quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Book

Richard Jakubaszko 
Olha só que invenção genial para os jovens e modernos internautas. Book, o vídeo, evidentemente, é genial e simples, e me foi enviado por Silvia Nishikawa, da Tris Agronegócios, lá de São Gotardo, MG, vale a pena assistir:

_

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Lenha ecológica e energia limpa? Mas, o que é isso?

Richard Jakubaszko 
Recebo sugestão de pauta da Secretaria da Agricultura do Tocantins, dando conta de que o estado investe em lenha ecológica: uma nova fonte de energia renovável. Ora, o que acontece?
Palmas - TO, 19 de agosto de 2011

Confunde-se hoje em dia mané com jacaré, pois não é que, quando se deseja afirmar uma coisa, qualquer argumento é válido. Pois é lá do Tocantins que aparece como salvadora da pátria e da humanidade essa tal de "lenha ecológica", e que é "energia limpa". Perguntei-me, antes de ler o texto, se a tal lenha não queimava, ou se não emitiria CO2, pois só assim seria ecológica, pelo menos na minha modesta opinião. Depois de ler dá para perceber a confusão que se faz das questões ambientais que tanto afligem os humanos, e que têm não apenas nos ambientalistas, mas nos coleguinhas jornalistas, defensores intransigentes do ambientalismo, da sustentabilidade, e do que mais vier o marketing distorcido das mentes mal informadas e de pouca prática se dispor a inventar... Tudo gerado pelo tal "apetite midiático, pois aparecer, aparecer um pouco mais, reaparecer na mídia é o que importa", não interessa as bobagens que se propaga, a desinformação gerada, repetitida ad nauseum...

Vejam o que diz o "entusiasmado" e otimista press release: (grifos do blogueiro)
O uso de novas tecnologias para geração de energias limpas ganha cada vez mais espaço, no mercado das indústrias e na agropecuária tocantinense.  A Secretaria da Agricultura, da Pecuária e do Desenvolvimento Agrário, incentiva essa prática com projetos voltados para o setor. Para tanto, o governo do Estado, por meio da Seagro, criou a Subsecretaria de Energias Limpas com intuito de desenvolver ações de incentivo a políticas públicas neste setor.

Um exemplo é a empresa, Briquetes Tocantins, localizada no município de Paraíso, a 60 km de Palmas, que atualmente produz “briquete (lenha ecológica)", uma alternativa de fonte de energia renovável. De acordo com o proprietário da empresa, Francisco Mauro Gomes Araújo, o briquete, possui excelente propriedade calorífica, produzido a partir de resíduos agrícolas como palha de arroz, cascas de babaçu, restos de podas de árvores, entre outros. “A tecnologia é simples e os investimentos baixos, podendo em muitos casos substituir os combustíveis atualmente em uso, com vantagens operacionais, logísticas, econômicas e ambientais”, argumentou Gomes.
A empresa produz briquete suficiente para abastecer empreendimentos como o frigorífico Cooperfrigu, em Gurupi, na região Sul do Estado, além de indústrias de cerâmica e outros frigoríficos do Estado.

Segundo o coordenador de Agroenergia da Seagro, Luiz Eduardo Borges Leal, a Secretaria tem incentivado projetos como este. A tecnologia para geração de calor na queima de combustíveis deve expandir os investimentos nos próximos anos. “A Seagro criou a Subsecretaria de Energias Limpas para implantar projetos sustentáveis, principalmente, utilizando as fontes de energias mais limpas e seguras, como por exemplo, a solar e a eólica”, enfatizou.
Leal acrescenta, ainda, que a tendência nos próximos anos é aumentar a demanda do uso de energias limpas, principalmente entre os países da Europa que possuem poucas reservas naturais.
 
Briquetagem

A briquetagem é uma forma bastante eficiente para concentrar a energia disponível da biomassa. Um metro cúbico de briquetes contém pelo menos cinco vezes mais energia que 1,OOm3 de resíduos. Isso, levando-se em consideração a densidade a granel e o poder calorífico médio desses materiais. Devido à dimensão e às grandes distâncias internas do país, o aspecto concentração energética assume também grande importância. 


COMENTÁRIOS FINAIS DO BLOGUEIRO:
gente, deixemos de hipocrisias: tornar um argumento de vendas, sobre o uso dos briquetes, de que reduziria o abate de árvores (não citado),  economiza no transporte, e tem maior valor calorífico, não é ecológico. Reciclar é ótimo, a matéria prima é mais barata, o difícil é estabelecer logística para reunir matéria prima suficiente. Mas ecológica? E onde está essa energia limpa apregoada nos briquetes? Não emite CO2, assim como lenha ou carvão? Então é igual, nem mais e nem menos ecológica, ora bolas! O problema é que tem gente que acredita... 
Outro dia minha mulher foi comprar uma bolsa, e a balconista informou, "é de couro, por isso é um pouco cara, mas é ecológica e sustentável, e ainda é biodegradável...".
Tragam meus sais, pelo amor da minha pressão alta...
_

domingo, 28 de agosto de 2011

Gaddafi, a bola da vez.

Richard Jakubaszko
Recebo e-mail de frei Alamiro, relatando entrevista de um frei franciscano em Trípoli. Vejam o relato de frei Alamiro, um religioso aposentado, mas ainda ligado no mundo, e indignado:


O bispo de Tripoli, capital da Líbia, é um franciscano, líbio de origem italiana, Dom Giovanni Martinelli. Este bispo franciscano deu uma entrevista longa ao jornal Los Angeles Time na qual afirma que Gaddafi não é este diabo que a imprensa internacional está apresentando. E faz rasgados elogios aos 40 anos de governo dele.

Não se pode ser ingênuo. Temos que ter espírito mais crítico frente às fontes de informação que temos.

Abraço franciscano de PAZ E BEM!

frei Alamiro.

Anaori traduz as palavras do Lider Libio Gaddafi


27/8/2011,  tradução do árabe por Anaori

publicado no blog “Soa Brasil

Fonte: LeonorenLibia 

Enviado pelo pessoal da Vila Vudu

Aos meus compatriotas



Os assaltantes sionistas capitalistas que querem usurpar a terra de vocês, querem ver-me morto e já ofereceram um prêmio pela minha cabeça. Não sabem que minha cabeça, minha alma e o martírio pertencem a Alá, o grande Deus. Mostrei ao mundo onde está o ninho da maldade.



Pensam vocês meus irmãos, que o que acontece ao meu país acontece por minha culpa? Não. Por isso lhes digo que defendam a liberdade de vocês. Ganhamos essa batalha e outras ganharemos. Deus é grande. Vocês têm casa, saúde e escola gratuitos.



Ajudei o Chifre da África e, aqui, nenhum imperialismo imperou. Mas não fiz o bastante. Agora, vocês sofrem. Lutei muito para que, agora, vocês percam tudo. Lutem, lutem, não descansem nem se acovardem.



Somos milhões no mundo que já vimos que as coisas são como eu sempre disse que eram: capitalismo=sionismo=escravidão.



Não nos submeteremos. Meu legado há de servir também a outras nações. Não estou morto, porque muitos ainda me querem vivo.



Estou com vocês nesses dias e nas noites escuras. Estamos com Alá.



Meus irmãos, levem a guerra a cada rincão da opulência, da vaidade, da vida lasciva. Não se deixem seduzir pelo dinheiro do sangue. Os líbios são seres luminosos. Tenham todos a certeza de que vocês estão do lado da grandeza. Deixem passar o tempo. Há forças no interior de vocês. Libertem-se dos demônios do mundo, vivam e deixem viver.



Todos sabem onde estou. Nos oásis mais belos de nosso país. Não destruam a Líbia. Já sobrevivemos a seis meses de martírio e dor. Mas essa é a terra de vocês. Não a vendam.



Minha alma está com vocês. Temos democracia participativa na Líbia. O povo, para o povo. E por que dizem que não? Porque eu estou aqui. Uma voz de revolução? Não. Nem pensam nisso. É tudo pelo petróleo.



O capitalismo está acabado. Irmãos da Revolução Verde, não caiam na mentira capitalista. Para que algum império sobreviva hoje, precisa de guerra eterna.



Vocês não veem que ainda estando eu vivo e combatendo essa batalha infernal, eles já brigam entre eles, disputando o butim da nossa Líbia amada?



Os dissidentes supõem que os colonialistas lhes darão o que eu lhes dei? Pois esperemos, para  ver.



Minha família e eu estamos bem, lutando pela verdade. Sofro, apenas, por haver líbios matando líbios. Mas foi o que conseguiram os sediciosos. Eu nunca lutei luta que não fosse por meus princípios, ajudando o povo, o povo líbio e os povos africanos. E eles? O que têm a dizer? Nada! Todos os capitalistas racistas são iguais. São aves de rapina!



Eles e seus slogans de caridade: “Ajudem as crianças da África”. E que criança da África ganha deles alguma coisa? As doações vão para banqueiros e multinacionais e para as empresas que eles criam para lucro deles. Algum africano alguma vez foi beneficiado pelas empresas que eles criam? Não. O Chifre da África sofre o que sofre por causa do imperialismo.



Sou líder e tenho o poder nas mãos. Vivo porque meu povo vive. Por isso querem calar-me. Gaddafi aqui, hoje e sempre.



Povos do mundo levantem-se e façam fugir esses meios homens que querem escravizar vocês.



Agora estou em Sirte. Nasci aqui. Sou filho humilde desse deserto líbio que me viu nascer. Estou em Trípoli, em Benghazi e no mundo. E daqui, falo. E os ianques, onde estão? O que têm a dizer?



Acaso a civilização e a cultura ianque querem pendurar-me numa forca, como o líder do Iraque?



Pois se acontecer, que seja. O martírio honra quem mostra a verdade ao mundo.



Muammar El-Gaddafi 

sábado, 27 de agosto de 2011

CO2: a ciência sabe quase nada sobre o gás da vida.

Richard Jakubaszko
Recebi a sugestão de pauta abaixo, proveniente do CENA - Centro de Energia Nuclear na Agricultura (CENA/Esalq/USP), em que se pode constatar a confusão que se passa na cabeça de alguns cientistas a respeito da questão do CO2, apontado pelos biodesagradáveis como o mais perverso dos gases de efeito estufa (GEE), causador do "aquecimento planetário", que fará "derreter as calotas polares" e "subir o nível dos mares". E com isso ameaça a "sobrevivência da humanidade". Para que não digam que bato leviana e gratuitamente nas ciências, leiam aqui o que escrevi em nov/2009 sobre as confusões dos cientistas, internacionalmente, a esse respeito (http://richardjakubaszko.blogspot.com/2009/12/indefinicoes-da-ciencia-em-tempos-de.html )

Já iniciei a escrever meu próximo livro, que tem o título provisório de "CO2: a grande farsa do século XXI". Nele, vou colocar todas as contestações possíveis, numa linguagem objetiva e simples, sobre quem leva vantagem com essa história toda do aquecimento e da impossibilidade de o CO2 ser o responsável. Vou explicar, tim-tim por tim-tim, porque o CO2 não é um gás estufa, e sim um dos elementos básicos da vida (CHONSP), o alimento das plantas, da humanidade e da natureza. Vale a pena ler, por enquanto, o artigo CO2, a unanimidade da mídia é burra, publicado aqui no blog, em out 2009: http://richardjakubaszko.blogspot.com/2009/10/co2-unanimidade-da-midia-e-burra.html

Terei a participação no livro, em capítulo específico, do climatologista e professor Luiz Carlos Molion, da Universidade Federal de Alagoas, que também contesta a afirmação do aquecimento. O professor Molion já confirmou por e-mail que participará da obra, escrevendo um capítulo sobre a sua área de especialidade.
Outros parceiros estão sendo convidados, como Evaristo de Miranda, da Embrapa e Odo Primavesi, signatário do IPCC, e aguardo a posição deles a respeito. Ambos acreditam, de alguma forma, no aquecimento e nas mudanças climáticas, mas negam a responsabilidade direta do CO2, e apontam outras causas. Nesse aspecto, lembro que o livro é uma proposta de debate, e não um aplauso ao "pensamento único", como existe hoje por alguns cientistas e pela imprensa.
Por enquanto, deixo aos leitores do blog, a avant premiére da "sugestão de pauta do CENA", a qual mostra as dúvidas das ciências sobre a questão do CO2, o gás da vida.

Sugestão de pauta do CENA:
Pesquisadores do Cena estudam o desaparecimento do carbono da atmosfera. (os grifos em itálico e em azul são deste blogueiro

Apesar das concentrações de dióxido de carbono (CO2) na atmosfera estarem aumentando constantemente, principalmente em função da queima de combustíveis fósseis, a ciência ainda tem incertezas sobre as fontes e sumidouros deste gás no planeta. Na imensidão de seis milhões de quilômetros quadrados da Amazônia, por exemplo, estudos indicam que as florestas são as responsáveis. Porém, nos rios da região, as concentrações também são muito elevadas.
Diversas instituições de pesquisas do mundo tentam compreender este contexto, analisando a origem do gás e quanto dele vaga para a atmosfera. Os pesquisadores Alex Krusche, Maria Victoria Ballester e Reynaldo Victória, do Centro de Energia Nuclear na Agricultura (Cena/USP), trabalham no monitoramento de 17 pontos de coleta, distribuídos nos mais variados tipos e tamanhos de rios, e angariam informações para tentar responder estas perguntas.


Até meados de 2000, a ideia comum era de que os rios atuavam no ciclo global do carbono apenas transportando este elemento para os oceanos, na forma de carbonatos e partículas orgânicas. A partir de estudos realizados pelo nosso grupo de pesquisadores, assimilando evidências de outros, a importância da emissão de CO2 destes ambientes para a atmosfera assumiu papel de destaque. O rio Amazonas, por exemplo, lança 13 vezes mais carbono na atmosfera na forma de CO2 do que despeja no oceano em todas as outras formas”, conta Alex Krusche, que lidera a equipe de cientistas do Experimento de Grande Escala da Biosfera-Atmosfera na Amazônia (LBA).
A origem exata de tanto CO2 no rio Amazonas é algo ainda pouco compreendido pela ciência, mas, como as concentrações são muito elevadas, ocorre um processo natural de trocas entre a água e o ar. “De maneira simplificada, é o mesmo que ocorre com uma água mineral com gás. Quando abrimos, logo surgem bolhas de CO2 saindo da água, pois tem muito mais deste gás dentro da garrafa do que no ar. Se deixarmos aberta por tempo suficiente chegará um momento em que as concentrações estarão em equilíbrio, ou seja, não vemos mais as bolhas. Quem esquece um copo de água com gás na mesa e vai beber depois percebe bem isto”, explica.


Na natureza, o que acontece é muito parecido. “Já medimos concentrações de CO2 nas águas do rio Solimões (um importante afluente do Amazonas) de oito mil partes por milhão (ppm), enquanto que há apenas cerca de 400 ppm no ar. Em alguns rios de cabeceira que drenam solos arenosos, observamos concentrações na água ainda maiores. Esse desequilíbrio faz com que saia mais CO2 da água do que entre, como o gás do refrigerante que se dissipa quando sai do recipiente”, define.

Medir com exatidão todos os fluxos de CO2 em uma área do tamanho da Bacia Amazônica é algo bastante complexo, mas o exercício de tentar fazê-lo serve para entender um pouco mais sobre o papel desta região no ciclo global de um elemento tão fundamental para o homem como o carbono”, conclui.

Legenda: foto do instrumental instalado às margens do rio Araguaia e barco com a equipe de pesquisa ao fundo.

NOTA: 
Recebi e-mail do Prof. Molion, hoje, 30/8/2011:
Prezado Richard,
O que o pessoal do CENA, que voce citou, não conta é que o primeiro experimento para medir as trocas de CO2 entre a floresta e a atmosfera realizado na Amazônia foi em 1987 em colaboração com a NASA (Global Tropospheric Experiment -GTE/ABLE) e eu era o cientista-chefe do grupo brasileiro. As medidas de fluxo de CO2 foram incluídas durante as discussões preparatórias do GTE-ABLE, a meu pedido, embora o CO2, naquela época,  estivesse no início de sua carreira de "vilão". Quando eu afirmei que a Floresta Amazônica sequestrava 1,2 bilhão de toneladas de carbono por ano (revista Ciência Hoje, acho que de 1989), resultado das medições, o pessoal do CENA, liderados por Eneas Salati, na época diretor do INPA, fez uma reunião para me "desmascarar", afirmando que a floresta estava em equilíbrio e não sequestrava carbono. Voce vê como são as coisas!
Um abraço,
Prof. Molion

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Nelson Rodrigues, por ele mesmo.

Richard Jakubaszko
Descobri no Youtube uma entrevista de Nelson Rodrigues, de 1977, concedida a Otto Lara Resende; parece que foi ao ar pela TV Globo. Verdades antológicas, muitas delas atualizadíssimas.
Divirtam-se! Mas prestem atenção, naquela época Nelson Rodrigues já criticava o sujeito politicamente correto, a quem ele chamava de "cretino fundamental".
Está dividida em 3 partes, e é um papo muito inteligente.
A filha de Nelson (ele completaria 99 anos em agosto de 2011) abriu um site com alguns de seus artigos, frases e muitas histórias, vale a pena ver: http://www.nelsonrodrigues.com.br/site/
Parte 1
Parte 2
Parte 3

_

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

MDA e Incra prorrogam georreferenciamento

Richard Jakubaszko
Recebo e-mail da assessoria de imprensa do deputado federal Valdir Colatto (SC/PMDB), informando que o MDA (Ministério do Desenvolvimento Agrário) e Incra garantem prorrogação de georreferenciamento

Determinação passaria a valer a partir de 1º de novembro.

Santa Catarina, 24/8/2011 – Confirmada na tarde de hoje, quarta-feira (24/8), a prorrogação de decreto que passaria a valer em 1º de novembro, exigindo o georreferenciamento de imóveis rurais com até 500 hectares em todo território brasileiro.

A prorrogação foi confirmada pelo ministro do Desenvolvimento Agrário (MDA) Afonso Florence, presidente do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), Celso Lisboa de Lacerda ao deputado federal Valdir Colatto (PMDB/SC), vice-presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária no Congresso Nacional em reunião na Comissão de Agricultura e Comissão de Fiscalização e Controle da Câmara. Novos prazos deverão ser anunciados nos próximos dias.

Há duas semanas, Colatto vem acompanhando a problemática quando começou a circular a informação da aplicação do decreto 5.570 de 31 de outubro de 2005.

O georreferenciamento é a medição da área por meio de coordenadas identificadas por satélites. O parlamentar afirma que é impossível fazer o georreferenciamento no Brasil nos próximos anos. Outra questão, explica o deputado é o pagamento do serviço de georreferenciamento, com a possibilidade do governo criar linha de crédito para que o produtor possa acessar. Segundo ele, o próprio Incra reconhece que não tem condições de atender a demanda no país. “Tem pedidos que estão parados no Incra há cinco anos a espera de homologação”, acrescenta o parlamentar, lembrando que o Brasil tem 850 milhões de hectares e 5,5 milhões de propriedades rurais.
_

Previsão de Nostradamus?

Richard Jakubaszko 
dei muitas risadas com a leitura do comentário abaixo, publicado por um leitor anônimo no CLOACA NEWS, dia 18 de agosto último. Vejam se não dá vontade de rir, desbragadamente:
http://cloacanews.blogspot.com/2011/08/escarnio-juiz-federal-catarinense-diz.html


(a propósito, cadê vc, seo Cloaca, por quê a inatividade deste combativo blog?)

Anônimo disse...
Em suas Centúrias , Nostradamus escreveu com tanta exatidão que nos faz acreditar que conhecia o Lula: Fragmentos de um texto de Nostradamus: '...e próximo do terceiro milênio uma besta (seria o Lula????) barbuda (céus, é ele!!!) descerá triunfante sobre um condado do hemisfério sul (Brasil???); espalhando desgraça e a miséria! (acho que se trata da reforma da previdência ou a corrupção institucionalizada ou ainda o mensalão). '...Será reconhecido por não possuir seus membros superiores totalmente completos! (epa!!! Cadê o dedinho?) '...Trará com ele uma horda (faz sentido... Palocci, Zé Dirceu, Dulci, Genoíno e Cia. Ltda.) que dominará e exterminará as aves bicudas (já tô ficando assustado... PSDB = Tucanos = ave bicuda!!!); e implantará a barbárie por muitas datas (REELEIÇÃO??? Dilma guardará o lugar para ele voltar em 2014?) sobre um povo tolo e leviano.' (PUTA QUE PARIU!!!, é nóiiiiiiis !!!)

terça-feira, 23 de agosto de 2011

Imprensa & economia

Richard Jakubaszko
Vai entender o que se passa com a grande imprensa. Olha só o que o deputado federal Brizolla Neto publicou em seu blog, o Tijolaço.com

A economia cresce, apesar dos analistas econômicos

O setor de shopping centers teve crescimento de 11,69% nas vendas no primeiro semestre deste ano e estima fechar 2011 com aumento de 12% ante o ano passado. Em 2010, o faturamento atingiu R$ 87 bilhões. A expansão do setor é acompanhada pela geração de postos de trabalho. São cerca de 720 mil postos gerados no país.”  (Diário do Comércio e Industria, hoje.)
As vendas pelo conceito (anual) mesmas lojas Lojas Renner, de consumo popular) – que considera aquelas em operação há pelo menos 12 meses – tiveram incremento de 9,8 por cento no período contra um ano antes” . (Reuters, hoje)
As vendas na semana do Dia dos Pais no país cresceram 8,8% neste ano na comparação com a semana equivalente de 2010, aponta nesta segunda-feira (15) o Indicador Serasa Experian” ( G1, hoje)
Tudo isso saiu publicado hoje. Mas a turma da roda-presa não descansa.
Sexta-feira, o economista-chefe do Itaú, Ilan Goldfajn, diretor do BC no Governo Fernando Henrique, dizia que “diante das taxas de juros já próximas do zero nas economias mais maduras e a dificuldade de adoção de políticas anticíclicas graças à dinâmica da dívida e aos déficits fiscais, resta pouco a se fazer contra a recessão”.
Recessão? Com vendas crescendo na faixa de 10% ao ano?
Um grande e precocemente falecido escritor peruano, Manoel Scorza, escreveu um livro chamado “A história de Garabombo, o Invisível”. Garabombo era um índio do altiplano, que tinha a faculdade de ser invisível aos brancos  dominantes. E era invisível porque, durante séculos, eles olhavam os índios e não os viam como seres humanos.
Garabombo ficou, por isso, invisível. Como o povo brasileiro é invisível a certos economistas que olham em inglês.
_

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

O novo ministro da Agricultura, Mendes Ribeiro Filho.

Richard Jakubaszko
O novo ministro, Mendes Ribeiro Filho, concede sua primeira entrevista, exibida pela rede de tv do Palácio do Planalto. O advogado gaúcho ainda pisa em ovos, é político, mostra certa habilidade no trato com a imprensa, confessa pouco conhecer do agronegócio, mas no discurso demonstra que tem a vontade de aprender. Vamos ver no que dá, a pasta continua no âmbito PMDB, tem cunho político, e seu principal interlocutor não tem representatividade no setor do agronegócio.
Na minha modesta opinião, ao agronegócio falta presença política para indicar ministros técnicos para liderar a pasta do setor, e que tenham representatividade. A história nos mostra que o agronegócio sempre andou melhor quando os ministros eram da área, e não com os políticos, com raras exceções.

domingo, 21 de agosto de 2011

Brasil, pentacampeão mundial sub-20.

Richard Jakubaszko
A seleção brasileira sub-20 é pentacampeã mundial de futebol, conquistada na primeira hora de hoje, em Bogotá, na Colômbia. Iguala-se, desta forma, à seleção principal em número de campeonatos. Somos decacampeões!
Exibição de garra da garotada, com muitos destaques no jogo, entre eles Oscar, do Internacional, que marcou os 3 gols brasileiros na vitória de 3 x 2 contra Portugal, obtida já na prorrogação.
Assista aos gols:
_

sábado, 20 de agosto de 2011

Explique essa mágica, se puder...

Richard Jakubaszko 
Explique essa mágica, se puder...

_

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

A sombra dos anos 30

por Mauro Santayana
O século passado teve como eixo a década de 30. Ela se iniciou com a crise econômica mundial, que estas últimas horas de angústia nos mercados financeiros fazem lembrar, e se fechou com a conseqüência prevista pelos céticos: o início da Segunda Guerra Mundial. Foram os anos do grande confronto entre a esquerda e a direita, com contradições, idas e vindas, ilusões e tragédias, que os livros registram. Em suma, sinistras lições aos homens, que devem ser meditadas, para que o mundo não volte a ser encharcado de sangue.

Muitas são as teorias que tentam explicar aquela amostra do apocalipse. A mais conhecida é a de que, derrotada e humilhada em 1918, a Alemanha buscava a revanche com Hitler. Para isso, seu líder, encarnando o velho orgulho prussiano, obtivera o apoio da Nação a fim de vingar-se de seus inimigos e expandir o espaço vital, que consideravam necessário à plena realização de seu destino de povo de senhores.

Naqueles anos e meses da República de Weimar, mais do que em outras épocas históricas, as distorções da linguagem serviram para confundir e desorientar os homens. A esquerda buscava construir, na antiga Rússia, uma sociedade socialista. Hitler começou filiando-se a um pequeno partido de trabalhadores, que ele dominaria e o ampliaria no Partido Nacional-Socialista dos Trabalhadores Alemães. Os comunistas e socialistas alemães menosprezaram aquele grupo de bêbados, que se vestiam militarmente e brandiam slogans primários. A Alemanha não é a Itália, declarou, confiante, aos que temiam o totalitarismo no país, Ernst Thälmann, o lendário dirigente do Partido Comunista Alemão, depois de ter sido derrotado nas eleições presidenciais de 1932, por Hindemburg, e da ascensão de Hitler à chefia do governo, à frente da coligação de direita, graças ao apoio dos católicos. Em março de 33, poucas semanas depois, Thälmann seria metido no campo de concentração de Buchenwald, onde foi executado em agosto de 1944.

Os democratas e as organizações de esquerda não souberam unir-se, ali, para a resistência – o que reclamava a construção de uma idéia forte de centro político, a fim de impedir, a tempo, a ascensão dos nazistas. Não souberam unir-se ali, nem em outras nações. O caso mais dramático, fora da Alemanha, foi o da Espanha. Como anotou Salvador de Madariaga, de resto um homem rigorosamente de centro, o malogro da República Espanhola foi o malogro do centro político. Ao crescer o radicalismo tanto na direita quanto na esquerda, não houve espaço para a moderação do centro. Mais poderosa – com a ajuda dos fascistas italianos e dos nazistas, e a total adesão da hierarquia da Igreja Católica – a direita esmagou a República, depois de quase três anos de conflito. De nada valeu a pouca ajuda soviética que conseguia chegar ao país – nem a presença simbólica dos corajosos intelectuais que formaram as Brigadas Internacionais. Madariaga tinha razão: se tivesse havido o entendimento entre os partidos de esquerda, que mal se acomodavam na Frente Popular, e, depois, com as forças de centro, não haveria clima para a insurreição dos generais Sanjurjo, Mola, Queipo de Llano e Francisco Franco. Madariaga foi rigorosamente de centro no eclodir do conflito: como embaixador da República, não tomou partido na guerra, mas se tornou vigoroso opositor da ditadura franquista, e só voltou à Espanha em 1976, depois da morte do ditador.

Menosprezar a direita tem sido, mais do que erro de percepção política, ilusão criminosa. Na mesma Espanha, quando o governo dispunha de informes seguros da conspiração em marcha, o então chefe do governo, Casares Quiroga, recebeu a advertência do serviço secreto republicano com um muxoxo: se eles se levantam, eu vou me deitar. Em 1964 – recordam-se? – as esquerdas, também divididas em nosso país, percorreram as mesmas sendas da ilusão. Não só é vezo da esquerda subestimar as forças adversárias, mas também assusta-las, com os espantalhos da insurreição. Em seu favor milita realmente a ilusão. As Ligas Camponesas, armadas de fé e de espingardas cartucheiras, cresciam seu ilusório poder, diante da classe média em pânico. O mito de Che Guevara empolgava os jovens, da mesma maneira que a invencibilidade cubana, na Bahia dos Porcos, atiçava os ânimos bélicos de muitos de nós, os que vivemos aquele tempo.

Esse excurso ao passado não é por acaso. Estamos em tempo muito parecido aos anos 30. Nos Estados Unidos, um governo que tenta chegar ao centro, o de Obama, é acossado pelo Tea Party e pelos velhos texanos, que sempre estiveram na linha de frente do obscurantismo. Basta recordar que foi em Dallas que a direita eliminou Kennedy, ainda que o jovem presidente, como a história nos mostra, não fosse exatamente um liberal de esquerda. Do Texas vieram Bush pai e Bush filho, e os republicanos agora ameaçam buscar em Rick Perry, seu atual governador, e raivoso direitista, o oponente a Obama nas eleições vindouras.

A Europa caminha rapidamente para a direita, e os governantes buscam justificar a repressão policial como necessária, diante das crescentes manifestações populares contra o desemprego, a redução das pensões, a falta de moradias e de perspectivas para o povo - também comuns nos anos 30. A Espanha recebeu ontem a visita do papa Bento 16, cuja simpatia pela direita é notória. Os espanhóis foram às ruas, protestar contra os gastos governamentais com a recepção ao pontífice, em momento de gravíssima crise econômica interna. Ainda que o papa se tenha declarado contra a lógica do “lucro acima do direito das pessoas”, seus atos não confirmam a retórica. A posição do papa, diante das dificuldades da Península, foi bem exposta em visita anterior a Santiago de Compostela, quando Ratzinger expressou preocupação contra a crescente laicidade dos espanhóis e o seu anticlericalismo, “que lembra os anos 30”, e pediu “nova evangelização” na península. A “evangelização” franquista dos anos 30, apoiada na Opus Dei e no garrote vil, nós já conhecemos. Que outra “evangelização” pretende agora o papa, quando se queixa da liberdade de pensamento na Espanha atual?

A presidente Dilma Roussef atribuiu-se duas missões em seu governo: a de combater a corrupção e a de eliminar a miséria que ainda assola grande parte de nosso povo. E a direita nacional, ainda que com certa dissimulação, começa a articular-se. Isso vai exigir da esquerda, no diálogo com o centro, grande esforço, para a criação de força política de centro, organizada e articulada, firme em sua ação, a fim de dar o suporte da nação, para que possa enfrentar o vendaval internacional – com a crise econômica, o renascimento brutal do racismo na Europa e a reorganização dos nazistas e fascistas.

A Alemanha, contra o otimismo dos comunistas e socialistas, repetiu, em 30, com mais tragédias, o fascismo italiano. Por pouco, os integralistas não se apossaram do Brasil, nos anos 30. Sofremos o que sofremos sob a direita nacional, a partir de 1964. Essas lições dos anos 30 nos exigem acurada vigilância e a visão real do processo histórico. A direita está aí, firme, construindo sua vez e sua hora.
_

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Mercedez Benz em ouro

Richard Jakubaszko
Esta é uma Mercedes Benz de um bilionário do petróleo em Abu Dhabi.
Motor V10 com 4 turbos 1600 HP, Torque de 2800Nm, vai de 0 a 100 km/h em menos de 5 segundos.
Não é aço inoxidável, é OURO BRANCO.

_

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Caiu Wagner Rossi

Richard Jakubaszko
Recebi da assessoria de imprensa do MAPA às 19:42 horas de hoje a informação de que Wagner Rossi pediu demissão por causa das denúncias publicadas pela grande mídia, especialmente Veja.  
Junto veio o teor da carta de demissão.

Não tenho dúvidas, houve mais um assassinato de reputação, lamentavelmente não será o último, e foi concluído por interesses essencialmente políticos. Não vi ninguém da grande imprensa publicar os desmentidos e explicações dadas por Rossi e sua assessoria de imprensa nos últimos dias, muitas delas bastante coerentes.
Tive alguns contatos profissionais em coletivas de imprensa com Rossi, até reconheço que foi ativo enquanto esteve à frente do MAPA, apesar de não deixar nenhuma marca notável, mas que foi crucificado, não há como se duvidar. Foi um ministro de caráter político, vinculado ao PMDB, e não técnico, desde abril 2010 quando assumiu, apesar de ser produtor rural.


Corri para a TV, e assisti na Globo News, tv a cabo, um dos espetáculos mais deprimentes do jornalismo contemporâneo, em termos de partidarismo e de aula de como não fazer jornalismo. Não havia informação, apenas manchetes da mídia rodavam piruetas na telinha. Entrevistavam de um estúdio no Rio de Janeiro o economista Paulo Tenani, da FGV, que estava em São Paulo, em outro estúdio, havia um comentarista e uma apresentadora, ambos sem nenhum conhecimento sobre o que seja o agronegócio e sua importância para o Brasil, fazendo comentários estapafúrdios, sobre as "supostas" denúncias...

O entrevistado, de forma muito objetiva, esclareceu que as estruturas do país mudaram e que a simples troca de um ministro, hoje em dia, não paralisa um ministério, conforme levantavam suspeitas os entrevistadores. 

Aí entrou no ar George Vidor, comentarista que se diz especializado em economia, que "ameaçou" fazer perguntas ao entrevistado, não as fez, e comentou, comentou, deu opinião sobre o agronegócio, falou uma série de asneiras sobre a "importância" do MAPA, mas por causa da Embrapa, e não do MAPA, "esclareceu" que a Conab é quem "fixa os preços mínimos" aos produtores, e por aí afora foi esbanjando "desconhecimento" do que seja o agronegócio, deu exemplos do algodão, que a Embrapa criou "genética" para plantio no Brasil-Central, e do boi que hoje se produz em menos de 18 meses, e que por isso é importante o agronegócio, e esqueceu de perguntar ao entrevistado... Depois de uns 5 minutos de comentários (o que na TV é um exagero de tempo) o entrevistado, após "ouvir" a palestra do jornalista e comentarista, apenas ratificou um "concordo com você, por duas vezes...

Patético o jornalismo da Globo News, mais de 15 minutos de aula autêntica de um mau jornalismo. Cobre-se muito mal o agronegócio, não apenas nas TVs, mas na grande mídia impressa também.
_

terça-feira, 16 de agosto de 2011

Portugal vai mal, com certeza.

Richard Jakubaszko
Brilhante e corajoso o discurso do Dr. Marinho e Pinto, jurista português do equivalente ao nosso Supremo Tribunal Federal, por ocasião da sessão solene do início do ano judicial português, em julho último. Nas suas críticas somente a Igreja Católica salvou-se, perante a quase miséria observada do país.

Portugal é tido como a bola da vez, na próxima e futura crise europeia. Marinho e Pinto leva à exacerbação a situação atual de Portugal, relembrando tempos de riquezas, de quando dispunham de riquezas provenientes das Índias Ocidentais ou do ouro do Brasil.
Vale a pena ver e ouvir o magistrado em seu breve discurso de 8 minutos direcionado às elites políticas, econômicas e acadêmicas de Portugal, expressa a realidade pela qual passa a nação.

_

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Gambiarras II - criatividade sem limite

Richard Jakubaszko
vai acabar virando um tema recorrente. Já é a segunda vez que publico aqui no blog alguns exemplos de criatividade praticados mundo afora. Na primeira vez foi em outubro 2009: http://richardjakubaszko.blogspot.com/2009/10/gambiarra-ou-criatividade.html

Aqui vão outros exemplos, um melhor do que o outro:

As campeãs selecionadas:






















_

sábado, 13 de agosto de 2011

Tortura nunca mais! Frei Tito

Richard Jakubaszko
Recebi por e-mail de frei Alamiro, um religioso franciscano já aposentado, o relato de tortura sofrido por frei Tito, na época da ditadura.

Dramático, aterrorizante! Torno público aqui no blog o que já é do pleno conhecimento de alguns poucos. 
Conhecendo a história impediremos a repetição de seus erros.

Frei Tito por ele mesmo - Relato da tortura
"Se calarem as vozes proféticas, as pedras gritarão!" 
 Este é o depoimento de um preso político, frei Tito de Alencar Lima, 24 anos. Dominicano. (redigido por ele mesmo na prisão). Este depoimento escrito em fevereiro de 1970 saiu clandestinamente da prisão e foi publicado, entre outros, pelas revistas Look e Europeo.

Fui levado do presídio Tiradentes para a "Operação Bandeirantes", OB (Polícia do Exército), no dia 17 de fevereiro de 1970, 3ª feira, às 14 horas. O capitão Maurício veio buscar-me em companhia de dois policiais e disse: "Você agora vai conhecer a sucursal do inferno". Algemaram minhas mãos, jogaram me no porta-malas da perua. No caminho as torturas tiveram início: cutiladas na cabeça e no pescoço, apontavam-me seus revólveres.

Preso desde novembro de 1969, eu já havia sido torturado no DOPS. Em dezembro, tive minha prisão preventiva decretada pela 2ª auditoria de guerra da 2ª região militar. Fiquei sob responsabilidade do juiz auditor dr Nelson Guimarães. Soube posteriormente que este juiz autorizara minha ida para a OB sob “garantias de integridade física”.

Ao chegar à OB fui conduzido à sala de interrogatórios. A equipe do capitão Maurício passou a acarear-me com duas pessoas. O assunto era o Congresso da UNE em Ibiúna, em outubro de 1968. Queriam que eu esclarecesse fatos ocorridos naquela época. Apesar de declarar nada saber, insistiam para que eu “confessasse”. Pouco depois levaram me para o “pau-de-arara”. Dependurado nu, com mãos e pés amarrados, recebi choques elétricos, de pilha seca, nos tendões dos pés e na cabeça. Eram seis os torturadores, comandados pelo capitão Maurício. Davam-me "telefones" (tapas nos ouvidos) e berravam impropérios. Isto durou cerca de uma hora. Descansei quinze minutos ao ser retirado do "pau-de-arara". O interrogatório reiniciou. As mesmas perguntas, sob cutiladas e ameaças. Quanto mais eu negava mais fortes as pancadas. A tortura, alternada de perguntas, prosseguiu até às 20 horas. Ao sair da sala, tinha o corpo marcado de hematomas, o rosto inchado, a cabeça pe sada e dolorida. Um soldado, carregou-me até a cela 3, onde fiquei sozinho. Era uma cela de 3 x 2,5 m, cheia de pulgas e baratas. Terrível mau cheiro, sem colchão e cobertor. Dormi de barriga vazia sobre o cimento frio e sujo.

Na quarta-feira fui acordado às 8 h. Subi para a sala de interrogatórios onde a equipe do capitão Homero esperava-me. Repetiram as mesmas perguntas do dia anterior. A cada resposta negativa, eu recebia cutiladas na cabeça, nos braços e no peito. Nesse ritmo prosseguiram até o início da noite, quando serviram a primeira refeição naquelas 48 horas: arroz, feijão e um pedaço de carne. Um preso, na cela ao lado da minha, ofereceu-me copo, água e cobertor. Fui dormir com a advertência do capitão Homero de que no dia seguinte enfrentaria a “equipe da pesada”.

Na quinta-feira três policiais acordaram-me à mesma hora do dia anterior. De estômago vazio, fui para a sala de interrogatórios. Um capitão cercado por sua equipe, voltou às mesmas perguntas. "Vai ter que falar senão só sai morto daqui", gritou. Logo depois vi que isto não era apenas uma ameaça, era quase uma certeza.

Sentaram-me na "cadeira do dragão" (com chapas metálicas e fios), descarregaram choques nas mãos, nos pés, nos ouvidos e na cabeça. Dois fios foram amarrados em minhas mãos e um na orelha esquerda. A cada descarga, eu estremecia todo, como se o organismo fosse se decompor. Da sessão de choques passaram-me ao "pau-de-arara". Mais choques, pauladas no peito e nas pernas a cada vez que elas se curvavam para aliviar a dor. Uma hora depois, com o corpo todo ferido e sangrando, desmaiei. Fui desamarrado e reanimado. Conduziram-me a outra sala dizendo que passariam a carga elétrica para 230 volts a fim de que eu falasse "antes de morrer". Não cheg aram a fazê-lo. Voltaram às perguntas, batiam em minhas mãos com palmatória. As mãos ficaram roxas e inchadas, a ponto de não ser possível fechá-las. Novas pauladas.

Era impossível saber qual parte do corpo doía mais; tudo parecia massacrado. Mesmo que quisesse, não poderia responder às perguntas: o raciocínio não se ordenava mais, restava apenas o desejo de perder novamente os sentidos. Isto durou até às 10 h quando chegou o capitão Albernaz.

"Nosso assunto agora é especial", disse o capitão Albernaz, ligou os fios em meus membros. "Quando venho para a OB - disse - deixo o coração em casa. Tenho verdadeiro pavor a padre e para matar terrorista nada me impede... Guerra é guerra, ou se mata ou se morre. Você deve conhecer fulano e sicrano (citou os nomes de dois presos políticos que foram barbaramente torturados por ele), darei a você o mesmo tratamento que dei a eles: choques o dia todo. Todo "não" que você disser, maior a descarga elétrica que vai receber". Eram três militares na sala. Um deles gritou: "Quero nomes e aparelhos (endereços de pessoas)". Quando respondi: "não sei" recebi uma descarga elétrica tão forte, diretamente ligada à tomada, que houve um descontrole em minhas funções fisiológicas. O capitão Albernaz queria que eu dissesse onde estava o Frei Ratton.

Como não soubesse, levei choques durante quarenta minutos.
Queria os nomes de outros padres de São Paulo, Rio e Belo Horizonte "metidos na subversão". Partiu para a ofensa moral: "Quais os padres que têm amantes? Por que a Igreja não expulsou vocês? Quem são os outros padres terroristas?". Declarou que o interrogatório dos dominicanos feito pele DEOPS tinha sido "a toque de caixa" e que todos os religiosos presos iriam à OB prestar novos depoimentos. Receberiam também o mesmo "tratamento".

Disse que a "Igreja é corrupta, pratica agiotagem, o Vaticano é dono das maiores empresas do mundo". Diante de minhas negativas, aplicavam-me choques, davam-me socos, pontapés e pauladas nas costas. À certa altura, o capitão Albernaz mandou que eu abrisse a boca "para receber a hóstia sagrada". Introduziu um fio elétrico. Fiquei com a boca toda inchada, sem poder falar direito. Gritaram difamações contra a Igreja, berraram que os padres são homossexuais porque não se casam.

Às 14 horas encerraram a sessão. Carregado, voltei à cela onde fiquei estirado no chão.
Às 18 horas serviram jantar, mas não consegui comer. Minha boca era uma ferida só. Pouco depois levaram-me para uma "explicação". Encontrei a mesma equipe do capitão Albernaz. Voltaram às mesmas perguntas. Repetiram as difamações. Disse que, em vista de minha resistência à tortura, concluíram que eu era um guerrilheiro e devia estar escondendo minha participação em assaltos a bancos. O "interrogatório" reiniciou para que eu confessasse os assaltos: choques, pontapés nos órgãos genitais e no estomago palmatórias, pontas de cigarro no meu corpo. Durante cinco horas apanhei como um cachorro. No fim, fizeram-me passar pelo "corredor polonês".

Avisaram que aquilo era a estréia do que iria ocorrer com os outros dominicanos. Quiseram me deixar dependurado toda a noite no "pau-de-arara". Mas o capitão Albernaz objetou: "não é preciso, vamos ficar com ele aqui mais dias. Se não falar, será quebrado por dentro, pois sabemos fazer as coisas sem deixar marcas visíveis". "Se sobreviver, jamais esquecerá o preço de sua valentia".
Na cela eu não conseguia dormir. A dor crescia a cada momento. Sentia a cabeça dez vezes maior do que o corpo. Angustiava-me a possibilidade de os outros padres sofrerem o mesmo. Era preciso pôr um fim àquilo. Sentia que não iria aguentar mais o sofrimento prolongado. Só havia uma solução: matar-me.

Na cela cheia de lixo, encontrei uma lata vazia. Comecei a amolar sua ponta no cimento. O preso ao lado pressentiu minha decisão e pediu que eu me acalmasse. Havia sofrido mais do que eu (teve os testículos esmagados) e não chegara ao desespero. Mas no meu caso, tratava-se de impedir que outros viessem a ser torturados e de denunciar à opinião pública e à Igreja o que se passa nos cárceres brasileiros. Só com o sacrifício de minha vida isto seria possível, pensei. Como havia um Novo Testamento na cela, li a Paixão segundo São Mateus. O Pai havia exigido o sacrifício do Filho como prova de amor aos homens. Desmaiei envolto em dor e febre.

Na sexta-feira fui acordado por um policial. Havia ao meu lado um novo preso: um rapaz português que chorava pelas torturas sofridas durante a madrugada. O policial advertiu-me: "o senhor tem hoje e amanhã para decidir falar. Senão a turma da pesada repete o mesmo pau. Já perderam a paciência e estão dispostos a matá-lo aos pouquinhos". Voltei aos meus pensamentos da noite anterior. Nos pulsos, eu havia marcado o lugar dos cortes. Continuei amolando a lata. Ao meio-dia tiraram-me para fazer a barba. Disseram que eu iria para a penitenciária. Raspei mal a barba, voltei à cela. Passou um soldado. Pedi que me emprestasse a "gillete" para terminar a barba. O português dormia. Tomei a gillete. Enfiei-a com força na dobra interna do cotovelo, no braço esquerdo. O corte fundo atingiu a artéria. O jato de sangue manchou o chão da cela.

Aproximei-me da privada, apertei o braço para que o sangue jorrasse mais depressa. Mais tarde recobrei os sentidos num leito do pron to-socorro do Hospital das Clínicas. No mesmo dia transferiram-me para um leito do Hospital Militar. O Exército temia a repercussão, não avisaram a ninguém do que ocorrera comigo. No corredor do Hospital Militar, o capitão Maurício dizia desesperado aos médicos: "Doutor, ele não pode morrer de jeito nenhum. Temos que fazer tudo, senão estamos perdidos". No meu quarto a OB deixou seis soldados de guarda.

No sábado teve início a tortura psicológica. Diziam: "A situação agora vai piorar para você, que é um padre suicida e terrorista. A Igreja vai expulsá-lo". Não deixavam que eu repousasse. Falavam o tempo todo, jogavam, contavam-me estranhas histórias. Percebi logo que, a fim de fugirem à responsabilidade de meu ato e o justificarem, queriam que eu enlouquecesse.

Na segunda noite recebi a visita do juiz auditor acompanhado de um padre do Convento e um bispo auxiliar de São Paulo. Haviam sido avisados pelos presos políticos do presídio Tiradentes. Um médico do hospital examinou-me à frente deles mostrando os hematomas e cicatrizes, os pontos recebidos no hospital das Clínicas e as marcas de tortura. O juiz declarou que aquilo era "uma estupidez" e que iria apurar responsabilidades. Pedi a ele garantias de vida e que eu não voltaria à OB, o que prometeu.

De fato fui bem tratado pelos militares do Hospital Militar, exceto os da OB que montavam guarda em meu quarto. As irmãs vicentinas deram-me toda a assistência necessária Mas não se cumpriu a promessa do juiz. Na sexta-feira, dia 27, fui levado de manhã para a OB. Fiquei numa cela até o fim da tarde sem comer. Sentia-me tonto e fraco, pois havia perdido muito sangue e os ferimentos começavam a cicatrizar-se. À noite entregaram-me de volta ao Presídio Tiradentes.

É preciso dizer que o que ocorreu comigo não é exceção, é regra. Raros os presos políticos brasileiros que não sofreram torturas. Muitos, como Schael Schneiber e Virgílio Gomes da Silva, morreram na sala de torturas. Outros ficaram surdos, estéreis ou com outros defeitos físicos. A esperança desses presos coloca-se na Igreja, única instituição brasileira fora do controle estatal-militar. Sua missão é: defender e promover a dignidade humana. Onde houver um homem sofrendo, é o Mestre que sofre. É hora de nossos bispos dizerem um BASTA às torturas e injustiças promovidas pelo regime, antes que seja tarde.

A Igreja não pode omitir-se. As provas das torturas trazemos no corpo. Se a Igreja não se manifestar contra essa situação, quem o fará? Ou seria necessário que eu morresse para que alguma atitude fosse tomada? Num momento como este o silêncio é omissão. Se falar é um risco, é muito mais um testemunho. A Igreja existe como sinal e sacramento da justiça de Deus no mundo.

"Não queremos, irmãos, que ignoreis a tribulação que nos sobreveio. Fomos maltratados desmedidamente, além das nossas forças, a ponto de termos perdido a esperança de sairmos com vida. Sentíamos dentro de nós mesmos a sentença de morte: deu-se isso para que saibamos pôr a nossa confiança, não em nós, mas em Deus, que ressuscita os mortos" (2Cor, 8-9).
Faço esta denúncia e este apelo a fim de que se evite amanhã a triste notícia de mais um morto pelas torturas.
Frei Tito de Alencar Lima, OPFevereiro de 1970


Frei Alamiro:
"Eu sou o bom Pastor e conheço as minhas ovelhas e das minhas sou conhecido.
Assim como o Pai me conhece a mim, também eu conheço o Pai e dou a minha vida pelas ovelhas.
Ainda tenho outras ovelhas que não são deste aprisco; também me convém agregar estas e elas ouvirão a minha voz e haverá um rebanho e um Pastor.
Por isto o Pai me ama, porque dou a minha vida para tornar a tomá-la.
Ninguém a tira de mim, mas eu de mim mesmo a dou; tenho poder para a dar e poder para tornar a tomá-la. Este mandamento recebi de meu Pai."
( Evangelho de São João, capítulo 10, versículos de 1 a 18 )

1  - Hoje, podemos ver com clareza a interferência das potências hegemônicas do hemisfério norte (USA, Reino Unido, União Européia) nos países do norte da África, em defesa de seus interesses econômicos e dominação geopolítica. Escondem-se atrás da OTAN e chamam a isso de "Primavera Árabe"!

2 - Hoje, 13 de agosto, completam-se 50 anos da construção do Muro de Berlim, ícone de uma humanidade dividida entre 2 impérios: o comunista e o capitalista. Era a "Guerra Fria", que teve início no dia 6 de agosto de 1945 com as altas temperaturas da explosão da Bomba Atômica sobre Hiroshima, Japão. Guerra que vai ter seu marco final significativo com a queda do mesmo muro de Berlim em novembro de 1989. O império capitalista anglo-saxão-norteamericano perdeu a China em 1949 e Cuba em 1959. O lançamento do satélite Sputinik e a viagem espacial de Yuri Gagarin nos inícios dos anos de 1960 mostrava uma superioridade do império russo-comunista na Corrida Espacial. A resposta foi a viagem à Lua empreendida pelos norte-americanos.

3  - É neste contexto internacional da humanidade dividida e em guerra entre dois grandes impérios que surge o Consenso de Washington, a Doutrina da Segurança Nacional e implantação de cruéis ditaduras civis-militares no Brasil, Uruguai, Chile e Argentina. Se o presidente João Goulart, legitima e democráticamente eleito, tivesse reagido ao Golpe como queria seu cunhado Leonel Brizolla, teríamos sido a Libia daquela época e os "mariners" norte-americanos teriam desembarcado em algum ponto do território brasileiro, conforme informações do embaixador norte-americano daquela época Lincoln Gordon.
"Em 31 de Março de 1964 foi deflagrada a Operação Brother Sam, que, segundo a imprensa e documentos já em domínio público liberados pelo governo americano, consistia no envio de 100 toneladas de armas leves e munições, navios petroleiros com capacidade para 130 mil barris de combustível, uma esquadrilha de aviões de caça, um navio de transporte de helicópteros com a carga de 50 helicópteros com tripulação e armamento completo, um porta-aviões classe Forrestal, seis destróieres, um encouraçado, além de um navio de transporte de tropas, e 25 aviões C-135 para transporte de material bélico. Gordon queria a intervenção rapidamente, se o golpe não tivesse vingado, o Brasil seria invadido, a poderosa Frota do Caribe estava entre 50 e 12 milhas náuticas ao sul do Espírito Santo." (Maiores detalhes você encontra no Wikipédia sob o título Operação Brother Sam).

4  - As Ditaduras Militares do Brasil, Uruguai, Argentina e Chile tinham amplo apoio de civis e dos mais diferentes segmentos da sociedade: Magalhães Pinto era banqueiro e governador de Minas Gerais; Ademar de Barros era governador de São Paulo; Padre Peyton (norte-americano com muitos dólares) e TFP usaram o nome de Deus e da Igreja Católica para uma campanha anticomunista entitulada "Rosário em Família ou Marcha da Família com Deus pela Liberdade"; a chamada "grande mídia" ou PIG (Partido da Imprensa Golpista) deu amplo e total apoio a um golpe que atendia aos interesses do império capitalista anglo-saxão-estadunidense.

Num contexto deste, onde só havia 2 possibilidades, ou a favor ou contra a Ditadura, pergunto: " Quem traiu o Brasil e seu povo para defender os interesses do império anglo-saxão-estadunidense empenhado na guerra contra o império russo comunista? Quem tem medo de uma Comissão da Verdade?" É simploriedade e mostra desconhecimento da sociedade brasileira afirmar que quem não estava com o Golpe/Ditadura estava com o império russo-comunista.

5  - Tive o privilégio de conhecer este cearense, que teve coragem de doar sua vida para salvar outras pessoas, o dominicano frei Tito de Alencar Lima, OP. Sinto orgulho de ter somado forças com todos/as que se opuseram à invasão norte-americana. É verdade que tínhamos sérias divergências quanto à maneira de enfrentar o inimigo. Mas como nos ensinava o Nobel da Paz de 1980, o arquiteto argentino Adolfo Perez Esquivel, coordenador de nosso Servicio Paz y Justicia en America Latina: "Temos que caminhar juntos, mas não misturados. Temos uma contribuição própria de nossa identidade!" Ou então, como ensinava o grande inspirador da Frente Nacional do Trabalho (FNT) o Mahatma Gandhi: " Em situações como estas de injuustiça o mais correto é ser não-violento. Mas, se você não consegue ser não-violento seja então violento, o que não se admite é ser cumplice, covarde e omisso!"
Um abraço francisclareano de seu Frei Alamiro.
PAZ E BEM!

_