sábado, 22 de junho de 2013

Povo não é bucha de canhão!


Richard Jakubaszko
A imbecilidade parece ter tomado conta do país e do planeta. O que se percebe é o povo manipulado, como sempre foi, as elites e poderosos fazendo o povo de bucha de canhão. É terrorismo puro, não há ética, nem pudor. Na briga pelo "câmbio justo", por menor inflação, políticas sociais mais justas, melhor educação, mais saúde, mais segurança, pela derrubada da PEC 37 (óps! que delícia de reivindicação da mídia elitista! - o povo nem sabe o que é PEC...). Tudo isso é fruto do "sair às ruas como um leão, mas votar como jumento".

Na politicalha oportunista, por trás dos panos e na mídia, dizem "agora tira o Mantega e põe o Meirelles", ou "aumenta a Selic", para ganhar mais na especulação financeira, no desespero de conquistar uns votos a mais na campanha de 2014, a mídia comandada pela elite repete os pleitos que imagina serem os sonhos do povo. E motiva um bando de jovens idealistas - e panacas! - da classe média emergente a protestar nas ruas por 0,20 centavos e que, embevecidos de sua "luta social", se deixam contaminar por neonazistas que só querem a bagunça generalizada. Atrás deles surgem os aproveitadores que assaltam lojas e pessoas nas ruas. E o circo se forma. Primeiro a mídia critica ou ignora as massas, conforme a conveniência. Depois aplaude, e os chavões tipo "o gigante acordou!" imbecilizam a blogosfera e a grande mídia.

Pura manipulação, o barulho atende exclusivamente as críticas da elite que só sabe repetir o refrão da corrupção, "contra tudo isso que aí está". Na guerra da comunicação as trocas de desaforos, a desinformação, o quase caos, ninguém sabe o que está acontecendo, mas as tentativas de golpes seguem seu curso. O Governo Federal, imbecilizado também, politicamente correto, acuado pela mídia, diz que vai atender as tais reivindicações, que vai ouvir os líderes dos protestos.

Que líderes são esses, se há uma anomia (ausência de leis e líderes)? Ou ela está covardemente anônima e escondida! É o que se suspeita.

Parece não haver outra forma de reagir. Se o governo desafiar os manipuladores será acusado de desequilibrado e incapaz de gerir o país. Collor fez isto, pediu ao povo para que não o deixasse sozinho. Saiu, sozinho, foi defenestrado. Justamente pela mídia que o tinha colocado no poder.

Todo mundo manipulado. Sempre foi assim. Usam o povo como bucha de canhão.

Dizem por aí que episódios similares em outros países, nos anos recentes e nos dias de hoje, mostram um colapso da confiança na democracia. Politicólogos dizem que o cidadão comum é apartidário, sente-se cada vez menos representado pelos partidos, pelos políticos e pelos governos. No Brasil, como em outros países, os protestos não são contra correntes específicas ou partidárias ou a favor de ideologias. Especula-se que os jovens não gostam de política e de políticos. Mas, como viver sem eles? Não é uma utopia? Como dito, o brasileiro vai à rua contra “tudo que está aí”. Será? Pode ser, há insatisfações no ar, é verdade, insufladas e estimuladas pela mídia e pelos políticos da oposição, isso sempre houve, mas anda sendo manipulado e exacerbado, convenhamos. Querem reinventar a democracia? Ou desejam desestabilizar o governo? Esta última hipótese parece ser a mais provável, e já apontei isso em posts anteriores. Normalmente dá em merda!


Leio no blog da Cidadania: “o instituto Datafolha realizou entre os manifestantes sobre intenção de voto para presidente da República e que deixou Dilma Rousseff em terceiro lugar e o presidente do STF, Joaquim Barbosa, disparado na frente, em primeiro, mostra que esse movimento que convulsionou e pisoteou o país não representa a grande maioria da sociedade. Segundo a pesquisa, o perfil dos manifestantes mostra que a maioria é composta por homens (61%) e tem nível
superior (78%). Precisa dizer mais alguma coisa?”
Imbecis! Se o povo sair das favelas e dos morros para protestar, se descer ao asfalto, não sobra pedra sobre pedra!

O que se percebe com as pessoas comuns é descontentamento pelo excesso de
protesto e manifestação. Alguns declaram ter medo. Outros, mostram irritação, pois viver em grandes cidades está se tornando inóspito, seja pelo trânsito sempre caótico, a demora entre ir e vir do trabalho, a insegurança de andar pelas ruas, e ainda ter de enfrentar baderneiros que querem transformar o país em paraíso, mas antes disso destroem tudo o que encontram pela frente.

Entretanto, sejamos atentos, entendamos o que seja manipulação. Perceba que você está sendo manipulado, lendo abobrinhas pelos "faces" da vida, ao assistir TV ou ler jornais e revistas. Nos blogs também, é óbvio... Leia o texto abaixo, depois de entender o que é manipulação você nunca mais será o mesmo.

As 10 estratégias de manipulação midiática
por Noam Chomsky *


1 - A estratégia da distração. O elemento primordial do controle social é a estratégia da distração, que consiste em desviar a atenção do público dos problemas importantes e das mudanças decididas pelas elites políticas e econômicas, mediante a técnica do dilúvio ou inundação de contínuas distrações e de informações insignificantes. A estratégia da distração é igualmente indispensável para impedir que o público se interesse pelos conhecimentos essenciais, na área da ciência, da economia, da psicologia, da neurobiologia e da cibernética. “Manter a atenção do público distraída, longe dos verdadeiros problemas sociais, cativada por temas sem importância real. Manter o público ocupado, ocupado, ocupado; sem nenhum tempo para pensar; de volta à granja com outros animais (citação do texto “Armas silenciosas para guerras tranquilas”).

2 - Criar problemas e depois oferecer soluções. Esse método também é denominado “problema-reação-solução”. Cria-se um problema, uma “situação” prevista para causar certa reação no público a fim de que este seja o mandante das medidas que desejam sejam aceitas. Por exemplo: deixar que se desenvolva ou intensifique a violência urbana, ou organizar atentados sangrentos, a fim de que o público seja o demandante de leis de segurança e políticas em prejuízo da liberdade. Ou também: criar uma crise econômica para forçar a aceitação, como um mal menor, do retrocesso dos direitos sociais e o desmantelamento dos serviços públicos.

3 - A estratégia da gradualidade. Para fazer com que uma medida inaceitável passe a ser aceita basta aplicá-la gradualmente, a conta-gotas, por anos consecutivos. Dessa maneira, condições socioeconômicas radicalmente novas (neoliberalismo) foram impostas durante as décadas de 1980 e 1990. Estado mínimo, privatizações, precariedade, flexibilidade, desemprego em massa, salários que já não asseguram ingressos decentes, tantas mudanças que teriam provocado uma revolução se tivessem sido aplicadas de uma só vez.

4 - A estratégia de diferir. Outra maneira de forçar a aceitação de uma decisão impopular é a de apresentá-la como “dolorosa e desnecessária”, obtendo a aceitação pública, no momento, para uma aplicação futura. É mais fácil aceitar um sacrifício futuro do que um sacrifício imediato. Primeiro, porque o esforço não é empregado imediatamente. Logo, porque o público, a massa tem sempre a tendência a esperar ingenuamente que “tudo irá melhorar amanhã” e que o sacrifício exigido poderá ser evitado. Isso dá mais tempo ao público para acostumar-se à ideia de mudança e de aceitá-la com resignação quando chegue o momento.

5 - Dirigir-se ao público como se fossem menores de idade. A maior parte da publicidade dirigida ao grande público utiliza discursos, argumentos, personagens e entonação particularmente infantis, muitas vezes próximos à debilidade mental, como se o espectador fosse uma pessoa menor de idade ou portador de distúrbios mentais. Quanto mais tentem enganar o espectador, mais tendem a adotar um tom infantilizante. Por quê? “Se alguém se dirige a uma pessoa como se ela tivesse 12 anos ou menos, em razão da sugestionabilidade, então, provavelmente, ela terá uma resposta ou reação também desprovida de um sentido crítico”.

6 - Utilizar o aspecto emocional mais do que a reflexão. Fazer uso do aspecto emocional é uma técnica clássica para causar um curto circuito na análise racional e, finalmente, ao sentido crítico dos indivíduos. Por outro lado, a utilização do registro emocional permite abrir a porta de acesso ao inconsciente para implantar ou enxertar ideias, desejos, medos e temores, compulsões ou induzir comportamentos.

7 - Manter o público na ignorância e na mediocridade. Fazer com que o público seja incapaz de compreender as tecnologias e os métodos utilizados para seu controle e sua escravidão. “A qualidade da educação dada às classes sociais menos favorecidas deve ser a mais pobre e medíocre possível, de forma que a distância da ignorância que planeja entre as classes menos favorecidas e as classes mais favorecidas seja e permaneça impossível de alcançar (ver “Armas silenciosas para guerras tranquilas”).

8 - Estimular o público a ser complacente com a mediocridade. Levar o público a crer que é moda o fato de ser estúpido, ou vulgar e inculto.

9 - Reforçar a autoculpabilidade. Fazer as pessoas acreditarem que são culpadas por sua própria desgraça, devido à pouca inteligência, por falta de capacidade ou de esforços. Assim, em vez de rebelar-se contra o sistema econômico, o indivíduo se autodesvalida e se culpa, o que gera um estado depressivo, em que um dos efeitos é a inibição de sua ação. E sem ação, não há revolução!


10 - Conhecer os indivíduos melhor do que eles mesmos se conhecem. No transcurso dos últimos 50 anos, os avanços acelerados das ciências geraram uma enorme diferença entre os conhecimentos do público e os possuídos e utilizados pelas elites dominantes. Graças à biologia, à neurobiologia e à psicologia aplicada, o “sistema” tem desfrutado de um conhecimento avançado do ser humano, tanto no aspecto físico quanto no psicológico. O sistema conseguiu conhecer melhor o indivíduo comum do que ele a si mesmo. Isso significa que, na maioria dos casos, o sistema exerce um controle maior e um grande poder sobre os indivíduos, maior do que o dos indivíduos sobre si mesmos.
* Linguista, filósofo e ativista político estadunidense. Professor de Linguística no Instituto de Tecnologia de Massachusetts, IMT.


NOTAS DO BLOGUEIRO:
A) Este texto consta como autoria de Noam Chomsky. Mas amigos me informam que o verdadeiro autor seria Sylvan Timsit. Não obtive a confirmação, nem de uma coisa e nem de outra, em minhas pesquisas.

B) Dentre as chamadas estratégias de manipulação, seja da mídia ou da população, as mais antigas e conhecidas são as histórias de Papai Noel, a cegonha, logo desmentidas.

C) As crises econômicas e políticas sempre foram criadas por interesses de grupos hegemônicos, ou que tinham pretensão a isso. As guerras, por exemplo, sempre tiveram desculpas religiosas, políticas e econômicas.

D) Como uso da estratégia de manipulação midiática há vários exemplos recentes na história da humanidade: o primeiro, talvez o maior até então, foi a “desculpa” e acusação dos EUA, e de alguns países aliados, de que o Iraque detinha armas de destruição química em massa e precisavam ser detidos nessa caminhada. Assim, detiveram o Iraque, a mídia acompanhou e aplaudiu tudo. Invadiram o Iraque, capturaram, “julgaram”, condenaram e executaram o ditador Sadam Hussein, apesar de ter sido comprovado que as armas químicas não existiam. Guardadas as proporções, foi como o caso da Escola Base, em São Paulo, em 1994. A mídia até hoje se lamenta, e poucos fazem o mea culpa.

E) Outra estratégia de manipulação em curso é a história da carochinha sobre o
aquecimento planetário. Tenho vários artigos aqui no blog sobre este assunto, é só o leitor pesquisar aí na aba lateral pelas palavras “CO2”, “aquecimento”, ou “meio ambiente”, que irá localizar dezenas de textos específicos. Recomendo “CO2: a unanimidade da mídia é burra”, escrito com a parceria de Odo Primavesi: http://richardjakubaszko.blogspot.com/2009/10/co2-unanimidade-da-midia-e-burra.html um texto que é, de longe, o meu artigo mais lido até hoje. Recomendo ainda “CO2: discussão de bêbados”: http://richardjakubaszko.blogspot.com/2010/03/discussao-de-bebados.html onde aponto de forma clara os responsáveis por essa manipulação.

F) Lembro que a gripe suína, em 2008, foi mais uma manipulação, de marketing viral, evidentemente, pois iria acabar com pelo menos 1/5 da população planetária. Bastou a indústria farmacêutica vender as vacinas, e mesmo sem o seu uso, os índices de contaminação caíram e a gripe suína esfriou na mídia, saiu das manchetes. Foi a mesma coisa com a história dos gases CFC que iam acabar com a camada de ozônio, foi assim com o boog do milênio, lembram? Ia desligar tudo, porque os computadores não saberiam calcular o calendário dos anos dois mil...

G) Retornemos aos protestos manipulados contra os 0,20 de aumento no transporte público. Movimento sem líder, que começa de repente, e vai crescendo. Igual ao que aconteceu por vários países da Europa, especialmente Grécia, Espanha, e agora na Turquia. Exatamente como a tal "Primavera árabe", que levou países à guerra civil, como Líbia, e outros. Quem será que faz isso? A CIA? A coisa começa pelo "face", tem pauta única e justa em termos sociais, que agrada a um grupo, e vai crescendo, chega às ruas e depois se generaliza, aí todo mundo quer outras melhorias e mudanças, todas justas. Vira pauta generalizada de reivindicações de grupos e grupelhos.

Coincidentemente, aspecto comum aos outros países, são pautas dos grupos políticos que estão fora do poder, mas não têm propostas a fazer. Assim, manipulam os que protestam, e a mídia repercute com alegria. É deplorável! Hipocrisia pura. Até porque, fica claro que anteciparam a campanha política de 2014, mas queriam, quem sabe, interromper a Copa da Confederações, talvez a Copa do Mundo de Futebol de 2014. O Brasil que se ferre!

Era isso, peço perdão aos leitores se me estendi. Mas a causa é nobre.

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3 comentários:

  1. Ricardo Sampaio Corrêa22 de junho de 2013 às 21:16

    Richard,
    nutria simpatia pelos manifestantes até quinta-feira última, mas depois que foram atendidos na redução dos aumentos dos ônibus disseram que iam parar e aí voltaram atrás.
    Fica claro que estão sendo manipulados, e provavelmente pagos para fazerem o que estão fazendo.
    Ricardo Sampaio Corrêa, do Rio de Janeiro

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  2. Richard
    caso a presidencia cumpra com o prometido no anuncio recente sobre politicas de transporte publico, saude e educacao bem como dinheiro privado e nao publico indo para estadios etc (http://www2.planalto.gov.br/imprensa/discursos/pronunciamento-da-presidenta-da-republica-dilma-rousseff-em-cadeia-nacional-de-radio-e-tv) talvez haja um lado positivo, entretanto e' plausivel que voce possa acrescentar mais algumas tecnicas de manipulacao na sua lista sobre a hierarquia da manipulacao, que vai desde alimentos ate' as tecnologias sociais usadas na 'engenharia do futuro'...
    Gerson

    - http://www.theonion.com/video_embed/?id=570

    - http://www.forbes.com/2010/11/19/in-q-tel-cia-venture-fund-business-washington-cia_slide.html

    - http://www.corbettreport.com/meet-in-q-tel-the-cias-venture-capital-firm-preview/

    - http://www.kcet.org/news/ballotbrief/elections2012/propositions/prop-37-funding-genetically-engineered-food.html

    - http://www.businessweek.com/articles/2013-06-20/booz-allen-the-worlds-most-profitable-spy-organization

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  3. Richard uma pesquisa rapida na Internet mostra que o artigo citado no seu blog realmente e' de autoria de Noam Chomsky, outros artigos recentes e antigos do mesmo autor estao abaixo.
    Gerson
    ---
    http://www.globalresearch.ca/america-is-running-the-worlds-largest-terrorist-operation/5339835
    Noam Chomsky America Is Running the World’s Largest Terrorist Operation
    ===
    http://parisis.files.wordpress.com/2011/01/noam-chomsky.pdf
    Noam Chomsky "10 strategies of manipulation" by the media
    ===
    http://www.alternet.org/media/10-brilliant-quotes-noam-chomsky-how-media-really-operates-america
    10 Brilliant Quotes by Noam Chomsky on How Media Really Operates in America
    ===
    http://en.wikipedia.org/wiki/Noam_Chomsky%27s_political_views
    Noam Chomsky's political views
    ===
    http://www.an-archiv.kilu.info/libtxt/chomsky/Noam%20Chomsky%20-%20Media%20Control%20-%20The%20Spectacular%20Achievements%20of%20Propaganda.pdf
    Noam Chomsky Media Control - The Spectacular Achievements of Propaganda
    ===

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