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sábado, 19 de março de 2016
Tentando explicar a crise para um político estrangeiro
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Explicando o inexplicável
Acabo de ter uma conversa com um político suíço que, sem entender nada do que ocorria, me ligou para “tirar umas dúvidas” sobre o que ele tem lido no noticiário sobre o Brasil.
Conforme ele foi falando, anotei as perguntas que me fazia:
- A presidente foi pega mesmo num grampo?
- Mas ela usa telefone normal depois de toda história da NSA?
- Lula é ou não ministro? E vai fazer o que?
- Cunha, com contas bloqueadas aqui na Suíça, é ainda o presidente “do Parlamento”?
- Maluf, condenado na França e que por anos foi investigado aqui na Suíça, vai mesmo julgar o impeachment de Dilma?
- As acusações aos membros da oposição são investigadas mesmo?
Quando terminei de falar, ele respirou e disse: “odeio dizer isso, mas isso faz uma república de bananas parecer um local com estado de direito quase perfeito (em comparação ao que vive o Brasil)”
* o autor é jornalista, correspondente do Estadão na Europa.
PITACO DO BLOGUEIRO:
o político suíço é, realmente, mal informado sobre o Brasil. Relembro Tom Jobim, que dizia que "o Brasil é um país para entendidos e especialistas". Se o suíço estivesse minimamente bem informado sobre o que acontece aqui, ainda perguntaria:
- no Brasil vocês permitem grampear um presidente, ou ministros? São juízes ou são humoristas de circo que autorizam isso?
- um juiz de primeira instância pode prender qualquer um, e manter preso apenas porque suspeita do cidadão? E não acontece nada com o juiz?
- um juiz no Brasil pode condenar um suspeito, mesmo sem provas? É o tal do "domínio do fato"?
- a Visanet (hoje Cielo), no Brasil é uma empresa pública, como disse o ex-presidente do STF, Ayres Brito? Como os brasileiros conseguiram essa proeza com uma das 50 maiores empresas do mundo?
- essa avalanche de liminares encaminhadas ao STF, pedindo a suspensão de posse de um ministro, e distribuídas aos seus juízes, permite que cada um dê sentenças individuais, paralisando o país?
- De Gaulle tinha razão? O Brasil não é um país sério...
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Um comentário:
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Tem mil explicações extras: pode uma "comissão de ética" da Câmara, com 65 deputados, sendo que 36 são réus por corrupção, com processos em andamentos, julgarem uma presidente que nem tem acusação de corrupção?
ResponderExcluirÉ o país da piada pronta...
Carlos Carvalho