domingo, 30 de setembro de 2012

Carro conceito do futuro, pela Volks China

Richard Jakubaszko
Conceito de carro do futuro, há um monte circulando por aí. Todo ano um fabricante faz um comercial pra TV e divulga suas ideias. Este, da Volkswagen da China, é original, ao menos isso...

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sexta-feira, 28 de setembro de 2012

O consumismo, por José Pepe Mujica.

Richard Jakubaszko
Recebi o vídeo abaixo, ancorado no Youtube, da parte de Renato Villela, da DBO, em que José Pepe Mujica, presidente do Uruguai, durante a Rio+20, faz um dos discursos (legendado) mais humanistas que já ouvi de um chefe de estado. Nada diferente do que tenho debatido aqui no blog, sobre o problema do excesso populacional do planeta e sobre a doença do consumismo. Entretanto, o presidente uruguaio diz isso com um brilhantismo invejável.
Assistam o vídeo, vale a pena.

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quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Meu filho, um dia tudo isso será teu, entrevista para a TV DBO.

Richard Jakubaszko
Por ocasião do lançamento do livro "Meu filho, um dia tudo isso será teu", em setembro 2011, Fábio Lamônica e eu recebemos alguns amigos no estúdio da TV DBO, onde concedemos entrevistas, conversamos e bebemos com os muitos amigos e colegas da DBO Editores Associados. Foi uma festinha e tanto, inesquecível, registrada com carinho no vídeo abaixo, para que esses amigos possam relembrar com a gente aqueles bons momentos!

terça-feira, 25 de setembro de 2012

Limite: DOIS GRAUS?



Luiz Carlos Baldicero Molion
ICAT/UFAL, Maceió, Alagoas

"Temos que controlar as emissões de carbono para manter a temperatura do planeta abaixo de 2°C", é a voz corrente, frase dita por muitos políticos e por muita gente, até cientistas ambientais, preocupada com o aquecimento global, que não sabe de onde tal frase surgiu.  Sob o ponto de vista da Física do Clima, essa afirmação é absolutamente ridícula! Usando modelos de clima, o IPCC criou uma fórmula com base no "ajuste" ("fitting") à curva de crescimento da concentração de gás carbônico (CO2 ). A fórmula é
Del T = 4,7 ln {CO2} - 26,9
onde Del T é a variação da temperatura média global forçada pela concentração de CO2 (baseada no que se crê que se sabe sobre absorção de radiação infravermelha pelo CO2 ), ln , a função matemática “logaritmo natural”, e o CO2 entre colchetes, a concentração do gás carbônico. 

Essa equação parte do princípio, também sem comprovação científica, que a concentração de CO2 era 280 ppmv na era pré-industrial e que a “sensibilidade climática” seja alta, 0,8 °C por W/m2, isto é, para cada 1 W/m2 adicionado pelo forçamento radiativo de CO2, a temperatura do planeta aumentaria de 0,8°C. É fórmula muito fácil de ser usada. Basta entrar com a concentração de CO2 que se “deseja” no futuro, a "concentração limite, o objetivo a ser alcançado",  e o resultado é o aumento de temperatura. Por exemplo, para obter os 2°C, essa concentração é CO2=460 ppmv, um aumento de 65%, com relação ao valor pré-industrial (???). Como se o clima do planeta fosse tão simples quanto isso, controlado apenas pela concentração de CO2 no ar.

A concentração de CO2 na atmosfera é controlada basicamente pelos oceanos e depende da temperatura da água. Se essa aumenta, os oceanos  emitem  mais CO2 para a atmosfera. Esse é o mesmo processo que controla a concentração do CO2 num refrigerante ou bebida gaseificada. Se a temperatura do liquido aumenta, ele expulsa o CO2 que está dissolvido e “fica sem gás”. A contribuição humana, 6 bilhões de toneladas de carbono por ano (GtC/a),  é muito pequena, desprezível, em face dos fluxos naturais dos oceanos, vegetação e solos para a atmosfera, que somam 200GtC/a, ou seja, apenas 3%, contra uma incerteza nos fluxos naturais de ±20%! A redução das emissões antrópicas de carbono não tem efeito algum sobre o clima não só por serem ínfimas, mas principalmente porque o CO2 não controla o clima global. Ao contrário, é o aumento da temperatura do planeta que força o aumento do CO2 na atmosfera terrestre.

Quanto mais leio e estudo, mais me convenço que o problema do aquecimento global é exclusivamente financeiro-economico e não climático. Não há “crise climática”. É um problema de segurança energética dos países industrializados que já não possuem uma matriz energética própria e dependem da importação, como é o caso da Inglaterra, país de onde provêm a maior parte do terrorismo climático e manipulação de dados.

Certamente, o maior problema que a humanidade vai enfrentar num futuro próximo é o aumento populacional, amplificado pelo resfriamento global nos próximos 20 anos.

A  História mostra que, toda vez que o clima se aqueceu, as civilizações, como Amoritas, Babilônios, Sumérios, Egípcios e Romanos, progrediram. O resfriamento do clima, ao contrário, sempre causou desaparecimento ou retrocesso de civilizações. Atualmente, um pequeno resfriamento global, com geadas severas, tanto antecipadas quanto tardias, seria muito ruim para a agricultura, pois acarretaria frustrações de safras e desabastecimento mundial com a população crescente. O Brasil não seria exceção. No último resfriamento, 1947-1976, o cultivo do café foi erradicado do oeste do Paraná em face das frequentes e severas geadas. É indispensável que o País se prepare para esse período ligeiramente mais frio, de 2010 a 2030, a que vai ser submetido.
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domingo, 23 de setembro de 2012

Contribuição das queimadas na Amazônia para o clima global


Luiz Carlos Baldicero Molion, PhD
A radiação solar atravessa as camadas da atmosfera e boa parte dela é absorvida pela superfície terrestre, que se aquece. Esta, por sua vez, emite radiação infravermelha (IV) que é absorvida por gases constituintes minoritários da atmosfera, como vapor d’água, gás carbônico (CO2) e metano (CH4), os chamados gases de efeito-estufa (GEE), e re-emitida em direção à superfície Essa é a definição do efeito-estufa e seria a explicação para o ar adjacente à superfície ser mais quente que o das camadas superiores da atmosfera. Assim sendo, quanto maior a concentração dos GEE, maior seria a absorção da radiação IV emitida pela superfície e mais quente ficaria o planeta. Ou seja, maior injeção de CO2 e CH4 na atmosfera tenderia a intensificar o efeito-estufa, que é o argumento fundamental do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (sigla em Inglês: IPCC) para justificar que foram as emissões de carbono, procedentes da queima de combustíveis fósseis e de florestas tropicais, responsáveis pelo aquecimento global observado nos últimos 50 anos.
Essa afirmação é questionável !

As análises das bolhas de ar aprisionadas no gelo de Vostok (Antártica) revelaram que as temperaturas dos interglaciais de 130 mil, 240 mil e 340 mil anos atrás estiveram 6°C a 10°C mais elevadas que as atuais, porém as concentrações de CO2 eram inferiores a 300 partes por milhão (ppm). Nos últimos 150 anos, registros de temperatura indicaram que temperaturas mais altas ocorreram na década de 1930, também com concentrações de CO2 inferiores a 300 ppm. Devido à intensificação da atividade industrial pós-guerra, as emissões de CO2 aumentaram significativamente entre 1945 e 1976, porém a temperatura média global diminuiu nesse período. A temperatura global aumentou a partir daquele último ano, mas, desde 1998, a temperatura tem se mantido estável, embora a concentração de CO2 tenha aumentado gradativamente  atingindo 390 ppm. Como se pode perceber, a temperatura global não é controlada pelo CO2 e, sim, o contrário, a concentração de CO2 no ar aumenta depois de a temperatura do ar aumentar.

Os fluxos naturais de CO2, dos oceanos, vegetação e solos para a atmosfera, estão estimados em 200 bilhões de toneladas de carbono por ano (GtC/a), com uma incerteza de ±  40 GtC/a (±20%). As atividades humanas emitem cerca de 7 GtC/a, ou seja, cerca de 3% dos fluxos naturais. Portanto, as emissões antrópicas globais são ínfimas, desprezíveis em face da incerteza quanto aos fluxos naturais. Segundo o inventário brasileiro de GEE (MCT, 2009), estima-se que tenham sido emitidas 0,6 GtC/a em 2005, ou seja, 8,6% dos fluxos antrópicos. Desses, foi dito que 80% foram provenientes das atividades agrícolas e mudanças no uso dos solos em todo território nacional, dos quais 58% foram a parcela de mudanças no uso da terra e florestas, correspondente a 0,35 GtC/a, isto é, cerca de 5% das emissões antrópicas em todo planeta. Esse número está superestimado, pois utiliza uma densidade de biomassa da floresta igual a 430 toneladas por hectare (t/ha), quando a região que está mais sujeita ao desmatamento, o sul da Amazônia, tem uma densidade de biomassa  de 150 t/ha, ou menor.

Portanto, um número mais próximo da realidade, admitindo que a área desmatada tenha sido estimada corretamente e 100% de eficiência na queima e emissão de carbono, que é irreal, teria sido 0,12 GtC/a, um terço da estimativa publicada. Segundo o INPE/MCT, em 2005, a área desmatada foi 18 mil km2 e, em 2010, foi inferior a 7 mil km2

Mesmo considerando os valores superestimados, as emissões amazônicas deveriam ter sido reduzidas, proporcionalmente, a 40% das emissões estimadas oficialmente em 2005 (0,14GtC/a), ou seja, 2% dos fluxos emitidos pelas atividades humanas. A estimativa seria ainda menor se for considerado que a maior parte do carbono está nas grandes árvores, que não são queimadas e, sim, retiradas e vendidas. E o mercado consumidor é externo ao país: Oriente, UE e EEUU! Mencione-se, de passagem, que as emissões globais de carbono aumentaram de 5,9% em 2010.

É de conhecimento geral que a Floresta Amazônica viva, com seus 550 milhões de hectares, retira da atmosfera, por meio da fotossíntese, pelo menos 10% de todo carbono emitido pelas atividades humanas (0,7GtC/a), contra uma estimativa realista de emissão por queimadas de 0,7% (0,05GtC / 7GtC), um saldo deveras positivo que não tem sido considerado em acordos internacionais como o Protocolo de Kyoto, por exemplo. 

Deve-se acabar com o desmatamento,  não pelo CO2 que as queimadas injetam na atmosfera, pois o CO2 não é um gás poluente ou tóxico, não controla a temperatura global e não pode provocar mudanças climáticas. Mas, sim, pela perda de biodiversidade dessa floresta e pelo impacto que o desmatamento causa ao meio ambiente local, em particular a erosão dos solos e o assoreamento dos rios, mudando a qualidade da água e da vida aquática. É importante reafirmar que não se deve confundir mudanças climáticas com conservação ambiental. Esta é extremamente necessária para a sobrevivência da espécie humana no Planeta, independente de seu clima se aquecer ou se resfriar!

* Luiz Carlos Baldicero Molion Luiz Carlos Baldicero Molion é bacharel em Física pela USP e doutor em Meteorologia – e Proteção Ambiental, como campo secundário – pela Universidade de Wisconsin, Estados Unidos. Concluiu seu pós-doutorado no Instituto de Hidrologia, em Wallingford, Inglaterra, em 1982, na área de Hidrologia de Florestas. É associado do Wissenschaftskolleg zu Berlin (Instituto de Estudos Avançados de Berlim), Alemanha, onde trabalhou como pesquisador visitante de 1989 a 1990.
Molion tem mais de 30 artigos publicados em revistas e livros estrangeiros e mais de 80 artigos em revistas nacionais e congressos, em particular sobre impactos do desmatamento da Amazônia no clima; climatologia e hidrologia da Amazônia; causas e previsibilidade das secas do Nordeste; mudanças climáticas globais e regionais; camada de ozônio e fontes de energias renováveis. Foi cientista-chefe nacional de dois experimentos com a NASA sobre a Amazônia. Aposentou-se do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE/MCT), onde foi diretor de Ciências Espaciais e Atmosféricas, como Pesquisador Titular III. Entre 1990 e 1992, foi presidente da Fundação para Estudos Avançados no Trópico Úmido (UNITROP), Governo do Estado do Amazonas, em Manaus, onde desenvolveu pesquisas sobre desenvolvimento sustentado, em particular o biodiesel, combustivel renovável feito de óleos de palmáceas nativas.
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sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Gente é pra brilhar



Richard Jakubaszko
Recebi um texto creditado a Nelson Mandela, enviado pelo leitor do blog Gerson Machado, que afirma que gente deve brilhar. Entretanto, nosso compositor e poeta tupiniquim Caetano Veloso já abordou o tema em sua letra e música "Gente" em que registra, também, que "gente é pra brilhar". Não é que os dois têm razão! Texto por texto, prefiro a poesia de Caetano, além de ser mais "antiga", com quase toda a certeza. Ou não? Mas o texto de Mandela tem seu brilho!


Seu jogo pequeno não serve ao mundo
Nelson Mandela
"Nosso medo mais profundo não é que sejamos inadequados.
Nosso medo mais profundo é que sejamos poderosos além da medida.
É nossa luz, não nossa escuridão, que mais nos assusta.
Podemos perguntar-nos, ‘quem sou eu para ser brilhante, lindo, talentoso e fabuloso?’
Na verdade, quem é você para não ser? Você é um filho de Deus.
Seu jogo pequeno não serve ao mundo.
Não há brilho em se encolher para que outras pessoas não se sintam inseguras ao seu redor.
Nós todos somos feitos para brilhar, como as crianças fazem.
Nascemos para tornar manifesta a glória de Deus que está dentro de nós.
Não é apenas em alguns de nós, é em todo mundo.
E conforme deixamos nossa própria luz brilhar, inconscientemente damos às outras pessoas permissão para fazer o mesmo.
Conforme nos libertamos do nosso próprio medo, nossa presença automaticamente liberta outros".



Gente

Caetano Veloso

Gente olha pro céu

Gente quer saber o um

Gente é o lugar
De se perguntar o um
Das estrelas se perguntarem se tantas são
Cada, estrela se espanta à própria explosão
Gente é muito bom
Gente deve ser o bom
Tem de se cuidar
De se respeitar o bom
Está certo dizer que estrelas
Estão no olhar
De alguém que o amor te elegeu
Pra amar
Marina, Bethânia, Dolores,
Renata, Leilinha,
Suzana, Dedé
Gente viva, brilhando estrelas
Na noite
Gente quer comer
Gente que ser feliz
Gente quer respirar ar pelo nariz
Não, meu nego, não traia nunca
Essa força não
Essa força que mora em seu
Coração
Gente lavando roupa
Amassando pão
Gente pobre arrancando a vida
Com a mão
No coração da mata gente quer
Prosseguir
Quer durar, quer crescer,
Gente quer luzir
Rodrigo, Roberto, Caetano,
Moreno, Francisco,
Gilberto, João
Gente é pra brilhar,
Não pra morrer de fome
Gente deste planeta do céu
De anil
Gente, não entendo gente nada
Nos viu
Gente espelho de estrelas,
Reflexo do esplendor
Se as estrelas são tantas,
Só mesmo o amor
Maurício, Lucila, Gildásio,
Ivonete, Agripino,
Gracinha, Zezé
Gente espelho da vida,
Doce mistério
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quarta-feira, 19 de setembro de 2012

A foto do ano

Richard Jakubaszko
a foto abaixo anda circulando enlouquecida pela blogosfera, e me foi enviada por Demétrio Costa, jornalista e tucano juramentado, em pleno regozijo de seus direitos democráticos, mais feliz do que corintiano em festa pela queda dos verdes para a segundona. A personagem abaixo seria Mussum Barbosa, pois não?


segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Reflexões sobre o efeito estufa


Luiz Carlos Baldicero Molion, PhD *
Instituto de Ciências Atmosféricas , Universidade Federal de Alagoas


O fenômeno do efeito-estufa, como descrito nos livros de Meteorologia, é questionável e desafia as leis da Termodinâmica! Esse fenômeno não está descrito nos livros de Física. A versão clássica o compara com o que ocorre nas casas de vegetação (estufa de plantas = greenhouse), nas quais a radiação solar atravessa os painéis de vidro e aquece o chão e o ar interno. A radiação infravermelha térmica (IV), emitida dentro da casa de vegetação, não consegue passar pelo vidro, que a absorve por ser opaco a ela (vidro absorve comprimentos de onda superiores a 2,8 µm) e a impede de escapar para o ambiente exterior à casa de vegetação. Esse seria o fenômeno responsável pelo aumento de sua temperatura. Em princípio, ocorreria a mesma coisa na atmosfera terrestre. A radiação solar incide sobre a atmosfera, parte dela (30%) é refletida de volta para o espaço exterior por nuvens, moléculas do ar e pela própria superfície terrestre, porém boa parte atravessa a atmosfera e é absorvida pela superfície terrestre, que se aquece. Aquecida, a superfície emite radiação IV que, por sua vez, seria absorvida por gases constituintes minoritários da atmosfera, como vapor d’água, gás carbônico (CO2) e metano (CH4), os chamados gases de efeito-estufa (GEE), que atuariam de forma semelhante ao vidro. Os GEE emitiriam a radiação IV absorvida em todas as direções, inclusive de volta à superfície. Essa seria a explicação para o ar adjacente à superfície ser mais quente que as camadas superiores da atmosfera. Em princípio, quanto maior a concentração dos GEE, maior seria a absorção da radiação pela atmosfera e emissão para a superfície e mais quente ficaria o planeta. Ou seja, maior injeção de CO2 e CH4 na atmosfera tenderia a intensificar o efeito-estufa.

A primeira vez que o fenômeno da “casa de vegetação aquecida” foi mencionado na literatura foi por Joseph Fourier (o mesmo da Matemática) em 1826. Depois, em 1859, John Tyndall descobriu que gases, como vapor d'água e CO2 e CH4, absorviam radiação IV. Em 1896, Svante Arrhenius (da Química) afirmou que, segundo seus cálculos, a temperatura global aumentaria de 5°C a 6°C se a concentração de CO2 dobrasse. Arrhenius nem calculadora tinha e o IPCC precisou de complexos modelos de clima, que rodam em supercomputadores, e gastar bilhões de dólares para chegar ao mesmo número de Arrhenius. Entretanto, em 1909, Robert W. Wood construiu dois modelos de casa de vegetação, uma de vidro e outra de quartzo, que não absorve a radiação IV, e demonstrou que as temperaturas finais das duas eram semelhantes. Ou seja, a casa de vegetação se mantinha aquecida não por causa da propriedade do vidro absorver radiação IV, e sim porque o ar, aquecido e menos denso, ficava confinado dentro da casa de vegetação e não conseguia se misturar ou subir (convecção), dando lugar a ar mais frio, proveniente de outras camadas atmosféricas, conforme ocorre na atmosfera livre. Portanto, a absorção pelos GEE não seria o mecanismo principal para aquecer o ar próximo à superfície. O assunto, porém, foi deixado de lado porque o clima era muito frio naquela época. 

Foi só em 1938 que um técnico em máquinas a vapor da British Electric, Guy S. Callendar, escreveu um trabalho, associando o aumento de temperatura entre 1925 e 1937 à emissão de CO2 proveniente do aumento de geração de energia por termelétricas. Na época, ele foi amplamente refutado pelos "papas" da Climatologia, mas não desistiu. Ora, sabe-se hoje que o aumento da temperatura entre 1925-1946 foi devido ao aumento da atividade solar, maior transparência da atmosfera e aquecimento dos oceanos, portanto, natural! Em 1956, Charles Keeling modificou um cromatógrafo a gás a fim de medir CO2 utilizando um comprimento de onda de radiação IV que é absorvido pelo CO2, e passou a medir a concentração de CO2 por absorção de IV e não por análises químicas como era feito até então. Keeling se associou a Callendar para defender o aquecimento global pelo CO2. Porém, ninguém se importou muito, porque ocorreu em resfriamento global entre 1946-1976, embora a concentração de CO2 estivesse crescendo rapidamente devido ao aumento da atividade industrial pós-guerra. A partir de 1977, o clima começou a se aquecer novamente e, em 1988, Dr. James Hansen (astrônomo, não meteorologista), GISS/NASA, deu um depoimento no Congresso Americano afirmando que o aquecimento era devido ao aumento de CO2, liberado pelo homem por meio da queima de combustíveis fósseis: petróleo, carvão mineral e gás natural. Nesse mesmo ano, foi criado o IPCC, e daí a histeria global se instalou! Como pode ser percebido, o efeito-estufa nunca foi comprovado ou teve sua existência demonstrada. Ao contrário, há 100 anos, Robert W. Wood já demonstrara que seu conceito é falso! Porém, uma mentira repetida inúmeras vezes, torna-se verdade. 

Ao medir a emissão de IV pela Terra para o espaço exterior com sensores a bordo de plataformas espaciais, encontra-se uma temperatura efetiva de corpo negro igual a 255K (18°C negativos) pela Lei de Stefan-Boltzmann. A temperatura média do ar à superfície é cerca de 288K (15°C). Aí, é dito que “o efeito-estufa aumenta de 33°C (diferença entre 288 e 255) a temperatura na Terra e, se ele não existisse, a temperatura de superfície seria 18°C negativos”! Essa afirmação é falsa, pois, se não existisse atmosfera, não existiriam nuvens que são responsáveis pela metade do albedo planetário.

Assim, o fluxo de radiação solar seria 15% maior e a temperatura planetária igual a 268K (-5ºC). Mas, o mecanismo questionável é o processo de absorção e emissão de IV pelos GEE. Se o CO2 for tratado como corpo negro, como ele absorve eficientemente radiação IV em 15 microns, sua emissão, que é máxima nesse comprimento de onda (Lei de Kirchhoff), corresponderia a uma temperatura de aproximadamente 193K (80°C negativos) decorrente da Lei de Wien. Um corpo frio (CO2 no ar) aqueceria um corpo quente (superfície)? Certamente, isso fere as leis da Termodinâmica! Quando muito, o corpo frio poderia retardar a perda de calor. Os GEE absorvem radiação IV seletivamente, em algumas poucas faixas ou bandas de comprimento de onda, por meio de rotação, vibração e mistas de rotação-vibração de suas moléculas. Uma molécula de GEE, ao rodar ou vibrar, devido à absorção da radiação IV seletiva, dissipa a energia absorvida na forma de calor ao interagir com outras moléculas vizinhas (choque, atrito), aumentando a temperatura das moléculas de ar adjacentes, e não “re-irradia” IV.


Ou seja, a radiação IV absorvida pelos GEE é transformada em energia mecânica e em calor! Existem cerca de 2.600 moléculas de outros gases [Nitrogênio (N2=78%) + Oxigênio (O2=21%) + Argônio (Ar=0,9%) = 99,9%] para cada molécula de CO2 (0,039%). Isso constitui a mistura gasosa denominada “ar” e suas moléculas (matéria) são aquecidas termodinamicamente quando se fornece calor a elas. É mais aceitável, então, que as temperaturas próximas da superfície sejam mais elevadas devido ao contato do ar com a superfície quente (condução, “chapa quente”) e à pressão atmosférica (peso do ar). Ou seja, a massa atmosférica, submetida à aceleração da gravidade (peso por área=pressão), é que mantém o ar confinado na superfície que se aquece por compressão (lei dos gases perfeitos=temperatura proporcional à pressão) e pelo calor conduzido.

Quando o ar se aquece, sua densidade diminui, a tal ponto que se o empuxo, ao qual fica submetido, superar seu peso (1,20 kg por m3), o ar é forçado a subir (convecção = transporte de calor por meio do transporte vertical da massa de ar) e é reposto por ar mais frio que vem de seu entorno e das camadas superiores. Portanto, o processo físico mais relevante para o aquecimento do ar parece ser a condução do calor da superfície aquecida pela radiação solar. Em adição, o ar é aquecido por liberação de calor latente (convecção úmida = calor liberado para a atmosfera quando o vapor d’água se liquefaz, formando nuvens e chuva) e por um pequeno percentual de absorção direta de radiação solar. A emissão de radiação IV teria um papel secundário no controle da temperatura do ar próximo à superfície. E a emissão de radiação IV seria proveniente não dos GEE apenas, e sim da massa molecular que compõe a camada de ar como um todo. A camada de  ar (matéria) absorveria calor pelos diversos processos descritos e, ao se aquecer, emitiria IV em todas as direções, como qualquer corpo material. Portanto, os GEE, em particular o CO2, como são constituintes minoritários, com muito pouca massa molecular presente na mistura gasosa, dariam muito pouca contribuição a essa massa gasosa atmosférica total e, consequentemente, a sua emissão. Em outras palavras, se os GEE não existissem, a temperatura do ar próximo à superfície atingiria valores semelhantes aos que ocorrem atualmente. Portanto, se a concentração de CO2 dobrar devido às emissões antrópicas, o aumento de sua massa molecular seria ínfimo, de 0,039% para 0,078%, e sua contribuição, para a temperatura do ar, desprezível, impossível de ser detectada com a instrumentação disponível atualmente.


Nos trópicos, a temperatura do ar próximo à superfície depende basicamente da cobertura de nuvens e da chuva. O ciclo hidrológico é o “termostato” da superfície. Quando o tempo está nublado e chuvoso, a temperatura é baixa. Isso porque, a cobertura de nuvens funciona como um guarda-sol, refletindo radiação solar de volta para o espaço exterior em sua parte superior. Simultaneamente, a água da chuva é mais fria e sua evaporação rouba calor da superfície, refrigerando o ar. 

Quando não há nuvens e chuva, acontece o contrário, entra mais radiação solar no sistema, aquece a superfície e, como não existe água para evaporar, o calor do Sol é usado quase que exclusivamente para aquecer o ar (calor sensível). Em adição, se o ar estiver úmido logo após uma chuva de verão, a sensação térmica é intensificada, pois a alta umidade do ar dificulta transpiração da pele, que é o mecanismo fisiológico que regula a temperatura dos seres humanos. Durante o período seco, tem-se ar descente sobre a região, que provoca alta pressão atmosférica, céu claro, e dificulta a ascensão do ar aquecido, reduzindo a cobertura de nuvens. Isso faz com que a superfície e o ar em contato atinjam temperaturas altas. 

Numa cidade, devido à impermeabilização do solo, não há água da chuva para evaporar, todo calor do Sol é usado para aquecer o ar. Como as cidades cresceram e a população se aglomerou nelas, a impressão que a população metropolitana tem é que o mundo está se aquecendo. Um termômetro, instalado numa cidade, corrobora com essa percepção, pois passa a medir temperaturas cada vez mais elevadas com o crescimento da área urbanizada com o tempo, o chamado “efeito de ilha de calor urbana”. 

Ou seja, a sensação térmica sentida pelo ser humano advém de condições atmosféricas locais e não globais. Não se conhece a metodologia de cálculo da “temperatura média global” e os locais das séries de temperaturas utilizadas pelo IPCC. São mantidos em segredo! Mas, se ela foi calculada utilizando-se termômetros “selecionados a dedo”, particularmente os instalados nos grandes centros urbanos onde se localizam as séries temporais mais longas, com dados contaminados pelo efeito de ilha de calor urbana, não é surpresa que a década de 2000 tenha sido considerada a “mais quente” dos últimos 750 anos! Na realidade, não há como calcular “uma temperatura média global” e a adotá-la como medida da variabilidade climática global. Uma medida mais adequada dessa variabilidade seria a estimativa da variação temporal do calor armazenado nos oceanos

Concluindo, o efeito-estufa, como descrito na literatura, nunca foi demonstrado e é difícil aceitar que o processo de emissão pelos GEE, em particular o CO2, seja o principal causador de temperaturas altas próximas à superfície. A emissão de radiação IV atmosférica é proveniente da massa de ar total (matéria), para a qual a contribuição do CO2 é muito pequena quando comparada com as massas de N2 e de O2, e o aumento de sua concentração teria um efeito desprezível na massa de ar e em sua temperatura. Frases como “temos que impedir que a temperatura aumente mais de 2°C, mantendo a concentração de CO2 abaixo de 460 ppmv”, não têm sentido físico algum. Tal cálculo é proveniente de uma grande simplificação da equação de absorção radiativa dos GEE, “ajustada” para reproduzir o aumento de temperatura com a variação da concentração de CO2 observada. E essa equação não tem base científica alguma! Portanto, a redução das emissões de carbono para a atmosfera não terá efeito algum sobre a tendência do clima, pois o CO2 não controla o clima global. E a tendência para os próximos 20 anos é de um resfriamento global, mesmo que a concentração de CO2 continue a aumentar. Considerando que 80% da matriz energética global dependem dos combustíveis fósseis, a imposição da redução das emissões de carbono, na realidade, afetará o desenvolvimento dos países pobres, particularmente o Brasil, aumentando as desigualdades sociais no planeta.

Referência Bibliográfica
Calendar, G.S., The artificial production of Carbon Dioxide and its influence on climate. Quart. Jour. Roy. Met. Soc. 64, p: 223-240, 1938.
Fleagle, R.G. e J.A.Businger. An Introduction to Atmospheric Physics. Academic Press, p.432, New York, NY, 1980
Callendar, G. S. Can Carbon Dioxide Influence Climate? Weather 4, 310–314, 1949.
Wood, R.W. Note on the theory of the greenhouse effect, Philosophical Magazine, vol 17, p.319-320, ou em http://sci.tech-archive.net/pdf/Archive/sci.physics/2008-04/msg00498.pdf, 1909
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