segunda-feira, 30 de setembro de 2013

As 10 cidades mais poluídas do mundo

Richard Jakubaszko 
Um completo absurdo o que acontece no planeta em termos de poluição, consequência da ganância humana, do lucro a qualquer custo, da imprevidência, do descaso e omissão de autoridades, e também da ainda crescente expansão demográfica. A lotação do planeta já superou sua capacidade de nos prover de alimentos, água e minerais básicos.

ONG apresenta lista das 10 cidades mais poluídas do mundo
por Jéssica Lipinski - Fonte: Instituto CarbonoBrasil
China, Índia e Rússia se destacam no ranking, mas até o Peru possui um município com poluição extrema; mineração é a principal causa da degradação ambiental
A organização não governamental (ONG) Instituto Blacksmith, em parceria com a revista Time e a rede australiana ABC Environment, divulgou sua segunda lista anual das dez cidades mais poluídas do mundo. Entre os dez municípios mais poluídos, dois se localizam na China, dois na Índia, dois na Rússia, um no Azerbaijão, um na Ucrânia, um no Zâmbia (única cidade na África) e um no Peru (único município latino-americano).

No total, cerca de 12 milhões de habitantes são afetados pelas más condições ambientais que possuem essas cidades, tais como poluição atmosférica, água contaminada, exposição a metais pesados etc.

“Essas cidades não estão no circuito turístico, então não há muita atividade global, mas precisamos fazer algo a respeito disso”, comentou Richard Fuller, presidente do Instituto Blacksmith, à Time.

Abaixo, a classificação dos municípios, com os problemas que possuem e o número de habitantes afetados:

1) Linfen, China – Sendo uma das cidades mais poluídas da China, Linfen é o centro da extração e produção de carvão do país. As colinas da cidade são
Linfen, China.
repletas de jazidas legais e ilegais, e a atmosfera possui uma grande quantidade de poluição formada a partir do carvão queimado. Para se ter uma ideia, o ar é tão poluído que é comum que as roupas estendidas nos varais fiquem sujas antes mesmo de secarem. Cerca de três milhões de habitantes são afetados.

2) Tianying, China – O município, localizado na província de Anhui, é um dos principais centros de mineração e  processamento de chumbo da China. Operações em pequena escala são conhecidas por desobedecerem as regulamentações de poluição, o que faz com que a concentração de poluentes no ar e no solo seja de 8,5 a dez vezes maior do que o padrão de saúde nacional. Cerca de 140 mil pessoas relatam sofrer com contaminação por chumbo.

3) Sukinda, Índia – O vale indiano de Sukinda contém 97% dos depósitos de minério de cromita – utilizada principalmente na fabricação de vidro, cimento e aço inoxidável e cromagem – do país. A mineração do elemento exala cromo hexavalente, que é tóxico, na atmosfera, solo e água, possivelmente afetando 2,6 milhões de pessoas.

4) Vapi, Índia – A cidade se localiza no sul do cinturão de estados industriais da Índia, o que faz com que Vapi sofra os efeitos colaterais do rápido crescimento industrial do país. Os níveis de mercúrio nas águas subterrâneas são 96 vezes maiores do que os níveis de segurança da Organização Mundial da Saúde (OMS), e os metais pesados que poluem a atmosfera do município são encontrados até em produtos locais, segundo a revista Time. Aproximadamente 71 mil pessoas são afetadas produtos químicos e metais pesados no ambiente.

5) La Oroya, Peru – O município é um dos principais centros de mineração de chumbo dos Andes peruanos, e 99% das crianças têm altos níveis do metal
La Oroya, Peru.
em seu sangue, devido principalmente a uma fundição de propriedade norte-americana que polui a cidade desde 1922, de acordo com a Time. O chumbo deve permanecer no solo por séculos, e não há planos para uma descontaminação. Aproximadamente 35 mil pessoas são prejudicadas pela poluição.

6) Dzerzhinsk, Rússia – Foi um dos maiores locais de produção de armas químicas da União Soviética. Segundo o Guinness Book – Livro dos recordes mundiais, a cidade é a mais quimicamente poluída do mundo, e em 2003 a taxa de óbitos ultrapassava a de nascimentos em 260%. Cerca de 300 mil pessoas são possivelmente afetadas pelos produtos químicos tóxicos e seus subprodutos.

7) Norilsk, Rússia – A outra cidade russa do ranking foi fundada para ser um campo de trabalho na Sibéria e é lar de um dos maiores complexos de fundição de metais pesados do mundo, onde cerca de quatro milhões de toneladas de cádmio, cobre, chumbo, níquel, arsênio, selênio e zinco são emitidos para a atmosfera a cada ano, informa a Time. A mortalidade por doenças respiratórias é muito maior do que a da Rússia como um todo, e acredita-se que 134 mil pessoas sejam impactadas pela poluição do ar.

8) Chernobyl, Ucrânia – Não é sem razão que esse município ucraniano é considerado um dos mais poluídos do mundo. Mesmo depois de 27 anos do vazamento nuclear, uma área de 30 quilômetros ao redor de Chernobyl continua perigosamente radioativa e inabitável. Entre 1992 e 2002, mais de quatro mil casos de câncer de tireoide foram diagnosticados entre crianças russas, ucranianas e bielorrussas que viviam na zona de precipitação radioativa, diz a Time. Acredita-se que, desde o acidente, 5,5 milhões de pessoas tenham sido afetadas.

9) Sumgayit, Azerbaijão – Outro centro industrial da União Soviética, Sumgayit foi lar de mais de 40 fábricas que produziam químicos industriais e agrícolas, como detergentes e pesticidas. A maioria das fábricas foi fechada, mas os efeitos persistem. Atualmente, as taxas de câncer são 22% a 51% mais altas do que a média nacional, enquanto a mortalidade por câncer é 8% mais alta. Cerca de 275 mil habitantes são prejudicados.

10) Kabwe, Zâmbia – Grandes depósitos de chumbo foram descobertos na cidade em 1902, e embora a maioria das minas e fundições não estejam mais operando, as concentrações de chumbo nas crianças é cinco a dez vezes o permitido pelos níveis da Agência de Proteção Ambiental (EPA) dos EUA, e podem ser altas o suficiente para matar. Acredita-se que 255 mil pessoas sejam afetadas pelo chumbo.

Imagens: Cidades de Linfen e La Oroya – Wikimedia Commons
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domingo, 29 de setembro de 2013

Milagre: voltou do coma depois de 2 anos!

Richard Jakubaszko  
Uma jovem carioca saiu do coma, depois de 2 anos. Abaixo a foto da jovem e seu relato de como escapou do coma com a ajuda de um cantor de Funk.
E você? Sairia do coma também?

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sexta-feira, 27 de setembro de 2013

O SUS americano é pior do que o SUS brasileiro

Richard Jakubaszko 
O SUS americano é muito pior do que o SUS brasileiro. Aliás, os EUA não têm exatamente um SUS. Lá, vigora a lei do mais forte, a lei de quem tem mais dinheiro.
Apesar de ser constituído por empresas de seguro saúde, o SUS americano é coisa de 3º mundo, e a burocracia esconde o jogo. Cerca de 250 milhões de americanos pagam seguro saúde, mas recebem péssimos serviços. Tudo isso pode ser visto no documentário de Michael Moore no vídeo abaixo.

Outros 50 milhões de americanos não possuem seguro saúde ou qualquer outro tipo de atendimento médico público ou gratuito. Ou pagam verdadeiras fortunas por qualquer tipo de serviço médico/hospitalar, ou morrem. Não há opção.
Moore conta isso em detalhes.
Assista este documentário, e horrorize-se!

No documentário Moore mostra como as empresas de seguro saúde, associadas a políticos, médicos, e a indústria farmacêutica, engambela o povo mais rico do planeta, no país mais poderoso de todos os tempos.

Moore mostra, ainda, como funciona o SUS do Canadá e o SUS da Inglaterra. Neste momento aprendemos o que é um país civilizado.
Bom divertimento e aprendizado.
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quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Lula: "estou no jogo".

Richard Jakubaszko
O ex-presidente Lula concedeu entrevista neste dia 24 de setembro a um grupo de jornalistas da Rede Brasil Atual (RBA), ao site, rádio e revista da TVT e do jornal ABCD Maior. E mostrou suas armas para a próxima campanha. Entre outras coisas, Lula afirmou que "lá atrás, quando a oposição vetou a continuidade da CPMF, pensou e desejava apenas prejudicar ao meu governo, mas prejudicou o povo".
Lula reafirmou seu desejo de participar intensamente da campanha eleitoral de 2014, com o objetivo principal de reeleger a presidente Dilma. A diferença agora, conforme Lula, é que ela não é desconhecida como em 2010 e terá seus trunfos para mostrar, as vitórias e conquistas do governo que vem fazendo.
Na entrevista Lula abordou sobre quase tudo, inclusive sobre o julgamento do mensalão no STF, sobre a ascensão da classe média, a Copa de 2014 e as Olimpíadas de 2016.
No vídeo abaixo, de apenas 3 minutos, e que foi postado no Youtube, destacaram de Lula somente algumas frases isoladas de vários depoimentos ao longo da conversa, que durou mais de 90 minutos. A entrevista na íntegra será exibida ainda esta semana pela TVT e pela RBA.


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segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Fim da vida na Terra? – Cá estamos nós!

Richard Jakubaszko  
Discordo frontalmente de Dom Bertrand Orleans e Bragança (tataraneto de Dom Pedro II) em relação às questões ideológicas radicais que assume (ele é um dos líderes da famigerada TFP - Tradição Família e Propriedade), mas concordo sobre as questões técnicas ambientais, posição assumida por ele no livro Psicose Ambientalista, do qual o escritor Luís Dufaur, coautor do livro, escreve no artigo abaixo, divulgado pela "Agência Boa Imprensa".
Ou seja, concordo integralmente em relação ao fato de que não existe aquecimento ou mudanças climáticas, e discordo sobre o fato apontado por ele de que os maiores incentivadores dessa falácia seriam membros das esquerdas internacionais. Isto porque, os maiores interessados nessa agenda econômica e política são magnatas ligados ao setor enegético e ainda membros da ONU, apoiados por boa parte de pesquisadores científicos, interessados em verbas para pesquisa, e também pela imprensa, ávida por más notícias.
A Agência Boa Imprensa é a assessoria de imprensa do príncipe Bertrand e dos interesses da TFP, e eles andam muito ativos ultimamente.
A publicação desse artigo no blog é justificada, portanto, pela opinião do cientista alemão Ulrich A. Glasmacher, e que pode ser lida a seguir:

Fim da vida na Terra? – Cá estamos nós!
Luis Dufaur (*)        
“Há milhões de anos o planeta Terra enfrentava mudanças climáticas semelhantes às vividas atualmente” – explicou Ulrich A. Glasmacher, da famosa Universidade de Heidelberg, na Alemanha. “E isso não trouxe nenhuma catástrofe. Cá estamos nós” – acrescentou.

Para o cientista alemão, as mudanças climáticas “não são fenômenos novos na História. Há cerca de 350 milhões de anos tivemos os mesmos problemas de hoje. Estamos no mesmo ponto daquela época” – explicou ele durante a 65ª reunião anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, segundo reportagem de Heloísa Cristaldo para a Agência Brasil.

De acordo com Glasmacher, a temperatura do planeta não está aumentando, mas apenas oscilando: “As temperaturas estão flutuando, sobem e descem. Mas estamos muito influenciados pela mídia”. Acrescentou que no período dos dinossauros os vulcões foram responsáveis pela alta concentração de gases na atmosfera:
     
“Os vulcões – mesmo fora de atividade – liberam volumes enormes de gás carbônico. No entanto, os dinossauros não foram extintos do nosso planeta por causa desses gases.”

O pesquisador afirmou ainda que há 100 milhões de anos o planeta era coberto por neve, “um bolo de gelo, com clima muito frio”. “Há 60 milhões de anos, o Brasil, ainda unido à África, também estava coberto por uma camada de gelo”.

Para Ulrich A. Glasmacher, períodos muito quentes são geralmente precedidos por outros frios. Mas que “o ser humano aprendeu que se bater na noz, ela vai se abrir. Em pouco tempo foi possível reagir às mudanças do ambiente”, explicou ele diante da seleta plateia da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência.

Nos anos 900 a 1000, segundo o pesquisador, os vikings navegavam pelo norte do Oceano Atlântico e por toda a Groenlândia – ainda sem cobertura de gelo. “Os vikings achavam muito bom o período quente e produziam vinho em locais que hoje são congelados”.

O importante para o homem é sua inteligência e capacidade de adaptar-se ao clima, que nunca deixou de mudar. “Precisamos pensar também que somos os únicos no universo. A vida na Terra vai continuar em qualquer circunstância. Falar em cenário letal para o planeta é mentira e só serve para gerar medo” – concluiu o cientista.

Embora nosso bom senso nunca necessitasse de um cientista alemão para demonstrar tais evidências, a tortura ideológico-midiática exercida pelo ambientalismo radical impôs que um abalizado especialista como Glasmacher viesse dissipar dúvidas que fariam morrer de rir os nossos antepassados.

Por esta e por outras razões o Príncipe Dom Bertrand escreveu o livro – Psicose Ambientalista – Os bastidores do ecoterrorismo para implantar uma “religião” ecológica, igualitária e anticristã.

(*) Luís Dufaur é escritor,  e colaborou na elaboração do presente livro.
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sábado, 21 de setembro de 2013

Galinhas praticando o "deixa disso"?

Richard Jakubaszko   
Galinhas praticando o "deixa disso"? Nunca vi isso na minha vida!
Definitivamente, é hilário, deveras inusitado e exótico. Por isso que se diz que o mundo não é mais o mesmo... Algo aconteceu, e se a gente contar ninguém acredita. Então, vejam no vídeo abaixo a bronca e as bicadas do seo galo e de dona galinha nos coelhos brigões...

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sexta-feira, 20 de setembro de 2013

Xampu, para políticos e seus eleitores...

Richard Jakubaszko   
Vejam só o que a propaganda e o marketing poderiam fazer de bom em prol dos políticos. Não seria uma boa ideia essa de colocar certos políticos fazendo testemunhais de alguns produtos, como o desse xampu? Os eleitores que votam nesses políticos se tornariam bons consumidores desses produtos, já que acreditam em tudo o que dizem esses políticos... 
Na política e na propaganda vale qualquer coisa, né não?
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quinta-feira, 19 de setembro de 2013

A Justiça e a infraestrutura

Mauro Santayana 

O Brasil assistiu, nas últimas semanas, a duas importantes mudanças na área de infraestrutura.
A primeira está ligada ao anúncio de que, finalmente, grandes bancos estrangeiros aceitaram participar, em parceria com bancos estatais e privados nacionais, do financiamento de obras de infraestrutura em nosso país.

Essa notícia muda o padrão no qual a maioria do financiamento é público, subsidiado, brasileiro e estatal, e os ganhos, em vez de serem reinvestidos aqui dentro, são enviados para o exterior como remessa de lucros.

A segunda mudança é a ida de ministros brasileiros a países como a China, para apresentar oportunidades de investimento em infraestrutura.

Com isso, o Brasil amplia seus horizontes e suas parcerias, e sai de um quadro de dependência quase exclusiva de empresas e operadoras de países ocidentais.

“Sócios” que costumam pressionar e mudar a regras do jogo a seu bel prazer, com a ameaça de não participar das licitações.

Uma missão da China Railway Construction Corporation (CRCC), já está no Brasil à procura de parceiros para participar da disputa do trecho ferroviário que ligará Açailândia, no Maranhão, ao Porto de Vila do Conde, na cidade paraense de Barcarena.

Os chineses têm 3.3 trilhões de dólares em reservas internacionais, o maior banco de desenvolvimento do mundo e a maior companhia de construção ferroviária do mundo, com 2 milhões de empregados.

Ampliar a diversidade de investidores, no entanto, é apenas o primeiro passo para resolver os problemas de logística e infraestrutura no Brasil.

É preciso arranjar uma forma de a justiça se pronunciar, definitivamente, a propósito da construção de grandes projetos, antes do início das obras, e não quando já estão em andamento.

A constante interrupção - por longos períodos e por repetidas vezes - de obras tocadas pelo Governo Federal ou pelos estados, que são fundamentais para o desenvolvimento nacional, é o principal fator de insegurança, hoje, para os investidores.

Ainda anteontem, o Tribunal Regional Federal da Primeira Região determinou a suspensão imediata da construção da hidrelétrica de Teles Pires, ameaçando o consórcio responsável de multa de 500.000 reais por dia, em caso de desobediência.

Essa decisão – alega-se agressão à natureza e à cultura indígena – deveria ter sido tomada antes que fossem investidos os quatro bilhões de reais gastos até agora.

O que o consórcio vai fazer? Demitir os 6.000 trabalhadores que contratou, treinou, instalou no meio da selva, para recontratar depois outros quando a liminar for cassada?

Aí, quando a obra termina, com o dobro de tempo esperado e duas ou três vezes o custo inicialmente previsto, muita gente vai para a internet – uns por desinformação, e outros por má fé mesmo – para colocar, a torto e a direito, a culpa na corrupção e no “desgoverno”.

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terça-feira, 17 de setembro de 2013

Amanhã, o Brasil muda

Richard Jakubaszko 
Expectativa enorme dos brasileiros politizados e adeptos de todas as cores para o que vai acontecer amanhã no STF, quando o ministro Celso de Mello, decano da suprema corte, vai proferir seu voto e irá determinar se, não apenas ele, mas o plenário do STF aceita ou não os tais embargos infringentes interpostos pelos réus da Ação Penal 470, o tal do "mensalão".

O julgamento, como sabemos, ficou empatado em 5 x 5 votos na última sessão plenária, e agora o 11º voto irá desempatar a questão, até porque o presidente do STF já proferiu seu voto no primeiro momento, como relator, e não como presidente, pois seria voto de Minerva. Ansioso por terminar as votações o ministro e relator Joaquim Barbosa votou antes. Ato inédito no STF.

A mídia, atenta às tentativas políticas, e conveniente parceira das manobras do plenário, entendeu que a demorada chicana dos ministros Barbosa e Marco Aurélio de Mello, foi no sentido de não permitir o voto de Celso de Mello na sexta, postergando o voto para quarta, dia 18/9, e assim, desde sábado, 14/9, os jornalões e revistas semanais martelam mensagens "ouvidas das ruas e dos céus", de que "a opinião pública" quer o cumprimento das leis.

Ou seja, opinião publicada, no entender da mídia, agora virou "opinião pública", porque contraria os interesses políticos dessa mídia.
Um exemplo desse desespero político está no texto de Arnaldo Jabor, no Estado de hoje, que reproduzo abaixo.

Amanhã, o Brasil muda
17 de setembro de 2013
Arnaldo Jabor, em O Estado de S.Paulo de hoje.
Comecei a escrever este artigo e parei. Minhas mãos tremiam de medo diante da gravidade do assunto. Parei. Tomei um calmante e recomecei. Não posso me exacerbar em invectivas, em queixumes ou denúncias vazias. Tenho de manter a cabeça fria (se possível) para analisar os efeitos do resultado do julgamento do mensalão, que virá amanhã. "Tomorrow, and tomorrow, and tomorrow" (...) "o amanhã se infiltra dia a dia até o final dos tempos", escreveu Shakespeare em Macbeth (ato 5 cena 5); pois o nosso amanhã pode nos jogar de volta ao passado, provando a nós cidadãos que "a vida é um conto narrado por um idiota, cheio de som e fúria, significando nada". Ou que "a nossa vida será uma piada", na tradução livre de Delúbio Soares.

No Brasil nunca há "hoje"; só ontem e amanhã. Amanhã será amanhã ou será ontem. Depois de tanto tempo para se (des) organizar uma república democrática, o ministro Celso de Mello tem nas mãos o poder de decretar nosso futuro. Essa dependência do voto fatal de um homem só já é um despautério jurídico, um absurdo político. O "sagrado" regimento interno do STF está cuidadosamente elaborado por décadas de patrimonialismo para inviabilizar condenações. Eu me lembro do início do julgamento. Tudo parecia um atemorizante sacrilégio, como se todos estivessem cometendo o pecado de ousar cumprir a lei julgando poderosos. Vi o "frisson" nervoso nos ministros juízes que, depois de sete anos de lentidão, tiveram de correr para cumprir os prazos impostos pelas chicanas e retardos que a gangue de mensaleiros e petistas conseguiu criar. Suprema ironia: no país da justiça lenta, os ministros do Supremo foram obrigados a "andar logo", "mandar brasa", falar rápido, pois o Peluso tinha de votar, antes de sair em setembro. E só houve julgamento porque o ministro Ayres de Britto se empenhou pessoalmente em viabilizar prazos e datas. Se não, não haveria nada.

Dois ministros impecáveis e com saúde foram aposentados com 70 anos. Poderiam ao menos terminar o julgamento; mas, o "regimento" impediu. Sumiram de um dia para o outro, para gáudio dos réus. E foram nomeados em seu lugar Teori e Barroso, naturalmente ávidos para não se submeter ao ritmo de nosso Joaquim Barbosa e valorizar sua chegada ao tribunal. Até compreendo a vaidade, mas entraram para questionar o próprio julgamento, como Barroso declarou.

Amanhã, Celso de Mello estará nos julgando a todos; julgará o País e o próprio Supremo. Durante o processo, qualificou duramente o crime como "o mais vergonhoso da História do País, pois um grupo de delinquentes degradou a atividade política em ações criminosas". E agora?

Será que ele ficará fiel à sua opinião inicial? Ele fez um risonho suspense: "Será que evoluí?" - como se tudo fosse mais um doce embate jurídico. Não é.

Se ele votar pelos embargos infringentes, estará acabando com o poder do STF, pois nem nos tribunais inferiores como o STJ há esses embargos.

Nosso único foro seguro era (é?) o Supremo Tribunal. Precisamos de uma suprema instância, algum lugar que possa coibir a cascata suja de recursos que estimulam a impunidade e o cinismo. Já imaginaram a euforia dos criminosos condenados e as portas todas abertas para os que roubam e roubarão em todos os tempos? Vai ser uma festa da uva. A democracia e a República serão palavras risíveis.

O ministro Celso de Mello provavelmente não lerá esse artigo, pois se recolhe num retiro proposital para consultar sua "consciência individual".

Mas, afinal de contas, o que é essa "consciência individual", apartada de todos os outros homens vivos no País?

O novato Barroso, considerado um homem "de talento robusto e sério", como tantas personagens de Eça de Queiroz, já lançou a ideia e falou de sua "consciência individual" com orgulho e delícia: "Faço o que acho certo. Independentemente da repercussão. Não sou um juiz pautado sobre o que vai dizer o jornal no dia seguinte". Mas, quem o pauta? A coruja de Minerva, o corvo de Poe, ou os urubus que sobrevoam nossa carniça nacional? Ele não é pautado por nada? A população que o envolve, não o comove? Ele nasceu por partenogênese, geração espontânea, já de capa preta e sapatos ou foi formado como todos nós pelo olhar alheio, pelos limites da vida social, pelas ideologias e hábitos que nos cercam? Que silêncio "fecundo" é esse que descobre essências do Ser na solidão? Ele é o quê? O Heidegger do "regimento"? Essa ideia "barrosiana" de integridade não passa de falta de humildade, de narcisismo esperando iluminação divina.

E Celso de Mello aponta nessa mesma direção. Será? Será que ele terá a crueldade (esta é a palavra) de ignorar a vontade explícita da população pela violenta anulação de nove anos de suspense, por uma questiúncula em relação ao "regimento"? Por que não uma interpretação "sistemática" da lei, em vez da estrita análise literal? Transformará a "justiça suprema em suprema injúria" sobre todos nós?

Os acontecimentos benéficos ao País sempre voltam atrás, depois de uma breve euforia. Assim foi o milagroso surgimento da opinião pública nas ruas, logo reprimida não pela polícia, mas pelos punks fascistas encapuzados que amedrontaram todos, para alegria do Executivo e Legislativo. Todos os escândalos inumeráveis voltam ao nada. Um amigo me chama de pessimista; respondo que o pessimista é um otimista bem informado.

A verdade é que, desde o início, o desejo de ministros como o Lewandowski e o Toffoli era retardar o julgamento. Eu gelei quando vi a cara impassível do Lewandowski analisando o processo por seis meses e o Toffoli não se impedindo de votar, apesar de suas ligações anteriores com Dirceu. Depois, os dois novatos chegaram para proferir sentenças contra o processo de que não participaram.

Em tudo isso há sim um forte desejo de ferrar o Joaquim Barbosa, por inveja da fama que conquistou.

E afirmo (com arrogância de profeta) que amanhã o Celso de Mello, com sua impecável "consciência individual", vai votar "sim" pelos embargos.
Será a vitória para os bolcheviques e corruptos lobistas. Ok, Dirceu, você venceu.

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OBSERVAÇÕES DO BLOGUEIRO
A situação do julgamento do mensalão no STF, conforme o ótimo infográfico do Estadão, abaixo, não apenas assume ares políticos, o que já era uma constante em todo o julgamento, apenas que, agora, admite-se isso, indiretamente. Melhor dizendo, não se está fazendo um julgamento penal da Ação Penal 470, mas julgando o "mensalão".

Desde que me conheço por gente, decisões do STF eram ouvidas e acatadas. Nesse "tempos modernos" a mídia tenta descaradamente ganhar o jogo de forma antecipada, como se pode perceber na argumentação infantilizada de Arnaldinho Jabor no texto acima.
Amanhã saberemos quem venceu, ou, se o Brasil perdeu.


Clique na imagem para permitir a leitura das legendas.

sábado, 14 de setembro de 2013

A situação crítica das abelhas melíferas

Richard Jakubaszko  
Em dezembro de 2007 publiquei aqui neste blog o post "Sinais do fim do mundo? As abelhas estão sumindo." Esse artigo havia sido publicado, antes disso, em diversos sites, inclusive no Observatório da Imprensa, Peabirus, Agrolink, Envolverde, e em diversos sites ambientalistas. Publiquei ainda o referido texto, de forma resumida, na revista DBO Agrotecnologia, de março/abril/2007. Houve muita repercussão, inúmeros comentários etc. e tal. Mas a grande mídia não deu qualquer importância para o assunto, exceto uma ou outra nota.

19/agosto/2013
Dias atrás, recebi da AENDA, Associação da Empresas Nacionais de Defensivos Agrícolas, e-mail anexando um fac símile da capa da TIME de 19/AGO/2013, em que essa prestigiosa a publicação deu matéria de capa sobre o assunto com 8 páginas (fotos abaixo, clique nas mesmas para ler o texto no original) recheadas de depoimentos, fotos, infográficos. Acho que agora a grande mídia internacional começou a acordar, e talvez desperte a mídia cá no Brasil...

e o leitor ainda pode comparar a matéria da TIME com o meu texto, para constatar que não houve nenhuma novidade acrescentada pela revista; apesar de ser matéria de capa, ou seja, o problema continua se agravando, e ninguém sabe exatamente o porque. Abaixo uma tradução da matéria, que foi encaminhada pela AENDA, através de seu diretor executivo, Tulio Teixeira de Oliveira.

A situação crítica das abelhas melíferas
As mortes em massa nas colônias de abelhas significam o desastre para agricultores, e para suas comidas favoritas.


Por Bryan Walsh. Segunda-feira, 19 de agosto de 2013.
Você pode agradecer a Apis mellifera, melhor conhecida como abelha melífera européia, por uma a cada três porções de alimento consumidas por dia. Desde os pomares de amêndoas do centro da Califórnia – aonde cada primavera, bilhões de abelhas vindas de todo os EUA migram com o objetivo de polinizar a cultura multibilionária – aos campos de mirtilo do Maine, as abelhas são os operários não remunerados e anônimos do sistema agrícola americano, adicionando mais de US$ 15 bilhões à produção agrícola a cada ano. Em junho, a loja Whole Foods em Rhode Island, como parte de uma campanha que destacava a importância das abelhas melíferas, retirou, temporariamente, da seção de hortifrúti todos os alimentos que dependiam de polinizadores. De 453 itens, 237 foram retirados, incluindo maçã, limão, abobrinha e outras cucurbitáceas. As abelhas melíferas “representam a cola que mantém o nosso sistema agrícola unido,” escreveu a jornalista Hannah Nirdhaus em seu livro em 2011, The Beekeeper’s Lament.

E agora, a cola está falhando. Em meados de 2006, os apicultores comerciais começaram a notar algo estranho: suas abelhas estavam desaparecendo. Os apicultores abririam suas colmeias e as encontrariam cheias de favo de mel, cera, e o próprio mel, porém desprovidas de abelhas.
Como os relatórios vindos dos apicultores estavam cada vez mais numerosos, os cientistas inventaram um termo apocalíptico apropriado para o mal misterioso: Desordem do Colapso das Colônias (DCC).

Subitamente, os apicultores se encontraram em meio aos holofotes, o público foi cativado pelo mistério da DCC. Sete anos depois, as abelhas melíferas continuam morrendo a uma escala nunca antes vista, e as razões continuam misteriosas.
Um terço das colônias de abelhas melíferas dos EUA morreu ou desapareceu durante o último inverno, um aumento de 42% em relação ao ano anterior, e muito acima da média de 10% a 15% de perda que os apicultores estavam acostumados a cada inverno. Embora os apicultores possam repor as colmeias mortas com o tempo, as altas taxas de perda estão impondo fortes pressões sobre a indústria e a agricultura.

Havia apenas a quantidade suficiente de abelhas viáveis nos EUA durante essa primavera para servir a polinização vital de amêndoas na Califórnia, colocando em risco uma produção que vale US$ 4 bilhões. As amêndoas representam um grande negócio – elas são as exportações agrícolas mais valiosas da Califórnia, valendo mais que o dobro que as icônicas uvas para vinho. E as amêndoas, totalmente dependentes das abelhas, são as referências de um problema ainda maior.

Para frutas e hortaliças tão diversas como a meloa, cranberry e pepinos, a polinização pode ser a única chance do agricultor de aumentar sua produtividade ao máximo. Sem as abelhas melíferas, a agricultura seria permanentemente diminuída. “A mensagem para se pensar é que estamos muito próximos do ápice,” diz Jeff Pettis, o pesquisador líder do Laboratório de Pesquisa de Abelhas do USDA. “Agora, é um lance de dados”.

É por isso que cientistas como Pettis estão trabalhando duro para solucionar o que está comprometendo as abelhas. Os pesticidas agrícolas são obviamente suspeitos – especialmente uma nova e popular classe química, conhecida como neonicotinoides, os quais parecem afetar as abelhas e outros insetos mesmo em doses que deveriam ser seguras.
Outros pesquisadores focaram em pragas matadoras de abelhas, como o cientificamente nomeado Varroa destructor, um ácaro parasita que destrói colônias desde que foi acidentalmente introduzido nos EUA durante os anos 80.

Outros focam em doenças virais e bacterianas
A falta de um culpado claro apenas aumenta o medo e o mistério, anunciando o que alguns ambientalistas chamam de “a segunda primavera silenciosa,” uma referência ao best-seller de Rachel Carson de 1962, que foi amplamente reconhecido por lançar o movimento ambientalista. Uma citação que é frequentemente atribuída a Albert Einstein se tornou um slogan: “se as abelhas desaparecerem da superfície do globo, os homens teriam não mais de quatro anos de vida.” Uma questão: especialistas duvidam que Einstein tenha dito essas palavras algum dia, mas essa não atribuição é característica da confusão que rodeia o desaparecimento das abelhas, na consciência de que nós matamos inadvertidamente uma espécie que cuidamos e da qual dependemos há milhares de anos.
A perda das abelhas melíferas deixaria o planeta mais pobre e mais faminto, mas o que é realmente assustador é que o temor de que o que está acontecendo com abelhas seja apenas um sinal do que está por vir, um símbolo de que algo muito errado com o mundo está ao nosso redor. “Se não fizermos algumas mudanças logo, veremos o desastre,” disse Tom Theobald, um apicultor do Colorado. “As abelhas são apenas o começo.”

Efeitos sub-letais
Se a abelha melífera é vítima de uma ameaça natural como os vírus, ou artificiais como os pesticidas, vale lembrar que a abelha por si só não é um habitante natural do continente. A espécie foi importada para a América do Norte no século XVII, e resiste até hoje porque encontrou um nicho perfeito em um sistema alimentar que pede por culturas cada vez mais baratas, em quantidades cada vez maiores. Isso é um ecossistema mercantilista e artificial que não vem sendo bom somente às abelhas e aos apicultores, mas também denota a estabilidade dos negócios e uma grande revenda aos supermercados e armazéns.

Jim Doan cria abelhas desde os cinco anos, mas o gene apiário em sua família é ainda mais antigo. O pai de Doan custeou sua universidade com os rendimentos de sua apicultura em meio período, e em 1973 ele desligou seus elos com os negócios para cuidar das abelhas em tempo integral. As abelhas estão presentes até no brasão inglês da família Doan. Contudo, Jim frequentou a universidade com o objetivo de se tornar um professor de agricultura, a atração dos negócios com apicultura era muito forte.

Por muito tempo, esse negócio seguia muito bem. A família construiu sua unidade operacional na cidade de Hamlin, no oeste de Nova York, fazendo dinheiro a partir da venda do mel e de contratos de polinização com os agricultores. No ápice dos negócios, Doan estima que foi responsável por polinizar uma a cada 10 maçãs cultivadas em Nova York, administrando aproximadamente 6.000 colônias, umas das maiores operações desse tipo no estado. Ele não se importava com os inevitáveis ferrões – “você tem que estar disposto a ser punido”- e ele podia suportar as primeiras horas. “Nós fizemos muito mel, e fizemos muito dinheiro,” disse ele.

Tudo isso acabou em 2006, o ano em que a DCC alcançou o clímax, e as colônias de Doan não foram poupadas. Nesse inverno, quando ele retirou as capas de proteção sobre suas abelhas – alertado por um amigo apicultor que experimentou um dos primeiros casos documentados de DCC – Doan não encontrou nada. “Havia centenas de colmeias no quintal e nenhuma abelha dentro delas,” disse ele. Nos anos que se sucedem, ele vem passando por perdas repetidas, suas abelhas crescem doentes e morrem. Para repor as colmeias perdidas, Doan precisa comprar novas rainhas e dividir as colônias que restaram, o que reduz a produção de mel e coloca uma maior pressão sobre as poucas abelhas saudáveis que ainda existem. Eventualmente, isso se tornou insustentável.

Em 2013, após décadas dentro dos negócios apiários, Doan desistiu. Ele vendeu os 45 hectares da sua propriedade que estava guardando para vender após sua aposentadoria – e planeja também vender seus equipamentos de apicultor, se encontrar alguém para comprá-los. Doan ainda cuida de algumas abelhas nesse meio tempo, mantendo um fluxo de receitas enquanto considera suas opções. Entre as opções, está trabalhar na rede Walmart.

Doan e eu caminhamos pelo seu jardim, que está empilhado com caixas de abelhas que se assemelhariam a um armário de arquivos, se as gavetas não zumbissem e vibrassem. Doan me emprestou uma jaqueta de proteção e uma viseira que cobria meu rosto. Ele caminhou lentamente por entre as caixas – em parte porque ele é um homem grande e porque as abelhas não apreciam movimentos bruscos – e espalhou fumaça, que mascara os feromônios de alerta das abelhas e as mantém calmas. Ele abriu cada caixa e removeu as armações – as telas estreitamente espaçadas onde as abelhas constroem os favos de mel – checando como está uma nova população que ele importou da Flórida. Algumas armações estão cheias de células com abelhas andando, fluído de mel e ninhadas saudáveis, cada célula contém uma cria. Porém, outras armações parecem abandonadas, até com a cera dos favos de mel se desintegrando. Ele coloca essas caixas – conhecidas como mortas - em seus lugares.
Ele costumava amar checar suas abelhas. “Agora, chegou a um ponto em que quando cada semana que eu observo as abelhas, eu me assusto,” disse ele. “Será um bom dia, elas estarão vivas, ou eu encontrarei apenas um monte de porcaria? Isso me deprime profundamente.”

Doan não é o único que está abandonando esse infortunado trabalho. O número de apicultores comerciais caiu ¾ nos últimos 15 anos, e enquanto todos concordam que esse grande esforço já não vale mais a pena, eles diferem quanto quais são as possíveis causas que merecem culpa. Doan afirma que são os pesticidas neonicotinoides e há um forte argumento a ser feito contra eles.

Esses compostos químicos são usados em mais de 140 diferentes tipos de culturas assim como em jardins domésticos, isto é, inúmeras chances de exposição para qualquer inseto que pouse sobre as plantas tratadas. Doan me mostrou estudos de amostras de pólen retiradas das suas colmeias que indicam a presença de várias substâncias químicas, incluindo os neonicotinoides. Ele prestou declarações perante o Congresso sobre o perigo que as substâncias impõem e está envolvido em um processo judicial, juntamente com outros apicultores e grupos ambientalistas, que pede a suspensão de pesticidas pertencentes a classe dos neonicotinoides à Environmental Protection Agency (EPA). “Os impactos [proveniente dos pesticidas] não são periféricos, e nem teóricos,” diz Peter Jenkins, um advogado do Centro de Segurança Alimentar e líder do conselho do processo. “Eles impõem ameaças reais à viabilidade dos polinizadores.”

Os agricultores americanos vem pulverizando suas lavouras com pesticidas há décadas, ou seja, as abelhas melíferas – que podem voar mais de 8 km em busca de alimentos – vem sendo expostas às toxinas muito antes do pico de DCC. Porém, os neonicotinoides, que foram introduzidos em meados dos anos 90 e se tornaram amplamente propagados nos anos em que se seguiram, são diferentes. Essas substâncias são conhecidas como sistêmicas, o que significa que as sementes são encharcadas neles antes de serem plantadas. Traços dos compostos são eventualmente transferidas para toda as partes da planta madura – incluindo o pólen e o néctar que abelhas podem entrar em contato – e podem permanecer por muito mais tempo do que outros pesticidas. Realmente, não há nenhuma maneira de prevenir que as abelhas não sejam expostas a alguma concentração dos neonicotinoides se os produtos forem aplicados por perto. “Nós estamos aumentando as evidências de que os neonicotinoides podem carregar efeitos prejudiciais, especialmente em combinação com outros patógenos,” disse Peter Neumann, presidente do instituto Bee Health da Universidade de Berna, na Suíça.

Ironicamente, os neonicotinoides são de fato os mais seguros para os trabalhadores rurais porque podem ser aplicados mais precisamente do que outras classes de pesticidas, que dispersam no ar. As abelhas, entretanto, parecem ser singularmente sensíveis aos compostos. Estudos mostraram que os neonicotinoides atacam seu sistema nervoso, interferindo nas habilidades de voo e navegação sem matá-las imediatamente. “A literatura científica está agora explodindo em trabalhos sobre os impactos sub-letais em abelhas,” disse James Frazier, um entomologista da Universidade de Penn State. Os efeitos tardios, porém cumulativos das exposições repetidas podem explicar a causa do porque as colônias continuarem morrendo ano após ano, apesar dos esforços dos apicultores. É como se as abelhas estivessem sendo envenenadas aos poucos. É inegavelmente atraente culpar os neonicotinoides pela crise das abelhas. A adoção amplamente propagada desses pesticidas corresponde bruscamente ao aumento das perdas das colônias, e os neonicotinoides são, antes de tudo, feitos para matar insetos. Os compostos químicos são onipresentes – um estudo recente concluiu que o pólen das abelhas estava contaminado, em média, com nove pesticidas e fungicidas diferentes.

O melhor de tudo, se o problema é os neonicotinoides, a solução é simples: proibi-los. Foi isso que a Comissão Européia decidiu fazer esse ano, impondo uma restrição de dois anos sobre o uso de alguns neonicotinoides.
Mas enquanto a EPA está planejando revisá-los, a proibição ao estilo europeu é implausível já que as evidências permanecem obscuras. Os apicultores da Austrália vêm sendo em grande parte poupados da DCC ainda que os neonicotinoides sejam usados lá, já a França continua a sofrer com as perdas de abelhas apesar da restrição do uso desses pesticidas desde 1999. Os fabricantes de pesticidas argumentam que os níveis atuais de exposição dos neonicotinoides no campo são muito baixos para serem os principais culpados das perdas de colônias. “Nós lidamos com os inseticidas há muito tempo,” disse Randy Oliver, um apicultor que executou uma pesquisa independente sobre DCC. “Eu não estou totalmente convencido de que essa seja a principal das questões.”

Terreno hostil
Mesmo que os pesticidas sejam grande parte do mistério da morte das abelhas, há outros suspeitos. Os apicultores sempre tiveram que proteger suas cargas de perigos como o American foulbrood (“o abominável americano das ninhadas”) – uma doença bacteriana que mata as abelhas em desenvolvimento – e o pequeno besouro das colmeias, uma praga que pode infiltrar e contaminar as colônias.
A mais sangrenta de todas é a guerra de muitas décadas contra o Varroa destructor, um ácaro microscópico que se refugia dentro das células de crias que abriga as abelhas em estágio inicial. Os ácaros são equipados com uma língua cortante e bifurcada capaz de perfurar o exoesqueleto das abelhas e sugar sua hemolinfa – o fluído que atua como sangue nas abelhas. Uma vez que o Varroa pode ser vetor de inúmeras doenças – eles são equivalentes a uma agulha contaminada para as abelhas – uma infestação incontrolada dos ácaros pode levar rapidamente uma colmeia à morte.

A primeira vez que um Varroa pisou em solo americano foi em 1987 – provavelmente a partir de abelhas infectadas importadas da América do Sul – e mata bilhões de abelhas desde então. Medidas de controle usadas pelos apicultores, incluindo acaricidas químicos, apenas demonstrou uma efetividade parcial. “Quando o Varroa mite fez as coisas da sua maneira, isso mudou o que tínhamos que fazer,” disse Jerry Hayes, o líder do trabalho comercial de abelhas da Monsanto. “Não é fácil tentar matar um pequeno bicho em um bicho grande.”

Outros pesquisados apontaram o dedo para infestações fúngicas como a do parasita Nosema ceranae, possivelmente em junção com um patógeno como o vírus iridescente de invertebrados. Mas novamente, a evidência não é conclusiva: algumas colmeias atingidas pela DCC mostraram evidências ou de fungos, ou de vírus, ou de ácaros, e outras não.

Alguns apicultores estão descrentes que haja absolutamente um problema subjacente, preferindo colocar a culpa da DCC sobre o que eles chamam de PPB – piss-poor beekeeping (apicultura de má qualidade), uma falha dos apicultores em manter suas colônias altamente saudáveis. Porém, enquanto nem todo grande apicultor sofreu com uma perda catastrófica, o fracasso das colônias vem sendo propagado por tempo o suficiente que parece ser perverso culpar as vítimas humanas. “Eu venho criando abelhas por décadas,“ diz Doan. “Não é como se eu subitamente tivesse esquecido como fazer isso em 2006.”

Há também o simples fato de que os apicultores vivem em um país que está se tornando inabitável para as abelhas melíferas. Para sobreviver, as abelhas precisam forragear, ou seja, visitar flores e espaços selvagens. Nosso sistema agrícola industrializado conspirou contra isso, transformando a zona rural do país em vasto cinturões de monoculturas – campos mecanizados de soja e milho que são como um deserto para as abelhas famintas por pólen e néctar. De acordo com o Conservation Reserve Program (CRP), o governo aluga terras dos fazendeiros e as deixam de lado, fora da produção a fim de conservar o solo e preservar a vida selvagem. Todavia, o preço das commodities como o milho e a soja disparou, os agricultores descobriram que poderiam fazer mais dinheiro plantando mesmo que em uma zona periférica do que alugando a terra para o CRP. Nesse ano, apenas 10,2 milhões de hectares serão destinados ao CRP, menos um terço do pico de 2007, e a menor área desde 1988.

Primavera Solitária
Para todos os inimigos que estão se juntando contra as abelhas, um apocalipse das abelhas ainda não está perto de nós. Mesmo com as altas taxas de perdas anualmente, o número de colônias de abelhas melíferas geridas nos EUA permaneceu estável durante os últimos 15 anos, em cerca de 2,5 milhões. Ainda é significativamente menor do que as 5,8 milhões de colônias que mantínhamos em 1946, mas essa diferença tem mais a ver com a competição do mel importado mais barato e com o despovoamento geral das zonas rurais nos EUA nos últimos 50 anos. O número de agricultores nos EUA caiu de um pico de 6,8 milhões em 1935 para apenas 2,2 milhões atualmente, mesmo com o aumento disparado da produção de alimentos.

As abelhas melíferas possuem uma habilidade notável de se regenerar, e ano após ano, os apicultores que sobraram vem sendo capaz de restabelecer seus estoques após tristes perdas. Mas o fardo carregado pelos apicultores está se tornando insustentável. Desde 2006, um número estimado de 10 milhões de colmeias vem sendo perdidas, um custo de US$ 2 bilhões. “Nós podemos repor as abelhas, mas não podemos repor apicultores com 40 anos de experiência,” diz Tim Tucker, o vice-presidente da Federação Americana de Apicultura.

Mesmo tão valiosas quanto são as abelhas, o sistema alimentício não colapsaria sem elas. A coluna vertebral da dieta mundial – grãos como o milho, trigo e arroz – são polinizadas por si só. Porém, nossos pratos seriam muito menos coloridos, sem mencionar que muito menos nutritivos, e sem mirtilo, cereja, melão, alface e várias outras plantas que seriam desafiadas a crescer comercialmente sem a polinização das abelhas. Poderia haver substitutos. No sudeste da China, onde abelhas selvagens morreram graças ao uso em massa de pesticidas, os agricultores, trabalhosamente, polinizam manualmente árvores de pera e maçã com pincéis. Cientistas de Harvard estão experimentando minúsculas abelhas-robô que podem um dia ser capazes de polinizar autonomamente.

De qualquer forma, nos dias atuais nenhuma solução é tecnicamente ou economicamente viável. O governo poderia fazer sua parte implantando regulamentações mais rigorosas sobre o uso de todos os pesticidas, especialmente durante a temporada de plantio. Há necessidades que precisam ser mais apoiadas pelo CRP também para acabar com as monoculturas que estão sufocando as abelhas. Uma maneira que todos nós podemos ajudar é plantando flores amigáveis às abelhas em nossos jardins e mantendo-as livre de pesticidas. O país, segundo Dennis van Engelsdorp, um cientista da Universidade de Maryland que estuda sobre a DCC desde a primeira emergência, está sofrendo de uma “desordem de déficit natural” – e as abelhas estão pagando o preço.
A realidade é que, salvo uma grande mudança no rumo em que os EUA produzem alimentos, a pressão sobre as abelhas não retrocederá. Há mais de 1.200 pesticidas atualmente registrados para uso nos EUA; ninguém finge que esse número se tornará menor. Ao invés disso, as abelhas e várias outras pragas deverão se alterar para se adequarem ao sistema agrícola existente.

A Monsanto está trabalhando em uma tecnologia de interferência de RNA que pode matar o ácaro Varroa através da desregulação do modo em que seus genes são expressados. O resultado seria um mecanismo auto-destruidor para espécies específicas – uma alternativa muito melhor do que os acaricidas tóxicos e muitas vezes ineficientes que os apicultores foram forçados a usar.
Enquanto isso, os pesquisadores da Universidade Estadual de Washington estão desenvolvendo o que será provavelmente o menor banco de esperma do mundo – um armazém do genoma de abelhas que serão usados para a obtenção de uma linhagem de abelha mais resistente a partir de 28 subespécies reconhecidas do inseto ao redor do mundo.

Até agora, os apicultores comerciais se ajustaram às ameaças que pesam mais sob seus encargos, gastando mais para fornecer alimentação suplementar para as suas colônias. A alimentação suplementar aumenta os custos, e alguns cientistas preocupam-se que a substituição do mel pelo açúcar ou xarope de milho possa tornar as abelhas menos capazes de combater as infecções. Porém, apicultores que vivem à deriva em um terreno vazio de nutrientes têm poucas escolhas. O negócio da apicultura pode muito bem começar a assemelhar-se a indústria de agricultura industrial que trabalha em conjunto: menos apicultores tocando operações maiores que produzem rendimentos o suficiente para arcar com os equipamentos e tecnologias necessárias para estar à frente de um ambiente cada vez mais hostil. “As abelhas podem terminar sendo manejadas como o gado, suínos e frangos, onde nós as colocamos em um confinamento e trazemos comida até elas”, diz Oliver, o apicultor e pesquisador independente. “Você pode fazer um pasto apícola.”

Isso é algo que ninguém do mundo da apicultura quer ver. Mas pode ser a única maneira de manter as abelhas melíferas. Tão longo enquanto houver amêndoas, maçãs, damascos e várias outras frutas e hortaliças que precisam de polinização – e agricultores dispostos a pagar pelo serviço – os apicultores encontrarão um jeito.

Então, se as abelhas melíferas sobreviverem, provavelmente não se assemelhará com o que nós compreendemos há séculos. Todavia, poderia ser pior. Para toda a recente atenção voltada sobre as abelhas melíferas comerciais, as abelhas selvagens estão em situação muito pior. Em junho, após a pulverização de inseticidas por uma empresa de paisagismo em árvores, 50.000 abelhas nativas em Oregon foram mortas – o maior envenenamento em massa desse tipo já registrado. Ao contrário das abelhas melíferas, as abelhas nativas não possuem cuidadores humanos.
Mundialmente, mais de 100.000 espécies de animais morrem por ano – quase todos eles sem alarde e aviso. Isso é o que acontece quando uma espécie – que poderia ser a nossa – se torna tão propagada e tão dominante que se amontoa sobre quase todas as coisas.

Não será a segunda primavera silenciosa que amanhece; nós ainda teremos o zumbido dos pastos de abelhas em nossos ouvidos. Porém, os humanos e o punhado de nossas espécies preferidas poderão achar que todas as estações se tornaram igualmente abandonadas.

Nota da AENDA:
Traduzido da revista TIME de 19ago2013
Na edição de 19/ago/2013 a revista TIME publicou uma reportagem sobre o chamado Colony-Collapse Disorder – CCD (Desordem do Colapso das Colônias – DCC) que vem ocorrendo com as abelhas nos Estados Unidos.

A reportagem aborda além dos enormes prejuízos causados por esse fenômeno, as possíveis causas:
-- Inseticidas (neonicotinoides ou outros)
-- Ácaro Varroa destructor
-- Bactéria do American foulbrood (Bacillus larvae)
-- Besouro das colmeias (Aethina túmida)
-- Fungo Nosema ceranae
-- Vírus iridescente de invertebrados

Apesar da Europa ter decidido suspender (a partir de dez/2012) os neonicotinoides por 2 anos, as autoridades americanas não tomaram nenhuma atitude, justamente por não terem certeza da causa.

Na Austrália e no Brasil há relatos de acidentes e trabalhos acadêmicos sobre a possível correlação de determinadas causas com esses acidentes. A produção de mel continua normal e, portanto, o fenômeno da DCC, se existe, é numa escala que não está afetando a agricultura ou a apicultura. A reavaliação que o IBAMA está procedendo para alguns inseticidas é mais de cunho preventivo.
Atenciosamente,
Tulio Teixeira de Oliveira
Diretor Executivo

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quinta-feira, 12 de setembro de 2013

Dubai: ricos sem esgotos...

Richard Jakubaszko
Quase caí da cadeira quando recebi o e-mail de Hélio Casale e assisti ao vídeo abaixo, ancorado no Youtube. É uma estrada, com milhas e milhas de caminhões pipas que ficam estacionados nos acostamentos, transportando resíduos humanos, pois Dubai, com seus luxuosos palácios, prédios incríveis que se infiltram nas nuvens, não possui rede de esgotos.
Eles coletam essa merda toda, e, provavelmente, a levam para alguma usina próxima à Dubai, mas distante o suficiente para não deixar odores pairando no ar do deserto...

Só assistindo o vídeo pra acreditar nisso, e que está com mais de milhão e meio de visitas.

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terça-feira, 10 de setembro de 2013

O Estado que assalta a gente.

Richard Jakubaszko  
A Secretaria da Fazenda do Estado do Mato Grosso inova no assalto aos cidadãos.
Uma de minhas filhas é professora universitária em Cuiabá, e comemorou aniversário dia 3 de setembro. Ela deu-me uma neta, que fará 10 anos dia 19 do corrente. 
Feliz da vida, e desde o início do ano, minha mulher foi comprando ao longo desse tempo vários presentes e lembranças úteis para as duas. Na falta de um portador para entrega pessoal, como costuma acontecer, fui até os correios e despachei os presentes via Sedex, dia 29/8. Os cerca de 2 kg de presentes (duas ou três blusinhas, meias, um short, um par de sandálias, um vestidinho, uma saia para a mãe e outra pra neta, uma pulseirinha e um par de brincos, são bijuterias simples, e nada mais, e estavam acompanhados de cartões tipo "parabéns pra vc") custaram-me escorchantes R$ 79,40 para despachar via Sedex.

Tudo poderia ser rastreado pelo site dos correios, como já fizemos em outras raras ocasiões. No dia seguinte a mercadoria já estava em Cuiabá. Mas não foram entregues.

Aí, apareceu no site dos correios o seguinte:
Ou seja, a caixa do Sedex foi "requisitada" pela Secretaria da Fazenda do Estado de MT. Agora, este diligente órgão, deseja cobrar uma multa de R$ 200,00 e mais um tanto de impostos por "circulação de mercadorias sem o acompanhamento de notas fiscais". Ou seja, no MT, agora, presente de avó é taxado com impostos...

Ora, fiz queixa aos Correios, pedi explicações, e solicitei a restituição do valor pago pelo Sedex, afinal, os Correios não entregaram o objeto nº SZ370192169BR, conforme o contrato estipulado, e ainda permitiram a violação da correspondência, o que é inconstitucional. Nada grave, num país como o nosso, não é? Até a nossa presidente teve sua comunicação violada, e nenhum bispo saiu em sua defesa...

Os Correios, diante de minha reclamação ao SAC, informaram que "o objeto foi requisitado pela Secretaria Estadual, sobre a qual não temos qualquer ingerência". Na sequência, deletaram informações sobre o objeto do site dos correios. Em boas palavras, apagaram os rastros.
Não informaram, mas ficou claro que os Correios não pretendem me ressarcir pelos serviços que paguei, caríssimo, por sinal. Serviços de entrega que eles não prestaram. Quando reclamei da "pilantragem", voltaram a colocar a informação do "encaminhado à Receita Estadual/MT". Mas não deram resposta sobre o ressarcimento. Acho que vou fazer um B.O. na delegacia mais próxima, por apropriação indébita.

Ora, ora, viva este nosso Brasil, onde burocratas da secretaria da fazenda fiscalizam em caixas de Sedex os presentes de uma avó pra sua neta, presentes estes, claro, "mercadorias circulando sem notas fiscais", como convém aos presentes de todas as avós, e sobre os quais agora pretendem cobrar impostos e multas. Mesmo que os presentes tenham sido comprados em lojas como Renner, Americanas, Arezzo, Carrefour, ainda com as etiquetas, porém sem os preços, para possível troca lá em Cuiabá, caso algum dos presentes estivesse fora do tamanho requerido pela neta. Será que essas lojas não recolheram os impostos que nos cobraram? É de duvidar, mas a Secretaria da Fazenda do Estado do MT quer a sua fatia, e não hesitou em confiscar a minha caixa de Sedex, exigindo agora receber os impostos e a multa para liberar os presentes.

País de burocratas imbecis! Que o leitor me perdoe o pleonasmo...

Para qual bispo eu faço agora uma reclamação desse assalto e dessa injustiça?

Não é a típica situação em que o Estado assalta a gente? Logo o Mato Grosso, por cujas fronteiras adentram ao país todo tipo de contrabando, de armas a tóxicos, agora anda preocupado com presentes de uma avó enviados de São Paulo para uma neta que mora distante, numa cidade como Cuiabá.

Parece até piada, não consigo acreditar que isso está acontecendo. Só tenho palavras de indignação, aliás, santa indignação. Não é ódio o que sinto, é raiva e cólera. É assim o estado laico, comandado por burocratas, aos quais não se pode nem chamar de filhos da puta, pois eles não têm mãe!

NOTA DO BLOGUEIRO: FIM DE CASO.
Dia 30/8/2013, paguei via internet um boleto em favor da Secretaria da Fazenda do MT, no valor de R$ 265,12 com direito a desconto na multa e no ICMS, cujos valores originais pretendidos montavam a R$ 471,15 eis que o fiscal que requisitou os presentes da neta atribuiu por conta própria um valor à "mercadoria" e em cima dessa hipotética importância lavrou um "auto de infração", depois estabeleceu o imposto e a multa correpondente.
Esse mesmo diligente fiscal, de múltiplas funções e ilimitados poderes, emitiu e me enviou via e-mail o boleto que, após ser pago, duas horas após teve crédito acusado no sistema da Secretaria da Fazenda, e o ágil fiscal liberou e devolveu a caixa do Sedex aos Correios que, em menos de 18 horas, entregou os presentes à minha neta. Ufa!

Eficiência nunca vista, abusos ditatoriais de uma burocracia imbecil sem mãe, que avança contra o cidadão comum. Imagino que no MT, dentro em breve, os fiscais irão abordar as pessoas nas ruas, praças e calçadas, e exigirão as notas fiscais das roupas que estão usando. Caso contrário irão apreender as mercadorias, por vezes com as pessoas dentro das mesmas, até o pagamento dos impostos e multas devidos.


Definitivamente esse país é uma pândega, e é o país piada pronta. Se contar em Portugal eles vão rir muito da nossa cara, pois a piada é boa.
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