Richard Jakubaszko
O
Brasil, cada vez mais, é a casa da mãe Joana, ou melhor, a Casa de Irene, como dizia a antiga canção.
Somos hoje um gigantesco
puteiro a céu aberto. Agora, só falta privatizar o ar. É a lei do
"estado mínimo", como querem alguns políticos. E não estou falando da Dilma, não.
O Congresso Federal está
privatizado pelo lobby de deputados e senadores, e não há um
"bispo" a quem os brasileiros possam recorrer. O governo está engessado,
pela mídia e pela "opinião pública". Terceirizou a política!
Enquanto isso, os brasileiros "se
distraem" com as "denúncias" de corrupção que os jornais, revistas e telejornais
mancheteiam; os políticos agem à sombra de notícias
sonegadas pela grande mídia, votam a terceirização e precarização dos trabalhadores,
votam no silêncio a PEC 215, sobre a demarcação de terras indígenas e quilombolas; os juristas ignoram a votação da ADIN solicitada pela
OAB, travada no STF por um ministro lobbysta de políticos que desejam ver o Brasil no "quanto pior, melhor"; e todos eles aguardam a vez de privatizar o pré-sal.
O mais importante, para a mídia, parece ser a Lava Jato, ou a extradição de Pizolatto, ou a prisão da cunhada do tesoureiro do partido que eles odeiam, afinal libertada, sem maiores explicações, mas há cheiro de festa no ar, como se isto fosse a coisa mais importante a ser noticiada, como se fosse acabar com a corrupção neste país, construído desde os primórdios de seu descobrimento pela escória da nobreza portuguesa. Somos, em verdade, um país de corruptos, somos o amálgama de uma cultura única, com origens luso-católica-judaica-africana.
Nosso judiciário precisa ter transparência, a "caixa preta" das nossas instituições jurídicas precisa ser desvendada, pois deixa a desejar, pelas decisões estapafúrdias, pela lentidão com que as sentenças são tomadas. O MP - Ministério Público, e seus promotores de justiça, precisam agir com bom senso, caso contrário vão paralisar o país, e o desemprego vai aparecer. Os procuradores tornaram-se o quarto poder, aliados com a mídia, onde tudo se faz por manchetes espetaculosas.
Nos jornais, a única verdade publicada é a data (conforme Luis Fernando Veríssimo), o resto é notícia com interesse político e partidário.
O país perdeu a vergonha. A elite se locupleta.
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