Carlos Eduardo Florence *
Esgarçado o cosmos registraram-se, condignamente, sob as bênçãos das torrentes psicóticas mais saudáveis e robustas os benefícios do reaproveitamento de almas descartadas, enfeitiçadas ainda. Ainhuvãtsau, exumado em tempo e verbo, coordenou as intransigências, pois as solidões se enfeitaram mimosas para os procedimentos; rituais tradicionais “in memoriam” praticados.
Sem impactos agressivos, as luzes ideológicas não se calaram ao trazerem reconciliações e meditações, enquanto, metodicamente, os paradigmas indispensáveis eram grafados sob as melhores hipóteses após os trabalhos abertos. Os mais afoitos se desnudaram, educadamente, as dúvidas se esconderam entre as lágrimas pueris e uma chuva de provérbios desafinou melodiosa em arcos-ires para apaziguar o cotidiano. A paz beijou a tristeza. No espaço enorme, proposital, aberto à imaginação sem barreiras entre o nada e a surpresa, distribuiu-se fartamente as pretensões do acasalamento e da procriação híbrida da gênesis espiritualista com a teoria evolucionista Darwiniana. Consagrou-se o vermelho como o som preferido e acentuou-se a cor do silêncio para todos se reconciliarem ouvindo respeitosamente o infinito ressonar. Coisas do romantismo revisionista.
Confirmou-se assim, consolidando o encerramento, em Segmar Aiwan, período amorfo e incorpóreo, com total incompatibilidade geológica, carnal ou botânica presa à desprezível realidade, mesmo face às crenças fundamentalistas, que foram as almas desencarnadas acomodadas ali, provisoriamente, pois o imponderável escolhido carregava alegrias soturnas e clarezas esotéricas exigidas pelos preceitos e ritos.
Estendiam-se as almas apaziguadas, já metamorfoseadas, condignas para os cerimoniais, caprichosamente distribuídas a leste do inconsciente e acima do subjetivo. Matéria esta, espiritual, considerada fundamental e irreversível para se amoldar ao além e ao ponto nevrálgico entre o zodíaco e a premonição. Aproveitaram-se as intransigências morais indispensáveis para serem eximidos os impactos das incertezas e das fantasias, fortemente fixadas na junção da constelação de Outires com a área gangrenada do privilégio do escárnio, regiões de tonalidades assexuadas medianas, de aromas conflitivos, mas ainda em período duvidoso de putrefação saudável. A solução final, em transito, seria o inverso da sintonia dodecafônica e inacabada, imperceptível para os encarnados.
Antes do encerramento lúdico e majestoso, como previsível, Ainhuvãtsau transmudou o signo da paixão, então disfarçado de complexo de Édipo, pelos sete paradoxos indestrutíveis utilizados pelas emoções que governam as almas desencarnadas habitantes dos astros da constelação de Segmar Aiwan. Para cravar fundo e indelével a harmonia das heresias e dos pecados, as almas dos astros escambam seus enfados e desatinos pela ordem inversa das emoções materializadas pelo criador: intuição, demência, passionalidade, ciúmes, malícia, deboche, inveja.
A inversão dialética da ordem tornou claro o poder e a magia de Ainhuvãtsau.
* o autor é economista, blogueiro, escrevinhador, e diretor-executivo da AMA – Associação dos Misturadores de Adubos.
Publicado no https://carloseduardoflorence.blogspot.com.br/
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