sábado, 31 de março de 2012

Convicções religiosas versus dúvidas jurídicas

Richard Jakubaszko
A propósito do post "Dúvidas jurídicas", publicado aqui no blog ( http://richardjakubaszko.blogspot.com.br/2012/03/duvidas-juridicas.html ) como um questionamento bem humorado, um leitor encaminhou comentário levantando uma questão jurídica e de ordem moral, sobre um problema a que ele assiste e participa, porém impotente: Diz o e-mail:
"Tenho um amigo que por motivo de convicção religiosa não aceita transfusão de sangue e também não doa. Ele ficou internado para fazer uma cirurgia no INCOR , mas o ANESTESISTA desistiu; ele pode fazer isso? Isso não é preconceito religioso? A ética médica não os obriga a realizar a transfusão e os membros de equipe ficam isento de qualquer ação judicial? Como a equipe, se recusou, ele pode entrar com uma ação por DANOS MORAIS? Por que os Hospitais Públicos exigem e são radicais com esses religiosos? O que ele deve fazer, visto que ja caminha para 02 anos e o problema está se agravando?Poderia encaminha a resposta pelo E-MAIL?"

COMENTÁRIOS DO BLOGUEIRO:
Caro anônimo, o problema é deveras complicado e encardido. Se o seu amigo não faz transfusão de sangue, e isso coloca em risco a vida dele, isso poderia ser considerado como tentativa de suicídio, ao pé da letra da Lei. E isso é proibido. Nesse caso, os médicos poderiam tomar as providências cabíveis, sob o direito ético, até mesmo de realizar a transfusão. O que acho que não é cabível é o seu amigo processar os médicos por "danos morais", visto que ele causou o problema jurídico e ético e é ele o problema moral
Ou eu estou pirado com o modernoso politicamente correto que grassa por este mundo enlouquecido?
Abro espaço para a opinião e a palavra de quem desejar se manifestar, desde que mantenha o devido respeito com as convicções religiosas e éticas envolvidas.
Como seu comentário foi anônimo e não enviou endereço de e-mail para uma resposta, torno público esse assunto, até porque, considero que poderá trazer uma luz para o debate do asssunto.
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sexta-feira, 30 de março de 2012

Tirou zero, mas acertou todas as questões.

Richard Jakubaszko
Parece brincadeira, ou piada luso-cultural. O cara tirou zero, apesar de ter acertado todas as questões da prova realizada. O(a) professor(a) devia estar tremendamente azedo(a). Ou não?

quarta-feira, 28 de março de 2012

Quem produz mais milho?


Fernando Penteado Cardoso *
(Resultados do concurso de produtividade de milho nos Estados Unidos, vencido por um produtor que trabalha com plantio direto).
Continuam em manchetes nos EUA os resultados do concurso de produtividade de milho de 2011, quando o supercampeão atingiu a espantosa colheita de 449 sacos de milho, sejam 26 t do cereal por hectare.

O resultado foi festejado pelos conservacionistas porque foi obtido em cultura sob plantio direto, onde o solo foi perturbado (lavra) unicamente ao longo das linhas de plantio na operação de semeadura com colocação de adubo de arranque bem separado das sementes.

O concurso de produtividade é patrocinado anualmente pela Associação Nacional dos Plantadores de Milho, cuja sigla em inglês é NCGA. Em 2011 o concurso contou com 8.425 participantes localizados por todo o país e premiados em conformidade com a tecnologia utilizada.

No ano de 2011 os primeiros colocados obtiveram os seguintes resultados para cada uma das classes em que se situaram:

Plantio sem irrigação:
AA, convencional...................338,8 sc/ha
AA, PD com lavra na linha..... 311,3 sc/ha

Plantio irrigado
Convencional..........................387,4 sc/ha
PD com lavra na linha..............448,7 sc/ha

A média geral dos participantes do concurso alcançou a 327,5 sc/ha, que pode ser comparada com a média de produção comercial de todo o país de 153,4 sc/ha.

O vencedor nacional com 448,7 sc/ha é o produtor David Hula, que trabalha com o pai e com dois irmãos no estado de Virgínia, próximo à Baia de Chesapeake. Ele informou que pratica o PD contínuo (never till) desde meados dos anos 1980, ou seja, há mais de 20 anos, e que nas áreas de maior fertilidade sua média foi de 430 sc/ha.

Disse ainda que utilizou os melhores recursos de sanidade na lavoura, junto com a melhor tecnologia disponível de bio-promotores de crescimento.

Os fertilizantes informados foram os seguintes, para um solo em rotação de trigo seguido de soja:

- como estimulante, fórmula 3-18-18 junto às 110 a 115 mil sementes p/ha, com espaçamento de 76 cm entre linhas;

- para arranque, 74 kg/ha de N mais 37 kg/ha de P2O5 enriquecidos com enxofre, zinco e boro, localizados 5 cm abaixo e 7,5 cm ao lado das sementes;

- no crescimento, 433 kg/ha de N, na água de irrigação, subdividido em duas aplicações nas fases V5, V9 e uma terceira, com regador, no apendoamento quando as plantas tinham mais de 4 m de altura.

Hula efetuou a colheita da área do concurso com uma população próxima à que havia semeado, sejam 109.000 plantas por ha, e informou que sua meta para o futuro é de pelo menos repetir ou mesmo exceder os 420 sc/ha e de chegar até lá com boa lucratividade.

Tradução e adaptação F.Cardoso - Fontes-NCGA e Corn & Soybean Digest, Março 2.012. Conversões: 1 acre=4.047 m2; 1 bushel milho = 25,4 kg; 1 lb = 0,454 kg; 1ft = 0.305m.

* O autor é engenheiro agrônomo, fundador e ex-presidente da Fundação Agrisus – Agricultura Sustentável.
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segunda-feira, 26 de março de 2012

Não há um amanhã

Richard Jakubaszko
Lamentavelmente não há um amanhã para a humanidade. O crescimento demográfico, que nos empurra para previstos 9 bilhões de habitantes no planeta para dentro de 35 anos, é a causa única e principal do problema. Antes do fim, o consumismo irá esgotar a maioria dos suprimentos, especialmente fósseis, como petróleo e carvão, e a falta destes irá impedir ou limitar de forma crítica o chamado desenvolvimento sustentável, a começar pela produção de alimentos. Teremos um período de transição doloroso antes do colapso final, previsto para dentro de 35 a 50 anos, mas o fim parece inexorável. Teremos, na transição, fome, guerras, doenças, migrações e miséria. Depois, quando terminar o ciclo desta "era da energia", o planeta irá se recompor ambientalmente, com certeza, mas isso irá demorar alguns milhares de anos.

É tudo isso o que afirma o documentário abaixo (legendado em português), numa linguagem clara e objetiva, implícita e explicitamente, sem ser piegas, em que ignora as tentativas miraculosas de ambientalistas com a estratégia de "proibir e proibir" para se alcançar a utopia da sustentabilidade. 
Tenho escrito, aqui no blog, nesse sentido, sobre a necessidade de se reduzir a velocidade do crescimento demográfico no planeta. É um tema doloroso para se abordar ou debater, mas necessário, para se mitigar os problemas futuros, enquanto as ciências não desenvolvem alternativas salvadoras, aspecto que o documentário abaixo indica como improvável, além de inútil. A produção de energia elétrica, e de combustíveis automotivos e industriais, é o foco do problemaço.

A propósito, discordo de algumas "evidências" apontadas no referido documentário, como a de que o petróleo é finito a curto prazo. O ex-presidente da Petrobrás, Sérgio Gabrielli, por exemplo, afirmou no Roda Viva, na TV Cultura, agora em março, de que "temos petróleo para mais de 350 anos, mesmo considerando o aumento populacional e o cescimento do consumo".

O vídeo me foi indicado pelo leitor do blog, Gerson Machado, apicultor e ambientalista, engenheiro e cidadão do mundo.

domingo, 25 de março de 2012

Meu filho, um dia tudo isso será teu: 2ª impressão.

Richard Jakubaszko
Registro com enorme alegria e indisfarçável orgulho a informação de que o livro em epígrafe, de minha autoria e do advogado Fábio Lamônica Pereira, editado e lançado em outubro último, pela Editora UFV, da Universidade Federal de Viçosa, MG, a partir desta segunda-feira, 26 de março, inicia a comercialização da sua 2ª impressão.

Como tenho dito a amigos, a alegria justifica-se pelo fato de que editar um livro no Brasil tem enormes dificuldades, mas que imprimir uma 2ª edição é a demonstração de que o conteúdo agradou aos leitores.

A obra não está à venda em livrarias comerciais. 
O exemplar custa R$ 35,00 e pode ser adquirido com o autor, através do fone 11 3879.7099 ou no site da livraria virtual da Editora UFV, basta clicar na capa do livro.
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sábado, 24 de março de 2012

Inesquecíveis canções XIX - Fred Mercury & Caballé

Richard Jakubaszko
Freddie Mercury & Montserrat Caballé
Barcelona
O roqueiro Freddie e a soprano Caballé (a diva é catalã) cantaram inúmeras vezes essa música, mas na abertura das Olimpíadas de Barcelona, em 1992, foram insuperáveis.
Queen - Love of My Life

How Can I Go O - Fred & Caballé
Caballet - O mio babbino caro
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sexta-feira, 23 de março de 2012

Dúvidas jurídicas

Richard Jakubaszko
Advogados (e juízes) são sempre capazes de nos surpreender. Colocam suas dúvidas e diatribes em quase tudo o que a humanidade faz. Em tempos de atitudes e pensamentos "politicamente corretos", os questionamentos abaixo têm tudo a ver:


quinta-feira, 22 de março de 2012

Por um punhado de dólares

Rogério Arioli Silva * 
No filme de 1964 (nome original: a Fistful of Dollars) o pistoleiro sem nome estrelado por Clint Eastwood e apelidado de Joe pela população local, percebe a possibilidade de ganhar dinheiro intermediando ações de dois grupos rivais, um deles contrabandista de bebidas e outro de armas. A história é ambientada em San Martin, um pequeno vilarejo na fronteira entre México e Estados Unidos onde a lei inexiste, e sobrevivem os mais fortes. A San Martin brasileira chama-se Jacareacanga no Pará e o Joe da atualidade bem poderia ser o irlandês Ciaran Kelly atual CEO da Celestial Green Ventures empresa dublinense líder mundial do mercado voluntário de créditos de carbono.

Ao deparar-se com uma terra sem lei, no caso o Brasil, este esperto irlandês protagonizou a mesma história do faroeste da década de 60, aproveitando-se da miséria indígena e do contrabando de irresponsabilidades onde se confundem ONGs, FUNAIs e parte da Justiça brasileira que, com o argumento de proteger os indígenas, entrega o patrimônio nacional e, agora, faz de conta que não sabia de nada.
 
Notícias dão conta de que 20 milhões de ha, ou seja, uma área do tamanho da Suíça mais a Áustria juntas, já foram negociadas pela Celestial Green Ventures em 17 projetos que totalizam seis bilhões de t de carbono. Assim, grandes empresas podem continuar emitindo CO2 pelo mundo afora que os silvícolas brasileiros se encarregarão de deixar suas áreas intocadas, armazenando o carbono emitido pelos ricos poluidores. Este processo, batizado como REED (reduções por desmatamento evitado), tem sido discutido desde 2003 na COP -9 e a partir daquela época tem sido aperfeiçoado (?), sem que haja consenso da sua melhor utilização. Fato é que a simples compensação do C02 emitido pelos poluidores através da compra do carbono estocado na floresta tropical não garante que se tenha um clima melhor no futuro, paralisando o famigerado aquecimento global, servindo apenas para proporcionar status de “politicamente correto” às empresas adquirentes deste crédito.

Enquanto a discussão segue, com dezenas de ONGs patrocinando a FUNAI e seus fajutíssimos estudos antropológicos, com o objetivo de aumentar cada vez mais as reservas indígenas brasileiras e participar deste grande negócio, surgem os espertalhões como a Celestial Green negociando direto com os índios e deixando todos os envolvidos com aquela incômoda sensação de crescimento auricular.  Trata-se de um enorme filão, pois estimativas dão conta de que as florestas tropicais possuem 15% da superfície terrestre e contêm 25% de todo o carbono existente na biosfera.
 
Fica clara agora a imagem de alguns líderes europeus circulando pelo mundo com os índios brasileiros a tiracolo, com o argumento da preocupação de preservarem-se os direitos dos povos da floresta.  O que está em curso há muito tempo é a implantação de uma moderna governança florestal através da criação da Comunidade Indígena Internacional para gerir toda esta riqueza com sendo “patrimônio da humanidade”. Aos menos desavisados basta que pesquisem toda a chamada “calha norte brasileira” e suas reservas indígenas já interligadas, prontas para virar uma nova nação independente a ser administrada pelos defensores do meio ambiente (dos outros).

A Raposa-Serra do Sol, desapropriada em área contínua pelo STF, foi apenas mais uma das muitas que estão em gestação, com o apoio de muitos engajados neocapitalistas entre os quais, grande parte da sociedade brasileira utilizada ingenuamente neste processo.

A Ministra do Meio Ambiente, coitada, com cara de quem caiu de um caminhão de mudanças tem medo de que a valorização da biodiversidade tropical brasileira abra as portas para a biopirataria. Já abriu faz um tempinho, Senhora Ministra.  Agora escancara as portas que sobraram para o mercado voluntário dos créditos de carbono onde os índios venderão por uma “merreca” o bilionário patrimônio brasileiro armazenado nas suas florestas tropicais. Melhor pros índios que não agüentam mais as promessas vagas do indigenismo sem resultados. Tomara que, pelo menos, saibam gastar seu punhado de dólares com a melhoria de sua qualidade de vida ao invés de permanecerem como “museus vivos”, situação ainda defendida por alguns antropólogos e indigenistas radicais.

No faroeste antigo Clint, ou se quiserem, Joe, surgia como o mocinho alto e musculoso com o cigarro no canto da boca e, os bandidos por sua vez, apareciam como mexicanos gordinhos, sujos e foras-de-forma. No cenário atual, os mocinhos já se sabe quem são. Os bandidos ainda não foram apresentados, mas bem poderíamos ser todos nós, que ainda insistimos nesta história de soberania nacional, um assunto que já está muito fora de moda nos dias de hoje.

* O autor é Engº Agrº e Produtor Rural no Mato Grosso.

domingo, 18 de março de 2012

Uma xícara de café gasta 140 litros de água!

Richard Jakubaszko 

Esta é a manchete que foi publicada na mídia e na blogosfera. A mídia acrítica e a blogosfera repercutiram tudo, sem quaisquer questionamentos, demonstrando um ambiente completamente idiotizado. Sintetizo abaixo, em itálico e de forma resumida, o que foi relatado. Na sequência faço alguns comentários que me parecem relevantes sobre as causas da falta de sentido crítico da mídia.

"A produção de uma xícara de café exige 140 litros d'água, anunciou a organização de proteção do meio ambiente Fundo Mundial para a Natureza (WWF), em comunicado divulgado dia 13 de março último à margem do Fórum Mundial da Água, celebrado em Marselha, sul da França. A ONG calcula quantos litros são usados na produção da bebida, desde seu cultivo até a fabricação da xícara. Assim, uma xícara de café equivale ao gasto de 140 litros de água, dependendo do material do recipiente e da origem do açúcar.

A organização ambientalista aplicou um indicador elaborado pela Universidade de Twente, na Holanda, para registrar a "pegada hídrica" da xícara de café, que leva em conta o impacto de toda a cadeia de produção na fonte de água doce.

O cálculo de 140 litros para uma xícara de café compreende, segundo o WWF, a água usada no cultivo do pé de café, na colheita, no transporte, na venda e no preparo, explicou a ONG. O indicador inclui, ainda, o volume d'água necessário para a fabricação da xícara em que se bebe o café.

Se forem adicionados leite e açúcar ao café, e se um copo de plástico for empregado para servir a bebida, "a pegada hídrica" de uma xícara de café passará para 200 litros, com variantes se o açúcar for branco, procedente da beterraba, ou mascavo, da cana-de-açúcar”, acrescentou.

ONU alerta sobre ameaça de falta de abastecimento de água. O Fórum Mundial da Água começou em Marselha "de olho na Rio+20"."


COMENTÁRIOS DO BLOGUEIRO:
Esse é o perigo, deram uma calculadora para algum ambientalista, talvez com talento para ser economista, mas sem nenhuma visão holística, ou sistêmica, e sem nenhuma percepção do que é o todo. O resultado é semelhante ao de se entregar uma metralhadora nas mãos de uma criança com raiva. Da mesma forma é o resultado de se entregar um espaço jornalístico, na mídia eletrônica ou impressa, a jornalistas despreparados para a função e para a vida.

A premissa dessa questão é o paradigma de que vai faltar água potável (água doce) para abastecer os 9 bilhões de pessoas que teremos no planeta dentro de 25 ou 30 anos, pois apenas 3% da água existente no planeta é doce, e 97% é salgada.


Primeiro erro: esqueceram (os ambientalistas mal intencionados, e os jornalistas mal informados) de que o planeta Terra deveria chamar-se planeta Água, pois somos mais de 4/5 de água, incluindo os oceanos, é claro. E de que água não acaba (Não existe na química ou física, à exceção da eletrólise, algo que faça a água sumir). A mesma quantidade de água que existe hoje, existia há 2 ou 3 milhões de anos atrás. E de que água se recicla permanentemente, sempre nos 3 estágios que conhecemos: líquido, sólido ou gasoso.

Segundo erro: a calculadora do economista-ambientalista (que é holandês) ensandecido partiu de uma estatística feita em países com pouquíssima água (como Israel e Espanha). Nesses, o problema da água é crítico: "descobriram" que 70% da água consumida eram usadas na irrigação, para agricultura e pecuária, 20% pelas indústrias e 10% por consumo humano. Entenderam (na verdade, decidiram...) que isso levaria ao caos do planeta. Dever-se-ia economizar água na agricultura, e, portanto, os perdulários dos produtores rurais teriam de ser contidos a qualquer custo. Daí para campanhas que atacam o consumo de água pelo boi, e agora pela xícara de cafezinho, foi um pulo muito pequeno. Ignoram que o boi faz xixi. Esquecem de que bebe água de chuva, mas calculam como débito a água da chuva, no pasto e no cafezal, como “água gasta, consumida”. Na tal calculadora não há créditos.

Terceiro erro: o critério de “pegada hídrica” desenvolvido pela Universidade de Twente, na Holanda, não tem aceitação internacional em nenhuma outra universidade, pois utiliza métodos estapafúrdios e emocionais, sem base na boa ciência. O referido indicador nem é polêmico, ele simplesmente não é aceito como ciência. Desta forma, o WWF pega um factoide monstrengo, acrescenta comentários, e a mídia digere e divulga acriticamente todas as besteiras inconvenientes.

Neste ínterim, passamos aos "controles e à gestão da água", eis que para irrigar sua lavoura o agricultor (principalmente o brasileiro) deve fazer "estudos de impacto ambiental". Numa boa, ambientalistas e especialistas de água, como que surgidos do nada, passaram a faturar uma graninha extra em consultoria, e as agências reguladoras proliferaram mundo afora. Não se financia um pivot de irrigação sem que haja um "estudo de impacto ambiental". Fazer uma barraginha ou poço artesiano é quase um crime ambiental. Se a gente contasse isso para um visitante extraterrestre ele iria embora em definitivo... As finesses e firulas do raciocínio ambientalista, tipo se for açúcar cristal branco ou mascavo é hilária, mas tenta dar embasamento ao "estudo científico". Como diz o ex-ministro Delfim Netto, toda estatística bem torturada confessa qualquer coisa...

Ora, água é vital à vida. Por isso os cientistas procuram sinais de água em planetas pelo universo infinito. Até o ponto de achar que a água é vital a gente concorda com os ambientalistas. O que se deve ter em mente, de forma clara, é que o consumo de água, em qualquer situação, seja agrícola ou industrial, não "gasta" água, apenas interfere em seu processo. Quando usada na agricultura, na forma de irrigação, ou também por chuvas, como é calculada na métrica neurótica e emocional dos ambientalistas-economistas, a água não vai para o "quinto dos infernos" como costumo afirmar em conversas com amigos. Essa água revitaliza o solo, dá sustentabilidade à produção de alimentos, é filtrada em suas impurezas, e vai para o lençol freático. Dali retorna para os rios ou vai para os aquíferos, e destes para os mares. Nos mares haverá evaporação, que são as nuvens, e estas, depois de centenas ou milhares de quilômetros percorridos, em chuvas. É o destino de toda água, em todo o planeta, inexorável, queiram ou não os ambientalistas.

Urbano versus rural?
Portanto, quando o homem interfere no ciclo de vida da água (doce), e faz com que cada gota de água demore mais tempo para chegar aos mares, estará beneficiando e dando sustentabilidade à vida. É simples e cristalino. Ao contrário disso, os urbanos, especialmente em grandes núcleos populacionais, emporcalham a água de seus rios com esgotos, resíduos e entulhos, tornando esses rios poluídos e sem vida. Com uma agravante perversa: as grandes cidades não possuem lençóis freáticos, pois estão asfaltadas, cimentadas e azulejadas. As árvores não têm espaço para receber água em suas raízes, por esta razão desabam com ventos um pouco mais fortes. Como há pouca evapotranspiração as cidades são mais quentes e por isso recebem mais chuvas, para esfriar. Mas quando chove as águas não penetram no solo impermeabilizado, rolam céleres para os rios poluídos, inundando tudo pelo caminho.

Insanidade humana e ambiental! Não há dúvidas de que os ambientalistas-economistas são urbanos, trabalham no ar condicionado de seus gabinetes, fazem 3 refeições ao dia, e nunca se perguntam de onde vem o alimento que consomem. Estes são comprados no supermercado do bairro, e isso é o suficiente para eles. Da mesma forma os colegas jornalistas que repetem as ensandecidas invenções das “pegadas hídricas”.

Na visão e opinião dos ambientalistas urbanos, e também de alguns jornalistas mal informados, o produtor rural é um criminoso ambiental. Por isso ele precisa ser execrado e queimado em praça pública, como exemplo... Já escrevi sobre isso dúzias de vezes, chega a dar cansaço mental repetir as mesmas coisas, e um desânimo enorme de ver que os ambientalistas, ainda por cima, se acham no caminho certo, e possuem a certeza de que ganharão o reino dos céus pela sua luta verde. Eles querem a punição de todo agricultor que plante em pé de morro, através do Código Florestal, por exemplo. Querem proibir e proibir. Esquecem que o que desaba e desmorona é morro urbano desmatado, mal urbanizado, com construções sem fundações, nas chamadas favelas. Com esse raciocínio desequilibrado encaminham-se para fundar uma sociedade ambientalista supranacional. Querem governar o mundo! E aquilo que imaginam e especulam hoje poderá virar lei no futuro.

Vejam que cálculo ridículo, qual o sentido prático de saber que uma xícara de cafezinho de 60 ml gastou 140 litros de água? Eles que parem de tomar cafezinho e de comer suas picanhas, assim não se sentirão culpados, pois quem sente culpa e quer punir a todos por isso não ganha o reino dos Céus...

Pai dos Céus perdoa-os, eles não sabem o que fazem! Mas manda esse pessoal pensar, ao menos isso! E que a mídia não replique essas bobagens!

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sábado, 17 de março de 2012

As estátuas da Ilha de Páscoa têm corpos

Richard Jakubaszko
As Estátuas da Ilha de Páscoa têm corpos. Interessantes e intrigantes as descobertas feitas até o momento. Um dia ainda irei voar até Rapa Nui - um dos “umbigos” do mundo, como é também Jerusalém, em Israel. São muitos os mistérios que existem na Ilha de Páscoa. Esta última descoberta nos deixa ainda mais assombrados. Sempre se conheceu o Moais como sendo apenas enormes cabeças de pedras plantadas numa ilha no fim do mundo, mas jamais se poderia imaginar que existiam corpos destas estátuas.

Rapa Nui está localizada ao sul do Oceano Pacífico. Esta ilha vulcânica foi descoberta pelo navegador holandês Jakob Roggeveen, no domingo de Páscoa, no ano de 1722, e mais tarde tornou-se posse do Chile, em 1888. Muitos segredos cercam a Ilha de Páscoa que é famosa por suas incríveis estátuas chamadas Moais e que estão ao redor de toda a ilha.
Essa descoberta, que não é tão nova, mas aumenta o mistério sobre quem as esculpiu, quem vivia na ilha, como elas foram parar lá, é o fato de que as estátuas da Ilha de Páscoa têm corpos! Isso mesmo, as cabeças gigantes são estátuas completas cuja maior parte está enterrada e correspondem a corpos e mãos.
Um grupo de pesquisa privado tem escavado recentemente as estátuas da Ilha da Páscoa e está estudando as escritas nos corpos das mesmas.

A dúvida agora é por que estes gigantes de pedra tiveram seus corpos enterrados? As estátuas sempre foram assim ou com o tempo ficaram desta maneira?
Uma das teorias sobre o desaparecimento dos habitantes originais de Rapa Nui foi a superpopulação, fato que levou a conflitos internos e falta de alimentos. Agora surge outra hipótese: um enorme deslizamento pode ter varrido a ilha e sua civilização. Isso aniquilou a população e fez com que as estátuas ficassem com boa parte do seu corpo sob a terra.
















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quinta-feira, 15 de março de 2012

Florestamania

Richard Jakubaszko
Recebo e-mail do Dr. Fernando Penteado Cardoso, onde ele questiona:
Será que alguém já avaliou o custo do tempo gasto com as infindáveis discussões sobre a legislação florestal? 
Será que alguém já examinou fotos espaciais para “sentir” a viabilidade de reflorestar parte de áreas ora produtivas?
Oxalá mais gente se preocupasse com a “viabilidade” das exigências.
Sobrevoando a NO de Alta Floresta não vi sinais de erosão nas margens não florestadas dos córregos e, ao mesmo tempo, concluí que jamais tais beiras virão a ser reflorestadas. Inviável.
Outra ideia me ocorre: um inventário dos próprios rurais dos governos.

Tecnicamente, e em termos ambientais, políticos e legais, ele mesmo responde, leiam abaixo o interessante artigo, publicado também na DBO Agrotecnologia de fev/mar/2012, que saiu esta semana.

Florestamania
Fernando Penteado Cardoso *
Foto abaixo: a utopia.
Estamos mistificados pela florestamania. Temos 400 milhões de ha de mata amazônica, sendo em grande parte inundável, montanhosa, pedregosa ou muito remota. Classificam como pecado ambiental aproveitar os 100 milhões de ha de terras altas, bem conformadas, agricultáveis e bem localizadas, além de beneficiadas por chuva, sol, calor e transporte fluvial, parte das quais já foi aberta.

Alegam que iria alterar o clima porque as chuvas vêm da floresta. Grande bobagem. Estão confundindo causa e efeito: as florestas existem porque chove e não ao contrário.  Será que 300 milhões de ha de terras impróprias para agricultura, recobertas de florestas, não seriam suficientes para promover os alegados benefícios?

É insensato planejar uma agricultura onde 80% das propriedades ficam ociosas, dispersando lavouras e habitações e aumentando distâncias, o que virá a elevar custos, além de dificultar o transporte, a assistência escolar e de saúde, bem como a garantia de segurança e justiça. Mesmo nas áreas de mata de transição, - com arvoredo leve e de fácil remoção, - reservar 35% representa um desperdício injustificável, em regiões privilegiadas onde os riscos climáticos são reduzidos.

O que seria, por exemplo, de Sorriso e de Lucas do Rio Verde em MT se houvéssemos seguido as limitações estabelecidas desde 1965?  Possivelmente teriam sido desperdiçadas a garra, a diligência e capacidade empreendedora da gauchada valente, responsável pela notável produção de hoje e, ainda, por cidades com IDH superior a 0,80.

Tudo isso, simplesmente, não existiria!

Para efeito histórico, científico e prazeroso, bastam áreas florestais limitadas, a serem desapropriadas e administradas pelo poder público, ao lado de matas particulares estimuladas por incentivos. Umas e outras conservariam a biodiversidade da coleção de espécies animais e vegetais.

Quanto ao vozerio internacional sobre florestas e clima, há que lembrar o empenho da União Nacional de Produtores-NFU, dos EUA, defendendo a tese das “fazendas aqui (EUA), florestas lá (Brasil e outros)” para limitar a produção de cereais e, assim, reduzir uma possível concorrência agrícola dos países tropicais. Eles têm razão de temer.

Assim mesmo vamos crescendo e desenvolvendo dentro do preceito:
Quando o Direito ignora a realidade, a realidade se vinga ignorando o Direito (G.Rupert)”. Tal verdade explica nosso convívio com leis inexequíveis, como sejam leis que “não pegam” no dizer popular.

Se a complexa, obscura e desiderativa legislação ambiental rural “não pegar”, talvez viremos a ser no século 21 o que foram os EUA no século 20, como referido por Norman Borlaug anos atrás e recentemente pela senadora  Marina Silva na ESALQ-USP, Piracicaba.

Uma coisa é certa: se a lei promulgada pelo governo militar dos anos 60 tivesse “pegado”, não teríamos a pujante agropecuária de hoje. É fácil conferir pelas fotos espaciais disponíveis.

* Eng. agr. sênior, ESALQ-USP, 1936.
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terça-feira, 13 de março de 2012

A reinauguração da vassalagem

Rogério Arioli Silva *
Ao receber com pompa e circunstância o príncipe Harry, o quarto na sucessão monárquica Britânica, reinaugura-se no Brasil o que se poderia chamar de “vassalagem tropical”. Como tradicionalmente aconteceu na América Latina estende-se o tapete vermelho ao imperador despótico, agora com ares juvenis e discursinhos tão risíveis quanto descompromissados. Em sua rara manifestação pública o representante do outrora “império onde o sol nunca se põe” tratou de futebol e carnaval, seguindo a tradição secular de considerar este país como uma gafieira de quinta categoria. Lembrou inclusive a dança de Charles (seu pai) com a modelo Pinah em 1979, imagem que circulou no mundo como símbolo de que, às vezes, a aristocracia sucumbe ao folguedo. Isso tudo aos risos e aplausos do povo carioca, capitaneados pelo emotivo Governador daquele estado.

A Cerimônia de Vassalagem, ritual característico da idade média, consistia em firmar lealdade ao Monarca trocando apoio político pela garantia de proteção.  Naquela época, como agora, os interesses verdadeiros desta incestuosa relação restavam encobertos pelo manto da burocracia.

Na verdade o lançamento da campanha Great, onde o governo Britânico busca “parceiros” investidores para a realização dos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos em Londres foi o mote da visita principesca. Lançada em Setembro de 2011, em Nova Iorque, pelo Primeiro-Ministro David Cameron, a campanha Great possui aspectos interessantes. Entre os diversos títulos que logicamente valorizam as peculiaridades britânicas, são ressaltadas a tecnologia e inovação, a herança e tradição, o alto nível cultural, e a sustentabilidade. Neste último tema, os cinco itens que o descrevem são o verdadeiro retrato do pensamento sedimentado dos colonizadores em relação aos colonizados.

O primeiro item ressalta a pesquisa e produção de energia eólica, na qual os britânicos realmente encontram-se à frente. O segundo e terceiro itens referem-se ao mercado bilionário do baixo carbono e aos padrões de sustentabilidade da engenharia que seriam utilizados nas construções que abrigarão aquele evento. Mas é justamente no quarto item que fica evidente a visão colonialista do processo de sustentabilidade: são líderes em avaliação de pegadas de carbono e aconselhamento estratégico da sua remoção. Ou seja, avaliam e aconselham os outros, mas de forma alguma assumem qualquer compromisso de executarem, eles próprios, algo considerado “sustentável”.

Neste aspecto já é passada a hora de mudar-se a postura brasileira quando o assunto é sustentabilidade. Na área agropecuária, embora muito exista a ser realizado o Brasil, e, sobretudo o estado de Mato Grosso, deve trocar sua postura cabisbaixa e andar de maneira sobranceira, com a certeza de que já fez muito mais do que a maioria dos que lhe apontam o dedo. Apenas um aspecto é suficiente para firmar esta tese: tecnologia e trabalho estão proporcionando duas safras de alta produtividade em solos onde, há pouco mais de duas décadas, não se tinha sequer conhecimento de que seriam capazes de produzir qualquer exploração agrícola

A agricultura européia, alicerçada em enormes subsídios, que agora começam a desmoronar pelos altos déficits financeiros que provocam, certamente não tem moral para cobrar nada dos produtores brasileiros. É preciso que isto fique muito bem claro principalmente por ocasião da Rio + 20, onde certamente a comunidade européia, inclusive a britânica, berço de centenas de ONGs, algumas delas patrocinadas por sua majestade, recebem vultosas somas financeiras para macular irresponsavelmente a agropecuária brasileira.

Sobreviver à sangria dos recursos naturais patrocinada pelas potências econômicas das várias épocas foi doloroso, mas ensejou muitas lições ao povo brasileiro. Uma delas talvez tenha sido a imensa capacidade de reinventar-se como país soberano e capaz de dirigir seus próprios desígnios. Embora parte da classe política brasileira ainda conceba colocar-se como vassala de novos reizinhos, certamente esta postura não faz parte da maioria dos brasileiros pensantes.

Talvez seja o caso de ouvir-se a voz incômoda do roqueiro inglês Steve Morrisey (ex-vocalista do The Smiths) que bradou em alto e bom som: “Harry veio aqui roubar o dinheiro de vocês”. Sendo ele conterrâneo do príncipe, deve ser considerado seu protesto. Até mesmo porque a esta prática de levar coisas daqui para além-mar já é chegado o momento de dar-se um basta.

*  O autor é Engº Agrº e produtor rural no Mato Grosso.

COMENTÁRIO DO BLOGUEIRO: a chamada elite rural, que de rural não tem nada, pois a grande maioria ganha dinheiro nas indústrias ou serviços, e alguns até têm haras, recebeu o príncipe Harry, em Campinas, neste último fim de semana, para um jogo de polo, beneficente. Os ricos e "famosos" (da TV e adjacências) pagaram a bagatela de R$ 1.800,00 para estar presente no evento. Tirar foto ao lado do moço estava bem mais salgado...
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domingo, 11 de março de 2012

Vote na mascote da Copa do Mundo 2014

Richard Jakubaszko
Vote na enquete ao lado para escolha da mascote da Copa do Mundo de Futebol 2014. A escolha definitiva deve acontecer até meados deste ano.
A FIFA já indicou a mascote de sua preferência, o Tatu-bola. Mas há animais tão brasileiros como a arara azul e a onça-pintada, além da especialíssima personagem de nosso folclore, o Saci Pererê.
Como este blog é democrático, e prefere o debate, deixamos alternativas ao eleitor, que pode ser algo exótico, como o urso Panda ou a águia de cabeça branca, demonstrando o vício exógeno dos brasileiros, o conhecido complexo de vira-latas, em que tudo o que é importado é melhor, ou ainda outra mascote de sua preferência, a ser sugerida através de comentário abaixo. Que tal o Ricardo Teixeira?
Uma característica comum, e muito interessante, além de curiosa, a todas as mascotes-candidatas, é que são animais em extinção...
Vote, e depois acompanhe a apuração da enquete aqui no blog.
Incluo aqui foto de um lindíssimo casal de araras azuis, por absoluta insistência do zootecnista Renato Villela, que me enviou o mimo, caso contrário ele pode ficar contrariado, e a gente nunca sabe o que uma pessoa contrariada pode ser capaz de cometer, né não?

sábado, 10 de março de 2012

Aos gregos, as batatas.

Richard Jakubaszko
Em meio à crise econômica que atinge a Grécia, as pessoas usaram da criatividade comum em tempos de crise: encomendaram batatas por e-mail, diretamente dos produtores rurais, por quase um terço do valor cobrado nos supermercados. A venda sem intermediários aconteceu neste início de março, no campus da Universidade de Salônica, no norte do país. Outras cidades planejam organizar ações semelhantes, pois a operação foi um sucesso em todos os sentidos, vendedores e compradores ficaram muito satisfeitos.
O pessoal da batata aqui no Brasil vibrou com a ideia, enviada ao blog pelo Natalino, da ABBA – Associação Brasileira de Bataticultores, e da Silvia Nishikawa, que planta batatas lá no cerrado de São Gotardo, nas Minas Gerais.
Se a moda pega por aqui vai ser uma alegria ver a batata com valor agregado aos produtores, e mais barata ao povo. Para isso, inevitavelmente, precisamos de uma crise, ou anotar a ideia pra usar na próxima crise que aparecer, né não?















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quinta-feira, 8 de março de 2012

Mulheres maiúsculas, monumentos da vida.

Richard Jakubaszko
Merece ser visto o vídeo produzido pela equipe da Pioneer Sementes (Divisão de Sementes da Dupont), no mínimo para que as pessoas se conscientizem do papel da mulher na sociedade.
Gostei, é direto, simples, objetivo, sem ser feminista, nem piegas.

Em tempo (12:25 hs): vale a pena ler, é absolutamente genial, o post feito pelo CloacaNews, agora há pouco, com o título "Se os homens menstruassem": http://cloacanews.blogspot.com/2012/03/se-os-homens-menstruassem.html
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quarta-feira, 7 de março de 2012

A nação ajoelhada diante dos biodesagradáveis

Richard Jakubaszko
A votação do Código Florestal, prevista para ontem (6), na Câmara dos Deputados, mais uma vez foi adiada, agora agendada para a próxima terça-feira (13). A decisão foi tomada pelos líderes da base do Governo Federal, que se mostram fracos diante dos biodesagradáveis, ONGs, mídia e demais interesses favoráveis a que se tenha uma lei punitiva em termos retroativos e futuros. A votação foi  protelada para que o relator, deputado Paulo Piau (PMDB-MG), possa finalizar o relatório e tentar "avançar" em negociações, essa foi a desculpa desta feita. Por trás das desculpas tem até passeata de ONGs hoje (7) em Brasília. Os ambientalistas chantageiam o Governo e os parlamentares, através da mídia.

É impossível, porque massacrante, a continuidade dessa insegurança jurídica. O que se tem de entender é que a Câmara dos Deputados tem limites na votação do Código Florestal que voltou alterado do Senado. Os deputados, nesta votação em curso, não podem mais incluir novos trechos no texto ou vir a proceder modificações no projeto que a Câmara recebeu do Senado. A Câmara pode apenas eliminar parcial ou totalmente o texto do Senado, ou aprová-lo. Não há meios termos. Na sequência, o Projeto de Lei, depois de aprovado em plenário na Câmara, será enviado para a presidente Dilma Rousseff, para sanção ou veto, de trechos ou do todo do PL. Poderá, em tese, depois, se houver vetos da presidente Dilma, retornar para a Câmara, que poderá ou não derrubar o veto, mas isso é mais raro de ocorrer.

O texto desse PL do Código Florestal tramita no Congresso há mais de 10 anos. O PL tenta atualizar um Código Florestal que é de 1966, uma lei que não pegou, por diversos motivos, entre os quais os mais de 3 mil adendos, portarias, normas e regulamentos confusos, uma colcha de retalhos em termos de burocracia que só agradava aos fiscais e aos ambientalistas, pela insegurança jurídica criada, com muito bafafá e trololó na grande mídia, que apoia incondicionalmente as intenções dos ambientalistas.

Em verdade, essa discussão toda é uma vergonha nacional. A nação está ajoelhada diante da ação dos biodesagradáveis, que desejam eternizar essa indefinição. Os ambientalistas não querem a aprovação do novo Código Florestal, querem apenas impor a ferro e fogo uma vontade, um desiderato punitivo a produtores rurais, acusados sob a pecha de serem "agronegócio", termo que virou palavrão de baixo calão, verdadeiro xingamento a quem produz alimentos.

Os produtores rurais permanecem calados, não têm um associativismo representativo, mas acreditam que a chamada bancada ruralista vai defender seus interesses e conseguir a aprovação de um Código como o que foi aprovado na Câmara dos deputados em maio do ano passado, onde perdem alguns dedos e anéis, mas permanecem com braços, e, graças a Deus, ainda vivos. Os dedos e anéis, nesse caso, é o confisco de no mínimo 20% de suas terras, garantidos para serem RL ou APPs. Não há, no mundo inteiro uma lei nestes termos, que determine o confisco, sem indenizações na contrapartida. Mas os ruralistas estão quietos, preferem assim, do que enfrentar novas batalhas.
Ignoram os ruralistas, pois são ingênuos e de boa fé, que virão novas batalhas, cada vez mais restritivas e punitivas.

Gostaria de ver os biodesagradáveis e ONGs sugerirem um Código Florestal desses aos Europeus ou aos EUA. Logo os EUA, que nem o protocolo de Kyioto assinou...

A hipocrisia anda solta. As ONGs, europeias e americanas, defendem um Código Florestal duríssimo, rigoroso, que irá engessar a futura produção de alimentos, vai inflacionar o preço das terras para a agricultura, também dos alimentos, por consequência, e vai tornar um inferno a vida dos produtores, com mil burocracias de georreferenciamento, do CAR, entre outros, aos quais já aderiu o Banco do Brasil, que só financia a quem cumprir a legislação. 

É o país da piada pronta, como costuma repetir o humorista Macaco Simão. Será impossível a fiscalização dessa monumental legislação que virá com o novo Código Florestal. Só vai aumentar o custo Brasil. A hipocrisia acabaria se as ONGs lutassem por proibir a exportação de madeira retirada ilegalmente da Amazônia, para a qual os europeus fecham os olhos sobre a origem dessa madeira.
Ou será que eles acreditam que as queimadas da Amazônia também queimam árvores? Pois nem a Velhinha de Taubaté acredita mais nisso. Ela, aliás, anda até acreditando que o planeta vai esfriar, pois é mais esperta que a mídia acrítica.

Do meu lado, acredito que no mais tardar em dois anos teremos os desmentidos à toda essa mentira e farsa do IPCC sobre o aquecimento. Denúncias têm acontecido quase que diariamente. Esse discurso da sustentabilidade ninguém aguenta mais. As desculpas e acusações de que o CO2 causa aquecimento ou mudanças climáticas começa a cair por terra. O que se precisa é trabalhar, produzir alimentos a custos acessíveis para a superpopulação que temos no planeta e que continua a crescer. Pode ser que a humanidade desapareça algum dia, mas o planeta continuará vivo, apesar dos biodesagradáveis, e se regeneraria rapidamente diante da poluição humana.
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terça-feira, 6 de março de 2012

Estoque da Dívida Externa Total - Fonte BCB

Richard Jakubaszko
Desta feita, um retrato bem claro da "herança maldita", na área da dívida externa. Quem será que deixou herança ruim, né não? Ó dúvida cruel!

Estoque da Dívida Externa Total - Fonte BCBBase: 2002/2011
Quadro Demonstrativo III - Estoque da Dívida Externa Total


Fonte BCB – Base US$ bilhões.

Itens
2002
% PIB
2010
% PIB
2011
% PIB
Dívida Bruta da União
127,8
25,34
339,6
16,25
401,7
16,62
Reservas (1)
(37,8)
(7,49)
(288,6)
(13,81)
(352,0)
(14,57)
Dívida Líquida da União
90,0
17,85
51,0
2,44
49,7
2,05
Dívida Privada
99,5
19,73
10,8
0,52
0,7
0,03
Dívida Líquida Total
189,5
37,58
61,8
2,96
50,4
2,08
(1) Conceito de Caixa

Estoque da Dívida Externa Líquida da União (Dívida Externa Bruta Menos Reservas)
Em dezembro de 2002 o estoque da dívida externa líquida da União era de US$ 90,0 bilhões (17,85% do PIB) reduzindo para US$ 51,0 bilhões (2,44% do PIB) em dezembro de 2010. Redução real em relação ao PIB de 86,33% comparado com o ano de 2002. Em dezembro 2011 reduziu para US$ 49,7 bilhões (2,05% do PIB). Redução real em relação ao PIB de 15,98% comparado com dezembro de 2010, e redução real em relação ao PIB de 88,51% comparado com dezembro de 2002.

Estoque da Dívida Externa Líquida Pública e Privada (Dívida Externa Bruta Menos Reservas)
Em dezembro de 2002 o estoque total da dívida externa líquida (pública e privada) era de US$ 189,5 bilhões (37,58% do PIB) reduzindo para US$ 61,8 bilhões (2,96% do PIB) em dezembro de 2010. Redução real de 92,12% em relação ao PIB comparado com o ano de 2002. Em dezembro de 2011 diminui para US$ 50,4 bilhões (2,08% do PIB). Redução real em relação ao PIB de 29,73% comparado com dezembro de 2010, e redução real em relação ao PIB de 94,46% comparado com dezembro ano de 2002.

Reservas Internacionais em poder do Banco Central (Conceito de Caixa).
No conceito de caixa as reservas internacionais no Banco Central do Brasil em dezembro de 2002 eram de US$ 37,8 bilhões (7,49% do PIB). Em dezembro de 2010 de US$ 288,6 bilhões (13,81% do PIB). Em dezembro de 2011 de US$ 352,0 bilhões (14,57% do PIB).
 Arquivos oficiais do governo estão disponíveis aos leitores.
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