quinta-feira, 7 de novembro de 2013

O plantio direto acordou o Brasil para a sustentabilidade

Agro DBO de NOV/13, traz
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Antonio Roque Dechen *
O Paraná, um dos mais importantes e desenvolvidos estados da Federação, ofereceu ao país, no âmbito da agricultura, uma contribuição inigualável, iniciando a aplicação do Sistema de Plantio Direto (SPD) na palha.

O pioneiro dessa técnica é Herbert Arnold Bartz, que utilizou os fundamentos da técnica no município paranaense de Rolândia, na safra de 1972. O Sistema de Plantio Direto é compreendido por três ações fundamentais de cultivo, que englobam a cobertura permanente, o mínimo revolvimento do solo e, sempre que possível, a rotação de culturas.


Um dos desdobramentos mais relevantes dessa técnica revolucionária é que, na verdade, esse Sistema sofisticou muito a agricultura. A permanência da palha após as colheitas, por exemplo, fixa-se como uma proteção que mantém no solo micro-organismos essenciais. Quando ocorre a incidência do sol, ele não atinge diretamente o solo, pois é como se esbarrasse em uma capa protetora. Dessa forma, se a água no solo não evapora, facilita a ação desses micro-organismos que, ao decomporem a camada de resíduos, estimulam a formação de húmus no terreno a ser plantado. Trata-se, obviamente, de importante reforço à permeabilidade do solo e à redução da velocidade dos escorrimentos, evitando, sobretudo, a erosão e subsequente deposição de resíduos em águas lacustres e riachos.

Complementarmente, pode-se creditar ao SPD a recuperação de solos degradados, já que a decomposição da cobertura morta protege a terra e municia, como alimento, bactérias, plantas e animais. Outro fator de grande relevância no plantio direto é facilitar a rotatividade de culturas ao abreviar novas semeaduras.

A adoção do Sistema de Plantio Direto agrega não somente valores conservacionistas, notadamente quanto à qualidade, conservação e biologia do solo, mas, complementarmente, adiciona outros benefícios relevantes à economia agrícola ao otimizar o uso de fertilizantes e diminuir variados custos de produção. No entanto, a contribuição inestimável que o SPD proporciona aos seus adeptos é a conservação perene do seu bem maior, que é o solo onde trabalham. Na contramão ao recomendado zelo no dia a dia desta atividade, a falta de cuidados com o solo reservado ao plantio acarreta prejuízos de tal magnitude que sequer permitem a mensuração precisa dessas perdas.

* O autor é engenheiro agrônomo, Vice Reitor Executivo de Administração da Universidade de São Paulo, Professor Titular da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, Presidente da Fundação Agrisus e Membro do Conselho Científico de Agricultura Sustentável (CCAS).

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Um comentário:

  1. José Otávio M. Menten10 de novembro de 2013 às 21:01

    Prezado Richard,
    Muito bom... obrigado por isso.
    Abs,
    José Otávio M. Menten
    Coordenador do Curso de Engª Agronômica
    Dep. de Fitopatologia e Nematologia
    ESALQ/USP

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