Carlos Eduardo Florence *
E por estarmos além do mais enlaçados em um momento muito propício à transição, em plena imantação conflitiva e imagética, absortos nós indelevelmente ao período esbentálio quaternário, plenamente extasiados pelas primeiras flores outonais adornando o caminho de alfa, não poderíamos de forma alguma deixar de registrar os antecedentes.
Nestas circunstâncias a Constelação de Espórius, genuinamente subjetiva e transcendental, dividia, sem preconceitos ou lamúrias, o racionalismo fugaz da metamorfose euclidiana. Ao indispensável esclarecimento complementar destas colocações impõe-se fundamentar, com toda ênfase, o perfeito equilíbrio entre o desvio padrão da teoria da relatividade, em complemento aleatório do inconsciente sobre o surrealismo e fator relevante para a localização de Álcion Maior. Preponderando, como catalisador, neste contexto, observou-se a aceitação plena dos princípios evolucionistas de Darwin. Portanto, confirmando esta realidade inabalável, seguem estrofes alexandrinas, tal como foram grafadas, para registro correto das meditações e devaneios complementares ao conceito primário do existencialismo.
Em consequência destas decisões cuidadosas, foram as metáforas amadurecidas e oferecidas em escalas dodecafônicas, em tons maiores, para alegria dos deuses de Espiódon, mas meticulosamente dispostas em sequências inversas às luxurias, aproveitando os melhores pecados capitais disponíveis, sem prejuízo dos símbolos e das métricas. Com isto evitou-se o confronto da irracionalidade fundamentalista face ao preconceito ortodoxo ecumênico. Por último, de forma clara e contundente, entre nenúfares e centopeias se estabeleceram relações afetivas dissonantes, sem preocupações sexuais reprodutivas, mas que por hábito e força dialética se dissolveram suavemente entre neblinas, danças típicas e metástases. Em se estando em pleno outono não houve contraditórios, pois as águas fartas procuravam seus destinos entre pedras e sonhos. Inverteram-se as esperanças, como seria habitual entre os mais tímidos, e uma brisa suave das ninfas bailando bafejou forte o aroma do futuro, deixando o passado se acomodar no presente como preferem as crianças ao se aninharem nos regaços maternos.
Distribuíram-se cores e versos aos ausentes e nobres. As melodias silenciosas se dispuseram caladas a envolver as sutilezas desde o amanhecer, iniciando pelos fragmentos miúdos de alegria e brisas calmas. Suaves pétalas de orgasmos foram colhidas ainda com o sabor do sereno e distribuídas para os que se aconchegavam às fantasias. Escolhia-se entre os presentes os que prefeririam os desejos mais acabrunhados ou os que se deixariam recobrir de fantasias. Foi se o dia e se fez noite, tanto assim que ouvimos claramente, muito longe, a lentidão do latido de uma ilusão atravessando sua nostalgia preferida. Não restava dúvida, as cores eram simbólicas, mas as tonalidades mais altivas caiam reais e delicadas sobre a garoa entremeada de devaneios leves procurando metáforas sutis nos âmagos dos paradoxos saborosos.
Dolente, sobre as nuvens distantes, as meninas sorriam sós e despreocupadas para enfeitarem mais um sábado. Singelas, gratificavam os que devaneavam introvertidos na imensidão do imaginário e do delírio. Prevaleceu a demência dócil.
* o autor é economista, blogueiro, escrevinhador, e diretor-executivo da AMA – Associação dos Misturadores de Adubos.
Publicado no https://carloseduardoflorence.blogspot.com.br/
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