Daniel Macedo *
Disseram que a filosofia é movida pela admiração da natureza e seus fenômenos e por isso nos movemos a estudá-la. Disseram que a filosofia é a saúde da alma. Disseram que filosofar traz solidão, que o pensar para desvendar as coisas, as almas e o mundo é um pensar de isolamento. Disseram que a filosofia é o amor ao saber. Disseram que é o próprio saber. Disseram que é um enigma. Disseram que é mostrar à mosca a saída do vidro. Disseram que é reaprender o mundo. Disseram que é a arte de se conhecer a verdade. Disseram que é a arte de formar e inventar conceitos. Também disseram que filosofar é uma bobagem!
E agora?
Penso, logo existo. Se existo, então penso... Toda formulação filosófica provém do pensamento. Ora, então, o que é o pensamento?
Dicionário: ato de pensar; aquilo que se pensa... Não explica nada!
Conceitos de pensamento:
a) Aquilo que é trazido à existência através da atividade intelectual.
b) Produto da mente.
c) Atividades racionais e abstrações da mente.
d) O pensamento é refletido pela linguagem.
e) É o pensamento que determina a linguagem.
f) É no pensamento que se formam os juízos, os conceitos e os raciocínios.
g) Há vários tipos de pensamentos: críticos, sistêmicos, dedutivos, indutivos, analíticos, fantasiosos, fantásticos, lerdos, ágeis, contraditórios, idiotas, loucos.
Hegel: inventou a ciência do pensar. A lógica. Esta consiste no momento em que o pensar considera o especulativo, o abstrato, o intelectual e o dialético para chegar ao desenvolvimento de um conceito próprio (do indivíduo). Notem que o abstrato pode conter o fantasioso e o fantástico, bem como o algébrico (nota do autor).
Ariete: deu uma cacetada na lógica aristotélica. Vejamos antes o que diz a lógica aristotélica: “Se todas as formigas são elefantes e o meu dinossauro é uma formiga, então o meu dinossauro é uma formiga”. Qual seja, mesmo que as afirmações não sejam verdadeiras, a conclusão deste tipo de raciocínio se torna verdadeira. Ariete prefere considerar que a nossa lógica é paleológica, quer dizer: é a da nossa natureza humana, formada no ser humano desde a sua evolução e que já ocorre no pensamento infantil.
Lembro aos que ainda gostam de Aristóteles que ele achava que o cérebro apenas acalmava o coração, pois achava que o pensamento estava no coração. Foi Hipócrates que mostrou que o pensamento era formado no cérebro (nota minha, Daniel).
Matemáticos: acreditam que o pensamento algébrico é composto pelas seguintes características: estabelecer relações, modelar, generalizar, operar com o desconhecido e construir significado.
Lichtenberg: eu penso, eu existo, não são formas corretas de pensar. É preciso dizer: isto pensa em mim; isto sente em mim. O peso dos argumentos não depende de nossa vontade, forma um juízo em nós.
Chomsky e Liebniz: defendem que os princípios racionais são inatos.
Liebniz inventou o cálculo infinitesimal. Sem ele as matemáticas não conseguiriam produzir os computadores, as naves espaciais e tantas outras coisas. Ele imaginava que Deus tivesse feito um Universo infinito, composto por partículas infinitas, chamadas de mônadas. A partir daí inventou o cálculo.
Os poetas: veem o que os olhos nos mostram, uma realidade, a da terra plana, mas a imaginação poética caminha em sentido contrário e a poesia revela que a terra gira e é redonda.
O dia morria... Eu estava perto dos mares, na praia.
E segurava pela mão minha filha, criança que sonha,
Espírito jovem que se cala.
A terra, inclinando-se como um navio que naufraga,
Virando no espaço, ia mergulhando nas sombras...
A pálida noite despontava. Victor Hugo – Contemplações.
CONCLUSÃO
Não tenho. O que é mente? O que é o cérebro (sabemos pouco)?
Minha percepção é que minha mente trabalha independente da minha vontade. É como se a vontade fosse um produto sobre a qual não tenho domínio. Por outro lado, sou movido pela vontade, que é fruto de desejos. Onde estão os desejos? Como nascem? Também não sei.
Sei que os nenéns riem. A única conclusão que posso extrair disto é que já nascem sabendo. Logo, nasci sabendo pensar. O resto, o desenvolvimento, foi consequência do meio onde vivi e das oportunidades.
Mas e a alma?
É outra conversa...
* o autor é especialista em marketing
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