quinta-feira, 17 de março de 2016

Moro grampeou Dilma, e não Lula.

Richard Jakubaszko
Mais do que claro, é óbvio ululante.
É só ouvir a gravação divulgada pelo juiz Moro: o telefone grampeado é o da Presidência da República. A ligação começa com o sinal telefônico de chamada, sinal que um telefone desligado não pode emitir, porque está DESLIGADO...  Ao fundo, ouvem-se murmúrios, vozes, sons ambientais, captados de forma ininteligível pelo aparelho que fez a chamada (de Dilma), até que o assessor de Lula atende.
Assim, Moro demonstra que não se considera apenas acima da Lei, mas como a própria Lei, representante auto nomeado de um Estado Policial inimputável.

Resta saber qual a punição jurídica cabível a uma autoridade do judiciário que abusa de seus poderes, e ainda faz proselitismo político, dando divulgação de uma conversa privada de dois cidadãos em pleno exercício de seus direitos, sendo que um dos interlocutores é a Presidente (eleita pela soberania do voto).

Com a palavra as instâncias superiores da Justiça Federal. Ficar com melindres por ouvir palavras de baixo calão ditas por Lula é hipocrisia, Lula é assim mesmo, fala como o povão se expressa no estádio de futebol, e esse talvez seja um dos segredos de sua boa comunicação com o povo.

O resto é ti-ti-ti de político, prosaico, comum, partidário.
Nomear Lula ministro da Casa Civil, para protegê-lo da sanha persecutória de Moro, poderia ser comparado a um mandato de segurança, ou liminar, ou habeas corpus preventivo. Significa que, para as vestais midiáticas e os políticos, pode uma ação judicial prévia, mas não pode uma manobra política, especialmente quando eles perdem. Porque a nomeação não elimina a ação de Justiça sobre as investigações, apenas muda o local de julgamento, de Curitiba para o STF em Brasília, e esse chororô é infantil e ridículo.

Quem merece uma investigação séria é o juiz Sérgio Moro, que extrapolou suas prerrogativas e funções, e demonstra falta de equilíbrio emocional para conduzir uma operação gigantesca como essa da Lava Jato que já anda travando a economia, além de provocar a destruição de inúmeras empreiteiras, estaleiros, fornecedores da Petrobras, criando desemprego, e vem agora com novas ameaças futuristas, de investigação sobre o BNDEs, Belo Monte e outras coisas mais. Que vá investigar o metrô de São Paulo, que investigue Furnas, o merendão paulista, o aeroporto de Cláudio, a amante de FHC, que aponte do que vivia o Serra antes de ser eleito Senador, e por aí vai...

Aqui, a gravação (perceba a voz da telefonista, enquanto toca o sinal de "chamada": 

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4 comentários:

  1. O que passou, passou!
    Vamos agora experimentar um parlamentarismo tupiniquim:
    Presidente- Dilma (Representa a nação)
    1° Ministro- Lula (Governa os pais)
    Vamos torcer para dar certo, especialmente se o 1? Ministro não tiver maioria do Congresso.
    É vivendo que se aprende.
    F.Cardoso

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    1. Dr Fernando,
      lamentavelmente vive-se uma crise política, ao lado de duas crises, a midiática e a judicial. Ninguém parece ter bom senso nesse entrevero, e as pessoas nas ruas andam sem paciência. Qualquer um, hoje, se vestir uma camisa vermelha, pode ser agredido nas ruas, só pela cor da camisa. As paixões andam desenfreadas e enlouquecidas.
      Já o parlamentarismo tupiniquim, como o Senhor de refere, chega a ter um colorido tragicômico. Primeiro, porque o STF tem de aprovar ou desaprovar esse ato do Executivo, de nomear Lula ministro. O que é ridículo essa interferência entre os poderes. Dos 10 pedidos no STF, amanhã o ministro Gilmar vai definir 6, e consta que ele deve dar o OK para a posse de Lula, porque não pode desautorizar o executivo, mas pretende retirar de Lula o "privilégio" que outros ministros têm, de serem julgados pelo STF em caso de pendenga jurídica.
      Enfim, é só mais uma gambiarra jurídica, e que teria de ser aprovada em plenário, o que torna a "maioria" parlamentar de Lula na Câmara uma piada, pois para conquistar essa maioria, e ganhar no voto a proposta de impeachment liderada pelo réu Cunha, terá de convencer os nobres deputados; como ele mesmo disse, ao tomar posse em 2003, mais da metade deles é picareta e lobysta...
      Saúde, e desenvolvamos bom humor, caso contrário a gastrite nos ataca (e vence...).
      abs
      Richard

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  2. Não sou nenhum especialista político, geógrafo, historiador ou algo parecido, mas sou um observador interessado, não somente no mundinho Brasil, mas no que ocorre fora tb. Sou a favor do parlamentarismo, mas não esse modelo que pretendem, que somente dá margem à perpetuação no poder, mas o parlamentarismo pleno, o verdadeiro, o modelo europeu, com um presidente apenas com a função de representação diplomática e um primeiro ministro forte, independente do presidente (nao nomeado por este), que passa por avaliação e, se não governar a contento, pode ser substituído muito mais facilmente do que um presidente. O modelo presidencialista so funciona bem se os Estados forem independentes, assim como ocorre nos EUA, onde o presidente tem poderes, mas depende muito do que os governadores decidirem. Isso só é atingido quando há um amadurecimento pleno da verdadeira democracia, sem resquícios de comunismo ou algo semelhante. Sou sim fã da democracia Norte Americana, dá certo la. O Brasil deveria copiar mais os bons exemplos do mundo e ver que certas ideologias não dão mais certo em luar algum.

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    1. Alceu,
      concordo em parte, e tenho dúvidas em outras. No Brasil não há esquerda ou direita. O PT, e o Lula, nunca foram de esquerda, no máximo trabalhistas. O rótulo de esquerda, ou bolivariano (crédo!) foi afixado neles por interesses de ordem político e partidário dos chamados partidos de direita. Mas há, hoje em dia, influência nazi-fascista nos chamados jovens (os com menos de 50...) liberais ou neoliberais. Aí mora um grande perigo,
      Já o parlamentarismo brasileiro, teria uns 3 a 4 primeiros-ministros por ano, considerando o estilo lobista dos nossos deputados. A grande maioria dos deputados é do chamado baixo-clero, eleita por forças regionais. Há uma concentração de deputados em estados não populosos, o que desequilibra votações na câmara, e torna desproporcional os interesses. O exemplo maior disso está nas emendas de interesses dos deputados para cumprir promessas eleitorais em suas regiões de origem - uma ponte, uma estradinha, uma barragem... Continua no peso de voto de cada deputado, pois um desconhecido (com 5 mil votos) do Centro-Oeste ou do Norte tem o mesmo peso de um deputado de SP/RJ, que teve de receber mais de 150 mil votos para se eleger. Continua o problema em que temos 32 partidos, partidos que alugam seus tempos em TVs, e participam de coligações, mas que nas votações seguem a orientação das bancadas "parasitas" e paralelas. Você vai encontrar gente de todos os partidos nas bancadas dos ruralistas, evangélica, da bala, ambientalista, e por aí afora. Votam de acordo com essas bancadas virtuais, em vez dos seus partidos. Já os nanicos, elegem personalidades, como jogadores de futebol, ou famosos da TV, que se tornam, na primeira eleição, votos exemplares de protesto aos políticos, mas eles são os "puxadores de votos", ou sejam, conseguem 1 milhão de votos, e isto soma na legenda, que acaba elegendo 4 ou 5 deputados, em São Paulo, por exemplo, com 10 ou 15 mil votos, e deixam em casa deputados que tiveram 101 mil votos.
      Fazer parlamentarismo com esse tipo de gente no congresso é uma temeridade, pois um deputado tem um poder muito maior no parlamentarismo, entendeu?
      Ou seja, não há solução, a meu ver, nem no voto distrital, pela cultura do povo, pelo domínio na mídia TV, que nada explica, não educa, mas deseduca com programas tipo BBB, auditórios, etc. e etc.
      Só a educação salvaria este povo. Mas a verba da educação, que estava reservada e aprovada pelo congresso, como o lucro do pré-sal, agora será privatizada, e irá para as velhinhas poupadoras do Ohio ou de Kansas, que investiram em wall street, porque o senador Zé Serra de SPaulo está privatizando o pré-sal, e a Dilma aceitou isso, para ver se salvava o cargo.
      Tá uma merda, e vai piorar...

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