Richard Jakubaszko
As perspectivas não são exatamente boas para o abastecimento de combustíveis. Falta de senso político do Governo Federal, de um lado, e de outro a ausência de transparência por parte dos empresários do setor sucroenegético, há uma autêntica queda de braços entre governo e empresários, hoje recheado de multinacionais, e tudo leva a crer que vai sobrar tempestades para os mariscos, ou seja, a patuleia.
País poderá passar por apagão de combustíveis.
Setor sucroenergético sofre com falta de investimentos e
pouca transparência com relação às posições do governo.
Com novos planos, a estatal brasileira do petróleo refez
suas metas e anuncia que deverá produzir menos petróleo, tendo que substituí-lo
pela importação de mais gasolina e do etanol americano ou pelo etanol de cana.
“Na semana passada, a presidente do Brasil autorizou o
reajuste do preço da gasolina na refinaria, compensando com a redução do
imposto. Ou seja, sem mudar o preço final para o consumidor. Assim, as usinas
continuam na mesma situação, já que nenhum reajuste lhes foi repassado”,
comenta o gestor de risco Arnaldo Corrêa, também diretor da Archer Consulting –
empresa com foco em commodities agrícolas.
O Brasil continua tendo um acréscimo anual na demanda por
combustível, em razão do aumento nas vendas de veículos. “Mas também mantém a
incapacidade operacional de aumentar a produção de petróleo – já que a própria
estatal revê suas metas”, completa Corrêa.
Em evento, em Londres, investidores se reuniram com
representantes do governo brasileiro e com iniciativa privada para discutirem
sobre as perspectivas de investimentos para o setor sucroalcooleiro. Havia
representantes da comunidade financeira e investidores europeus. Segundo a
percepção de muitos sobre os resultados do encontro é de que não existe falta
de dinheiro para investir, nem preocupação com a volatilidade do mercado
(considerada normal pelos investidores), mas a preocupação está na falta de
clareza sobre a rentabilidade do etanol e da bioeletricidade. “Ou seja, a
perspectiva de crescimento e investimento é zero se o escuro prevalecer”,
acredita Arnaldo.
De acordo com ele, a falta de transparência do governo sobre
a formação de preço do etanol afugenta investidores, que sabem fazer conta e
percebem que em breve haverá um “apagão de combustíveis” no Brasil.
Acontece que o Governo Federal não percebe que investimentos
necessários ao setor sucroalcooleiro para atender à demanda do mercado por
etanol só ocorrerão quando os investidores souberem claramente quais as regras
do jogo.
“A presidente Dilma Rousseff acha uma afronta que isso
aconteça dessa maneira e se incomoda se algum investidor ‘ficou rico’. Isso
denota arrogância e falta de entendimento sobre como funciona o livre mercado.
Acha que rasgar dinheiro está na ordem do dia para os empresários. Talvez por
obrigar a estatal do petróleo a fazer o mesmo ao longo desse ano. A presidente
não tem boa vontade para com o setor. Tem todo o direito de não gostar do
setor, como cidadã. Não pode e nem deve agir dessa forma como suprema
mandatária. Deveria tratar o cargo que ocupa com a liturgia que ele merece e o
setor para o qual torce o nariz com o respeito de quem provê milhões de
empregos diretos e indiretos”, arremata Arnaldo
.
Uma empresa capitalizada pede a um corretor que compre terra ou arrende para cana. Ao fim de algum tempo ele retorna frustrado, explicando: “o pessoal não vende sua terra nem se interessa em arrenda-la. Alguns municípios proíbem a substituição de cereais por cana. Grandes áreas contínuas para cana só com novas aberturas, mas isso se tornou igualmente proibido.” Projeções de dobrar a área de cana, são uma brincadeira. Então, o melhor mesmo é importar álcool ou gasolina. Fernando Penteado Cardoso
ResponderExcluirO amigo que chamou de piada a projeção de dobrar a área de cana não tem noção do que está dizendo. Terra é o que não falta neste país, não apenas para cana mas para expandir diversas atividades agrícolas. O que falta é seriedade do governo, que se preocupa apenas com ações demagógicas e medidas de curto prazo (tipo achatar o preço da gasolina para produzir índices artificialmente baixos de inflação, às custas do caixa da Petrobras, que também é incapaz de defender sua integridade e se permite ser pilotada por Brasilia). Expandir a indústria da cana é moleza e não falta quem queira fazer isso -há dinheiro, demanda e know-how. Mas como disse o texto, tiro no escuro, sem perspectiva de retorno só porque o governo é ideológico e cabeça-dura, isso ninguém vai topar. Quando faltar combustível, que não saiam culpando "os usineiros" porque desta vez, o problema não é com eles.
ResponderExcluirA quem devo a honra de ser classificado de "não ter noção do que disse"?
ExcluirFernando Penteado Cardoso
Richard!
ResponderExcluirÉ por isso que os europeus não desejam importar álcool do Brasil. Decidiram investir em carros elétricos (para pequenas dstâncias) e híbridos a óleo diesel ou biodiesel para longas distâncias.
[]s
Odo