Richard Jakubaszko
Polemizar nos faz crescer, pois aprendemos a conhecer as
opiniões contrárias. Podemos medir e comparar ideias diferentes, desde que
sejam manifestações honestas e críticas construtivas, que podem contribuir para
propósitos meritórios. Assim, espero contribuir através do blog para um debate
saudável sobre a ILPF, apresentando, de um lado, a opinião de seus adeptos, que
se encontram no vídeo abaixo, e de outro lado a visão crítica, manifestada no
texto, abaixo do vídeo.
A minha ótica em relação a ILPF concentra-se em dois pontos:
primeiro, o fato de quem faz a ILPS, invariavelmente o agricultor (cerca de
90%), que tem a cultura e tradição do investimento no curto prazo e dispõe de
máquinas, enquanto o pecuarista (10%) não tem a cultura do investimento em
curto prazo e não tem as máquinas. Nesse caso o ideal seria a parceria entre o
dono da terra, que tem pastos degradados e carência de recursos financeiros
para investir; junto com o agricultor poderá recuperar o solo, dar melhor
produtividade para a produção de carne, eis que o pasto pode ser implantado a
baixo custo, geralmente sem uso de fertilizantes, depois de plantar-colher uma
lavoura. A conciliação desses interesses culturais, e as dificuldades da
implantação do sistema, portanto, seriam o primeiro entrave, ou dificuldade.
Em segundo lugar, a inclusão da Floresta no sistema ILP
implica em certeza de que não poderá haver "arrependimento" na
implantação, eis que retirar as raízes / tocos exige tempo, em média superior a
5 ou 8 anos, e impossibilita nesse período a continuidade da agricultura
naquele espaço. Fora isso tenho convicção de que a ILP (e a ILPF) pode ser a
fórmula e o caminho para a recuperação de mais de 90 milhões de hectares de
pastagens degradadas e sem perspectivas de solução no curto prazo. Muitos
pecuaristas, por causa disso, e para aprender sobre o sistema, preferem
implantar apenas a ILP, deixando a "floresta" para depois.
Este blog, desta forma, abre debate sobre o assunto com o
vídeo abaixo, e, na sequência, a opinião do mestre Fernando Penteado Cardoso
(agora mais conhecido como "R.100" = Rumo aos 100).
ILPF - POR QUE
FLORESTA?
Fernando
Penteado Cardoso *
Estão na moda os
palavreados ambiciosos “lavoura-pecuária-floresta-ILPF” ou “agro-silvo-pastoril”.
O que significam ou o que podem significar?
Tudo começou alguns
anos atrás com a expressão “integração lavoura pecuária-ILP” que foi definida
como a sucessão alternada de atividades agrícolas e pecuárias na mesma área.
Importante ser na mesma
área, pois se uma fazenda se dedica a lavouras e a criações em áreas separadas,
ela tem essas atividades paralelas, mas não integradas.
A integração acontece
quando as duas atividades - agrícola e pecuária - se alternam, se sucedem, se interagem,
se integram e se completam em uma mesma área.
Um exemplo de ILP bem
sucedido é o do produtor Ake van der Vinne, em Maracajú/MS, onde no verão a
sucessão anual é soja>soja>milho>pasto e no inverno pasto>pasto>pasto. Nesse sistema, a cada 4 anos um hectare em
rotação produz em média 120 sc de soja
(2 safras), 100 sc de milho e 1.000 kg
de ganho de peso vivo-GPV.
Outra aferição bem
sucedida foi relatada pela Granja JAE, Sto. Inácio/PR, onde, por 6 anos
consecutivos, foi comprovada a produção anual de 2.000 litros de leite ou de
300 kg de GPV por hectare durante o inverno, no intervalo entre culturas de soja de verão.
Nesses dois exemplos, o
sistema assegura ainda um volume satisfatório de fitomassa para o plantio
direto subsequente. Nos dois casos, pecuária e lavoura se alternam na mesma
área.
De uns anos para cá a
Embrapa vem incentivando o plantio de renques de duas a três linhas de eucalipto ou
outra espécie arbórea separadas de 25 a 27 m. Nos primeiros 2 anos cultiva-se
soja ou outro cereal no intervalo entre os renques. No final do 2º ano semeia-se
capim, geralmente uma Brachiaria, iniciando-se
então um sistema permanente de pasto sombreado.
Não se trata de uma integração por falta de rotatividade e de
alternância. Poderá, quando muito, ser classificada de silvo-pastoril, sem que a lavoura faça parte do sistema.
Os pastos sombreados
não constituem novidade. Anos atrás a CMM do grupo Votorantim patrocinou experimentos
e observações em Vazante, no NO de Minas Gerais, mas o trabalho foi
descontinuado antes de concluído. Outras descrições em Paragominas/PA e no Estado
de MS são pouco conclusivas quanto aos resultados anuais de ganho de peso,
embora apresentem simulações e estimativas favoráveis.
Nos anos 1990 diversos
criadores na região de Dourados/MS iniciaram o plantio de renques de Leucaena ocupando cerca de 50% da área
de piquetes em rotação, com sombreamento intenso na área arbustiva rebrotada.
Os intervalos entre os renques eram semeados com capim, permitindo que os
animais pastoreassem a gramínea e os brotos e folhas da leguminosa.
Inicialmente houve grande entusiasmo dos criadores, mas, pouco a pouco o
sistema foi relegado, seja por dificuldades de manejo, seja por não compensar
economicamente.
A forragem à sombra é
menos palatável nas águas, o capim é mais tenro e bem aceito na seca e a faixa
lindeira aos bosques é prejudicada pela forte competição até uma largura de 10
a 15 m. Estas observações são de conhecimento geral dos que convivem com o
ambiente rural.
Seja pelo sombreamento,
seja pela competição por nutrientes e água, a produção de fitomassa forrageira à
sombra pode vir a ser limitada, desconhecendo-se pelo momento o GPV anual por unidade de área. Os custos de
implantação são, por sua vez, muito variáveis, dependendo de inúmeros fatores
locais, inclusive da infestação dos inços e de formigas cortadeiras.
A redução da produção
animal é até certo ponto compensada pelo crescimento de fustes com valor
comercial para celulose, carvão ou madeira, mas o resultado econômico por
hectare entre produção animal e vegetal não foi ainda determinado.
O que deve ficar bem
claro é que a integração lavoura/pecuária está bem comprovada e dimensionada,
mas ao se introduzir árvores permanentes o sistema torna-se mal conhecido, em
que pese o entusiasmo desiderativo dos que o apregoam antes de ter aferições convincentes.
Dias de Campo festivos
divulgam as iniciativas ditas agro-silvo-pastoris enquanto satisfazem a
curiosidade dos interessados e envaidecem tanto os técnicos promotores, como os proprietários gratificados.
Vale aqui lembrar o
preceito de Lord Kelvin enunciado no século 19: “A menos que você possa medir alguma coisa e descrevê-la com números,
você está apenas começando a compreendê-la”.
É admissível a hipótese
de que ao final de alguns anos os agropecuaristas cheguem à conclusão de que seria
melhor ter pastagem e reflorestamento em separado.
O futuro dirá, seja por
problemas operacionais, seja por pragas rogadas pelos vaqueiros em disparada ao
cruzar pelos renques arbóreos.
*Eng. Agr.
Sênior-ESALQ-USP 1936 - Fundador e ex-presidente da Manah S.A. e da Fundação
Agrisus. Produtor rural em Mogi Mirim/SP.
A Integração Lavoura Pecuária e o
componente florestal
João Kluthcouski **
A
Integração Lavoura Pecuária (ILP), ou sistema agropastoril, já mostrou tantas
vantagens que é impossível questionar sua viabilidade: sinergismo entre as
atividades de agricultura e pecuária; uso eficiente da área durante o ano todo;
melhoria de todas as propriedades do solo; redução de riscos climáticos;
aumento da produtividade de grãos; produção do “boi barato e precoce” na
safrinha ou na época seca; aumento da matéria orgânica do solo; mitigação da
emissão de gases de efeito estufa; redução da necessidade de agrotóxicos;
aumento da rentabilidade; entre muitas outras vantagens. Destaca-se a máxima
lançada pelo Dr. Fernando Penteado Cardoso: “braquiária é mais do que pasto!”.
Vale
lembrar, inclusive, que hoje a ILP, obviamente sob Sistema Plantio Direto, é tida
como a única possibilidade viável para se produzir de forma sustentável nos
solos arenosos, a maior parte deles atualmente coberta por pastagem degradada e
cuja abrangência, em termos de área, é estimada em mais de 90 milhões de
hectares no Brasil – cerca de 10 milhões nas regiões Sul e Sudeste, e 30
milhões somente nos Cerrados.
E
como a árvore entra nessa história? Engana-se quem pensa que o componente
florestal é ruim. A árvore é o símbolo da vida em todos os aspectos: produz
riqueza; absorve e até sequestra carbono durante todo o ano; gera sombra e
umidade; produz energia, celulose e madeira para diversos fins; protege e dá
abrigo a maior parte da fauna silvestre. Além disso, uma árvore plantada pode
significar uma árvore nativa a menos a ser derrubada. Quer mais? É possível
afirmar que, num futuro próximo, haverá maior demanda por madeira de florestas
plantadas para os mais diversos fins.
Aí
vem a grande polêmica sobre a tal sigla “ILPF”, que vem de “Integração Lavoura-Pecuária-Floresta”
que hoje está sendo grandemente difundida no Brasil. Apesar de tentar abranger
todas as modalidades de “integração”, a ILPF acaba sendo entendida como sendo o
sistema completo que integra todas as atividades, ou seja, o sistema
agrossilvipastoril. Assim, um dos equívocos começa pela própria sigla, pois o
leitor, nesse caso o produtor rural, pode entender que a floresta plantada é
obrigatória no fabuloso sistema de ILP, e isso não é verdade. Então, é preciso
desmistificar esse possível mal entendido.
Floresta
plantada não é para todos, mas sim para nichos específicos de produtores rurais,
podendo servir para um ou mais objetivos: como quebra-vento; para pequenos
produtores de leite; alta demanda por madeira na propriedade; utilização de
áreas marginais da propriedade, como locais pedregosos e declives acentuados;
entre outros.
O
fato ainda mais agravante é que pouco se conhece científica e economicamente
sobre o resultado final da tal ILPF: retorno econômico ao longo do tempo; quantificação
de provável redução na produção forrageira e culturas graníferas consorciadas
com árvores; melhor definição de arranjo espacial das espécies madeireiras;
custo da destoca quando pretender-se utilizar a área para outros fins. Afinal
de contas, os estudos sobre ILPF são muito recentes no Brasil, e resultados
confiáveis são obtidos a médio e longo prazo. Por isso, temos que ter muito
cuidado na difusão desse sistema generalizadamente.
Já
se sabe, no entanto, que: o sombreamento pode reduzir, na maioria dos casos, o
potencial produtivo da pastagem e das culturas graníferas anuais; o bem estar gerado
pelo sombreamento pode resultar em melhor desempenho animal, seja para carne ou
leite, sem que isso sempre represente maior produtividade por unidade de área; as
fileiras bordaduras do eucalipto, por exemplo, só se prestam para a produção de
energia; a melhor orientação das fileiras ou renques é no sentido Leste-Oeste; fileiras
simples comprometem menos as produtividades das espécies consorciadas e a
madeira produzida serve tanto para a produção de energia como de pranchas para
serraria. Mas muito mais tem que ser ainda estudado.
É detestável
ficar em cima do muro, por isso, duas conclusões podem ser tiradas: a ILP é para
todos, e, com certeza, vai se transformar na maior das revoluções verdes no
planeta; e a ILPF, desde que atenda a demandas específicas e seja muito bem
pensada e planejada, pode se transformar num excelente negócio para muitos
empresários rurais, em qualquer tamanho de propriedade.
** O autor é engenheiro agrônomo, pesquisador da Embrapa, e especialista na ILPF.
.
Prezado Richard:
ResponderExcluirParabéns por levar essa discussão ao seu blog. Não tenho duvida que a pesquisa sobre a ILPF ou mais precisamente F + LP é a mais importante para o Brasil hoje. Um grande abraço,
Milton Rego
.Dificilmente, talvez nunca, o agricultor irá formar pasto sombreado em terra agricultável pelo simples motivo que a produção vegetal dá mais dinheiro que a pecuária. Assim é por todo o mundo, e muito mais onde se pode obter duas safras de cereais de verão, mais um tanto de forragem em um só ano agrícola, como acontece no Brasil. Vice-versa está ocorrendo em grande escala: pastos convertidos em cultura. Outrossim, é quase impossível analisar o assunto tomando 90 mi ha como um só todo em face de extrema diversidade de aptidão da terra e de clima, as distâncias envolvidas e a disponibilidade de gente e de recursos financeiros. Cumpre lembrar que as atividades pecuárias se basearam em pastagens nativas durante séculos e que a produção forrageira nas aberturas da floresta é recente e se explica pelos tocos e troncos remanescentes onde somente a pastagem é factível.
ResponderExcluirPor que motivo quase tudo em seu blog vira polêmica?
ResponderExcluirQue necessidade é essa?
João P. Castro Menezes
João,
Excluiré para não compactuar com o pensamento único. Tudo na vida tem dois ou mais lados, até sobre Deus as pessoas têm opiniões diferentes, e eu quero conhecer todas as opiniões, para daí tirar minhas próprias conclusões. Como vc pode perceber, é simples a minha necessidade.
Pensar não dói, sabia? E não tenho receios de críticas, porque penso, e se o outro tiver razão posso até mudar de opinião, basta me convencer...
O filme patrocinado pela Fundação BB leva-me a divulgar comentário enviado a um dos divulgadores do ILPF:
Excluir"Muito obrigado pelo material que me enviou. Qualidade de primeiro mundo graças aos recursos financeiros da Fund.BB, certamente previstos em seu estatuto.
Pena que se esteja desperdiçando tanto tempo e dinheiro com sonhos que irão dar em nada no futuro.
Fique certo de que lavoura é lavoura, pasto é pasto e silvicultura é silvicultura.
Cada atividade tem o seu localização ideal, sua tecnologia e seu resultado econômico.
O que se deve prever também é quanto se vai gastar na destoca do eucalipto para retornar á agricultura imbatível de duas safras de verão na mesma área e no mesmo ano agrícola, passível de acrescentar uma terceira renda forrageira expressa em peso-vivo animal produzido em pastoreio temporário.
Considero um desperdício esse esforço dos colegas em sistemas imaginosos até agora não comprovados. Já está em tempo de se medir o ganho de peso animal por hectare/ano de pastagem sombreada acrescida do lenho produzido, tendo como testemunha idêntica produção a pleno sol. Quando tiver os dados apreciarei conhece-los.
A meu ver, esse empenho dos colegas com dinheiro de uma fundação do BB e o valor das atividades dos funcionários públicos, seriam melhor aproveitados se fossem empregados em difundir tecnologias de um Plantio Direto de Qualidade, principalmente que viesse assegurar mais palha na dessecação para as culturas anuais, especialmente nos sistemas de triplo uso dos recursos naturais (sol, chuva e terra) em um mesmo ano agrícola.
Não mais estarei vivo para assistir com desgosto o desapontamento e arrependimento dos produtores ao reconhecerem o erro dessa utopia, a ILPF. Mas vocês irão constatar com arrependimento quanto tempo e dinheiro foi perdido, além do risco envolvido de descrédito de nossa classe.
Muito obrigado pelo material que me enviou. Qualidade de primeiro mundo graças aos recursos financeiros da Fund.BB, certamente previstos em seu estatuto.
Pena que se esteja desperdiçando tanto tempo e dinheiro com sonhos que irão dar em nada no futuro.
Fique certo de que lavoura é lavoura, pasto é pasto e silvicultura é silvicultura.
Cada atividade tem o seu localização ideal, sua tecnologia e seu resultado econômico.
O que se deve prever também é quanto se vai gastar na destoca do eucalipto para retornar á agricultura imbatível de duas safras de verão na mesma área e no mesmo ano agrícola, passível de acrescentar uma terceira renda forrageira expressa em peso-vivo animal produzido em pastoreio temporário.
Considero um desperdício esse esforço dos colegas em sistemas imaginosos até agora não comprovados. Já está em tempo de se medir o ganho de peso animal por hectare/ano de pastagem sombreada acrescida do lenho produzido, tendo como testemunha idêntica produção a pleno sol. Quando tiver os dados apreciarei conhece-los.
A meu ver, esse empenho dos colegas com dinheiro de uma fundação do BB e o valor das atividades dos funcionários públicos, seriam melhor aproveitados se fossem empregados em difundir tecnologias de um Plantio Direto de Qualidade, principalmente que viesse assegurar mais palha na dessecação para as culturas anuais, especialmente nos sistemas de triplo uso dos recursos naturais (sol, chuva e terra) em um mesmo ano agrícola.
Não mais estarei vivo para assistir com desgosto o desapontamento e arrependimento dos produtores ao reconhecerem o erro dessa utopia, a ILPF. Mas vocês irão constatar com arrependimento quanto tempo e dinheiro foi perdido, além do risco envolvido de descrédito de nossa classe."
O filme patrocinado pela Fundação BB leva-me a divulgar comentário enviado a um dos divulgadores do ILPF:
ResponderExcluir"Muito obrigado pelo material que me enviou. Qualidade de primeiro mundo graças aos recursos financeiros da Fund.BB, certamente previstos em seu estatuto.
Pena que se esteja desperdiçando tanto tempo e dinheiro com sonhos que irão dar em nada no futuro.
Fique certo de que lavoura é lavoura, pasto é pasto e silvicultura é silvicultura.
Cada atividade tem o seu localização ideal, sua tecnologia e seu resultado econômico.
O que se deve prever também é quanto se vai gastar na destoca do eucalipto para retornar á agricultura imbatível de duas safras de verão na mesma área e no mesmo ano agrícola, passível de acrescentar uma terceira renda forrageira expressa em peso-vivo animal produzido em pastoreio temporário.
Considero um desperdício esse esforço dos colegas em sistemas imaginosos até agora não comprovados. Já está em tempo de se medir o ganho de peso animal por hectare/ano de pastagem sombreada acrescida do lenho produzido, tendo como testemunha idêntica produção a pleno sol. Quando tiver os dados apreciarei conhece-los.
A meu ver, esse empenho dos colegas com dinheiro de uma fundação do BB e o valor das atividades dos funcionários públicos, seriam melhor aproveitados se fossem empregados em difundir tecnologias de um Plantio Direto de Qualidade, principalmente que viesse assegurar mais palha na dessecação para as culturas anuais, especialmente nos sistemas de triplo uso dos recursos naturais (sol, chuva e terra) em um mesmo ano agrícola.
Não mais estarei vivo para assistir com desgosto o desapontamento e arrependimento dos produtores ao reconhecerem o erro dessa utopia, a ILPF. Mas vocês irão constatar com arrependimento quanto tempo e dinheiro foi perdido, além do risco envolvido de descrédito de nossa classe.
Fernando Penteado Cardoso
Richard,
ResponderExcluirvale lembrar o trecho abaixo de Arthur C. Clarke sobre inovacao:
New ideas pass through three periods:
• It can’t be done.
• It probably can be done, but it’s not worth doing.
• I knew it was a good idea all along.
Vale tambem rever varios exemplos de integracao que existem pelo mundo afora seja no BR ou no exterior, alguns links abaixo.
SDS
Gerson Machado
http://www.ecocentro.org/
http://www.geofflawton.com/sq/15449-geoff-lawton
http://tv.naturalnews.com/v.asp?v=E5120F998378156892BA39C1F9AE5F45#
2,000 Year Old Food Forest in Morocco with Geoff Lawton
http://tv.naturalnews.com/v.asp?v=54868552BFF7ABB635A1E356EC6A94DE
http://tv.naturalnews.com/agriculture.asp
http://en.wikipedia.org/wiki/Forest_gardening
http://permaculturenews.org/2013/06/28/geoff-lawtons-zaytuna-farm-video-tour-part-ii/
http://permacultureprinciples.com/wp-content/uploads/2013/01/37_permaculture_in_japan.pdf
http://www.cultureofpermaculture.org/blog/links/
Prezado Gerson:
ExcluirVivemos o eterno conflito entre a lógica e o pensamento desiderativo. Vi a lógica de café moderno a pleno sol na Colômbia e do cacau sem sombreamento em Rondônia. Nunca vi soja, milho, feijão e arroz à sombra e sob a competição do eucalipto. Talvez o milagre desiderativo venha a ocorrer, mas por hora fico com o primeiro período da inovação: “é impossível”. Tenho dúvidas de que as referências citadas provem o contrário em climas tropicais de sol, calor e chuva.
Leio no Estadão de hoje (E1) a palavra “sonhática”, um adjetivo inexiste nos dicionários. Fez-me lembrar de asmático=qualidade doentia de quem tem asma, como eu mesmo. Acho que o qualificativo se aplica hoje em dia a muitos colegas, por terem a doença do sonho. Espero não apanhar essa moléstia, desde que não perca a recomendação do inesquecível Bourlaug: -Reach for the stars. Although you cannot touch them, if you reach them hard enough, you will find that you get a little “star dust” on you in the process. Tradução livre do sentido por FC: “Sonhe olhando para as estrelas. Embora não possa tocá-las, se você sonhar com intensidade, você verá que alguns desses sonhos se tornarão realidade”.
ResponderExcluirCordial abç
FC
Confesso que, de início, me incomodaram um pouco os comentários feitos. Temos sempre a tendência de defender aquilo em que acreditamos antes de racionalizar sobre assunto. Aliás, a tendência do ser humano normalmente é a de filtrar as razões que contrariam nossas crenças e valorizar e racionalizar em cima daquelas que as comprovam.
ResponderExcluirBom, assim, tive que me recompor e me lembrar que, antes de tudo, sou um cientista e que cientistas, devem sempre buscar o caminho contrário, ou seja, deixar a crença de lado e buscar primeiro os dados e depois uma teoria, mesmo que isso implique em "riscos" às nossas crenças.
Dessa forma, relendo o texto percebi que, de fato, as afirmações feitas tem sim fundamento. Então fui em busca da razão pela qual tais afirmações foram feitas. Descobri que a falha está do lado da ciência...sim da ciência.
O principal ponto que chamo à atenção é o fato da polêmica girar em torno do sombreamento excessivo do pasto com o tempo, o que, de fato, é verdade. E daí? Acabou a tecnologia? Era tudo mais uma promessa milagrosa e inconsequente?
Afirmo que não. Está aí o lado fantástico da ciência: acabamos de encontrar mais uma lacuna para investigação.
É óbvio que com o tempo as árvores crescem e, com o crescimento, aumentam a sombra. A grande sacada é saber, então, quando manejar este componente florestal. Saber o ponto exato onde a sombra começa a prejudicar a produção do sub-bosque e buscar uma solução para isto.
Cada arranjo de plantio (seja com uma linha, duas ou três) vai demandar um manejo diferenciado, sempre em função tanto do crescimento das árvores e da produção do pasto.
Neste sentido a Embrapa Gado de Leite, iniciou um projeto, em parceria com produtores rurais familiares e a Emater-MG, no sentido de buscar estas respostas.
Confesso que, de início, me incomodaram um pouco os comentários feitos. Temos sempre a tendência de defender aquilo em que acreditamos antes de racionalizar sobre assunto. Aliás, a tendência do ser humano normalmente é a de filtrar as razões que contrariam nossas crenças e valorizar e racionalizar em cima daquelas que as comprovam.
ResponderExcluirBom, assim, tive que me recompor e me lembrar que, antes de tudo, sou um cientista e que cientistas, devem sempre buscar o caminho contrário, ou seja, deixar a crença de lado e buscar primeiro os dados e depois uma teoria, mesmo que isso implique em "riscos" às nossas crenças.
Dessa forma, relendo o texto percebi que, de fato, as afirmações feitas tem sim fundamento. Então fui em busca da razão pela qual tais afirmações foram feitas. Descobri que a falha está do lado da ciência...sim da ciência.
O principal ponto que chamo à atenção é o fato da polêmica girar em torno do sombreamento excessivo do pasto com o tempo, o que, de fato, é verdade. E daí? Acabou a tecnologia? Era tudo mais uma promessa milagrosa e inconsequente?
Afirmo que não. Está aí o lado fantástico da ciência: acabamos de encontrar mais uma lacuna para investigação.
É óbvio que com o tempo as árvores crescem e, com o crescimento, aumentam a sombra. A grande sacada é saber, então, quando manejar este componente florestal. Saber o ponto exato onde a sombra começa a prejudicar a produção do sub-bosque e buscar uma solução para isto.
Cada arranjo de plantio (seja com uma linha, duas ou três) vai demandar um manejo diferenciado, sempre em função tanto do crescimento das árvores e da produção do pasto.
Neste sentido a Embrapa Gado de Leite, iniciou um projeto, em parceria com produtores rurais familiares e a Emater-MG, no sentido de buscar estas respostas.