Adubação orgânica
A utilização de matérias-primas para geração de energia, produção animal e indústria alimentícia gera resíduos orgânicos muitas vezes descartados de forma inadequada, com grande risco de contaminação do ambiente. Entretanto, a utilização agronômica desses resíduos para a geração de adubos orgânicos é uma forma adequada de aproveitamento dos materiais, já que eles possuem efeitos benéficos para o solo, fornecem nutrientes para as culturas, aumentam o rendimento das produções e são um destino apropriado para esses rejeitos.
O papel principal dos adubos é atender às necessidades nutricionais das plantas quando o solo não tem essa capacidade. Os adubos são provedores de vários nutrientes, como nitrogênio, fósforo, potássio, enxofre e micronutrientes. O importante é que eles atendam às necessidades específicas de cada planta, nem muito nem pouco.
Presente no Brasil desde 2016, a Nutrientes Para Vida (NPV) preocupa-se com o manejo adequado e responsável dos adubos. É uma iniciativa que possui visão, missão e valores análogos aos da coirmã americana, a Nutrients For Life, cujo objetivo é esclarecer e informar a sociedade sobre os benefícios dos fertilizantes (ou adubos) na produção dos alimentos.
Para manter o solo fértil e a alta produtividade de novos cultivos, os nutrientes precisam ser repostos. Os fertilizantes cumprem o papel de alimentar a planta, o que é essencial para o seu desenvolvimento. Aliás, o principal objetivo de qualquer adubação, seja orgânica ou mineral, é manter ou aumentar a fertilidade do solo e sua atividade biológica. É, de fato, alimentar o solo para melhor alimentar a planta.
O adubo orgânico usa apenas matéria animal ou vegetal, enquanto o fertilizante mineral é extraído do solo, de pedreiras ou é fabricado a partir do nitrogênio do ar (processo Haber-Bosch de obtenção de fertilizantes nitrogenados). Sua composição é toda natural, isto é, vem de materiais derivados de seres vivos, animais ou plantas. Através da transformação dos materiais vivos em húmus e minerais estáveis, são liberados no solo principalmente nitrogênio, fósforo e potássio em quantidades variáveis. A adubação orgânica ajuda a manter e aumentar a fertilidade natural do solo a longo prazo, estimulando frações orgânicas e húmicas do solo.
A adubação orgânica não visa apenas alimentar as plantas, mas melhorar a estrutura do solo, manter seu estado e garantir sua sustentabilidade. O solo é, portanto, uma peça central no ciclo agrícola e não apenas um suporte inerte.
O adubo orgânico tem ação lenta porque os nutrientes que contêm sofrem uma transformação, ou seja, uma degradação antes de ser assimilado pela planta, o que demanda certo tempo. E essa degradação depende das matérias-primas que compõem o fertilizante e da atividade microbiológica do solo.
As transformações envolvem microrganismos do solo, o que implica numa temperatura adequada do solo. O adubo orgânico será, portanto, ineficaz em solo frio. Além disso, os adubos orgânicos são muito menos concentrados em nutrientes que os fertilizantes minerais, por isso é necessário aplicar quantidades maiores.
A adubação mineral, usada na agricultura convencional, fornece os nutrientes de forma rápida para alimentar diretamente a planta e corrigir deficiências. Em contraste, na agricultura biológica, a adubação visa manter e desenvolver a fertilidade do solo em longo prazo antes de alimentar a planta. Esta fertilização é baseada no uso de fertilizantes orgânicos.
A riqueza de nutrientes em um solo depende principalmente da disponibilidade de nutrientes necessários para plantas e microrganismos. Estes elementos representam o resultado de contribuições orgânicas e inorgânicas. A incorporação de matéria orgânica no solo melhora significativamente suas propriedades físicas, químicas e biológicas. De fato, a ausência de qualquer adubo orgânico leva a uma degradação progressiva da estrutura do solo e à diminuição de sua fertilidade química.
A matéria orgânica do solo constitui um componente fundamental do potencial produtivo de solos de ambientes tropicais e subtropicais, uma vez que fornece nutrientes para as culturas, atua na retenção de cátions, na estabilidade da estrutura do solo, na infiltração e retenção de água e na aeração.
O teor de matéria orgânica do solo é função da umidade do solo, da sua temperatura, do tipo de solo, da quantidade de fertilizante orgânico incorporado e do período de sua aplicação. Solos ricos em matéria orgânica são conhecidos por sua fertilidade por meio da liberação gradual de nutrientes durante a decomposição da matéria orgânica. A formação de agregados argila-húmicos, que absorvem os cátions trocáveis mais facilmente, contribui para uma melhor nutrição mineral da planta em potássio, cálcio e magnésio.
Como acontece com qualquer forma de agricultura, o principal objetivo da adubação orgânica é garantir o sucesso da cultura. A agricultura orgânica sempre promoveu a ideia de que as práticas de fertilização deveriam procurar proteger os recursos ambientais do meio ambiente e garantir a sustentabilidade do sistema de produção. Finalmente, todos esses objetivos devem ser alcançados com uma obrigação de rentabilidade econômica, o que não é necessariamente contraditório no manejo orgânico, pelo contrário.
Na agricultura orgânica, as práticas agrícolas adotadas devem maximizar a reciclagem de nutrientes. Por um lado, permitem que os nutrientes sejam mantidos na propriedade e reutilizados na prática de fertilização das culturas. Por outro lado, reduzem perdas ao meio ambiente e a necessidade de recomprar nutrientes que poderiam ser perdidos.
A adubação de plantas envolve necessariamente o manejo de fertilizantes orgânicos e inorgânicos. O desafio da adubação das culturas é assegurar que as intervenções dos agricultores sejam planejadas para que a parcela de terras cultiváveis forneça os nutrientes necessários para o crescimento e produção ideais da cultura durante a safra agrícola.
Os adubos orgânicos oriundos de fontes vegetais e animais reduzem a poluição por destinação incorreta dos resíduos. Os resíduos orgânicos com maior potencial de fornecimento de nutrientes são os estercos animais, compostos de lixo urbano, subprodutos da indústria do álcool e açúcar e restos vegetais das culturas.
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