Richard Jakubaszko
Como se modifica a vida de uma hora para outra, né não? Ora no inferno, ora no paraíso. Quando Kátia Abreu foi para o Ministério da Agricultura, a convite de Dilma Rousseff, foi aplaudida pelo pessoal do agronegócio e criticada pelos ambientalistas, que a chamavam de
ministra da motosserra. No Mapa, aprovou um dos melhores Planos de Safra de todos os tempos.
Mesmo assim, de repente, Kátia Abreu caiu em desgraça com o agronegócio, porque apoiou Dilma na campanha do impeachment. E não ganhou apoio da tchurma dos biodesagradáveis. Agora, seu partido, o PMDB, que anda mais sujo que pau de galinheiro, reuniu sua comissão de ética (eles tinham isso?) e expulsou a senadora do partido, por críticas feitas a seus dirigentes. Além de interesses políticos regionais de seu estado (Tocantins), há uma hipocrisia fedorenta em nossa política, isso todo mundo sabe, e como muitos políticos em Brasília andam em estado de choque, histéricos e com medo de serem presos, expulsam um membro do partido que não quer calar. O lado bom dessa história é que não tiveram o mesmo comportamento com outros peemedebistas, que estão presos, condenados, e devem ficar calados... Agora, só falta o Requião.
Abaixo a nota da senadora.
Nota da Senadora Kátia Abreu sobre sua expulsão do PMDB
A comissão de “ética” do PMDB decidiu pela minha expulsão do partido de Ulysses Guimarães e Tancredo Neves.
Fui expulsa exatamente por não ter feito concessão à ética na política. Fui expulsa por defender posições que desagradam ao governo. Fui expulsa pois ousei dizer não a cargos, privilégios ou regalias do poder.
A mesma comissão de “ética” não ousou abrir processo contra membros do partido presos por corrupção e crimes contra o país.
Fiquei no PMDB e não saí como queriam. Fiquei e lutei pela independência de ideias e por acreditar que um partido deve ser um espaço plural de debates. A democracia não aceita a opressão.
Hoje os membros da comissão de “ética” imprimiram na história do partido que lutou contra a ditadura a mácula do sectarismo e da falta de liberdade.
Ficarei sem partido e vou conversar com a população do Tocantins e com as lideranças políticas sérias do país antes de decidir o que será melhor para meu Estado e o Brasil.
Sigo na luta política. Sigo com Ética. Sigo sem medo e firme nos meus propósitos, pois respeito minha família, respeito o povo do Tocantins e do Brasil, que ainda acreditam que esse país pode ser melhor.
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