Richard
Jakubaszko
A sociedade
humana está profundamente doente. Precisamos discutir e reavaliar valores,
especialmente aqueles da educação e das regras do convívio social, sob pena de
conquistarmos o caos pretendido pelas profundezas dos infernos.
Exemplos desse
caos estão no comportamento assemelhado de quatro jovens, nestes últimos dias, amplamente
divulgado pela mídia, em dirigirem bêbados. Dois deles, após um primeiro
incidente, fugiram alucinadamente do local, provocando outros acidentes,
enormes prejuízos, problemas ainda maiores, inclusive mortes. Tudo isso porque
desejavam evitar uma punição por estarem dirigindo alcoolizados. Fugiram com
medo de uma punição menor, e agora terão punições mais graves. Levarão chineladas da sociedade. Só porque
não pensaram, antes de sair de casa, que, se iriam consumir bebida alcoólica,
seria melhor ir de taxi, ou de carona, ou pelo transporte público.
Sim, estamos no
país da impunidade, do legislativo contorcionista e malabarista que abre
brechas para os advogados livrarem das punições a quem tem culpa, desde que tenha
dinheiro. E temos um judiciário lento, burocrático, comprometido com interesses
difusos. Principalmente, estamos em um país onde a hipocrisia prevalece, onde
se discute superficialmente os mais importantes temas que afligem a sociedade.
Faltou aos jovens
causadores dos acidentes a dignidade de reconhecer que haviam errado. Ao
tentarem fugir, provocaram o caos. Apenas e tão somente, em minha modesta
opinião, se tivesssem recebido em casa, na infância, educação básica que
incluísse valores, como respeito à vida, respeito ao próximo, o respeito às
leis, e nada do que se passou teria acontecido. É certo que os pais não nascem
com um Manual de Instruções, de como ser pai e mãe. Temos de aprender a educar
e, entre outras coisas, educar com exemplos aos filhos, de que seu espaço e liberdade
de fazerem o que quiserem termina onde começa o espaço do outro.
A questão da
educação e do ensino, em casa, e aprendemos isso com as gerações anteriores,
determinava algumas palmadas ou chineladas nos jovens para aprender que fez algo
errado, já com a punição executada na hora. Mas a moderna psicologia levou à
legislação a proibição das palmadas e das chineladas corretivas, apenas porque
dois ou três pais e mães espancaram seus próprios filhos exacerbadamente e a
notícia saiu nos jornais. A desculpa para a proibição da palmada é que esta causa
“traumas psicológicos”. E assim as crianças passaram a ser inimputáveis,
gerando adultos inconsequentes, levianos, alguns deles criminosos, como vemos agora
no noticiário.
Da mesma forma,
na escola, onde os jovens recebiam educação suplementar, para prepará-los para
a vida, tirou-se o poder do professor. Pois um professor, faz muito tempo isso, não
reprova mais ninguém. Aluno, agora, não é mais aluno, é cliente, e tem de ser
paparicado como tal. É a lógica do lucro. É essa lógica que gera jovens
infelizes, consumistas, exibicionistas, que se julgam acima de tudo, e que tudo podem. Se tinham a autonomia, agora possuem a soberania. Sem limites, sem reprovações, e ainda ganham dos pais presentes, bens de consumo que substituem a falta de (de saber transmitir...) amor, e de palmadas. É a lógica do inadaptado, do mal preparado para a vida. A lógica da infelicidade.
A gente nem
percebe, mas existem indicadores da (in)felicidade humana, especialmente dos
jovens, chamam-se tóxicos, alguns legalizados, e outros não, pois há bebida
alcoólica, crack, cocaína, maconha, LSD, Viagra (porque impotentes),
ansiolíticos, calmantes e Prozacs. Estes últimos devidamente legalizados, e mais a maconha,
agora a pedidos e por passeatas, por legalizar, etc. e etc. E muita neurose.
E só o que falta
é amor e algumas chineladas de vez em quando, para resolver toda essa
problemática. Garanto que nenhuma criança fica traumatizada por receber
eventualmente umas palmadas ou chineladas. E, principalmente, não irá provocar, quando
adulto, traumas irrecuperáveis em outras famílias, como a perda de vidas
humanas em consequência de suas “travessuras”.
Que sejam recuperados
valores como a palmada e a chinelada (que saudade de uma palmada!), e que se devolva aos professores o único
poder que se lhes expropriaram. Para o bem da humanidade...
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Richard,
ResponderExcluirbeleza de raciocínio, meu caro! Você peca apenas pela proposta, que é muito leve, pra essa juventude de hoje em dia o que precisa é de vara de marmelo!!! Ou chibatadas!!!
Heriberto
COMENTÁRIO DO BLOGUEIRO:
Ora, ora, Heriberto, não cheguemos a tanto...
Parabéns pelo artigo. E digo mais, os pais destes delinquentes também merecem chineladas ou 'chibatadas' por terem contribuído para a formação de uma geração degenerada. Quantos pais defendem estes filhos assassinos!!! A sociedade brasileira ruiu começando pelas famílias.
ResponderExcluirAbs
Helena Umaras, estilista
S.Paulo
Ao caro colega Richard,
ResponderExcluir(de planeta e de tempos mais felizes)
concordo em gênero, número, grau e possíveis inflexões, a tudo que você escreveu.
Tenho 3 sobrinhos em Nova York. Lá, se você estiver dirigindo e um louco se atirar na frente do seu carro e morrer, você responde a homicídio culposo.
Não há a desculpa de que "era um louco"... o raciocínio da polícia é: -"E se fôsse uma
criança atrás de uma bola?"
Quem tem que estar atento ao volante é você!
E agora, aqui a impunidade piorou muito, com essa perversa lei do pagamento de fiança,
aprovada pelos nossos (não meus!) políticos...
(Há poucas semanas, o sujeito que estava a 220 km por hora e "assassinou" uma juíza de madrugada, quando voltava bêbado da farra noturna, pagou 350 mil (!!!) e saiu livre!...
Olha Richard, eu só me permito sugerir a você, acrescentar ao seu belo e lúcido texto,
um outro ítem que acho simplesmente desesperador: são os tais "jogos virtuais"
que qualquer criancinha de 5, 7, 10 anos pratica à exaustão.
Vi, dia destes, num shopping sofisticado, um garotinho de 8 aninhos, com uma metralhadora
(virtual, é claro!) na mão.
Pois bem, ele "atirava" na tela contra seus "inimigos"imaginários...
É sabido que o nosso cérebro, além de inteligente é igualmente muito "burro". Porque, tudo que o olho enxerga, ele transcreve como "real". É isto o que explica
o sucesso de revistas pornográficas.
O leitor sabe que o que tem nas mãos é puro papel, mas o cérebro não.
Então, voltando à criança, para o cérebro dela, o virtual é real, ou seja, já na tenra idade, ela se habituou a atirar em alguém.
(mesmo hipotético) então, um belo dia, o menino vira jovem, vai pra balada, enche a cara e, numa discussão banal, tira um revólver e, e virtualmente, atira num rival por causa de uma paquera mal resolvida.
Os jornais estão abarrotados de notícias iguais.
Richard, assisti aos 2 shows dos Rolling Stones, 2 de Paul Mcartney, 2 de Paul Simon...
Hoje vejo que, conjuntos ruins de nossa época eram ótimos.
Vimos o Pelé começar e encerrar a carreira...
cara como fomos felizes!!!
abração do Maranga