Richard Jakubaszko
Esalqueano: PDF do livro dos 75 anos da USP, clique no link abaixo para baixar o livro, seu nome está lá, junto da história dessa magnífica entidade de ensino. http://www.esalq.usp.br/acom/usp75anos.htm
Agradeço ao Prof. Dr. Antonio Roque Dechen pelo envio do link. _
Este blog é um espaço de debate onde se pode polemizar sobre política, economia, sociologia, meio ambiente, religião, idiossincrasias, sempre em profundidade e com bom humor. Participe, dê sua opinião. O melhor do blog está em "arquivos do blog", os temas são atemporais. Se for comentar registre nome, NÃO PUBLICO COMENTÁRIOS ANÔNIMOS. Aqui no blog, até mesmo os biodesagradáveis são bem-vindos! ** Aviso: o blog contém doses homeopáticas de ironia, por vezes letais, mas nem sempre.
sexta-feira, 27 de março de 2009
segunda-feira, 23 de março de 2009
Prazeres minúsculos
por Leonardo Boff *
Na ideologia dominante, todo mundo quer viver melhor e desfrutar de uma melhor qualidade de vida. Comumente associa esta qualidade de vida ao Produto Interno Bruto de cada pais. O PIB representa todas as riquezas materiais que um pais produz. Se este é o critério, então o países melhor colocados são os Estados Unidos, seguidos do Japão, Alemanha, Suecia e outros. Este PIB é uma medida inventada pelo capitalismo para estimular a produção crescente de bens materiais a serem consumidos.
Nos últimos anos, dado o crescimento da pobreza e da urbanização favelizada do mundo e até por um senso de decência, a ONU introduziu a categoria IDH, o “Índice de Desenvolvimento Humano”. Nele se elencam valores intangíveis como saúde, educação, igualdade social, cuidado para com a natureza, equidade de gênero e outros. Enriqueceu o sentido de “qualidade de vida” que era entendido de forma muito materialista: goza de boa qualidade de vida quem mais e melhor consome.
Consoante o IDH a pequena Cuba apresenta-se melhor situada que os EUA, embora com um PIB comparativamente ínfimo.
Acima de todos os paises está o Butão, esprimido entre a China e Índia aos pés do Himalaia, muito pobre materialmente mas que estatuiu oficialmente o “Indice de Felicidade Interna Bruta”. Este não é medido por critérios quantitativos mas qualitativos, como boa governança das autoridades, eqüitativa distribuição dos excedentes da agricultura de subsistência, da extração vegetal e da venda de energia para a Índia, boa saúde e educação e especialmente bom nível de cooperação de todos para garantir a paz social.
Nas tradições indígenas de Abya Yala, nome para o nosso Continente indioamericano ao invés de “viver melhor” se fala em “bem viver”. Esta categoria entrou nas constituições da Bolívia e do Equador como o objetivo social a ser perseguido pelo Estado e por toda a sociedade.
O “viver melhor” supõe uma ética do progresso ilimitado e nos incita a uma competição com os outros para criar mais e mais condições para “viver melhor”. Entretanto para que alguns pudessem “viver melhor” milhões e milhões têm e tiveram que “viver mal”. É a contradição capitalista.
Contrariamente, o “bem viver” visa a uma ética da suficiência para toda a comunidade e não apenas para o indivíduo. O “bem viver” supõe uma visão holística e integradora do ser humano inserido na grande comunidade terrenal que inclui além do ser humano, o ar, a água, os solos, as montanhas, as árvores e os animais; é estar em profunda comunhão com a Pacha Mama (Terra), com as energias do universo e com Deus.
A preocupação central não é acumular. De mais a mais, a Mãe Terra nos fornece tudo que precisamos. Nosso trabalho supre o que ele não nos pode dar ou a ajudamos a produzir o suficiente e decente para todos, também para os animais e as plantas. “Bem viver” é estar em permanente harmonia com o todo, celebrando os ritos sagrados que continuiamente renovam a conexão cósmica e com Deus.
O “bem viver” nos convida a não consumir mais do que o ecossistema pode suportar, a evitar a produção de resíduos que não podemos absorver com segurança e nos incita a reutilizar e reciclar tudo o que tivermos usado. Será um consumo reciclável e frugal. Então não haverá escassez.
Nesta época de busca de novos caminhos para a humanidade a idéia do “bem viver” tem muito a nos ensinar.
O trecho acima é do artigo de Leonardo Boff, teólogo e filósofo, escritor com mais de 80 livros publicados, membro da Iniciativa Carta da Terra sendo um de seus redatores. Publicado originalmentge no blog de Ricardo Noblat.
sábado, 21 de março de 2009
Percepção equivocada
Richard Jakubaszko _
A Secretaria Especial de Abalos Sísmicos, pujante e tecnológica, criada e instalada recentemente em Brasília, já estava funcionando há algumas semanas e seus técnicos e especialistas sempre atentos detectaram que haveria dentro de alguns dias um abalo sísmico no sertão do Ceará.
Imediatamente despacharam alguns avisos via e-mails para a região do iminente desastre geológico. Os e-mails enviados retornaram undelivery, pois não havia computadores na região. Despacharam então concisos e objetivos telegramas a prefeitos e delegados, que dizia assim:
A Secretaria Especial de Abalos Sísmicos, pujante e tecnológica, criada e instalada recentemente em Brasília, já estava funcionando há algumas semanas e seus técnicos e especialistas sempre atentos detectaram que haveria dentro de alguns dias um abalo sísmico no sertão do Ceará.
Imediatamente despacharam alguns avisos via e-mails para a região do iminente desastre geológico. Os e-mails enviados retornaram undelivery, pois não havia computadores na região. Despacharam então concisos e objetivos telegramas a prefeitos e delegados, que dizia assim:
“Urgente. Ponto. Aqui é da Secretaria Especial de Abalos Sísmicos, de Brasília. Comunicamos iminente abalo sísmico na região, com epicentro na zona do Cariri. Ponto. Suspeitamos de Escala Richter de 7,0 a 8,0 que é altamente perigosa e destruidora. Ponto.
Recomendamos evacuação de mulheres, crianças e idosos. Ponto.
Informem providências tomadas. Ponto. Se necessário peçam ajuda do Governo Federal”. Ponto.
_
Passaram-se dias, e nenhuma resposta.
Quinze dias depois chegou um telegrama do Cariri: _
“Ó xente. Ponto. Obrigado pelo comunicado. Ponto. Vocês são muito bem informados. Ponto. Nós já suspeitava desses elemento. Padim Ciço nos avisou. Ponto.
Tomamos providências com nossa eficiente políça.
Evacuamos todas as mulheres da zona. Ponto.
As putas reclamaram muito. Ponto.
As crianças e velhos foi fácil evacuar. Ponto.
Dos 7 a 8 elementos perigosos nossa polícia prendeu 5, matou 1 e outro está preso, mas epicentro confessou tudo no pau-de-arara. Ponto.
Com esses elemento não tem direito humano. Ponto.
Richter evadiu-se, pra lugar incerto e não sabido, está no sertão, e vai indo em direção de Brasília. Ponto.
Cuidado com ele! Ponto.
Ele é realmente esperto, esse cabra da peste, parece até político. Ponto.
Não respondemo antes porque teve uma porra dum terremoto por aqui que não ficou nem alma penada de pé. Ponto.
Apareçam pra nos visitar! Ponto.
Recomendamos evacuação de mulheres, crianças e idosos. Ponto.
Informem providências tomadas. Ponto. Se necessário peçam ajuda do Governo Federal”. Ponto.
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Passaram-se dias, e nenhuma resposta.
Quinze dias depois chegou um telegrama do Cariri: _
“Ó xente. Ponto. Obrigado pelo comunicado. Ponto. Vocês são muito bem informados. Ponto. Nós já suspeitava desses elemento. Padim Ciço nos avisou. Ponto.
Tomamos providências com nossa eficiente políça.
Evacuamos todas as mulheres da zona. Ponto.
As putas reclamaram muito. Ponto.
As crianças e velhos foi fácil evacuar. Ponto.
Dos 7 a 8 elementos perigosos nossa polícia prendeu 5, matou 1 e outro está preso, mas epicentro confessou tudo no pau-de-arara. Ponto.
Com esses elemento não tem direito humano. Ponto.
Richter evadiu-se, pra lugar incerto e não sabido, está no sertão, e vai indo em direção de Brasília. Ponto.
Cuidado com ele! Ponto.
Ele é realmente esperto, esse cabra da peste, parece até político. Ponto.
Não respondemo antes porque teve uma porra dum terremoto por aqui que não ficou nem alma penada de pé. Ponto.
Apareçam pra nos visitar! Ponto.
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quinta-feira, 19 de março de 2009
Pílula do dia seguinte (pode ser tomada na véspera)
por Roberto Barreto, de Catende
Procurado!
Um Darwin que explique a involução da espécie - humana.
_ . _ . _ . _ .
- Eu sou, como o Papa Bento XVI, contra o autoritarismo. _
- Mas, a favor da lavagem cerebral... _
- Ninguém é perfeito, cultivo certas fraquezas. _
RBdC
Procurado!
Um Darwin que explique a involução da espécie - humana.
_ . _ . _ . _ .
- Eu sou, como o Papa Bento XVI, contra o autoritarismo. _
- Mas, a favor da lavagem cerebral... _
- Ninguém é perfeito, cultivo certas fraquezas. _
RBdC
sexta-feira, 13 de março de 2009
As tartaruguinhas do Projeto Tamar
por Ana Luiza Barbieri
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Uma das experiências mais marcantes da viagem à Bahia em janeiro/fevereiro passados foi, para mim (e, com certeza, também para os meus companheiros de evento), a observação da soltura das tartarugas marinhas do Projeto Tamar na praia em frente ao hotel em que estivemos hospedados.
Com a minha câmera (minha fiel companheira!), tive a felicidade de poder registrar alguns momentos dessa experiência inesquecível e, agora, mostrá-los a vocês, que lá estiveram, para relembrarem, e para aqueles que não estiveram poderem ter "um gostinho" desse momento maravilhoso proporcionado pelo pessoal do Projeto Tamar.
Aí vai o link:
Com um beijão
Ana
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O blogueiro comenta: emocionante o vídeo, ancorado no Youtube, vale a pena assistir. A edição do vídeo promete uma cineasta de categoria para dentro em breve.
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quinta-feira, 12 de março de 2009
Medalha ESALQ 2009
Richard Jakubaszko
Recebi o email abaixo da diretoria da ESALQ:
Prezado Richard:
Nesta sexta-feira (13/3/2009, às 19.00 hs), ocorrerá a outorga da Medalha Luiz de Queiroz ao Dr. Fernando Penteado Cardoso.
A cerimônia será transmitida pela Internet
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o prof. Roque pediu para eu checar contigo a possibilidade de divulgar em seu blog, além de incluir o folder da cerimônia (e que está em arquivo PDF no site da Esalq):
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Um abraço
Luciana Joia de Lima
Luciana Joia de Lima
Relações Públicas
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Comentário: não poderei estar presente à cerimônia de entrega da Medalha Luiz de Queiroz, conforme era minha intenção, nem terei a satisfação de dar um abraço pessoalmente no Dr. Fernando Penteado Cardoso, como era de meu desejo, o que vai ficar para uma outra oportunidade.
Registro, entretanto, meus cumprimentos pessoais ao Dr. Cardoso, uma das mais talentosas e brilhantes personalidades do agronegócio brasileiro em todos os tempos, por essa merecida homenagem que a Esalq faz a ele.
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terça-feira, 10 de março de 2009
Vale dos vinhedos: profissionalismo e planejamento sem crise.
Richard Jakubaszko
Dá orgulho e satisfação de ser brasileiro ao visitar o Vale dos Vinhedos na região da serra gaúcha, que produz 90% dos vinhos do Brasil.
Estivemos em visita a Fenavinho em fevereiro último, junto a um grupo de jornalistas brasileiros e estrangeiros, convidados pelo Ibravin – Instituto Brasileiro do Vinho, apoiados pela APEX – Agência Brasileira de Promoção de Exportações.
A cadeia da vitivinicultura, que inclui a parceria da Aprovale - Associação dos Produtores do Vale dos Vinhedos, vai cumprindo seu roteiro e planejamento para conquistar consumidores com vinhos, espumantes e sucos de alta qualidade, que tem recebido o merecido reconhecimento internacional, inclusive da Europa, e que apresenta números expressivos na exportação de produtos com alto valor agregado, além da conquista dos consumidores no mercado interno.
Desde os anos 80 o Vale dos Vinhedos se prepara e planeja o futuro: no plantio de parreirais selecionados – apoiados pela Embrapa Uva e Vinho – ao lado de vinhedos tradicionais de alta qualidade que já existiam na região, alguns já centenários (a parreira produz por 130 anos, consecutivamente). A mudança se processa no sistema de vinhedos em latada para o de espaldeira, inegavelmente responsável por melhores frutos.
Varietais como chardonnay, cabernet sauvignon, merlot, pinot noir e outras do Vale dos Vinhedos tiveram reconhecida sua alta qualidade e diferenciação em relação a outras regiões e receberam a IG – Identificação Geográfica de Vale dos Vinhedos, ou, Indicação de Origem.
Os vinhos, espumantes e sucos produzidos na região (veja o mapa), recebem um selo numerado, a garantia de origem, o que gera valor agregado ao produto final. Com isso as vinícolas da região não apenas podem produzir produtos de alta qualidade, mas remunerar melhor a matéria prima utilizada, uvas fornecidas pelos vitivinicultores da região.
É uma corrente onde não existem elos fracos, pois todos os elos são importantes e vitais para a existência da corrente positiva. Ninguém, por lá, dá um tiro no próprio pé. O que se vê e percebe na região é a circulação de riquezas, gente civilizada, locais sofisticados como lojas, restaurantes, hotéis e empresas. Ausência de miséria, limpeza nas cidades e vilas, até mesmo favelas (pois existem, sim), mas com antenas parabólicas às centenas fincadas nos tetos das casas, morro acima e morro abaixo, pois a topografia da região é assim, e carros estacionados nas portas das casas de madeira, típicas da colonização italiana. Aliás, não são favelas, são bairros de classe média emergente. É a riqueza que circula generosa, sem crises.
União entre produtores rurais, cooperativas e vinícolas, esse foi o primeiro passo para conquistar os objetivos planejados. A busca da qualidade foi o ponto de partida do grupo, seja na produção de uva seja na industrialização da matéria prima. Para tanto se contrataram especialistas de renome internacional para consultoria, principalmente enólogos, o que gerou uma safra de enólogos nacionais de respeitada qualidade e alto profissionalismo, que acaba de regulamentar a profissão no Brasil. Simples assim, e daqui para frente é apenas administrar o elevado padrão de qualidade já conquistado, com a cumplicidade e parceria de todos zelando pelos níveis já atingidos.
Com a ajuda de um bom marketing as vinícolas da região fazem a fama, entre elas a Vinícola Aurora, Salton, Casa Valduga, Angheben, Amadeu, Vallontano, e muitas outras, quase uma centena delas, nos vinhos finos, nos espumantes e sucos, com inegável competência. Tão bom que dá orgulho de ser brasileiro. É um exemplo a ser conhecido, estudado e repetido por outras regiões brasileiras de produção agrícola. É uma fórmula que sempre dá certo.
Dá orgulho e satisfação de ser brasileiro ao visitar o Vale dos Vinhedos na região da serra gaúcha, que produz 90% dos vinhos do Brasil.
Estivemos em visita a Fenavinho em fevereiro último, junto a um grupo de jornalistas brasileiros e estrangeiros, convidados pelo Ibravin – Instituto Brasileiro do Vinho, apoiados pela APEX – Agência Brasileira de Promoção de Exportações.
A cadeia da vitivinicultura, que inclui a parceria da Aprovale - Associação dos Produtores do Vale dos Vinhedos, vai cumprindo seu roteiro e planejamento para conquistar consumidores com vinhos, espumantes e sucos de alta qualidade, que tem recebido o merecido reconhecimento internacional, inclusive da Europa, e que apresenta números expressivos na exportação de produtos com alto valor agregado, além da conquista dos consumidores no mercado interno.
Desde os anos 80 o Vale dos Vinhedos se prepara e planeja o futuro: no plantio de parreirais selecionados – apoiados pela Embrapa Uva e Vinho – ao lado de vinhedos tradicionais de alta qualidade que já existiam na região, alguns já centenários (a parreira produz por 130 anos, consecutivamente). A mudança se processa no sistema de vinhedos em latada para o de espaldeira, inegavelmente responsável por melhores frutos.
Varietais como chardonnay, cabernet sauvignon, merlot, pinot noir e outras do Vale dos Vinhedos tiveram reconhecida sua alta qualidade e diferenciação em relação a outras regiões e receberam a IG – Identificação Geográfica de Vale dos Vinhedos, ou, Indicação de Origem.
Os vinhos, espumantes e sucos produzidos na região (veja o mapa), recebem um selo numerado, a garantia de origem, o que gera valor agregado ao produto final. Com isso as vinícolas da região não apenas podem produzir produtos de alta qualidade, mas remunerar melhor a matéria prima utilizada, uvas fornecidas pelos vitivinicultores da região.
É uma corrente onde não existem elos fracos, pois todos os elos são importantes e vitais para a existência da corrente positiva. Ninguém, por lá, dá um tiro no próprio pé. O que se vê e percebe na região é a circulação de riquezas, gente civilizada, locais sofisticados como lojas, restaurantes, hotéis e empresas. Ausência de miséria, limpeza nas cidades e vilas, até mesmo favelas (pois existem, sim), mas com antenas parabólicas às centenas fincadas nos tetos das casas, morro acima e morro abaixo, pois a topografia da região é assim, e carros estacionados nas portas das casas de madeira, típicas da colonização italiana. Aliás, não são favelas, são bairros de classe média emergente. É a riqueza que circula generosa, sem crises.
União entre produtores rurais, cooperativas e vinícolas, esse foi o primeiro passo para conquistar os objetivos planejados. A busca da qualidade foi o ponto de partida do grupo, seja na produção de uva seja na industrialização da matéria prima. Para tanto se contrataram especialistas de renome internacional para consultoria, principalmente enólogos, o que gerou uma safra de enólogos nacionais de respeitada qualidade e alto profissionalismo, que acaba de regulamentar a profissão no Brasil. Simples assim, e daqui para frente é apenas administrar o elevado padrão de qualidade já conquistado, com a cumplicidade e parceria de todos zelando pelos níveis já atingidos.
Com a ajuda de um bom marketing as vinícolas da região fazem a fama, entre elas a Vinícola Aurora, Salton, Casa Valduga, Angheben, Amadeu, Vallontano, e muitas outras, quase uma centena delas, nos vinhos finos, nos espumantes e sucos, com inegável competência. Tão bom que dá orgulho de ser brasileiro. É um exemplo a ser conhecido, estudado e repetido por outras regiões brasileiras de produção agrícola. É uma fórmula que sempre dá certo.
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sexta-feira, 6 de março de 2009
ESALQ - MUITO ALÉM DOS 10.000 AGRÔNOMOS
Prof. Dr. Antonio Roque Dechen – Diretor da ESALQ
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Na solenidade de colação de grau que aconteceu no dia 23 de janeiro de 2009, a Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” teve vários motivos para comemorar: os 75 anos da Universidade de São Paulo, a ESALQ teve a honra de ser uma das unidades fundadoras, a primeira cerimônia com dupla diplomação dentro do Convênio com as Universidades de Agronomia da França e a diplomação do Engenheiro Agrônomo número dez mil.
Ao longo de seus 107 anos de existência, a ESALQ já formou 11.947 profissionais em seis modalidades. Atendo-nos à habilitação Agronomia, envaidece-nos o efeito multiplicador do Engenheiro Agrônomo, gerador de benefícios agropecuários que se distribuem a milhares de pessoas. A demanda por alimentos e as preocupações com alterações climáticas requerem a efetiva participação de nossos profissionais. Muitos se tornaram empresários bem sucedidos, na economia privada, gerando empregos, bons produtos e impulsionando o desenvolvimento em seus segmentos produtivos. Outros, ocuparam e ocupam denodadas posições governamentais, como ministros, secretários de estado ou de municípios, administrando a problemática de abastecimento ou de ambientes.
Nossa Escola tem sido palco de inúmeras atividades incentivando o empreendedorismo no Agronegócio, dentro da melhor tecnologia para os biocombustíveis e das energias renováveis, por exemplo, e dos princípios éticos e morais, aceitos pelo mundo afora.
O relacionamento através de convênios com universidades e instituições renomadas de inúmeros países tem permitido intercâmbios, possibilitando, inclusive, a obtenção de dupla diplomação com as Escolas de Agronomia da França.
Não é sem razão que as Unidades do Campus “Luiz de Queiroz” receberam da Capes, para Cursos de Pós-Graduação a classificação em nível 7 – (maior classificação) de excelência internacional nas Áreas de Genética, Solos e Nutrição de Plantas e CENA. Outra excepcional referência foi a classificação da Editora Abril dos cursos de graduação: Agronomia e Gestão Ambiental – classificados com 5 estrelas (maior classificação).
Por isso, quando atribuímos à melhor aluna da turma de graduandos deste ano, Susana Lin, o registro histórico de Engenheiro Agrônomo número 10.000, revelamos que este “milestone” (marco milhardário) representa mais do que uma simples graduação universitária, representa a graduação em uma Escola de nível internacional. Ela irá enriquecer nossa história como profissional que se inscreverá em nossos registros de ex-alunos com expressivas realizações profissionais. Podemos afirmar que a ESALQ e Piracicaba têm grande contribuição no desenvolvimento do Agronegócio Brasileiro e sua inserção no cenário mundial. Esta é a grande missão subliminar da ESALQ – formar líderes!
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Na solenidade de colação de grau que aconteceu no dia 23 de janeiro de 2009, a Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” teve vários motivos para comemorar: os 75 anos da Universidade de São Paulo, a ESALQ teve a honra de ser uma das unidades fundadoras, a primeira cerimônia com dupla diplomação dentro do Convênio com as Universidades de Agronomia da França e a diplomação do Engenheiro Agrônomo número dez mil.
Ao longo de seus 107 anos de existência, a ESALQ já formou 11.947 profissionais em seis modalidades. Atendo-nos à habilitação Agronomia, envaidece-nos o efeito multiplicador do Engenheiro Agrônomo, gerador de benefícios agropecuários que se distribuem a milhares de pessoas. A demanda por alimentos e as preocupações com alterações climáticas requerem a efetiva participação de nossos profissionais. Muitos se tornaram empresários bem sucedidos, na economia privada, gerando empregos, bons produtos e impulsionando o desenvolvimento em seus segmentos produtivos. Outros, ocuparam e ocupam denodadas posições governamentais, como ministros, secretários de estado ou de municípios, administrando a problemática de abastecimento ou de ambientes.
Nossa Escola tem sido palco de inúmeras atividades incentivando o empreendedorismo no Agronegócio, dentro da melhor tecnologia para os biocombustíveis e das energias renováveis, por exemplo, e dos princípios éticos e morais, aceitos pelo mundo afora.
O relacionamento através de convênios com universidades e instituições renomadas de inúmeros países tem permitido intercâmbios, possibilitando, inclusive, a obtenção de dupla diplomação com as Escolas de Agronomia da França.
Não é sem razão que as Unidades do Campus “Luiz de Queiroz” receberam da Capes, para Cursos de Pós-Graduação a classificação em nível 7 – (maior classificação) de excelência internacional nas Áreas de Genética, Solos e Nutrição de Plantas e CENA. Outra excepcional referência foi a classificação da Editora Abril dos cursos de graduação: Agronomia e Gestão Ambiental – classificados com 5 estrelas (maior classificação).
Por isso, quando atribuímos à melhor aluna da turma de graduandos deste ano, Susana Lin, o registro histórico de Engenheiro Agrônomo número 10.000, revelamos que este “milestone” (marco milhardário) representa mais do que uma simples graduação universitária, representa a graduação em uma Escola de nível internacional. Ela irá enriquecer nossa história como profissional que se inscreverá em nossos registros de ex-alunos com expressivas realizações profissionais. Podemos afirmar que a ESALQ e Piracicaba têm grande contribuição no desenvolvimento do Agronegócio Brasileiro e sua inserção no cenário mundial. Esta é a grande missão subliminar da ESALQ – formar líderes!
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quinta-feira, 5 de março de 2009
Laowai (estrangeiro)
Richard Jakubaszko
Desde que me conheço por gente, e digamos que isso começou a acontecer a partir do início da juventude, aos 12 ou 13 anos, a China exerce em mim um fascínio místico e até mesmo inexplicável, pela característica de ser incontrolável, seja pela sabedoria milenar explícita de seus mais de 5 mil anos de história, seja pelo fato de possuir mais de um bilhão e trezentos milhões de habitantes, com todas as implicações sociais, culturais, políticas e econômicas que isso acarreta.
Com o explosivo crescimento econômico chinês dos últimos anos, em que rapidamente conquistou a terceira posição entre as maiores potências do planeta, pelo critério de ranking do PIB – Produto Interno Bruto, acredito que esse mesmo fascínio ou curiosidade foi despertado entre muitas outras pessoas.
Lembro-me de ter lido nos anos setenta, e que muito me encantou, o livro “A China antes da Coca-cola”, escrito por Henfil. Um dos relatos de Henfil justificava parte deste encantamento com a disciplina chinesa, eis que Henfil explicava que os chineses urinavam e defecavam em gigantescos banheiros públicos nas grandes cidades, e toda essa “matéria prima” era devidamente coletada e aproveitada como adubo em lavouras ao redor das grandes cidades.
Terminei de ler agora no final do ano o livro “Laowai - Histórias de uma repórter brasileira na China”, escrito pela jornalista Sônia Bridi, e ilustrado com fotos de seu marido Paulo Zero (Editora Letras Brasileiras, 2008, em sua 4ª edição, com 384 páginas). Sônia Bridi e Paulo Zero foram correspondentes da TV Globo na China em 2005 e 2006, portanto pioneiros na Ásia como latino-americanos, e o livro é um interessante diário dos bastidores das reportagens feitas pelo casal, além de uma análise da percepção do casal, como profissionais e como turistas, ou apenas residentes temporários.
Assim, hábitos e costumes dos chineses foram descritos com a ótica de uma jornalista ocidental, tanto no campo das tradições milenares, muitas delas praticadas até hoje, como na exótica culinária, na intrincada burocracia comunista chinesa, na corrupção endêmica, nas religiões, no incrível humor chinês, na higiene e até mesmo na cultura de micro-regiões longínquas visitadas para fazer reportagens ou entrevistas.
É divertidíssimo acompanhar a incredulidade e espanto das chinesas ao descobrirem, por exemplo, o tórax cabeludo de Paulo Zero, eis que cabelo nessa parte do corpo humano é, para os chineses, um símbolo de potência sexual, dado o fato de que os homens chineses são quase desprovidos de pelos, e também quase imberbes.
O que não deixa de ser uma contradição, haja vista a superpopulação do país.
Há relatos antológicos da autora, em termos de narrativa, por exemplo, sobre o hábito dos chineses de não usarem cheques ou cartões de crédito, mas apenas dinheiro vivo para comprar e pagar qualquer coisa.
Em paralelo a isso o fato de chinês, apesar de possuir uma invejável disciplina milenar para algumas coisas, não conhecer, ou detestar, aquilo que nós chamamos no Brasil de fila, a democrática fila que gaúchos e portugueses chamam de bicha. Assim, o caos em algumas agências bancárias é constante e não há respeito, deferência ou qualquer privilégio por deficientes físicos.
“Laowai” é um livro pródigo nesses relatos, justos, diretos, objetivos, sensíveis, e alguns com rara finesse humorística.
A China deve ser ultrapassada pela Índia dentro de menos de 10 anos em termos de população. Eles possuem rígidos controles demográficos, o que é ignorado de forma hipócrita pelo resto do planeta.
De toda forma a China avança com seu espantoso crescimento, e deve crescer cerca de 8% este ano, um índice inacreditável por conta da crise financeira internacional que ameaça com recessão a maioria dos países ocidentais. Deve levar a China para o segundo lugar no ranking mundial, superando o Japão dentro de 3 a 5 anos. Quem viver verá. Por enquanto fica a sugestão de leitura de "Laowai", uma agradável, útil e instrutiva diversão.
Desde que me conheço por gente, e digamos que isso começou a acontecer a partir do início da juventude, aos 12 ou 13 anos, a China exerce em mim um fascínio místico e até mesmo inexplicável, pela característica de ser incontrolável, seja pela sabedoria milenar explícita de seus mais de 5 mil anos de história, seja pelo fato de possuir mais de um bilhão e trezentos milhões de habitantes, com todas as implicações sociais, culturais, políticas e econômicas que isso acarreta.
Com o explosivo crescimento econômico chinês dos últimos anos, em que rapidamente conquistou a terceira posição entre as maiores potências do planeta, pelo critério de ranking do PIB – Produto Interno Bruto, acredito que esse mesmo fascínio ou curiosidade foi despertado entre muitas outras pessoas.
Lembro-me de ter lido nos anos setenta, e que muito me encantou, o livro “A China antes da Coca-cola”, escrito por Henfil. Um dos relatos de Henfil justificava parte deste encantamento com a disciplina chinesa, eis que Henfil explicava que os chineses urinavam e defecavam em gigantescos banheiros públicos nas grandes cidades, e toda essa “matéria prima” era devidamente coletada e aproveitada como adubo em lavouras ao redor das grandes cidades.
Terminei de ler agora no final do ano o livro “Laowai - Histórias de uma repórter brasileira na China”, escrito pela jornalista Sônia Bridi, e ilustrado com fotos de seu marido Paulo Zero (Editora Letras Brasileiras, 2008, em sua 4ª edição, com 384 páginas). Sônia Bridi e Paulo Zero foram correspondentes da TV Globo na China em 2005 e 2006, portanto pioneiros na Ásia como latino-americanos, e o livro é um interessante diário dos bastidores das reportagens feitas pelo casal, além de uma análise da percepção do casal, como profissionais e como turistas, ou apenas residentes temporários.
Assim, hábitos e costumes dos chineses foram descritos com a ótica de uma jornalista ocidental, tanto no campo das tradições milenares, muitas delas praticadas até hoje, como na exótica culinária, na intrincada burocracia comunista chinesa, na corrupção endêmica, nas religiões, no incrível humor chinês, na higiene e até mesmo na cultura de micro-regiões longínquas visitadas para fazer reportagens ou entrevistas.
É divertidíssimo acompanhar a incredulidade e espanto das chinesas ao descobrirem, por exemplo, o tórax cabeludo de Paulo Zero, eis que cabelo nessa parte do corpo humano é, para os chineses, um símbolo de potência sexual, dado o fato de que os homens chineses são quase desprovidos de pelos, e também quase imberbes.
O que não deixa de ser uma contradição, haja vista a superpopulação do país.
Há relatos antológicos da autora, em termos de narrativa, por exemplo, sobre o hábito dos chineses de não usarem cheques ou cartões de crédito, mas apenas dinheiro vivo para comprar e pagar qualquer coisa.
Em paralelo a isso o fato de chinês, apesar de possuir uma invejável disciplina milenar para algumas coisas, não conhecer, ou detestar, aquilo que nós chamamos no Brasil de fila, a democrática fila que gaúchos e portugueses chamam de bicha. Assim, o caos em algumas agências bancárias é constante e não há respeito, deferência ou qualquer privilégio por deficientes físicos.
“Laowai” é um livro pródigo nesses relatos, justos, diretos, objetivos, sensíveis, e alguns com rara finesse humorística.
A China deve ser ultrapassada pela Índia dentro de menos de 10 anos em termos de população. Eles possuem rígidos controles demográficos, o que é ignorado de forma hipócrita pelo resto do planeta.
De toda forma a China avança com seu espantoso crescimento, e deve crescer cerca de 8% este ano, um índice inacreditável por conta da crise financeira internacional que ameaça com recessão a maioria dos países ocidentais. Deve levar a China para o segundo lugar no ranking mundial, superando o Japão dentro de 3 a 5 anos. Quem viver verá. Por enquanto fica a sugestão de leitura de "Laowai", uma agradável, útil e instrutiva diversão.
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terça-feira, 3 de março de 2009
Pílula do dia
PÍLULA DO DIA
(pode ser tomada à noite)
"Brasil, onde falta de caráter é assunto polêmico."
por Roberto Barreto, de Catende. _
(pode ser tomada à noite)
"Brasil, onde falta de caráter é assunto polêmico."
por Roberto Barreto, de Catende. _