No vídeo, trechos de uma reunião entre o prefeito João Doria, com Zé Celso, Silvio Santos, Eduardo Suplicy e outros, para discutir o destino do Teatro Imprensa. A conversa gira em torno do projeto de Silvio em construir na área (em pleno bairro do Bixiga, pertinho de onde moro) um complexo de 5 prédios residenciais/comerciais, com um shopping moderno, mais lojas comerciais, teatros, cinemas, lojas de serviços...
Este blog é um espaço de debate onde se pode polemizar sobre política, economia, sociologia, meio ambiente, religião, idiossincrasias, sempre em profundidade e com bom humor. Participe, dê sua opinião. O melhor do blog está em "arquivos do blog", os temas são atemporais. Se for comentar registre nome, NÃO PUBLICO COMENTÁRIOS ANÔNIMOS. Aqui no blog, até mesmo os biodesagradáveis são bem-vindos! ** Aviso: o blog contém doses homeopáticas de ironia, por vezes letais, mas nem sempre.
terça-feira, 31 de outubro de 2017
Vou levar a cracolândia pra lá, diz Silvio Santos
Richard Jakubaszko
No vídeo, trechos de uma reunião entre o prefeito João Doria, com Zé Celso, Silvio Santos, Eduardo Suplicy e outros, para discutir o destino do Teatro Imprensa. A conversa gira em torno do projeto de Silvio em construir na área (em pleno bairro do Bixiga, pertinho de onde moro) um complexo de 5 prédios residenciais/comerciais, com um shopping moderno, mais lojas comerciais, teatros, cinemas, lojas de serviços...
No vídeo, trechos de uma reunião entre o prefeito João Doria, com Zé Celso, Silvio Santos, Eduardo Suplicy e outros, para discutir o destino do Teatro Imprensa. A conversa gira em torno do projeto de Silvio em construir na área (em pleno bairro do Bixiga, pertinho de onde moro) um complexo de 5 prédios residenciais/comerciais, com um shopping moderno, mais lojas comerciais, teatros, cinemas, lojas de serviços...
segunda-feira, 30 de outubro de 2017
PSDB: depois do “DataMuro”, o “DataTombo”, com Temer e Aécio.
Fernando Brito *
Ontem, publiquei aqui, com as informações do repórter Igor Gielow, que o Instituto Teotônio Vilela, do PSDB, tinha elaborado um “modelo matemático” onde se mostrava que com a recuperação econômica (?), a popularidade de Michel Temer ia ter também uma recuperação (?!) e não seria assim tão desastroso(!!!) o aferramento dos tucanos a seu governo.
Hoje, a coluna Painel, da mesma Folha, traz a informação de que ” uma pesquisa encomendada pela sigla mostra que 75% dos brasileiros não acreditam que o próximo presidente será um tucano. No Nordeste, o quadro é ainda pior: 84%.”
Somando os “não sei”, talvez não seja exagero dizer que algo como 15% tenham a impressão de que os tucanos vencerão a disputa.
E a coluna mostra a razão de o partido do “quase ganhei a eleição” ter uma perspectiva sombria: “num recorte só com simpatizantes do partido, o estudo apontou três pilares para a descrença na legenda: a aliança com Michel Temer, a permanência de Aécio Neves (MG) no PSDB e as intermináveis brigas internas”.
O partido que “robotizou” na internet a campanha de Aécio também vai mal, muito mal, na internet: “análise das interações nas redes sociais mostra que 98% das menções ao PSDB são negativas. Atualmente, o partido é o que mais perde engajamento em plataformas como o Facebook e o Twitter. Só em outubro, caiu 44%. Os tucanos estão atrás da Rede, do PT, do PC do B e do PMDB.”
A recomendação da pesquisa encomendada pelos tucanos é de que “a sigla não teria outro caminho a não ser deixar o governo de Michel Temer para começar a restaurar sua imagem”.
O “probleminha” é que, tanto quanto o “casamento por interesse”, também o “divórcio por conveniência” carece de credibilidade.
Ainda mais, porque dos três “chumbos” eleitorais, ficam dois: Aécio e as brigas internas, as quais João Doria amplia e evidencia.
E o problema adicional de que, sem Temer, sem PMDB.
Vai ser preciso, realmente, muito “modelo matemático” para achar uma solução.
* o autor é jornalista, editor do Tijolaço.
Publicado em: http://www.tijolaco.com.br/blog/psdb-depois-do-datamuro-o-datatombo-com-temer-e-aecio/
Ontem, publiquei aqui, com as informações do repórter Igor Gielow, que o Instituto Teotônio Vilela, do PSDB, tinha elaborado um “modelo matemático” onde se mostrava que com a recuperação econômica (?), a popularidade de Michel Temer ia ter também uma recuperação (?!) e não seria assim tão desastroso(!!!) o aferramento dos tucanos a seu governo.
Hoje, a coluna Painel, da mesma Folha, traz a informação de que ” uma pesquisa encomendada pela sigla mostra que 75% dos brasileiros não acreditam que o próximo presidente será um tucano. No Nordeste, o quadro é ainda pior: 84%.”
Somando os “não sei”, talvez não seja exagero dizer que algo como 15% tenham a impressão de que os tucanos vencerão a disputa.
E a coluna mostra a razão de o partido do “quase ganhei a eleição” ter uma perspectiva sombria: “num recorte só com simpatizantes do partido, o estudo apontou três pilares para a descrença na legenda: a aliança com Michel Temer, a permanência de Aécio Neves (MG) no PSDB e as intermináveis brigas internas”.
O partido que “robotizou” na internet a campanha de Aécio também vai mal, muito mal, na internet: “análise das interações nas redes sociais mostra que 98% das menções ao PSDB são negativas. Atualmente, o partido é o que mais perde engajamento em plataformas como o Facebook e o Twitter. Só em outubro, caiu 44%. Os tucanos estão atrás da Rede, do PT, do PC do B e do PMDB.”
A recomendação da pesquisa encomendada pelos tucanos é de que “a sigla não teria outro caminho a não ser deixar o governo de Michel Temer para começar a restaurar sua imagem”.
O “probleminha” é que, tanto quanto o “casamento por interesse”, também o “divórcio por conveniência” carece de credibilidade.
Ainda mais, porque dos três “chumbos” eleitorais, ficam dois: Aécio e as brigas internas, as quais João Doria amplia e evidencia.
E o problema adicional de que, sem Temer, sem PMDB.
Vai ser preciso, realmente, muito “modelo matemático” para achar uma solução.
* o autor é jornalista, editor do Tijolaço.
Publicado em: http://www.tijolaco.com.br/blog/psdb-depois-do-datamuro-o-datatombo-com-temer-e-aecio/
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domingo, 29 de outubro de 2017
Suportar, tolerar, aceitar, e aprovar (Stº Agostinho)
Richard Jakubaszko
No hospício que se estabeleceu neste país, nada como a filosofia pragmática de Santo Agostinho para explicar o que acontece:
"De tanto ver, acaba-se por tudo suportar, de tanto suportar acaba-se por tudo tolerar, de tanto tudo tolerar acaba-se por tudo aceitar, de tudo aceitar acaba-se por tudo aprovar…" (Santo Agostinho)
No hospício que se estabeleceu neste país, nada como a filosofia pragmática de Santo Agostinho para explicar o que acontece:
"De tanto ver, acaba-se por tudo suportar, de tanto suportar acaba-se por tudo tolerar, de tanto tudo tolerar acaba-se por tudo aceitar, de tudo aceitar acaba-se por tudo aprovar…" (Santo Agostinho)
sexta-feira, 27 de outubro de 2017
Temer, o sem noção
Richard Jakubaszko
O presidente tem uma conta do Twitter, posta suas coisas por lá, mas não tem a mínima noção dos processos de comunicação. Para se comunicar, é pior do que a Dilma. Quarta-feira, 25, dia da votação na Câmara, ele sentiu um "desconforto urinário", e teve de ir ao hospital. À noite, já em casa, postou no Twitter, e deu nisso aí embaixo, levou porrada na orelha de tudo quanto é jeito..
Definitivamente, é um sem noção...
.
O presidente tem uma conta do Twitter, posta suas coisas por lá, mas não tem a mínima noção dos processos de comunicação. Para se comunicar, é pior do que a Dilma. Quarta-feira, 25, dia da votação na Câmara, ele sentiu um "desconforto urinário", e teve de ir ao hospital. À noite, já em casa, postou no Twitter, e deu nisso aí embaixo, levou porrada na orelha de tudo quanto é jeito..
Definitivamente, é um sem noção...
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quinta-feira, 26 de outubro de 2017
Crônica de um país dominado pelo crime
Luís Nassif
A grande lambança do impeachment esgotou os templários, que guerrearam na linha de frente. A terra começa a se assentar. E, agora, em cima da terra arrasada, observa-se um saque indiscriminado, com os órgãos de controle inertes, sem condições políticas e institucionais de agirem.
Os principais personagens do impeachment estão no seguinte estágio:
STF
Sem comando, sob a presidência frágil de Carmen Lúcia. Aliás,
desde o primeiro momento se sabia da sua fraqueza. Mas a realidade
virtual se impôs tanto sobre o mundo real, que a Globo chegou a
apostar em Carmen Lúcia como alternativa política.O STF está sendo agredido por todos os lados. E, internamente, não tem coesão para reagir. A cada dia, mais um Ministro ensaia seus voos solos, liquidando com a ideia de colegiado. Agora, é o inacreditável Alexandre de Moraes que vem se juntar ao onipresente Gilmar Mendes e ao diáfano Luís Roberto Barroso.
O único avanço que ocorreu foi uma pausa nas manipulações dos sorteios, muito mais por dar na vista do que por qualquer medida saneadora.
CNJ
O comando passou às mãos suspeitíssimas do corregedor João Otávio Noronha. Trata-se de um antigo advogado do Banco do Brasil, que chegou ao Superior Tribunal de Justiça por conta de ligações políticas e que coleciona uma enorme fieira de sentenças polêmicas.
Valendo-se da fragilidade de Carmen Lúcia, Noronha deu início a uma campanha macarthista no âmbito do CNJ, contra juízes de pensamento político diferente do seu.
A Ministra que se vangloriava de defender os seus - “onde um juiz for atacado, lá estarei para defendê-lo” - isenta Aécio Neves e permite o ataque aos juízes que não compactuam com o pensamento do corregedor.
Mídia
Perdeu totalmente o rumo. O poder de que se revestiram é proporcional à crise econômica que assola os principais grupos.
Ficaram a reboque da Lava Jato. E valem-se de seu poder de pautar e serem pautados para vender proteção. Hoje em dia, os repórteres estão proibidos de mencionar os problemas de grandes anunciantes. É o que explica o estardalhaço da Operação Acrônimo ter se limitado à Odebrecht, e Gol e CAOA ficarem de fora.
Lava Jato
A perseguição a Lula se tornou escandalosa até para os veículos mais alinhados com o impeachment. Cada martelada na legalidade expõe a parcialidade da Justiça e a impotência do STF.
Governo Temer
À vontade. Uma organização criminosa explícita que expõe, com notável didatismo, a hipocrisia dos sistemas de poder no país. Eliseu Padilha desnuda a alma nacional em toda sua crueza: qual é o preço? Eu pago. E paga com emendas, portarias, leis, vendas de estatais, perdas de direitos.
A vontade nacional
Alguns dos negócios afetarão a vida do país por décadas, mas o país está dividido por corporações em todos os níveis.
Juízes, advogados, procuradores, imprensa se valem da máxima: mexeu com um, mexeu com todos! Em todos os núcleos institucionais, talvez seja a palavra de ordem mais ecoada. E não há uma força sequer para defender interesses nacionais ou interesses dos vulneráveis acima dos interesses corporativos menores.
No CNJ, a Ministra Carmen Lúcia anunciou a recriação de um grupo de trabalho para resguardar a liberdade de imprensa, exclusivamente dos grupos de mídia.
Os setores desorganizados ou vulneráveis ficam expostos a toda sorte de abusos.
Nesse período do impeachment e do pós-impeachment, recaíram ameaças sobre juízes e procuradores que ousaram se manifestar contra o golpe. Enquanto os setores majoritários gozam de liberdade para toda sorte de protagonismo político.
A legitimidade e a política
Por mais selvagem que seja o jogo político, por mais primário que seja o sentimento civilizatório nacional, não há jogo que se mantenha sem uma nesga de legitimidade
É bobagem achar que a falta de reações imediatas seja aceitação dos absurdos que estão sendo cometidos. De escândalo em escândalo, de impotência em impotência vai-se pavimentando a próxima etapa política, na qual inevitavelmente aparecerá um Bonaparte.
A única incógnita é sua extração política, mas será inevitável que o espaço seja ocupado por uma personalidade política autoritária, tais as disfunções do aparelho institucional brasileiro.
Publicado
originalmente em
https://jornalggn.com.br/noticia/cronica-de-um-pais-dominado-pelo-crime-por-luis-nassif
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terça-feira, 24 de outubro de 2017
As fronteiras da subalternidade
Mauro Santayana *
Enquanto os EUA suspendem a isenção de vistos para 38 países e o número de brasileiros barrados em aeroportos europeus - principalmente os espanhóis - aumenta em quase 10% - foram 923 apenas no primeiro trimestre - ainda há sujeitos que, no primeiro escalão do governo, defendem a isenção unilateral de vistos para países ditos "desenvolvidos", como se tivéssemos que assumir, na "nova ordem" mundial, a condição de cidadãos de segunda classe.
O "trade" turístico que nos desculpe, mas o diabo está nos "detalhes".
O excitatório frenesi dos vira-latas - que, junto ao entreguismo mais abjeto, não consegue se refrear neste governo - precisa entender que, nas relações internacionais, o limite para o pragmatismo e o déficit de dignidade é o critério de reciprocidade.
Não se deve assegurar ao outro o que ele faz questão - de forma aberta e oficial - de negar-nos.
Especialmente quando somos a quinta maior nação do mundo em território e população e, por mais que a contrainformação fascista e midiática faça questão de ignorar, com mais de 250 bilhões de dólares emprestados, o quarto maior credor individual externo dos EUA, por exemplo.
Uma condição que se deve, justamente, à atuação de governos que estão sendo goebbelslianamente acusados de terem assaltado e quebrado o país.
Como diriam nossos antepassados, quem muito se abaixa acaba mostrando as nádegas.
No Brasil de hoje, parece que no trato com os gringos, estamos agindo como se estivéssemos quase sempre, despudoradamente, em permanente consulta proctológica.
* o autor é jornalista, editor do blog Mauro Santayana.
Publicado em http://www.maurosantayana.com/2017/08/as-fronteiras-da-subalternidade.html
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Enquanto os EUA suspendem a isenção de vistos para 38 países e o número de brasileiros barrados em aeroportos europeus - principalmente os espanhóis - aumenta em quase 10% - foram 923 apenas no primeiro trimestre - ainda há sujeitos que, no primeiro escalão do governo, defendem a isenção unilateral de vistos para países ditos "desenvolvidos", como se tivéssemos que assumir, na "nova ordem" mundial, a condição de cidadãos de segunda classe.
O "trade" turístico que nos desculpe, mas o diabo está nos "detalhes".
O excitatório frenesi dos vira-latas - que, junto ao entreguismo mais abjeto, não consegue se refrear neste governo - precisa entender que, nas relações internacionais, o limite para o pragmatismo e o déficit de dignidade é o critério de reciprocidade.
Não se deve assegurar ao outro o que ele faz questão - de forma aberta e oficial - de negar-nos.
Especialmente quando somos a quinta maior nação do mundo em território e população e, por mais que a contrainformação fascista e midiática faça questão de ignorar, com mais de 250 bilhões de dólares emprestados, o quarto maior credor individual externo dos EUA, por exemplo.
Uma condição que se deve, justamente, à atuação de governos que estão sendo goebbelslianamente acusados de terem assaltado e quebrado o país.
Como diriam nossos antepassados, quem muito se abaixa acaba mostrando as nádegas.
No Brasil de hoje, parece que no trato com os gringos, estamos agindo como se estivéssemos quase sempre, despudoradamente, em permanente consulta proctológica.
* o autor é jornalista, editor do blog Mauro Santayana.
Publicado em http://www.maurosantayana.com/2017/08/as-fronteiras-da-subalternidade.html
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domingo, 22 de outubro de 2017
Pelé e Garrincha ganhavam menos do que goleiros reservas de hoje em dia
Richard Jakubaszko
É isso mesmo, conforme o documentário mostrado no vídeo abaixo, Garrincha ganhava pouco mais de R$ 11 mil reais mensais (valores atualizados monetariamente), e Pelé por volta de R$ 30 mil mensais.
Comprovem no vídeo.
Vejam um exemplo: Neymar ganha hoje, por dia, quase o que Pelé ganhava por ano. E, segundo Gerson, o Canhotinha, Neymar não pegava nem banco de reservas na seleção de 1970...
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É isso mesmo, conforme o documentário mostrado no vídeo abaixo, Garrincha ganhava pouco mais de R$ 11 mil reais mensais (valores atualizados monetariamente), e Pelé por volta de R$ 30 mil mensais.
Comprovem no vídeo.
Vejam um exemplo: Neymar ganha hoje, por dia, quase o que Pelé ganhava por ano. E, segundo Gerson, o Canhotinha, Neymar não pegava nem banco de reservas na seleção de 1970...
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sexta-feira, 20 de outubro de 2017
Memes
Richard Jakubaszko
Como sempre, a blogosfera e as redes sociais esbanjam criatividade. Resulta que os memes são hilários:
Como sempre, a blogosfera e as redes sociais esbanjam criatividade. Resulta que os memes são hilários:
quarta-feira, 18 de outubro de 2017
Quem votou a favor do Aécio, no Senado
Richard Jakubaszko
Se você vai votar nas próximas eleições, anote quem votou "não" no Aécio, tem uma boa dica e muitas razões para saber em quem não deve votar, porque o senador que votou "não" é a favor da corrupção, da dissimulação, do golpismo, e finge que está no Senado trabalhando por você, quando na verdade defende apenas interesses pessoais e de seus representados e financiadores.
Salvaram Aécim por 4 votos; e 2 deles saíram do hospital (Jucá e Bauer). Juntos, PMDB e PSDB salvaram o tucano da "perseguição" jurídica...
Vergonha do Senado, e vergonha deste nosso Brasil.
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Se você vai votar nas próximas eleições, anote quem votou "não" no Aécio, tem uma boa dica e muitas razões para saber em quem não deve votar, porque o senador que votou "não" é a favor da corrupção, da dissimulação, do golpismo, e finge que está no Senado trabalhando por você, quando na verdade defende apenas interesses pessoais e de seus representados e financiadores.
Salvaram Aécim por 4 votos; e 2 deles saíram do hospital (Jucá e Bauer). Juntos, PMDB e PSDB salvaram o tucano da "perseguição" jurídica...
Vergonha do Senado, e vergonha deste nosso Brasil.
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segunda-feira, 16 de outubro de 2017
Intervenção psiquiátrica, já!: Lula e PT estão por trás do movimento separatista do Sul
Richard Jakubaszko
A internet não perdoa as imbecilidades. Vejam só, mais essa:
Intervenção psiquiátrica, já!: Lula e PT estão por trás do movimento separatista do Sul
Esse texto é a prova cabal que a imbecilidade humana não tem limite. Mas, como pode-se perceber, até os mais delirantes sabem que o juiz Sérgio Moro persegue Lula.
Intervenção psiquiátrica, já!
Publicado originalmente no blog Limpinho & Cheiroso: https://limpinhoecheiroso.com/2017/10/12/intervencao-psiquiatrica-ja-lula-e-pt-estao-por-tras-do-movimento-separatista-do-sul/
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A internet não perdoa as imbecilidades. Vejam só, mais essa:
Intervenção psiquiátrica, já!: Lula e PT estão por trás do movimento separatista do Sul
Esse texto é a prova cabal que a imbecilidade humana não tem limite. Mas, como pode-se perceber, até os mais delirantes sabem que o juiz Sérgio Moro persegue Lula.
Intervenção psiquiátrica, já!
Publicado originalmente no blog Limpinho & Cheiroso: https://limpinhoecheiroso.com/2017/10/12/intervencao-psiquiatrica-ja-lula-e-pt-estao-por-tras-do-movimento-separatista-do-sul/
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sábado, 14 de outubro de 2017
Telecomunicações Via Satélite, outra grande mentira.
Gn'R357 Brasil
Qual é a resposta mais óbvia quando se pergunta qual é o meio de transmissão mais usado nas telecomunicações nos dias de hoje?
Antes de responder, dê uma olhada neste artigo: Como é a rede de cabos submarinos que sustenta as comunicações do mundo (em Português)
Primeira vez que vê algo deste tipo? Acha que é mais uma “Fake News”? Olha aqui algo do mesmo tipo vindo dos US: Mapa: A Rede Mundial de Cabos Submarinos (em Inglês)
Onde se pode ler o seguinte:
“Um equívoco comum é que a maioria de nossa informação é transmitida através de satélites, mas os cabos de fibra ótica realmente formam a espinha dorsal da internet, transmitindo cerca de 99% de todos os dados” (traduzido do Inglês)
Ou ainda esta notícia divulgada numa cadeia de TV: Por Dentro da Instalação de um Novo Cabo Submarino Transatlântico (em Inglês)
Ainda não está convencido? Aqui tem uma página vindo desta vez da França: Você sabia: 99,8% do Tráfego Internet intercontinental transita via 366 cabos submarinos (em Francês)
E este documentário francês sobre como estas “autoestradas” da informação são construídas e colocadas no fundo dos oceanos, além de como é feita a manutenção de toda esta rede de cabos submarinos: Os Segredos dos Cabos Internet Submarinos (em Francês)
Esta é a realidade para com as telecomunicações intercontinentais, incluindo a Internet. E como são feitas as telecomunicações intracontinentais? Será que é por via satélite então? A resposta mais uma vez é “não”, as telecomunicações no interior das terras são feitas por uma imensa rede de antenas de retransmissões de ondas de rádio que cobre todos os territórios. Aqui está um documentário feito pela Motorola em 1989 descrevendo os princípios das transmissões via rádio: Fundamentals of Radio Communications
Há de se notar que o documentário começa com uma imagem da terra e de um satélite, porém, não se fala de satélites ou comunicações via satélites durante os mais de 80 minutos do documentário. Durante o documentário, são descritas as várias técnicas de transmissão e retransmissão sem fio , quais as frequências mais utilizadas e porque. Evidentemente, as coisas evoluíram desde 1989, mas os princípios das telecomunicações via ondas de rádio continuam válidos. Os sinais passaram do analógico ao digital, as frequências utilizadas aumentaram passando do MHz ao GHz, e por algumas utilizações específicas como telefones celulares, wifi ou Bluetooth, são utilizadas as micro-ondas. Mas o sistema de transmissão e retransmissão de massa não é e nunca foi via satélite.
Até mesmo a TV via satélite e aquelas antenas parabólicas não funcionaram por transmissão e recepção de satélites. Neste caso específico, para se ganhar em alcanço, as transmissões partem de uma emissora em algum lugar na terra, são refletidas nas camadas mais altas da atmosfera, e abrangem toda uma região, ou ainda são captadas por antenas de retransmissão.
Resta os sistemas de navegação GPS, estes realmente funcionam via satélites geoestacionários, correto? Sim e não, ou melhor, talvez e não! O GPS para a navegação quer seja no interior das terras, no mar ou no ar, funciona por ondas de rádio e o sistema de transmissão e retransmissão baseado na rede de antenas e de triangulação que também foi explicado no documentário da Motorola acima. Este tipo de navegação foi desenvolvido pelos Americanos durante a segunda guerra mundial e na época foi nomeado “Long Range Navigation” ou apenas LORAN. O sistema de navegação LORAN ainda é usado nos dias de hoje, e a precisão do posicionamento é muito bom com menos de 10 m de erro. A rede de antenas de retransmissão já existe desde muitas décadas, então porque não usá-la para a navegação via nossos GPSs. Um método de navegação de massa por controle via satélite seria muito caro a implementar, e o mais lógico e razoável seria de utilizar a infraestrutura que já existe e que é de boa precisão.
Aqui um documentário sobre o tal LORAN: LORAN for Ocean Navigation
Como visto acima, mais de 99% das telecomunicações, incluindo a Internet, são feitas via cabos submarinos ou a rede de antenas de transmissão e retransmissão, os satélites são usados em algumas áreas específicas unicamente, como em meteorologia ou climatologia, ou ainda na área militar. Então como é que a grande maioria das pessoas acreditam que as telecomunicações são feitas via satélite? Porque tudo que aparece e é apresentado na mídia de massa sempre fala em satélites e na conquista espacial, e de quanto estes são importantes para nós? Vários países atualmente mantém suas próprias agências espaciais, as quais requerem altos investimentos e verbas para serem implementadas e se manterem, enquanto que esta tal conquista espacial e satélites nunca fizeram nada de concreto para melhorar a situação da humanidade e resolver seus problemas reais, a não ser que saber como é o solo e a atmosfera de Vênus e Marte, ou ainda que descobriram 8 exoplanetas a dezenas de anos-luz sejam parte de nossos problemas do dia a dia… Como justificar este dinheiro todo jogado fora para se mandar satélites e pesquisar o espaço enquanto que uma grande parte da população não tem acesso à água potável e saneamento básico?
O setor espacial e os satélites são mais outros negócios muito lucrativos e que não ocasionam muito risco visto que todo mundo acredita que nossa vida está melhor por conta disto, mas será que não existem outros setores que mereceriam receber este dinheiro todo a fim de melhorar realmente a condição de vida da humanidade? Aqui estão alguns números de quanto custaram outros projetos faraônicos que não servem para nada:
– Projeto Apollo da NASA: mais de 30 bilhões de dólares nos anos 60 (que correspondem a mais de 100 bilhões de dólares hoje)
– Orçamento anual da estação espacial internacional (ISS): 10 bilhões de dólares por ano
– Despesas dos Estados Unidos durante a guerra do Iraque e Afeganistão, e com as medidas antiterroristas: 4’000 bilhões de dólares (o que é 100 vezes mais do que o que foi gasto na pesquisa contra o câncer neste país durante o mesmo período)
– Luta contra o AGA – Aquecimento Global Antropogênico: 365 bilhões de dólares por ano, até 2100
Imaginem como a situação poderia estar melhor tendo pego este dinheiro para resolver os problemas de poluição, o lixo e detritos, a energia e suas fontes, a gestão e a repartição equilibrada dos recursos, a pobreza, etc. Temos ainda problemas em demasiado a resolver na terra enquanto que bilhões são gastos com coisas fúteis e inúteis e que não resolvem em nada os problemas atuais e reais da humanidade. Como justificar um orçamento de 10 bilhões de dólares por ano só para manter o programa da dita estação espacial internacional (a ISS) que nunca nos trouxe nada desde os mais de 18 anos que está em órbita? A menos que beber água e se escovar os dentes em gravidade 0 sejam agora considerados problemas reais na terra…
Se depois de tudo isto você continua achando que a maioria das telecomunicações é feita via satélite, muitos outros documentários estão disponíveis na Internet, em diversas línguas, vindos de diversas fontes. Se o assunto lhe interessa, cabe a você de se informar e tirar suas próprias conclusões.
Publicado originalmente em https://acmmmm.wordpress.com/2017/10/11/telecomunicacoes-via-satelite-outra-grande-mentira/
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sexta-feira, 13 de outubro de 2017
Supremo enquadrado
Richard Jakubaszko
O que será que aconteceu?
Supremo enquadrado?
Ou submisso?
Claro que sim.
Leniente, talvez.
Conivente, também.
Medroso, claro.
Antigamente, decisões do Supremo eram cumpridas, sem discussão.
Hoje, são alteradas no plenário.
Com teatrinho.
É o "nóis decide, mas eles fazem o que querem".
Vergonha do judiciário. Do Legislativo, e mais ainda do Executivo não eleito.
E pensar que estamos num país escandalosamente judicializado.
Que exerce o poder de forma engajada, é politicamente partidário.
O Brasil é uma nação injustiçada.
Onde a impunidade venceu, definitivamente.
Imunidade para os amigos do Rei.
Aliás, sempre foi assim.
Minha indignidade é atemporal.
A vergonha é contemporânea.
Desse jeito, o Brasil não tem solução.
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O que será que aconteceu?
Supremo enquadrado?
Ou submisso?
Claro que sim.
Leniente, talvez.
Conivente, também.
Medroso, claro.
Antigamente, decisões do Supremo eram cumpridas, sem discussão.
Hoje, são alteradas no plenário.
Com teatrinho.
É o "nóis decide, mas eles fazem o que querem".
Vergonha do judiciário. Do Legislativo, e mais ainda do Executivo não eleito.
E pensar que estamos num país escandalosamente judicializado.
Que exerce o poder de forma engajada, é politicamente partidário.
O Brasil é uma nação injustiçada.
Onde a impunidade venceu, definitivamente.
Imunidade para os amigos do Rei.
Aliás, sempre foi assim.
Minha indignidade é atemporal.
A vergonha é contemporânea.
Desse jeito, o Brasil não tem solução.
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quinta-feira, 12 de outubro de 2017
Ibn Al Awan: o pai da agronomia e da veterinária
Evaristo E. de Miranda *
A agricultura brasileira herdou um legado da civilização árabe-muçulmana da Península Ibérica. Essa presença é indelével na origem árabe do nome de produtos agrícolas como café, arroz, açúcar, laranja e algodão ou em medidas associadas como alqueire, arroba e almude. Ela marca ainda o mundo rural do Nordeste: rês, gibão, açude, amofinar, cuscuz, ciranda, xarope etc. A agricultura próspera dos séculos XI ao XIV resultou em parte da elaboração de novas técnicas pelos agrônomos árabes, como as de Ibn Al Awan, considerado pai ou patrono da agronomia, o equivalente de Hipócrates para a medicina. Esse agrônomo árabe-andaluz morreu em Sevilha em 1145.
Ciência
Na Antiguidade, autores gregos e latinos trataram de reunir os conhecimentos disponíveis sobre técnicas agropecuárias. Entre os gregos, destacam-se Hesíodo (Trabalho e Dias), Aristóteles (História dos Animais), Teofrasto (História das Plantas), Eratósteno de Cirena (Tratados de Astronomia), Aratos de Soles (Fenômeno) e Nicandro de Colofan (Teríacos). Entre os latinos, Catão o Antigo (Da Agricultura), Varron de Reata (Res Rusticae), Cícero, Columelo e Virgílio (Geórgicas).
Essas obras não são consideradas científicas. A civilização árabe criou as bases de uma ciência agronômica, ultrapassando a simples cumulação de conhecimentos empíricos. E a agricultura mediterrânica conheceu aperfeiçoamentos sem precedentes.
Jardins de ensaios
Ibn Al Awan forjou vários conceitos agronômicos originais. E deu origem à agronomia como ciência de observação e experimentação. Ele abriu perspectivas para os conceitos novos e à interpretação racional das práticas empíricas, dominadas durante muito tempo por ritos e superstições. Seus experimentos, com diversas técnicas e instrumentos, deram à aração uma base material e racional, liberando-a dos sentidos místicos e sobrenaturais que a cercavam.
Com cerca de 1500 páginas, o “Livro da Agricultura”, de Ibn Al Awan, é um tratado de agronomia. Ele é o resultado da leitura completa de autores gregos, latinos, egípcios, caldeus, persas etc., sustentada por experimentos realizados na região de Granada e Sevilha. Às técnicas identificadas pela leitura, ele agregava os conhecimentos locais. Sem preconceitos, ele testava-as em palácios dos califas de Sevilha. Esse apoio necessário à experimentação e ao teste de suas técnicas fazia tais locais funcionarem como “jardins de ensaios” ou “campos experimentais”.
Os agrônomos andaluzes atingiram um grande desenvolvimento no controle do material vegetal e dos fatores da produção agrícola, sobretudo com relação à água. Desde sua época, Ibn Al Awan foi reconhecido como pai da agronomia. Em sua obra Prolegômenos, Ibn Khaldoun indica-o como autor do tratado de agricultura que eliminou todas as prescrições supersticiosas e talismânicas dos sistemas de cultivo. A obra de Ibn Al Awan é composta de 35 capítulos em três volumes. Eis seus tópicos principais.
Solos, fertilizantes e água
O livro começa com a base da agricultura: os solos. No primeiro capítulo são identificados cerca de 12 categorias de solos, cuja origem é explicada pela desagregação das rochas e sua decomposição através da ação da água e do calor. As características para indicar uma boa terra são minuciosamente descritas, assim como métodos de recuperação e melhoramento de solos considerados ruins ou inaptos à agricultura.
O segundo capítulo trata de fertilizantes. Além de uma classificação de diversos tipos e técnicas possíveis para preparação de diversos compostos orgânicos, ele fornece indicações sobre a utilização de margas e calcários, analisa as épocas mais convenientes de aplicação de fertilizantes e as árvores e plantas que se acomodam ou não aos diversos tipos de fertilização.
O capítulo terceiro é sobre irrigação, fala da água e de seus diversos tipos, sua adequação a cada tipo de planta. Trata-se ainda da construção de poços, do nivelamento das terras e de várias técnicas e métodos de irrigação (submersão, quadros, pites etc.).
Divisão prática
A concepção dos orientais identifica a árvore como um homem de cabeça para baixo. Os gregos atribuíam uma alma vegetativa às árvores. Muitas dessas crenças subsistem até hoje: plantas reagem à inveja, protegem a casa etc. Existiam divisões astrológicas das plantas: árvores da lua, solares ou sob a influência dos sete planetas. Ibn Al Awan impôs uma divisão prática e utilitária das árvores (frutíferas, forrageiras, que produzem madeira de qualidade, essências etc.).
Ele distingue a reprodução sexuada nas árvores. O capítulo XIII se intitula “Fecundação artificial das árvores”. Sua obra trata detalhadamente do cultivo de 151 espécies de árvores abordando técnicas de propagação, meios de multiplicação, plantação, conduta, poda, enxertia e tratamentos fitossanitários. O capítulo XVI trata da conservação dos frutos e sementes. Ele evoca desde os cuidados na colheita até as precauções recomendadas na conservação de frutos frescos ou secos. São indicadas várias técnicas para transformar frutos não comestíveis em alimentos, sobretudo em caso de penúria.
As plantas têxteis (algodão, linho e hibisco) foram estudadas. Ibn Al Awan pesquisou o algodão herbáceo, mas tratou também do arbóreo. Sua descrição dos sistemas produtivos de algodão foi especialmente traduzida para o francês com o objetivo de orientar, nos fins do século XIX, a cultura nas possessões francesas da África. O Livro da Agricultura embarcava com os colonos para orientá-los nas atividades agropecuárias. Nessa parte do livro encontram-se observações sobre as culturas forrageiras e, particularmente, sobre a alfafa.
Na jardinagem são tratadas plantas olerícolas, aromáticas, ornamentais e medicinais. Amplo espaço é consagrado às cucurbitáceas: melões, melancias, abóboras e pepinos, dos tipos mais diversos. Muitas variedades eram semeadas em estufas para a obtenção de melões precoces, por exemplo. Na obra, não há um só artigo sobre plantas comestíveis que não indique vários procedimentos e modos de preparação culinária, além do detalhamento do sistema de cultivo, da natureza de solos convenientes e os tipos de fertilizantes apropriados. Cada artigo é acompanhado de uma sinonímia, muito importante no caso das rosáceas, por exemplo, numa época em que a sistemática vegetal ainda não existia. A cana-de-açúcar está entre os vegetais cultivados na Espanha árabe e fornece uma data precisa sobre sua introdução na Europa. Os capítulos relativos aos cereais são os mais longos da obra.
Calendário solar
Os muçulmanos seguem o calendário lunar e o começo de cada ano varia. Os trabalhos agrícolas, organizados pelo ciclo solar, levaram Ibn Al Awan a criar seu calendário solar. Para cada mês são dados os nomes equivalentes latinos, sírios e mesmo persas. O calendário é acompanhado de observações e prognósticos meteorológicos: para o dia seguinte ou da manhã para a tarde e para vários dias ou meses. Os sinais precursores são classificados entre os de primeira ordem e os secundários. Vários tipos de chuvas são classificados. O parágrafo dedicado aos ventos descreve uma rosa de 16 direções.
Animais e veterinária
Com exceção de suínos, todos os animais domésticos são estudados segundo uma lógica constante: escolha dos animais, seleção, reprodução, estabulação, alimentação e aspectos sanitários. Os cavalos, paixão conhecida dos árabes, estão em um tomo inteiro da obra de Ibn Al Awan. Cento e onze enfermidades são descritas no capítulo XXXIII. Apresenta receitas de mais de 20 colírios para cavalos.
Em homenagem à veterinária, o título do capítulo merece ser citado: “Tratamento de algumas das doenças que sobrevêm aos cavalos nas diversas partes do corpo. (…) Sintomas e diagnósticos para as doenças; remédios. Esta parte da ciência é a medicina veterinária”. A última parte de seu livro sobre animais trata de avicultura (um parágrafo é dedicado à incubação artificial dos ovos) e, no sentido amplo, da criação de pombos, galinhas, pavões, patos e gansos. O artigo III do capítulo trata da fabricação de foie gras. E o último artigo, que encerra o tratado, é dedicado à apicultura.
A obra de Ibn Al Awan contextualiza as condições históricas que permitiram à agronomia andaluza um progresso tal, que marcaria a agricultura europeia até o século XIX. No Marrocos, uma revista de agronomia análoga à Bragantia no Brasil, chama-se Al Awamia. A obra de Ibn Al Awan é um exemplo para os agrônomos e veterinários. Além dos aspectos técnicos, ela revela a importância do contexto social e político no processo de geração e adoção de tecnologia agropecuária.
* o autor é engenheiro agrônomo, doutor em ecologia, Chefe-Geral da Embrapa Monitoramento por Satélite.
Publicado originalmente na revista Agro DBO - outubro 2017, em homenagem ao dia do engenheiro agrônomo, 12/out/2017.
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A agricultura brasileira herdou um legado da civilização árabe-muçulmana da Península Ibérica. Essa presença é indelével na origem árabe do nome de produtos agrícolas como café, arroz, açúcar, laranja e algodão ou em medidas associadas como alqueire, arroba e almude. Ela marca ainda o mundo rural do Nordeste: rês, gibão, açude, amofinar, cuscuz, ciranda, xarope etc. A agricultura próspera dos séculos XI ao XIV resultou em parte da elaboração de novas técnicas pelos agrônomos árabes, como as de Ibn Al Awan, considerado pai ou patrono da agronomia, o equivalente de Hipócrates para a medicina. Esse agrônomo árabe-andaluz morreu em Sevilha em 1145.
Ciência
Na Antiguidade, autores gregos e latinos trataram de reunir os conhecimentos disponíveis sobre técnicas agropecuárias. Entre os gregos, destacam-se Hesíodo (Trabalho e Dias), Aristóteles (História dos Animais), Teofrasto (História das Plantas), Eratósteno de Cirena (Tratados de Astronomia), Aratos de Soles (Fenômeno) e Nicandro de Colofan (Teríacos). Entre os latinos, Catão o Antigo (Da Agricultura), Varron de Reata (Res Rusticae), Cícero, Columelo e Virgílio (Geórgicas).
Essas obras não são consideradas científicas. A civilização árabe criou as bases de uma ciência agronômica, ultrapassando a simples cumulação de conhecimentos empíricos. E a agricultura mediterrânica conheceu aperfeiçoamentos sem precedentes.
Jardins de ensaios
Ibn Al Awan forjou vários conceitos agronômicos originais. E deu origem à agronomia como ciência de observação e experimentação. Ele abriu perspectivas para os conceitos novos e à interpretação racional das práticas empíricas, dominadas durante muito tempo por ritos e superstições. Seus experimentos, com diversas técnicas e instrumentos, deram à aração uma base material e racional, liberando-a dos sentidos místicos e sobrenaturais que a cercavam.
Com cerca de 1500 páginas, o “Livro da Agricultura”, de Ibn Al Awan, é um tratado de agronomia. Ele é o resultado da leitura completa de autores gregos, latinos, egípcios, caldeus, persas etc., sustentada por experimentos realizados na região de Granada e Sevilha. Às técnicas identificadas pela leitura, ele agregava os conhecimentos locais. Sem preconceitos, ele testava-as em palácios dos califas de Sevilha. Esse apoio necessário à experimentação e ao teste de suas técnicas fazia tais locais funcionarem como “jardins de ensaios” ou “campos experimentais”.
Os agrônomos andaluzes atingiram um grande desenvolvimento no controle do material vegetal e dos fatores da produção agrícola, sobretudo com relação à água. Desde sua época, Ibn Al Awan foi reconhecido como pai da agronomia. Em sua obra Prolegômenos, Ibn Khaldoun indica-o como autor do tratado de agricultura que eliminou todas as prescrições supersticiosas e talismânicas dos sistemas de cultivo. A obra de Ibn Al Awan é composta de 35 capítulos em três volumes. Eis seus tópicos principais.
Solos, fertilizantes e água
O livro começa com a base da agricultura: os solos. No primeiro capítulo são identificados cerca de 12 categorias de solos, cuja origem é explicada pela desagregação das rochas e sua decomposição através da ação da água e do calor. As características para indicar uma boa terra são minuciosamente descritas, assim como métodos de recuperação e melhoramento de solos considerados ruins ou inaptos à agricultura.
O segundo capítulo trata de fertilizantes. Além de uma classificação de diversos tipos e técnicas possíveis para preparação de diversos compostos orgânicos, ele fornece indicações sobre a utilização de margas e calcários, analisa as épocas mais convenientes de aplicação de fertilizantes e as árvores e plantas que se acomodam ou não aos diversos tipos de fertilização.
O capítulo terceiro é sobre irrigação, fala da água e de seus diversos tipos, sua adequação a cada tipo de planta. Trata-se ainda da construção de poços, do nivelamento das terras e de várias técnicas e métodos de irrigação (submersão, quadros, pites etc.).
Divisão prática
A concepção dos orientais identifica a árvore como um homem de cabeça para baixo. Os gregos atribuíam uma alma vegetativa às árvores. Muitas dessas crenças subsistem até hoje: plantas reagem à inveja, protegem a casa etc. Existiam divisões astrológicas das plantas: árvores da lua, solares ou sob a influência dos sete planetas. Ibn Al Awan impôs uma divisão prática e utilitária das árvores (frutíferas, forrageiras, que produzem madeira de qualidade, essências etc.).
Ele distingue a reprodução sexuada nas árvores. O capítulo XIII se intitula “Fecundação artificial das árvores”. Sua obra trata detalhadamente do cultivo de 151 espécies de árvores abordando técnicas de propagação, meios de multiplicação, plantação, conduta, poda, enxertia e tratamentos fitossanitários. O capítulo XVI trata da conservação dos frutos e sementes. Ele evoca desde os cuidados na colheita até as precauções recomendadas na conservação de frutos frescos ou secos. São indicadas várias técnicas para transformar frutos não comestíveis em alimentos, sobretudo em caso de penúria.
As plantas têxteis (algodão, linho e hibisco) foram estudadas. Ibn Al Awan pesquisou o algodão herbáceo, mas tratou também do arbóreo. Sua descrição dos sistemas produtivos de algodão foi especialmente traduzida para o francês com o objetivo de orientar, nos fins do século XIX, a cultura nas possessões francesas da África. O Livro da Agricultura embarcava com os colonos para orientá-los nas atividades agropecuárias. Nessa parte do livro encontram-se observações sobre as culturas forrageiras e, particularmente, sobre a alfafa.
Na jardinagem são tratadas plantas olerícolas, aromáticas, ornamentais e medicinais. Amplo espaço é consagrado às cucurbitáceas: melões, melancias, abóboras e pepinos, dos tipos mais diversos. Muitas variedades eram semeadas em estufas para a obtenção de melões precoces, por exemplo. Na obra, não há um só artigo sobre plantas comestíveis que não indique vários procedimentos e modos de preparação culinária, além do detalhamento do sistema de cultivo, da natureza de solos convenientes e os tipos de fertilizantes apropriados. Cada artigo é acompanhado de uma sinonímia, muito importante no caso das rosáceas, por exemplo, numa época em que a sistemática vegetal ainda não existia. A cana-de-açúcar está entre os vegetais cultivados na Espanha árabe e fornece uma data precisa sobre sua introdução na Europa. Os capítulos relativos aos cereais são os mais longos da obra.
Calendário solar
Os muçulmanos seguem o calendário lunar e o começo de cada ano varia. Os trabalhos agrícolas, organizados pelo ciclo solar, levaram Ibn Al Awan a criar seu calendário solar. Para cada mês são dados os nomes equivalentes latinos, sírios e mesmo persas. O calendário é acompanhado de observações e prognósticos meteorológicos: para o dia seguinte ou da manhã para a tarde e para vários dias ou meses. Os sinais precursores são classificados entre os de primeira ordem e os secundários. Vários tipos de chuvas são classificados. O parágrafo dedicado aos ventos descreve uma rosa de 16 direções.
Animais e veterinária
Com exceção de suínos, todos os animais domésticos são estudados segundo uma lógica constante: escolha dos animais, seleção, reprodução, estabulação, alimentação e aspectos sanitários. Os cavalos, paixão conhecida dos árabes, estão em um tomo inteiro da obra de Ibn Al Awan. Cento e onze enfermidades são descritas no capítulo XXXIII. Apresenta receitas de mais de 20 colírios para cavalos.
Em homenagem à veterinária, o título do capítulo merece ser citado: “Tratamento de algumas das doenças que sobrevêm aos cavalos nas diversas partes do corpo. (…) Sintomas e diagnósticos para as doenças; remédios. Esta parte da ciência é a medicina veterinária”. A última parte de seu livro sobre animais trata de avicultura (um parágrafo é dedicado à incubação artificial dos ovos) e, no sentido amplo, da criação de pombos, galinhas, pavões, patos e gansos. O artigo III do capítulo trata da fabricação de foie gras. E o último artigo, que encerra o tratado, é dedicado à apicultura.
A obra de Ibn Al Awan contextualiza as condições históricas que permitiram à agronomia andaluza um progresso tal, que marcaria a agricultura europeia até o século XIX. No Marrocos, uma revista de agronomia análoga à Bragantia no Brasil, chama-se Al Awamia. A obra de Ibn Al Awan é um exemplo para os agrônomos e veterinários. Além dos aspectos técnicos, ela revela a importância do contexto social e político no processo de geração e adoção de tecnologia agropecuária.
* o autor é engenheiro agrônomo, doutor em ecologia, Chefe-Geral da Embrapa Monitoramento por Satélite.
Publicado originalmente na revista Agro DBO - outubro 2017, em homenagem ao dia do engenheiro agrônomo, 12/out/2017.
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Ser agrônomo
Fernando Penteado Cardoso
Ser agrônomo
Fernando Penteado Cardoso
USP-ESALQ 1936
Dia do Engenheiro Agrônomo,
12 Out.1981
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Neste dia do agrônomo, lembrei-me de escrito de anos
atrás.
Grande abraço
FC
É cuidar de plantas,
é tratar os animais,
estudando a natureza.
É trabalhar a terra,
é melhorar o solo,
zelando pelo ambiente.
É se lembrar do homem,
é ensinar o que sabe,
pensando nos que virão.
É dedicar-se à pátria,
é planejar o amanhã,
sonhando com as estrelas.
Fernando Penteado Cardoso
USP-ESALQ 1936
Dia do Engenheiro Agrônomo,
12 Out.1981
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quarta-feira, 11 de outubro de 2017
Não há mais Justiça, há política
Fernando Brito *
Começa hoje, com a leitura do relatório do provecto deputado Bonifácio de Andrade, tucano e aecista, sobre a denúncia do finado Rodrigo Janot contra Michel Temer, levando de carona Moreira Franco e Eliseu Padilha.
Ninguém, em sã consciência, espera resultado diferente da recusa à abertura de um processo. Para quase todos os deputados, tanto fará abrir ou não a capa do processo ou ler uma linha sequer das alegações.
Dois mil quilômetros ao Sul, três homens analisam a sentença de Sérgio Moro condenando Lula e, para, pelo menos, um deles, servirá o exemplo do presidente do Tribunal Regional Federal em que funcionam: não é preciso nenhuma análise do que o processo contém, pois Lula é culpado, já o disseram Sérgio Moro e a mídia.
Os deputados, ao encontrarem qualquer sinal de culpa – imagens, documentos, gravações – dirão que isso não virá ao caso com Temer e que o importante, mesmo, é preservar a “recuperação da economia” (?!) e a estabilidade política.
Já os desembargadores, diante de qualquer dúvida da culpa do réu, pensarão que, importante mesmo, é “a moralização” do país e o efeito-exemplo de condenar um ex-presidente, para glória da lenda de que a lei é igual para todos. Dane-se a estabilidade democrática, dane-se a livre manifestação do juiz que está acima deles – embora jamais o reconheçam – que é o povo brasileiro.
Há, depois, outra consideração.
Os deputados que absolverão Temer serão apenas mais um numa multidão de canalhas, e lá em Araçoiaba da Serra quase ninguém vai saber disso e, na periferia, os manilhões pelos quais negociou seu voto absolutório certamente renderão mais votos e gratidões do que aquele chato que fica repetindo que o candidato votou com Temer.
Já um desembargador, caso se atreva a inocentá-lo, por uma razão de consciência e diante de um processo inspirado nas altas lições jurídicas que Moro soprou à opaca Ministra Rosa Weber, onde “não há provas cabais mas a jurisprudência me permite condenar”, serão expostos à execração pela mídia, estão sujeitos a qualquer louco furioso interpelá-lo com a família num restaurante ou, quem sabe, a uma “expedição punitiva” dos MBLoucos.
Qualquer pessoa que não esteja dominada pelo ódio e ainda dê alguma importância àquele velho adereço da deusa da Justiça – a balança anda aposentada, enquanto a espada anda “a mil” – tem aí um retrato de como se processam os julgamentos no Brasil.
Sempre o foram, claro, quando se tratava de absolver ou atenuar penas de gente endinheirada.
Mas passaram, agora, a serem condenatórios para interferir no processo político.
A corrupção? Ora a corrupção… Tanto que a Transparência Internacional diz que, para 78% dos brasileiros a corrupção aumentou no último ano, com a Trupe Temer-Moreira-Eliseu-Geddel…
A corrupção, está claro, é o que menos importa neste processo.
É a política, só ela.
* o autor é jornalista, editor do blog Tijolaço: http://www.tijolaco.com.br/blog/e-possivel-separar-homens-e-instituicoes/
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Começa hoje, com a leitura do relatório do provecto deputado Bonifácio de Andrade, tucano e aecista, sobre a denúncia do finado Rodrigo Janot contra Michel Temer, levando de carona Moreira Franco e Eliseu Padilha.
Ninguém, em sã consciência, espera resultado diferente da recusa à abertura de um processo. Para quase todos os deputados, tanto fará abrir ou não a capa do processo ou ler uma linha sequer das alegações.
Dois mil quilômetros ao Sul, três homens analisam a sentença de Sérgio Moro condenando Lula e, para, pelo menos, um deles, servirá o exemplo do presidente do Tribunal Regional Federal em que funcionam: não é preciso nenhuma análise do que o processo contém, pois Lula é culpado, já o disseram Sérgio Moro e a mídia.
Os deputados, ao encontrarem qualquer sinal de culpa – imagens, documentos, gravações – dirão que isso não virá ao caso com Temer e que o importante, mesmo, é preservar a “recuperação da economia” (?!) e a estabilidade política.
Já os desembargadores, diante de qualquer dúvida da culpa do réu, pensarão que, importante mesmo, é “a moralização” do país e o efeito-exemplo de condenar um ex-presidente, para glória da lenda de que a lei é igual para todos. Dane-se a estabilidade democrática, dane-se a livre manifestação do juiz que está acima deles – embora jamais o reconheçam – que é o povo brasileiro.
Há, depois, outra consideração.
Os deputados que absolverão Temer serão apenas mais um numa multidão de canalhas, e lá em Araçoiaba da Serra quase ninguém vai saber disso e, na periferia, os manilhões pelos quais negociou seu voto absolutório certamente renderão mais votos e gratidões do que aquele chato que fica repetindo que o candidato votou com Temer.
Já um desembargador, caso se atreva a inocentá-lo, por uma razão de consciência e diante de um processo inspirado nas altas lições jurídicas que Moro soprou à opaca Ministra Rosa Weber, onde “não há provas cabais mas a jurisprudência me permite condenar”, serão expostos à execração pela mídia, estão sujeitos a qualquer louco furioso interpelá-lo com a família num restaurante ou, quem sabe, a uma “expedição punitiva” dos MBLoucos.
Qualquer pessoa que não esteja dominada pelo ódio e ainda dê alguma importância àquele velho adereço da deusa da Justiça – a balança anda aposentada, enquanto a espada anda “a mil” – tem aí um retrato de como se processam os julgamentos no Brasil.
Sempre o foram, claro, quando se tratava de absolver ou atenuar penas de gente endinheirada.
Mas passaram, agora, a serem condenatórios para interferir no processo político.
A corrupção? Ora a corrupção… Tanto que a Transparência Internacional diz que, para 78% dos brasileiros a corrupção aumentou no último ano, com a Trupe Temer-Moreira-Eliseu-Geddel…
A corrupção, está claro, é o que menos importa neste processo.
É a política, só ela.
* o autor é jornalista, editor do blog Tijolaço: http://www.tijolaco.com.br/blog/e-possivel-separar-homens-e-instituicoes/
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