terça-feira, 30 de junho de 2015

100 anos da Leica, Grand Prix em Cannes

Richard Jakubaszko
Um belíssimo comercial comemora o centenário da Leica, fabricante já quase mitológico de câmeras fotográficas.

O comercial ganhou o Leão de Ouro no Festival de Cannes e ainda o grande prêmio. Quem trouxe o Grand Prix para casa foi a agência F/Nazca Saatchi & Saatchi com a campanha "100", filme feito para marcar o centenário da primeira câmera Leica fabricada. O filme faz referências a vários momentos conhecidos que marcaram a história da fotografia no mundo. A cada uma das imagens, um locutor narra como a Leica fez parte dessa história.

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segunda-feira, 29 de junho de 2015

O olhar do estrupício I

Richard Jakubaszko
Como faço todo santo dia, nublado ou com muito sol, depois do horário do almoço vou pitar meu cigarrinho de palha na calçada frontal à casa da DBO Editores.


A casa integra o enorme quarteirão do parque da Água Branca, hoje um espaço verde para caminhadas de moradores da região. Nos prédios e casas espalhados pelo parque há escritórios da Secretaria da Agricultura, e agora também da Secretaria do Meio Ambiente, e uma quantidade expressiva de sedes de associações de criadores de gado e cavalos, gente da agricultura orgânica, pessoal que volta e meia realiza festas e feirinhas, cheias de barracas com guloseimas, mas também existe um espaço maior, que eu ainda não sei exatamente onde é, onde gente da terceira idade frequenta três vezes por semana, no período da tarde, para participar de um baileco à moda antiga.


Deve ser animado o tal do arrasta-pé da turma, a julgar pelo entusiasmo que a maioria demonstra ao chegar às proximidades do convescote. Fico olhando a turma passar, enquanto vou pitando meu palheiro. Nas terças e quintas-feiras tem baile, no domingo também, e gente da terceira idade que passa feliz, todos arrumadinhos, lépidos e faceiros, vindos de todas as direções.



Esta semana meus ouvidos capturaram um diálogo supimpa, digno de se registrar numa crônica como esta. Não havia como não ouvir. Pois um casalzinho vinha andando ligeirinho, e conversavam, mas a senhorinha, uma mulher de seus sessenta e muitos anos, não sei precisar, parecia contrariada com algo, enquanto ele, baixinho como ela, tinha sotaque nordestino carregado. Olhei para o outro lado, mas não foi possível deixar de ouvir o diálogo:



Ele: - na próxima eu levo você...

Ela: - mas não sei se eu vou querer, não tô gostando muito...

Ele: - a gente gosta, sim...

Ela: - mas você não funciona mais...



Foram andando, lado a lado, mas calados, o argumento dela deve ter sido um petardo devastador. Pararam na esquina, ao lado de um poste, uns 40 metros de onde eu me encontrava observando a tragicomédia. Bem, tragédia para ele, e comédia pra mim. Lembre-se: no dos outros não é pimenta...


Ela ameaçou ir em direção ao parque, e ele foi atrás, deram dois ou três passos cada um, mas ela voltou-se e dizia algo, colocando a mão no ar, como quem diz “pode parar, você não vai, não”. Conversaram mais uns minutos. Na sequência, ela pegou o baixinho pela mão, e atravessaram a rua em sentido contrário ao baileco.

Não sei se voltaram, nem para onde foram, ou como se resolveram, mas foram quatro frases curtas, reveladoras do cotidiano, um retrato da vida, estrupício que meus ouvidos não tinham como perceber e capturou-se um instante fugaz da vida de pessoas simples e anônimas.

Há muitas dessas histórias, a que os amigos estimulam que eu revele aqui na blogosfera.

Volto em breve, com novos estrupícios...
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sábado, 27 de junho de 2015

EUA vão liderar acordos comerciais

Marcos Sawaya Jank *
Nesta semana, aconteceu o fato mais relevante em política comercial desde o surgimento da OMC (Organização Mundial do Comércio), há 20 anos. O Congresso dos Estados Unidos acaba de aprovar a nova TPA (Trade Promotion Authority), que concede mandato para o presidente Obama negociar diferentes acordos comerciais em blocos únicos, que ao final são submetidos à rejeição ou à aprovação pelo Congresso, sem emendas ou extensões.

A nova TPA terá grande impacto sobre o Brasil, pois abre a porta para a conclusão, ainda neste ano, da Parceria Trans-Pacífico (TPP, em inglês), que reúne 12 países da Ásia (Japão, Malásia, Cingapura, Vietnã, Brunei), das Américas (EUA, Canadá, México, Peru e Chile) e da Oceania (Austrália e Nova Zelândia).

Não tenho dúvida em afirmar que a TPP é o acordo preferencial mais amplo e profundo já negociado até hoje. Ela vai reduzir a zero 90% das tarifas de todos os bens comercializados entre os seus membros já em 2017, e o restante, em outros sete anos. Prevê, ainda, a integração das áreas de serviços, proteção a investimentos, compras governamentais, comércio eletrônico, propriedade intelectual, concorrência, sanidade animal e vegetal, facilitação de comércio e regras trabalhistas e ambientais. Além do mais, não haverá tratamento diferenciado: os compromissos assumidos valem igualmente para todos os países, sendo que a diferença reside apenas nos prazos de implementação.

A TPP propõe uma nova arquitetura de comércio que reforça a integração dos países em cadeias globais de suprimento. Propõe, ainda, a chamada "convergência regulatória", ou seja, a harmonização das leis e regulamentos dos países-membros. Na agricultura, por exemplo, a combinação de abertura comercial e convergência regulatória vai provocar forte desvio dos nossos fluxos de comércio para a Ásia, em favor dos concorrentes EUA, Canadá e Austrália.

Já se fala abertamente da integração da Coreia do Sul, da Tailândia e das Filipinas à TPP. A China, por sua vez, tenta construir o seu caminho alternativo com 15 países da região, mas certamente não vai deixar de buscar convergências se a TPP for concluída.

Com a TPA em mãos, o Executivo americano definitivamente toma a liderança na construção das regras que vão pautar o comércio global. É bom lembrar que os americanos têm acordos com todos os países da costa pacífica das Américas. A TPP os levará a cobrir uma boa parte da região Ásia-Pacífico. Além disso, a TPA abre também a porta para a Parceria Transatlântica (TTIP), entre EUA e União Europeia. A UE, por sua vez, vem acelerando o passo na integração com dezenas de países de todas as regiões do mundo.

Winston Churchill dizia que "a América sempre fará a coisa certa, mas só quando já tiver tentado todo o resto". No nosso caso, 15 anos atrás nós tentamos fechar grandes acordos regionais nas Américas e com a Europa. Infelizmente esses acordos não vingaram, mais por razões ideológicas do que concretas, já que o setor privado os desejava. Infelizmente continuamos fazendo a coisa errada ao privilegiar parceiros comerciais pequenos e complicados, em detrimento de uma integração com os polos econômicos mais dinâmicos do planeta.


* o autor é especialista em questões globais do agronegócio.
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sexta-feira, 26 de junho de 2015

A semente da vida está em nosso solo

Antonio Roque Dechen *
A FAO (Organização das Nações Unidas para a Agricultura) denominou o ano de 2015 como Ano Internacional do Solo. Diante disso, as Instituições de Ensino e de Pesquisa do Brasil voltaram sua atenção para este imenso patrimônio que é o nosso solo.

O Instituto Agronômico adotou o tema: “A semente da vida está em nosso solo”, uma feliz escolha para a Instituição Agronômica pioneira em pesquisas sobre solos no Brasil. O IAC foi criado pelo Imperador D. Pedro II em 1887 em virtude de que, naquela época, a região do Estado de São Paulo enfrentava sérios problemas com a exaustão da fertilidade dos solos, posto que o Brasil não tinha acesso a fertilizantes (A primeira referência à importação de fertilizantes é de 1895, realizada por Pereira Barreto).

Entre os anos de 1876 e 1883 foram plantados 105 milhões de pés de café na região de Campinas, fazendo com que a região produzisse, em 1886, o equivalente a 15% de todo o café produzido no Estado. O cultivo continuo de café sem o manejo adequado estava exaurindo a fertilidade dos solos.

O primeiro diretor do Instituto Agronômico foi o alemão Franz Wilhelm Dafert, discípulo de Justus von Liebig (Lei do Mínimo), qual teve a difícil missão de mudar paradigmas e implementar ações com embasamento técnico científico junto aos produtores para assegurar que os solos fossem manejados de forma correta e possibilitassem cultivos sucessivos na mesma área, ou seja, foi o responsável pela ação pioneira de sustentabilidade em solos brasileiros, merecendo destaque também a visão empreendedora e contribuição de D. Pedro II com a implantação de Institutos de Pesquisas Agronômicas em diversas regiões do Brasil e da criação da primeira Escola de Agronomia do Brasil, na Bahia, em 1877.

O Instituto Agronômico e a Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (fundada em 1901), são pioneiros em estudos dos solos em todas as suas vertentes, e em conjunto com a Embrapa, e as Instituições estaduais de ensino e pesquisas, prestam valiosa colaboração à sociedade brasileira e mundial, já que os solos são a base da nossa produção agrícola. O Brasil tem hoje uma produção agrícola expressiva: neste ano, está ultrapassando a barreira de produção de 200 milhões de toneladas de grãos, fazendo parte de um restrito grupo de países que produzem 1 tonelada de grãos por ano por habitante.

Oportuna a escolha do tema: A semente da vida está em nosso solo, por uma instituição que já lançou 1020 cultivares de plantas das mais variadas espécies e realiza levantamentos detalhados de solos, tem laboratórios de análises químicas e física de solos, de análises de resíduos, todos com ISO 17025, sendo certamente uma das instituições brasileiras que mais contribui para a paz, produzindo alimentos e combatendo a fome. E como já disse John Boyd Orr, primeiro Diretor Geral da FAO, “Não se constrói a paz em estômagos vazios”.

Privilegiado o Estado que tem uma Instituição do porte do Instituto Agronômico, que implantado em Chão Fecundo (Titulo do livro comemorativo do Centenário da Instituição), continua lançando sementes a mãos cheias nos solos brasileiros, e como Instituição Pública tem contribuído de forma significativa para o desenvolvimento do País e qualidade de vida de todos nós.

Parabéns aos Pesquisadores e Funcionários, parabéns Instituto Agronômico por seus 128 anos em pesquisas que vão além dos horizontes do solo.

* o a autor é Professor Titular do Departamento de Ciência do Solo da Esalq/USP, Presidente da Fundação Agrisus, Presidente do Conselho Científico para Agricultura Sustentável (CCAS) e Membro do Conselho do Agronegócio (Cosag-Fiesp) Pesquisador Científico do Instituto Agronômico de 1975 a 1981.

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quarta-feira, 24 de junho de 2015

10 razões para namorar um jornalista

por Duda Rangel *
Uma resposta ao clássico “1.000 razões para não namorar um jornalista”

Aprende-se a dar valor às coisas boas da vida, como beber num pé-sujo ou dividir o resto da pizza da noite anterior no café da manhã. Depois de experiências tão preciosas como estas, quem vai se importar com cruzeiros pelo Mediterrâneo ou jantares sofisticados?


O jornalista não sufoca a pessoa amada. Quem busca uma relação que proporcione um tempo só para si deve namorar um jornalista. Aliás, terá tempo só para si até demais, porque o jornalista viverá ocupado com plantões e suas grandes matérias.

 

Jornalistas são legais. Ok, alguns são chatos pra cacete, mas a maioria é legal.

Os jornalistas têm utilidades. Poucas, mas têm. Ele pode, por exemplo, redigir os mais diferentes tipos de texto para a pessoa amada. Mais: pode corrigir os erros de Português do currículo da pessoa amada. Só é preciso fisgar o coração de um jornalista que tenha conhecimentos no mínimo intermediários do Português.

 
Como a comparação entre os pombinhos é algo inevitável em todo relacionamento, qualquer pessoa que namorar um jornalista vai se sentir um ser humano muito normal, super-resolvido e equilibrado. E não é ótimo isso?


Jornalistas têm um charme especial. Não sei se é essa coisa de reclamar demais ou se é o jeito estranho de se vestir ou ainda aquele troço de sonhar com um mundo melhor, não sei o que é, mas que rola um charme diferente, rola.


Os amigos leigos morrem de inveja de quem namora um jornalista. Acreditam, tolinhos, que jornalista é cheio de importância. É divertido. Mas atenção: se alguém perguntar por que o tal namorado jornalista nunca apareceu no Jornal Nacional, deve-se fazer cara de espanto e soltar um “mas jura que você nunca viu?”.

 

Jornalistas, apesar de serem jornalistas, também sabem amar.

O mundo está cheio de pessoas encalhadas e solitárias e, entre ser uma pessoa encalhada e solitária e namorar um jornalista, é preferível namorar um jornalista, muito provavelmente um dos muitos encalhados e solitários que existem por aí.

Diz um estudo de alguma universidade de algum país que eu não lembro qual que pessoas todas certinhas, com uma rotina de trabalho toda certinha, com salário pago no dia certinho, e com tudo mais tudo certinho, são péssimas na cama. 


Logo, alguém todo erradinho como um jornalista pode valer muito a pena.
* Personagem criado pelos gêmeos Anderson e Emerson Couto, o jornalista Duda Rangel é autor do blog Desilusões Perdidas e da fan page Jornalismo com bom humor. O blog originou o livro A vida de jornalista como ela é, à venda pela web.

Publicado originalmente no site Comunique-se: http://portal.comunique-se.com.br/index.php/artigos-colunas/77603-10-razoes-para-namorar-um-jornalista-info

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terça-feira, 23 de junho de 2015

Solstício de inverno: a noite mais longa do ano.

Richard Jakubaszko
Hoje é o solstício de inverno aqui no Hemisfério Sul, e tivemos a noite mais longa do ano. Saiba como é isso no vídeo abaixo.

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sábado, 20 de junho de 2015

O estupro é inevitável

Richard Jakubaszko
A partir da Encíclica do Papa Francisco o estupro ambientalista contra a humanidade é inevitável. Não falta mais nada.
Não se conhecem as razões que levaram o Vaticano a aderir à causa ambientalista. A chantagem de Al Gore, com a promessa de conversão ao catolicismo, certamente não foi a motivação principal. É provável que conquistar novos adeptos de fé no catolicismo tenha sido uma das mais importantes intenções de o Papa Francisco publicar a Encíclica esta semana, pois a Igreja Católica Apostólica Romana tem perdido fiéis para outros ramos do cristianismo. Aderir ao ambientalismo traria simpatias. Entretanto, não vejo com bons olhos essa tomada de posição da Igreja, mesmo sendo um praticante de fé católica. Até porque, somos todos ambientalistas.

Como profissional de comunicação, entretanto, me preocupa a "leitura" que será feita da Encíclica pela mídia, e de como está sendo divulgada, distorcendo o apelo papal ao bom senso, fazendo parecer que o Papa e o Vaticano aderiram à causa dos que divulgam o aquecimento e as mudanças climáticas. Na verdade, escritas de próprio punho, as palavras do Papa Francisco são sábias, serenas, e de uma clareza "franciscana", como se costuma dizer. O Papa Francisco critica o mau uso dos recursos naturais, a poluição irresponsável, a agressão que se faz à natureza, o consumismo, a exacerbada exploração financeira de tudo o que diga respeito ao meio ambiente, como os créditos de carbomo, e até mesmo recomenda uma menor velocidade do crescimento social e econômico do planeta. Talvez, aqui, o perigo esteja presente.

Ocorre que o AGA - Aquecimento Global Antropogênico, popularmente conhecido como "aquecimento", e ainda as "mudanças climáticas", são plataformas publicitárias de agendas com interesses políticos e comerciais, e a Encíclica Papal, interpretada pelo lado ideológico, deixou os ambientalistas eufóricos.

Estudo o assunto há mais de 8 anos, e não tenho receios de afirmar que o aquecimento e as mudanças climáticas são a grande mentira do século XXI, conforme registro em meu livro “CO2, aquecimento e mudanças climáticas: estão nos enganando?”, a sair de gráfica em julho próximo, e o fato de o Papa Francisco abençoar a questão ambientalista dará ânimo redobrado aos adeptos do aquecimentismo.
Haverá um estupro da humanidade no futuro breve, e prevejo a exacerbação do assunto, da seguinte forma:

1 – Vai recrudescer a luta ambientalista: tornará mais fácil aprovar legislação de interesse dos ambientalistas em todo o mundo, trazendo novas restrições às atividades produtivas;
2 – O Código Florestal brasileiro será rediscutido, ampliando as proibições e limitações já existentes;
3 – O comércio de venda de créditos de carbono será retomado, pois a hipocrisia financeira das indulgências terá a benção Papal;
4 – A COP 21, em Paris, em dezembro próximo, terá mais facilidades para alavancar a AIA -Agência Internacional Ambiental, sob o jugo da ONU, com poderes supranacionais à soberania das nações. Países em desenvolvimento que não se submeterem à vontade dos ambientalistas poderão sofrer sanções econômicas, políticas, e até mesmo de caráter militar;
5 – A Amazônia terá apoio mundial para ser internacionalizada. O Brasil perderá esse patrimônio e a soberania de explorar suas riquezas;
6 – Os países desenvolvidos se tornarão donos da água potável no mundo. Aliás, foi uma das críticas do Papa Francisco, que pediu o fim da “Guerra da Água”. Já existem áreas gigantescas de terras, aqui no Brasil e no continente sul-americano, adquiridas por capitais especulativos, bem em cima do aquífero Guarani. Ao mesmo tempo, a guerra permanente entre Israel e a Palestina é pela água, e não tem outro propósito, se não a desculpa de que seja religiosa.
7 – A construção de usinas nucleares (a grande financiadora da mentira ambientalista do aquecimento) será facilitada pela benção Papal;
8 – Oficializa-se, com a Encíclica, a política recomendada por Thomas Malthus de “deixar os pobres do planeta se exterminarem”. A FAO poderá implementar a política do “Decrescimento”, sonho acalentado pelo Clube de Roma desde os anos 1990.
9 – Os países desenvolvidos obterão sucesso, finalmente, em frear os países emergentes em seu crescimento econômico e social.
10 – Pelo fato de que alguns países em desenvolvimento se negarão a obedecer os mandamentos da AIA, teremos guerras que irão reduzir o excesso populacional planetário, pois a Igreja Católica Romana não admite reavaliar o dogma de que é contra a existência de quaisquer políticas públicas de controle da natalidade.

O principal problema da humanidade é o excesso populacional. Todos os pontos críticos decorrem dessa premissa. Todavia, o expressivo crescimento demográfico nunca é colocado em debate público. O Vaticano nega-se a apoiar medidas que incentivem a redução da velocidade desse crescimento. As guerras, a fome e as doenças das populações mais pobres e desassistidas, em maior amplitude do que já existem hoje, permitirão uma população inferior a 6 bilhões de pessoas ao final do século XXI.

Do ponto de vista humano, de fé, de ideais protecionistas da natureza, a Encíclica de Francisco é perfeita e irretocável, digna do representante de Deus entre nós. Do ponto de vista político a Encíclica é um desastre, porque terá distorções no seu uso e na sua divulgação, e provocará um tsunami planetário, um estupro político inevitável da humanidade.

Quem viver, assim verá.
Pai, perdoa esses humanos. Eles não sabem o que fazem.
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quinta-feira, 18 de junho de 2015

Fotos fantásticas

Richard Jakubaszko
Quem não gosta de boas fotos?
Tenho uma fissura inexplicável por fotos do cotidiano, pois elas nos falam de coisas fantásticas e maravilhosas, transmitem emoção, contam histórias, estimulam nossa imaginação, e nem precisam de legendas...
Atenção ao taco de hóquei voador...
Propaganda com aroma...
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Politicamente correto é totalitário

Richard Jakubaszko
O filósofo Slavoj Sizek vem se constituindo numa voz importante na mediocridade do mundo moderno, em que os líderes não exercem liderança, e fala o que deve ser dito e bem dito, e que assim sejam as coisas...
No vídeo abaixo Zizek demonstra, com seus tiques nervosos de coçar o bigode e o nariz, e com muito humor, a hipocrisia do "politicamente correto", uma praga que esparramou-se pelo planeta, que ele classifica muito apropriadamente de "totalitarismo" moderno.


Slavoj Zizek é um filósofo marxista e crítico cultural. É professor da European Graduate School, diretor internacional do Instituto Birkbeck para as Humanidades, no Birkbeck College, University of London, e pesquisador sênior no Instituto de Sociologia da Universidade de Liubliana, Eslovênia. Entre seus livros, Living in the End Times, First as Tragedy, Then as Farce, In Defense of Lost Causes, 4 volumes do Essential Žižek, e Event: A Philosophical Journey Through a Conce.
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terça-feira, 16 de junho de 2015

República Jacarepaguá (Esalq) faz 60 anos

Richard Jakubaszko
Para quem não sabe, a República Jacarepaguá fica em Piracicaba (SP), e abriga estudantes da gloriosa Esalq - Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (USP). Ela tem muitas histórias para contar nesses 60 anos, pois abrigou estudantes dos cursos da Esalq que ainda hoje fazem a grandeza do agronegócio brasileiro diante do mundo.

Pois dia 14 de agosto 2015 os estudantes hoje hospedados na República Jacarepaguá vão comemorar a data com um evento supimpa no Anfiteatro da Esalq, quando será organizado o "I Simpósio Desafios do Agronegócio", composto por palestras, homenagens e recordações dos 60 anos da república, mas nem todos, evidentemente...

Se você é ex-aluno, um esalqueano da gema, não deixe de participar desse evento, pois poderá constatar como seus amigos envelheceram bonito nesses anos todos, e irá recordar "causos" inesquecíveis. Vá reviver a história e relembrar momentos bonitos da melhor fase da sua vida, quando estava na universidade, de quando você era muito feliz e nem sabia disso...
Veja detalhes no informe abaixo.
Estarei lá com os garotos da República do Jacarepaguá, dando a força necessária para o evento, que promete fazer história.

Inscrições e mais informações em www.desafiosagronegocio.com
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segunda-feira, 15 de junho de 2015

A geopolítica do Índico


Marcos Sawaya Jank *
O mapa mais conhecido e utilizado no mundo é a famosa projeção de Mercator, criada em 1569 pelo cartógrafo flamengo Gerardus Mercator. Nesse mapa, a Europa aparece no centro, e a área de maior destaque são o Atlântico e as terras que o circundam. Isso não ocorreu por acaso, já que foram essas as regiões que dominaram a economia e a geopolítica global naquele momento e nos quatro séculos seguintes.

A projeção de Mercator divide o oceano Pacífico em duas partes, uma na ponta direita do mapa e outra na esquerda. A Ásia – continente que detém a maior parte da terra (30%) e 60% da população do planeta – aparece à direta do mapa, com menor destaque.

Mas é logo abaixo da Ásia que se encontra o Oceano mais complexo e estratégico da atualidade - o Índico. Três dos cinco países mais populosos do planeta gravitam em torno do Índico – China, Índia e Indonésia, que somam juntos quase 3 bilhões de pessoas. O Índico é também o berço do grande arco islâmico do planeta, que começa nas bordas superiores do Saara e termina no arquipélago da Indonésia.

Situam-se nele, também, três grandes estreitos – Bab el Mandeb, Hormuz e Malaca – cuja importância estratégica remonta às grandes navegações. Setenta por cento do petróleo do planeta e 50% do tráfego de contêineres do mundo passam por pelo menos um desses estreitos.

Metade da necessidade futura de energia do planeta virá da Índia e da China, que em breve vão se tornar os dois maiores consumidores do planeta. A demanda de petróleo da China vem dobrando a cada dez anos. A região vive também uma intensa disputa por carvão, gás natural, minerais, metais, madeira e produtos agropecuários. Myanmar, a antiga Birmânia, por exemplo, é o país onde China e Índia colidem nessa "disputa" por espaço e recursos naturais.

Ocorre que a China quer evitar o longo caminho necessário para trazer petróleo e enviar as suas mercadorias, que hoje passa pelo conflitivo mar do Sul da China e pelo estreito de Malaca, que liga o Índico ao Pacífico entre Indonésia, Malásia e Cingapura. O ex-líder Hu Jintao denominou essa imensa vulnerabilidade na rota de bens e energia da China como o "dilema de Malaca".

Por isso, a China vem se movimentando para construir estradas, ferrovias, oleodutos e portos que lhe deem acesso direto e rápido ao Índico. Recentemente o país assinou um acordo multibilionário com o Paquistão, principal rival da Índia, para construir estradas e portos naquele país. A segunda alternativa dos chineses é cruzar Myanmar, até a baía de Bengala. A China tem colocado fartos recursos em Myanmar.

No excelente livro "Monsoon - The Indian Ocean and the Future of American Power", Robert Kaplan discute o grande jogo da disputa pela hegemonia da região. De um lado, a China quer se expandir verticalmente para ter acesso ao Índico. Do outro, a Índia tenta se expandir horizontalmente nas mesmas áreas.

Tudo indica que são as águas quentes do oceano Índico que vão abrigar o núcleo central da geopolítica mundial do século 21.

* o autor é especialista em questões globais do agronegócio.

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