão do conhecimento para fazer ‘isto’ ou ‘aquilo’.

No fundo, no fundo, é o espírito da extensão rural, da vocação principal da Embrapa para a pesquisa, até mesmo das grandes multinacionais que produzem inovação. É preciso fazê-las chegar às mãos de quem produz. O homem do campo é o destinatário final, aquele que coloca em prática este conhecimento e obtém o seu justo ‘lucro’ suado no final da safra ou quando vende os animais para o abate.

Aí percebemos o quão estratégica é a comunicação rural. Sem ela, todo o conhecimento gerado pelos grandes cientistas e pesquisadores ficaria represado, sem uso, engavetado. Sem a comunicação adequada todos ficamos sem informação, todas as novas tecnologias e inovações não seriam plenamente entendidas e, por consequência, não atingiriam todo o potencial para trazer os benefícios apregoados pelos seus criadores.

Mesmo hoje em dia isso acontece, pois o homem do campo trabalha com tecnologias complexas, com especificidades enormes que, se não forem corretamente aplicadas (doses, épocas, intensidade do problema), não produzem os resultados esperados. Equipamentos desregulados ou gastos, exigência de treinamento para mão-de-obra especializada, condições meteorológicas nem sempre ideais, administração inadequada da propriedade rural; são apenas alguns fatores que, isoladamente, derrubam o rendimento do homem do campo, jogando o grande potencial produtivo do campo no ralo. Mas, aí achamos que apenas tendo informações, estamos bem.

O mundo hoje vomita informação por todos os meios (mídias), e vivemos soterrados e aflitos pelo excesso dela (ninguém mais lê o jornal inteiro, muitos assinam revistas, mas não conseguem ler todas as matérias que gostariam, por absoluta falta de tempo). Meteorologia, cotações de moedas e de commodities, tendências de mercado e tudo o que se passa com os principais players mundiais, são facilmente localizadas na grande rede mundial da internet. Artigos técnicos, trabalhos de pesquisas e orientações gerais sobre qualquer criação, cultivo ou produto, surgem às pencas nos serviços de busca digital, dificultando identificar o que é relevante ou não para as necessidades do homem do campo.

Uma coisa é informação. Não serve para nada se você não souber o que fazer com ela. Outra coisa é conhecimento, que significa usar a informação para algum fim, de preferência para beneficiar a si e a outros. Já se foi o tempo em que ter informação era sinônimo de poder. Hoje, o mundo é diferente. No agrobusiness, é incrível a quantidade de revistas e periódicos focados no homem do campo. Muitas delas de cunho técnico, e que eu mesmo já vi serem carinhosamente guardadas para uma consulta posterior. Não há falta de informação. Falta fazer algo com ela. Precisamos de “gurus” que ensinem o homem do campo sobre o que fazer com tanta informação. Separar o “joio do trigo” é fundamental para tirar pleno proveito da tecnologia, adequando o conhecimento para cada realidade deste país continental.


* Publicitário, consultor de comunicação e marketing, trabalhou em diversas empresas de agroquímicos como Ciba-Geigy, Novartis, Syngenta e Basf, e atualmente é consultor da F3 Propaganda: www.f3agencia.com.br
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domingo, 22 de novembro de 2009

A China será uma grande potência?

Richard Jakubaszko

A CHINA SERÁ UMA GRANDE POTÊNCIA?

Rebelión/Edmundo Fayanás Escuer
Livre tradução: RBdC (Roberto Barreto, de Catende) 18.11.2009

Você que é um leitor habitual da imprensa já comprovou que todos os meios de comunicação falam do futuro esplendoroso chinês. Apresentam a China como uma grande potência e que superará os próprios Estados Unidos. É tudo tão maravilhoso nessa China comunista-neocapitalista? Permitam-me discrepar dos meios de comunicação, dos sisudos economistas e analistas vários. Questiono seriamente o futuro chinês. Em que me baseio? Simplesmente analisarei três questões vitais: a água, a contaminação e a questão social. Há outras, porém, estas três são vitais.


O problema hídrico

A água na China apresenta níveis de escassez e contaminação dramáticos e dificilmentes reversíveis. Possui 7% dos recursos mundiais, para atender aos 20% da população mundial. Se por si isto já é grave, esta água apresenta um grave desequilíbrio regional, já que 80% das suas disponibilidades concentram-se ao sul. Dispõe de cerca de 2.100 m3 por pessoa/ano, abaixo das necessidades para a vida. O território chinês está distribuído em torno de dois grandes eixos hídricos, os rios Amarelo e Yangtsé. Ao longo do rio Amarelo, zona de produção de trigo, vivem 500 milhões de pessoas. Há alguns anos, este rio já não leva água aos seus últimos 200 quilômetros, por esgotamento. Os aquíferos da região estão esgotados. Em consequência, só existe água no norte da China e cada vez mais escassa. Na última década, desapareceram centenas de lagos e secaram muitas correntes.

Durante largos períodos, nem sequer à província de Shandong chega a água do rio Amarelo, algo muito preocupante, uma vez que esta província produz 20% do milho e 15% do trigo chinês. A máxima produção agrícola foi alcançada no ano 2002 e, desde então, ano a ano a produção sofre redução média anual de 5%, fazendo o país recorrer ao mercado mundial agrícola para comprar aqueles produtos, fato que esteve na origem do aumento dos preços nos anos 2006/2007. A próxima bolha econômica será da alimentação, por falta de produção e pela especulação.


A bacia do Yangtsé abarca cerca de 700 milhões de chineses, com uma pluviosidade alta, servindo a zona arrozeira. Neste rio foi construída a gigantesca represa das Três Gargantas, provocando um grande impacto ambiental e social. Apresenta problemas de segurança e a qualidade de suas águas se deteriorou por acumulação de sedimentos que provocam sua eutrofização. Ali chegam continuamente águas contaminadas, provenientes do sistema industrial e agrícola, com todo tipo de venenos. Já tiveram que ser evacuados mais de 5 milhões de chineses de suas margens, pois a represa já se converteu numa autêntica cloaca.


A contaminação hídrica é generalizada. Os entulhos das cidades e resíduos industriais converteram 80% de suas margens em lugares não apropriados ao ser humano e não têm qualquer vida animal. Suas águas não prestam para consumo humano, havendo um sério perigo de que os rios envenenem a população através da cadeia alimentar. Cerca de 70% das águas residuais urbanas não são tratados e as emissões tóxicas procedentes de fábricas são frequentes, gerando desastres naturais. O consumo de água na China quintuplicou desde 1949 e nos últimos anos seu crescimento é exponencial com o forte desenvolvimento econômico. Sua produção industrial emprega 10 vezes mais água do que a européia na elaboração de um mesmo produto.


O Banco Mundial publicou, em 1997, um informe no qual calculou que o custo da contaminação do ar e da água, na China, representava 8% do seu PIB. Os últimos dados de 2007 já se fala de 120 bilhões de dólares para limpar a contaminação gerada atualmente.


Para suprir a cada vez maior carência agrícola, a China está comprando terras no Terceiro Mundo para ali produzir. Calcula-se que no ano 2007 já havia adquirido mais de 3 milhões de hectares em países como Angola, Sudão, Quênia e outros.


A contaminação do ambiente

No caso do ambiente, impressionantes são as consequências do vertiginoso e selvagem desenvolvimento chinês nos últimos 25 anos. Cerca de 40% do seu território está afetado pela chuva ácida e se calcula que a contaminação do ar, na China, provoca anualmente cerca de 800 mil mortes. A OCDE afirma que, na China, o uso de fertilizantes por hectare agrícola é três vezes acima da média mundial. O dióxido de enxofre da combustão do carvão é uma ameaça para a saúde humana, provocando uma grande quantidade de chuva ácida que contamina lagos, rios, bosques e colheitas. O aumento dos gases no inverno, pelo uso que se faz do carvão, provavelmente supera ao de todos os países industrializados juntos nos próximos vinte anos, sobrepujando assim em cinco vezes a redução das propostas de Kyoto.

Há anos que se detectou na costa oeste do Pacífico, nos Estados Unidos, restos de compostos de enxofre, carbono e outros subprodutos da combustão do carvão chinês. Tais partículas microscópicas penetram nos pulmões e podem causar problemas respiratórios, enfermidades cardiovasculares e câncer.


O Worldwatch Institute prediz que a China será o primeiro país do mundo a ter que reestruturar sua economia por inteiro, para fazer frente aos problemas de contaminação da água, terra e ar.


A dramática questão social

A China pratica um capitalismo baseado na mão-de-obra industrial mais barata do planeta, o que lhe permitiu manter um ritmo de crescimento de 9% do PIB anual nos últimos 10 anos. Este aumento da riqueza só beneficiou a uns poucos, enquanto o resto segue numa condição de vida paupérrima. Tentam convencer os chineses de que ‘o socialismo de mercado’ é um atalho, um instrumento para alcançar o bem-estar do país e que o enriquecimento individual é necessário para a nação avançar. Fazem crer que os desequilíbrios gerados pela política devem-se à incapacidade dos administradores locais e não à linha política do Partido Comunista Chinês.

Os 10% mais ricos da população abocanham 45% da renda nacional, enquanto os 10% mais pobres ficam somente com 1,5% da renda nacional. Dos 1.3 bilhões de chineses, somente uns 130 milhões têm condições de vida de qualidade. O crescimento tem sido acompanhado, como vemos, de um incremento em igualdade espetacular da desigualdade social - quando esta era uma das sociedades mais igualitárias do planeta. Esta desigualdade ameaça agora com a produção de um deslocamento social de consequências imprevisíveis. Como diz um refrão chinês, ‘a escassez não importa, a desigualdade, sim’. As sociedades desiguais não têm qualquer futuro.


Um dos aspectos mais transcendentes tem sido a transformação de uma sociedade rural em urbana. Há mais de 166 cidades que ultrapassam o milhão de habitantes e, em pouco tempo, o número subirá a mais de 200 cidades.


Isto faz com que milhões de camponeses se transformem em operários da construção e outros milhões em trabalhadores industriais. Todos sob condições de trabalho e sociais que relembram as enfrentadas pelos trabalhadores ocidentais no século 19. O governo chinês, de perfil neocapitalista, tem se negado a desfazer-se dos nomes e símbolos comunistas. Isto se explica como antídoto contra o surgimento de organismos progressistas que legitimamente levantem a bandeira revolucionária contra os exploradores, ainda que comunistas. A privatização das empresas estatais tem provocado, como aconteceu na Rússia e no mundo ocidental, uma enorme corrupção. Os maiores beneficiários são os especuladores multinacionais e aqueles que detêm os poderes locais, que abusam dos cargos públicos em proveito pessoal. O governo chinês vem trocando a política de equidade e solidariedade pela adoração ao mercado, criando uma sociedade baseada na inveja, na dura concorrência, consumismo histérico e uma ampla mercantilização dos valores humanos. As inversões, o comércio exterior, as privatizações e outros elementos do denominado ‘consenso de Washington’, que não é outra coisa senão o mais puro neoliberalismo, são coisas que explicam o êxito econômico chinês, destacando-se que seu triunfo assenta-se na mão-de-obra mais barata e na escassez de direitos trabalhistas. A população chinesa carece de serviços sociais básicos como educação, saúde e seguridade social.

Como vemos, a situação chinesa não é nada idílica e os três problemas analisados são suficientemente graves e irreversíveis, pelo menos por um longo período. Farão com que a China seja cada vez menos importante e perca esse papel hegemônico que interessadamente lhe estão oferecendo. Esperemos que os chineses saibam reagir diante dos contínuos enganos políticos, econômicos e sociais que tanto seu governo chamado comunista quanto os cantos de sereia do neoliberalismo lhe apresentam. Reajam e busquem um caminho próprio e autóctone, porque necessitamos mais que nunca de uma China limpa e socialmente progressista.


Esse texto foi pescado da página Rebelión.org e o endereço é http://www.rebelion.org/noticia.php?id=95461
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