Richard Jakubaszko
Estamos nos aproximando dos limites de sobrevivência do planeta, diante do crescimento populacional. Já escrevi sobre isso inúmeras vezes aqui neste espaço. Muito antes de faltar água potável, teremos falta de comida, por falta de áreas com terras agricultáveis. Teremos a falta de outros recursos naturais, em especial de fertilizantes como potássio e fósforo. E, como declarou o ex-Nobel da Paz, Norman Borlaug, "sem fertilizante é fim de jogo para a humanidade".
As tecnologias mais modernas das ciências agrícolas (sementes OGMs, agricultura de precisão, bioestimulantes vegetais) demonstram ter atingido os limites de aumento de produtividade das lavouras. Os avanços serão mais lentos daqui para a frente. Poderemos aumentar ainda a produção de alimentos através do aumento médio das produtividades, especialmente no Brasil e em alguns países emergentes, como a Índia e Indonésia, e em muitos países africanos. Porém, a custos elevados, eis que toda nova tecnologia, quando surge, embute custos altíssimos para pagar os investimentos de pesquisas.
No planeta, onde há terras disponíveis para se fazer agricultura, não há água, especialmente na África, Austrália e China. O Brasil ainda tem espaços (agora limitados pelo novo Código Florestal), mas já podemos prever o esgotamento das terras disponíveis para no máximo 10 anos, talvez antes. A Europa e os EUA, Argentina, também já estão chegando nos limites de usos das áreas agricultáveis.
No vídeo abaixo, cálculos matemáticos feitos por um "japa" demonstram como é a rapidez do processo. Depois do vídeo faço comentários adicionais.
A questão vai assumir proporções dramáticas em 10 a 15 anos, inicialmente em regiões mais pobres, especialmente África, onde já existe uma situação ruim, porque os alimentos ficarão ainda mais caros do que já estão. Lembremos que alimento é produzido e depois vendido para quem tem dinheiro (e apetite), e não para quem tem fome. Pobre tem fome e não tem dinheiro, e não possui apetite.
Só há uma maneira de mitigar os problemas futuros da humanidade: reduzir a velocidade do crescimento demográfico. Mas essa ideia não encontra espaço para debates na mídia, e nem é discutida por ambientalistas, políticos, religiosos e investidores. O máximo, e o mais próximo de soluções que já apareceram, é a proposta neoliberal, quem sabe malthusiana, a ideia do "decrescimento", em que todos devem reduzir o consumo e a produção, discutida pelo Clube de Roma (FAO/ONU) há mais de 10 anos, o que implicaria em não progredir os PIBs dos países desenvolvidos e em desenvolvimento. Parece que o tabu de discutir o crescimento demográfico entrou no rol do "politicamente correto".
O vídeo acima me foi enviado pelo zootecnista Renato Villela.
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