A ureia é uma das moléculas mais simples, com os quatro elementos essenciais, hidrogênio, carbono, nitrogênio e oxigênio. Está presente na urina de todos os mamíferos. Trata-se de uma molécula onipresente, indispensável para os organismos dos reinos animal e vegetal e naturalmente para nós, humanos.
Fonte de amônia, a ureia também está na alimentação animal, mas apenas de ruminantes. De fato, os microrganismos presentes no rúmen são capazes de utilizar essa fonte de nitrogênio para sintetizar aminoácidos utilizados pelos ruminantes. Seu uso é particularmente interessante como complemento de forragens com baixo teor de nitrogênio.
Já nos seres humanos, o manejo da ureia pelos rins é uma parte vital do metabolismo. Além de seu papel como transportador de nitrogênio residual, a ureia também atua como um sistema de troca de contracorrente nos néfrons, o que permite a possível recuperação de água e íons essenciais da urina excretada.
Este mecanismo, que é controlado pelo hormônio antidiurético, previne a perda de água, mantém a pressão sanguínea e a concentração de cátions de sódio no plasma sanguíneo.
Histórico
Composto orgânico com a fórmula química CO(NH2)2, foi descoberta em 1773 pelo farmacêutico Hilaire Rouelle. Formada em ciclo que se inicia no fígado, a partir de amônia que provém da degradação de três aminoácidos (arginina, citrulina e ornitina), a ureia natural é eliminada ao nível dos rins pela urina.
Antes desta experiência, era considerado que as moléculas "orgânicas" só poderiam ser oriundas de constituintes ou derivados de organismos vivos. Quando o homem consegue realizar a produção de ureia, fica demonstrado que a química mineral e a química "orgânica" estão ligadas.
A síntese da ureia permitiu produzir a ureia fertilizante, que é um fertilizante sólido concentrado em nitrogênio (46%). Esse fertilizante tem produção mais barata e facilidade de transporte e armazenamento. Estima-se que mais de 60% do nitrogênio mineral utilizado como fertilizante no mundo é aplicado na forma de ureia.
Os fertilizantes nitrogenados são feitos a partir de amônia (NH3), obtida pela combinação de nitrogênio do ar e hidrogênio (H2) do gás natural. O ar atmosférico é constituído por 78% de N2, sendo o nitrogênio um recurso que está presente em qualquer ponto do planeta em quantidade quase ilimitada.
A amônia é a matéria-prima básica para toda a indústria de fertilizantes nitrogenados. Cerca de 80% do custo de produção de amônia está relacionado ao uso de gás natural (metano). A ureia é obtida pela combinação de amônia e dióxido de carbono (CO2), formado durante a síntese de amônia.
Com o teor de nitrogênio de 46%, a ureia granular é o fertilizante nitrogenado mais concentrado. O nitrogênio está presente na forma de ureia. No solo, esse nitrogênio da ureia é sucessivamente transformado em nitrogênio amoniacal e nítrico. A ureia granulada pode ser usada em muitas culturas, especialmente em culturas com altas exigências de nitrogênio, como o milho. A sua formulação em grânulos garante a homogeneidade da sua aplicação.
Conforme o engenheiro agrônomo Valter Casarin, da Iniciativa Nutrientes para a Vida (NPV), agronomicamente é uma formulação interessante porque a sua mineralização progressiva é induzida pela presença das bactérias do solo.
Sobre o NPV
A Nutrientes Para Vida (NPV) tem como missão esclarecer e informar a sociedade, sobre os benefícios dos fertilizantes (ou adubos) na produção dos alimentos, bem como sobre sua utilização adequada.
Atua somente com informações embasadas cientificamente, de modo a explicar claramente o papel essencial dos diversos tipos de fertilizantes na segurança alimentar e nutricional, além de seu efeito multiplicador na produtividade de culturas.
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Richard Jakubaszko
Chegou e vai fazer um estrago, a não ser que tenhamos a volta do verão por aqui, que este ano só apareceu uns 5 ou 10 dias. O vírus não resiste mais do que 1 minuto em temperaturas acima de 25°C. Nas mãos ele resiste por 10 minutos, por isso é importante lavar as mãos sempre depois de cumprimentar alguém, pois esse alguém já cumprimentou outros antes disso. Em metais, maçanetas por exemplo, sempre sujas e engorduradas, o bicho pode durar até 12 horas. Estou desde esta semana recusando qualquer aperto de mão, por mais fraternal que seja, antes eu perder um amigo ou cliente do que ser premiado com um vírus. Até agora ninguém reclamou...
Usar álcool gel é importante (ou álcool hospitalar). Duro é aguentar os catastrofistas apocalípticos que afirmam que álcool gel não funciona, as autoridades médicas têm de se posicionar a respeito, não é possível que as fake news continuem a se espalhar impunemente.
Se entrar num ambiente com ar condicionado, use máscara, seja sala de reuniões, táxi, carro de aplicativo, ônibus ou metrô. Aliás, as prefeituras poderiam determinar aos coletivos o não uso do ar condicionado em dias de temperaturas medianas, né não?
Mantenha alimentação equilibrada, com o consumo de frutas, especialmente cítricas, pois isso ajuda a manter o organismo com defesas em dia, o que resultaria em recuperação mais rápida se contrair o vírus.
Na verdade o Corona é um vírus de gripe mais bravo do que o normal, só isso, em crianças e jovens a mortalidade é mínima. Na média dos que contraíram a doença a mortalidade é ao redor de 3%, mas é muito alta entre idosos, especialmente porque provoca problemas respiratórios, em destaque a pneumonia. Neste caso, pneumonia viral é difícil de combater, porque os antibióticos não funcionam para o controle de viroses, aí a maior arma é estar com boa alimentação, para que nosso sistema imunológico consiga resistir ao vírus.
Se ficar doente, com gripe, por exemplo, não vá trabalhar, você será escorraçado. Se for espirrar tenha educação, coloque as mãos à frente da boca e nariz, ou, melhor ainda, espirre na dobra do braço, na parte posterior ao cotovelo.
E que Deus nos proteja!
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Fernando Brito *
O ministro Celso de Mello manda à Folha mensagem que não poderia ser mais clara, apesar da rápida ressalva de que a situação “se confirmada” revela:
“a face sombria de um presidente da República que desconhece o valor da ordem constitucional, que ignora o sentido fundamental da separação de Poderes, que demonstra uma visão indigna de quem não está à altura do altíssimo cargo que exerce e cujo ato de inequívoca hostilidade aos demais Poderes da República traduz gesto de ominoso desapreço e de inaceitável degradação do princípio democrático!!!”
Que o decano do STF perdoe, mas a “hostilidade aos demais Poderes da República”, “o desapreço” e a “inaceitável degradação do princípio democrático”, vem de muito antes, do caldo de histeria que, sob o a inação ou o patrocínio da Suprema Corte brasileira praticou-os o então juiz Sergio Moro, ao qual se entregou o monopólio da cruzada anticorrupção, com violações absurdas do devido processo legal e do princípio do juiz natural, que concederam a um juiz de piso curitibano o papel de panaceia de todos os males do Brasil.
Sergio Moro é a raiz de Jair Bolsonaro, um nada político e um primitivo violento e desbocado que assim continuaria a ser se o ex-juiz, agora seu ministro e aspirante à faixa presidencial, não tivesse tornado pestilento e irrespirável o ar político deste país.
Está nas mãos dele, Celso de Mello, o poder de cortar, em parte, as raízes que alimentam o monstro. Atestar a evidente ilegalidade que marcou os processos conduzidos por ele é, ao mesmo tempo, o dever de qualquer magistrado que se apegue ao cumprimento dos princípios legais como, também, um ato político a sinalizar que está fechada a porta do Supremo para um atrabiliário, que se não sabe guardar a lei processual menos ainda pode ser guardião da Constituição.
Cortes supremas, por definição, são políticas na mais alta acepção da palavra – sim, a política é a arte e ciência do convívio humano! E é um dever político daquele tribunal bloquear todos os caminhos de uma aventura autoritária.
Porque o “se confirmada” do ministro torna a reação tardia demais.
* o autor é jornalista, editor do blog Tijolaço
Publicado em: http://www.tijolaco.net/blog/bolsonaro-so-existe-porque-moro-pariu-a-estupidez/
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Richard Jakubaszko
O professor Ricardo Felício (USP) ficou indignado com a fake news publicada pelo Estadão, em 6 de fevereiro último, quando afirmou em reportagem da editoria "Estadão verifica", que uma postagem deste blog, repercutida por Felício em seu Facebook, seria fake news do professor "negacionista" da USP.
Para chegar a essa avaliação o jornal Estadão usou-se de uma jornalista que se autoproclamou autoridade científica sobre assuntos climáticos, quando determinou que a ciência tem consenso de 97% sobre o aquecimento e as mudanças climáticas.
Quem deseja conhecer com mais profundidade essa pendenga acesse aqui no blog pelo link: https://richardjakubaszko.blogspot.com/2020/02/estadao-publica-fake-news-o-que-dizem.html
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Richard Jakubaszko
Aparentemente é o que a notinha de chamada na primeira página do jornal aponta que o governo inglês incluiu os ambientalistas na mesma caixa de terroristas, vejam só:
é evidente que não há como concordar com isso. Apesar de ser um cético do aquecimento, que é a maior fake news do século XXI, pois sou ambientalista e ativista juramentado. Minha luta é contra a poluição em todos os sentidos (tem de reciclar todos os resíduos!!!), e ainda contra o consumismo, contra o excesso populacional do planeta (que é a causa principal da poluição), e até das imbecilidades praticadas pelas tribos ambientalistas e governos, especialmente a falta de terra ao redor dos troncos das árvores em nossas calçadas, que impedem as árvores de receber água em suas raízes, por isso ficam doentes, são atacadas por cupins e desabam, e a água que as árvores não absorvem rola sobre o asfalto, inundando tudo nas partes mais baixas das cidades.
A decisão do governo inglês, de qualificar os ambientalistas como terroristas, deve-se ao exagero do ativismo exótico e furioso praticado por certos grupos, de protestar de forma agressiva, de pretender legislar, impondo proibições e restrições à toda sorte de práticas humanas, urbanas ou rurais, como proibir sacolinhas e canudinhos de plástico, lutam para proibir coisas que em nada vão melhorar a vida da humanidade, entre elas os alimentos transgênicos. Organizados em ONGs "especializadas" eles metem o bedelho em tudo, seja proteção da Amazônia, proibição de pesca e de caça, defesa dos índios, minorias como quilombolas, e maiorias como LGBT (hétero, hoje em dia, parece ser minoria...), tudo em busca da sustentabilidade que o excesso populacional impossibilita ou torna utopia. Lutar a favor dos índios acho justo, mas há limites nisso.
A reação do governo inglês, por essa ótica, é uma ação que aparentemente faz sentido, pois as pessoas sentem-se encurraladas pela pressão dos ativistas do ambientalismo, cuja briga maior é a redução dos gases de efeito estufa (GEE). No caso dos ingleses, imputar ao ambientalismo a qualidade de terrorismo pode, quem sabe, outorgar direitos de qualquer 007 a fazer justiça com as próprias mãos. E isso pode acender uma fogueira enorme, que será difícil de apagar, pois os ânimos políticos que presenciamos, no mundo inteiro, andam pra lá de exacerbados.
Desejo que os ambientalistas tenham bom senso, pois se a moda pega vai complicar a vida de muita gente. Agora, convenhamos, que a Inglaterra é exótica e peculiar ninguém duvida disso, né não? De toda forma, pelo menos os ingleses possuem um humor refinado. Da minha parte, acho curiosa a situação de ambientalistas virarem terroristas, já que, sendo cético do aquecimento, mas sendo também um ambientalista, eis que os ambientalistas me combatem, me xingam de "negacionista", me desqualificam, até de terraplanista já me qualificaram. Num noticiário de TV, depois que fui entrevistado por uma repórter, os comentaristas reagiram de forma absolutamente hilária, pois "entenderam" que, pelo fato de eu ser cético do clima, eu não apoio o uso de vacinas, em verdade um crime de lesa-pátria. Na minha família todo mundo tomou todas as vacinas.
De toda forma, na Inglaterra, a partir de agora os ambientalistas serão combatidos como terroristas. Da minha parte já superei traumas do passado. Até o século passado meu sonho de consumo era ter uma espingarda de cano duplo, pra acabar com uma dupla de sertanejos com um único tiro. Depois, a evolução, o sonho passou a ser uma espingarda de cano triplo, pois incluía um ambientalista, afora a dupla sertaneja, para serem dizimados com tiro único. A questão é que, como afirmei, isso foi superado, mas as pessoas andam um tanto "eletrificadas", e reagem agressivamente a atos dos mais simples. Perguntar a alguém hoje em dia se está tudo bem, pode resultar numa resposta ácida, tipo "o que é que você tem com isso?". Pois então, assim vamos chegando a tempos em que os valores se acentuam, mudam, são esquecidos e modernizados, e não duvido de que dentro em breve um sorriso amplo para alguém poderá ser considerado desaforo, ou bullying, aos que não têm dentes.
A pergunta que ninguém faz é: você sabe o que de fato está acontecendo com as relações humanas?
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Por Henrique Paul Dmyterko
“[...] Eu deixei a organização em 1986, depois de quinze anos como membro de seu comitê superior. Eu fui um dos seus cinco diretores internacionais durante os últimos seis anos em que lá estive. Eu passei a me sentir desconfortável com os rumos tomados por meus colegas diretores, em particular quando me dei conta de que eu era o único com educação científica dentre os diretores internacionais da organização. Eu também queria deixar para trás a política de confrontação, que se resume a dizer às pessoas aquilo que elas deveriam parar de fazer.
Além disso, o grupo tinha decidido fazer campanha pelo banimento do uso do cloro. Eu lhes perguntei se eles estavam cientes de que o cloro é parte da tabela periódica de elementos químicos e que o cloro contribuiu para um avanço na área de saúde pública uma vez que os antibióticos são baseados na química do cloro. Até hoje a política deles é pelo banimento do cloro e eu tive de sair. O cloro é o mais importante elemento químico para a saúde humana... ele é tóxico para as bactérias e para outras coisas que podem nos matar. [...]
[...] O mais recente ‘veneno invisível’, segundo a organização, são os alimentos geneticamente modificados. Essa é uma campanha completamente fabricada, sem nenhuma base. Se não fosse assunto tão sério, seria risível. Muitos povos pobres ao redor do mundo têm no arroz a sua dieta básica e, portanto, têm deficiência de vitamina A, o que pode levar à cegueira. Cientistas criaram um arroz geneticamente modificado, conhecido como golden rice, que contém beta-caroteno (vitamina C) e vitamina A. A organização conseguiu bloquear a campanha para a introdução do golden rice nos países em desenvolvimento onde agricultores poderiam receber as sementes de graça. [...]
[...] A segunda metade dos anos 1980 transformou-se numa era de extremismo ambientalista. Os extremistas [neo-marxistas, segundo o Prof. Ian Plimer, em seu livro Heaven and Earth: Global Warming, The Missing Science, p.437] são fáceis de identificar na medida em que são anti-seres humanos, anti-ciência, anti-tecnologia, anti-globalização, anti-empresas, anti-capitalista e, pura e simplesmente, anti-civilização. [...]
[...] Enquanto a sociedade sabe que suas indústrias liberam gases na atmosfera e que as temperaturas foram mais altas nas décadas de 1980 e 1990, não está claro que a atividade humana é a causa desses incrementos na temperatura. Gráficos referentes a um bilhão de anos de mudanças climáticas mostram períodos quentes conhecidos como estágios estufa e períodos frios, chamados de eras glaciais. Os níveis de CO2 variaram enormemente ao longo do tempo.
[...] O truque está na escolha do período de tempo. […] Na verdade, os níveis de CO2 atuais são menores do que em qualquer outro período da história da vida [neste planeta]. [...] A média é sete vezes e meia mais alta do que a atual”.
Tais declarações
foram apagadas da Internet e consegui recuperar uma delas: https://web.archive.org/web/20130102103426/http:/www.greenspirit.com/logbook.cfm?msid=214
através da ferramenta WaybackMachine.
Patrick Moore hoje se considera um “ambientalista sensato”, a ponto de defender a construção de mais usinas nucleares como fontes seguras de energia e de afirmar que a fanfarra sobre o desmatamento da Amazônia brasileira não tem base em fatos, mas segue uma agenda política.
Tão interessantes e importantes quanto o fato de que essas declarações tenham partido de um ex-alto dirigente da mais notória organização ativista verde (cerca de 100 milhões de membros no mundo todo), são a época em que se deu o rompimento entre Patrick Moore e o Greenpeace e o padrão de sua composição diretiva: a segunda metade da década de 1980 e a quase ausência de cientistas em favor da presença de ativistas políticos.
Com a queda do Muro de Berlim em 1989 e o fim da chamada Guerra Fria (não o fim do movimento comunista, que está vivo e passa muito bem), o movimento pelo fim das armas nucleares [Stop the Bomb], em grande medida financiado e/ou dirigido pela antiga URSS, ficou sem causa para defender. Pelo menos sem causa que pudesse ser levada adiante na mídia, sempre ávida por catástrofes iminentes.
Coincidentemente, e para a felicidade dos órfãos verdes, um pouco antes surgira uma nova e alarmante tese, a do aquecimento global antropogênico. Em 1988, a ONU criava o IPCC-Intergovernmental Panel on Climate Change [Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas], que deu a oportunidade para os grupos ambientalistas transformarem o aquecimento global em seu tema principal. Em 1989, o aquecimento era um assunto quente e uma comissão do senado americano sobre ciência e tecnologia, presidida pelo então senador Al Gore Jr. discutia o tema ouvindo a opinião de especialistas tais como o Dr. Roger Revelle (que fora professor de Gore em Harvard) e o Dr. James Hansen.
Os seus pareceres, apresentados àquele comitê do senado americano numa sala de audiências quente e abafada, davam conta de uma catástrofe ambiental iminente e clamavam por ações drásticas do governo americano. Ainda nesse cargo, Al Gore Jr. bloqueou verbas para que o MIT realizasse pesquisa independente sobre mudanças no clima. Afinal, por que financiar a concorrência a um negócio tão promissor?
Sobre Al Gore Jr. é necessário fornecer mais algumas informações. Ele começou sua carreira política organizando grupos e piquetes diante de fábricas – com a pressurosa cobertura da mídia—, acusando-as de produzir lixo tóxico, de envenenar os rios, o ar, etc. As empresas, temendo a publicidade negativa ou os longos e caros processos judiciais, tratavam de entrar em acordo com o esperto e ambicioso advogado verde. Fechado o acordo, a caravana de Gore partia para outro alvo.
Mas como Al Gore Jr. conseguiu arregimentar os componentes da sua caravana ambientalista? Voluntários não faltavam, pois é preciso reconhecer que havia e há um número enorme de pessoas de boa-fé e boa índole, iludidas pela nova religião política do ambientalismo. Mas voluntários não bastam, é preciso organização, dinheiro e conexões com a mídia. Uma das explicações possíveis está na família de Gore Jr. Seu pai, Al Gore Sr., um modesto professor do Tennessee que tentava reforçar o orçamento doméstico tocando violino em casamentos, foi eleito deputado no final dos anos 1930 e depois senador, em 1952, passando a desfrutar de uma vida luxuosa, estendida a seu filho.
O homem que financiou toda a carreira política de Gore Sr. foi Armand Hammer (1898-1990), o bilionário do petróleo (Occidental Petroleum) e das artes, o “capitalista vermelho”. Armand Hammer reforçou as ligações com os revolucionários bolcheviques, iniciadas por seu pai, Julius, e teve livre trânsito entre todos os líderes soviéticos, de Stalin a Gorbachev. Foi condecorado por relevantes serviços prestados à URSS. Contava com a ajuda de Gore Sr., um homem que segundo Hammer “estava no meu bolso”, era o “meu representante em Washington”.
Al Gore Jr. continuaria a prestar os mesmos bons serviços a Hammer, mas seu poder e influência pessoais aumentaram e o deixaram em posição destacada no senado americano. O aquecimento global foi e é a sua plataforma política, sua raison d’être, o seu ganha pão. Em 1992, a ECO-92 atraiu 20.000 ativistas ambientais ao Rio de Janeiro, além de políticos de 170 países. Al Gore foi o herói. Seu então recém publicado livro Earth in the Balance fez furor. Tudo isso contribuiu decisivamente para a sua escolha como candidato a vice-presidência na chapa encabeçada por Bill Clinton.
Enquanto isso, era formada a Climate Action Network. A causa virou moda, especialmente entre especialistas em clima tais como Robert Redford, Barbra Streisand, Meryl Streep, etc. Companheiros de viagem não paravam de engrossar a caravana. O IPCC lhes fornecia material de propaganda. Esse material vinha na forma dos famosos (ou infames) Relatórios.
Propaganda, porque os tais relatórios do IPCC mentiam já na alegação de que eram redigidos por cerca de 2500 “cientistas do clima”. Muitos dos nomes que aparecem como autores (1169 “autores”) são de ativistas políticos e ambientais, e não de cientistas. Isso é ainda mais importante pelo fato que esses “autores” é que entram no Summary for Policymakers (Sumário para os Formuladores de Políticas), a porção mais lida e divulgada dos relatórios. De fato, há ainda um grupo de 35 autores principais, por sua vez chefiado por um número ainda menor de pessoas (Ver: Heaven and Earth: Global Warming, The Missing Science, Plimer, pp.20-23 e pp. 442-45).
O Summary de 1996 afirmava que: “[O] balanço dos indícios sugere que há uma discernível influência humana sobre o clima global”.
O furor na mídia foi instantâneo, crescendo a pressão dos grupos ambientalistas sobre governos. O que não era sabido é que um dos 35 autores principais acrescentou essa afirmação ao Capítulo 8 do Relatório depois que este foi concluído e dele apagou passagens que diziam:
Nenhum dos estudos citados acima mostrou indícios claros e modo a que possamos atribuir as mudanças observadas à causa específica do aumento nos gases do efeito estufa [e] nenhum estudo até hoje positivamente atribuiu toda ou parte da (mudança climática observada) a causas de origem humana [e] quaisquer alegações de detecção positiva e atribuição de causa de mudança climática significativa provavelmente continuarão controversas até que as incertezas na variabilidade natural total do sistema climático sejam reduzidas. [...] Quando será identificado um efeito antropogênico no clima? Não é surpresa que a melhor resposta a esta questão seja: “Nós não sabemos”.
O Wall Street Journal denunciou essa fraude num editorial intitulado “Coverup in the Greenhouse?”, mas a denúncia parece não ter arrefecido o ânimo do IPCC ou de Al Gore Jr.
Este continuou a sua muito rentável carreira de garoto-propaganda do apocalipse. Além do livro, lançou um documentário, An Inconvenient Truth (Uma Verdade Inconveniente), que contém pelo menos 35 erros factuais. Ele não se cansa de percorrer o mundo dando palestras, todas muito bem pagas.
O que nem todos sabem é que Al Gore Jr. fundou a sua própria corporação “verde”, a Generation Investment Management LLP, com sede em Londres. É também membro do conselho de uma empresa de energia renovável e foi diretor do grande banco de investimentos Lehman Brothers, muito ativo no mercado de créditos de carbono, até quebrar em 2008, na esteira do rompimento da bolha imobiliária. Gore[1] emergiu ileso da crise.
[1] Não sou afeito a trocadilhos com nomes ou sobrenomes de pessoas. Todavia, duas das várias acepções da palavra gore são, respectivamente, sujeira de qualquer tipo e sangue derramado em carnificina.
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por Jorge Figueiredo *
A campanha de desinformação acerca do chamado "aquecimento global" de origem humana (antropogênica) vai de vento em popa. Ela destina-se a confundir as pessoas, apagando a distinção entre verdades e mentiras. Esta promoção do irracionalismo constitui uma impostura e um atropelo à ciência. A fim de manter um mínimo de sanidade, convém recapitular o assunto e estabelecer fatos. As perguntas e respostas que se seguem tentam fazer isso.
O ser humano é responsável pelo clima no planeta Terra?
A resposta é não. Não podemos controlar o clima do nosso planeta, o qual é determinado por fatores totalmente fora do nosso alcance tais como intensidade da atividade solar, nuvens, ângulo de rotação do planeta, vulcões e muitíssimos outros.
Clima é a mesma coisa que ambiente?
A resposta é igualmente negativa. O ambiente refere-se à camada delgada de ar em que vivemos sobre a superfície da terra e do mar, ao passo que o clima abrange todo o planeta até à estratosfera. A confusão entre ambiente e clima é muito frequente, sobretudo por parte de jornalistas e políticos ignorantes. O ser humano pode (e deve) preservar o ambiente, mas nada pode fazer quanto ao clima.
O dióxido de carbono (CO2) é um gás poluente?
É um rematado absurdo dizer que o CO2 é um poluente, pois se trata de um gás não só inócuo para a saúde humana como também indispensável à vida no planeta Terra (indispensável à fotossíntese). No entanto, o IPCC resolveu erigir o CO2 como o grande vilão universal responsável pelo aquecimento global – mas tal relação de causa e efeito nem sequer está demonstrada. O CO2 não é o "botão de controle" do clima. Além disso, é igualmente absurdo reduzir uma ciência tão complexa como a climatologia – em que intervém uma multidão de variáveis – a apenas uma única variável, o CO2. Recorde-se que a proporção total de CO2 no ar que respiramos é de apenas 0,03% a 0,04% e que a parte do mesmo de origem antropogênica é absolutamente irrisória.
Aquecimento global e alterações climáticas são expressões sinônimas?
A expressão ambígua de alterações climáticas constitui um recuo em relação à expressão original utilizada pelo IPCC, de aquecimento global. A nova formulação é melíflua, pois sempre houve "alterações climáticas" desde que a Terra existe.
Por que a ONU criou o IPCC?
Tudo indica que a ONU criou o Panel on Intergovernmental Climate Change (IPCC) num momento (1988) em que estava relativamente enfraquecida e algo desmoralizada. Para se recompor o seu secretariado procurava uma grande causa mobilizadora e adoptou a hipótese do aquecimento global de origem antropogênica. Organismos seus como a Organização Meteorológica Mundial e Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente foram convocados para o efeito.
É verdade que o IPCC é constituído por cerca de três mil cientistas?
Isso é falso. O IPCC é constituído sobretudo por funcionários nomeados pelos governos que dele participam, ou seja, por burocratas. A sua gestão é política e as grandes conferências organizadas pelo IPCC (em Copenhague, Bali, Paris e este ano em Nova York) são participadas sobretudo por políticos.
Os relatórios periódicos do IPCC merecem credibilidade?
Os extensos relatórios do IPCC (que poucos leem) são geralmente vazados numa linguagem confusa e pouco inteligível. A maior parte do público lê apenas a introdução de poucas páginas dos mesmos, o "Executive Summary", o qual nem sempre corresponde ao conteúdo do relatório.
A teoria climatológica em que o IPCC baseia suas afirmações é correta?
Não, está ultrapassada. A teoria do "efeito estufa" e da hipótese do aquecimento global foi elaborada por Arrhenius no fim do século XIX, muito antes da existência de satélites meteorológicos. A teoria climatológica moderna, dos anticiclones móveis polares, foi elaborada pelo grande cientista Marcel Leroux (1938-2008). Há um resumo da sua teoria em resistir.info/climatologia/impostura.cientifica.html.
* Quem quiser especializar-se em climatologia terá de estudar o seu livro "Global Warming – Myth or Reality?: The Erring Ways of Climatology" (Springer Verlag, 2010, 510 p.)
É verdade que 97% dos cientistas apoiam a tese do aquecimento global de origem antropogênica?
Em primeiro lugar as questões científicas não se decidem por maiorias ou minorias – a ciência não é democrática. Os contemporâneos de Galileu acreditavam que a Terra era o centro do universo, mas isso não prova a veracidade da sua crença. O argumento da "maioria" é dos mais fracos que possam existir para a demonstração de uma tese.
A modelação informática é um método válido no estudo da climatologia?
Não. Para serem úteis os modelos devem ter um número de variáveis relativamente limitado. Problemas complexos que envolvem milhares de variáveis, como é o caso do clima, não se prestam à modelação matemática por mais poderosos que sejam os computadores. A tentativa do IPCC de modelar o clima é vã e presta-se a inúmeras aldrabices e falsificações, pois há uma multidão de variáveis que têm de ser estimadas de modo mais ou menos arbitrário e imputadas no modelo. Portanto, os modelos do IPCC não servem para análises preditivas. São "caixas negras" em que ninguém sabe bem o que está lá dentro e cujos resultados estão sujeitos ao arbítrio dos seus criadores, os quais manipulam à vontade as variáveis que contém. Entretanto, a modelação é útil na meteorologia e permite uma capacidade preditiva da ordem de um par de semanas (nunca de décadas como pretende o IPCC).
Combater o aquecimento global/alterações climáticas é uma posição "de esquerda"?
Tal como em qualquer ciência, não existe uma climatologia "de esquerda" ou "de direita". Quanto à crença na origem antropogênica do aquecimento global, há gente tanto de direita como de esquerda que embarca nisso. Ao nível institucional verifica-se que há organizações de direita (como a União Europeia) que defendem essa crença e fazem campanhas contra as emissões de CO2 e outras igualmente de direita (como o governo Trump) que a contestam. Simetricamente, há gente de direita e de esquerda que contesta a validade das teses propaladas pelo IPCC. Isso não significa necessariamente que neguem a possibilidade do aquecimento, fato já verificado no passado (a Idade Média europeia, por exemplo, experimentou um período mais quente que o atual). Não tem sentido politizar a ciência em termos de esquerda-direita.
Qual a importância desta discussão? Que importa se o homem é ou não responsável pelo clima?
Importa muito. Em primeiro lugar porque desvia a atenção da humanidade dos problemas que são realmente graves e importantes, como a ameaça de guerra nuclear, a corrida armamentista, as questões ambientais (como a poluição verdadeira da terra, da água e do ar, a desertificação da Amazônia etc.), a repartição da riqueza, o depauperamento do Terceiro Mundo etc. e etc.
Ao nível operacional, porque introduz uma grave distorção nas políticas energéticas, as quais são postas a reboque da nova "religião" aquecimentista. Isto significa um brutal desperdício de recursos escassos. Assim, a apologia beata das energias ditas renováveis faz com que sejam promovidas energias intermitentes e antieconômicas. Exemplo: uma central eólica tem apenas uns 25 anos de vida útil, a comparar com uma central hidrelétrica cuja vida útil pode ir aos 100 anos. Por isso será preciso investir quatro vezes numa central eólica para obter o mesmo serviço proporcionado por uma hidrelétrica. Além disso, por ser intermitente, uma central eólica não evita a necessidade de investir na geração convencional – o que significa duplicação de investimentos, onerando inutilmente a sociedade. E isto sem esquecer que as referidas energias alternativas assentam em soluções técnicas também poluentes nos processos de fabricação (ex.: elementos venenosos no interior dos painéis fotovoltaicos).
Ao nível subjetivo, a ideologia aquecimentista provoca sentimentos de culpabilização nos povos. Querem que todos se sintam culpados por estarem a "poluir" o ambiente com a demonização do CO2. Em Portugal chegou-se ao absurdo de cogitar um verdadeiro crime de lesa economia nacional: o sucateamento de centrais termoelétricas que estão boas e em condições operacionais (como as de Sines e do Pego) devido às malfadadas emissões de CO2.
Ao nível ambiental, a trapaça aquecimentista faz com que sejam descuradas as emissões que são realmente poluentes e fazem mal à saúde, tais como o SO2 (dióxido de enxofre), os NOx (óxidos de azoto) e em especial o NO2 (dióxido de azoto), as partículas sólidas (particulate matter) emitidas, por exemplo, pelos motores de Ciclo Diesel etc. Isto, por sua vez, gera graves distorções na política de transportes (e na política fiscal que a precede) afastando soluções boas, viáveis e econômicas. O subsídio ao veículo elétrico é um exemplo dessa distorção (consumo desbragado de terras raras para a sua construção, disposição final das baterias após a sua vida útil, geração de eletricidade para alimentá-las etc. A "descarbonização" da sociedade apregoada pelo governo Antônio Costa é um projeto disparatado, ruinoso e inviável.
Ao nível financeiro, a teoria errada do aquecimento global proporciona bons negócios para o capital financeiro que inventou o negócio da venda de direitos de emissão de CO2. Trata-se de algo como as "indulgências para pecar" vendidas pela Igreja Católica, contra as quais se revoltou Lutero. Este negócio dá bons lucros aos banqueiros, mas não beneficia a humanidade. Neste momento já há uma verdadeira indústria do aquecimento global.
Por que tantos acadêmicos defendem a origem humana do aquecimento global e o combate ao CO2?
Trata-se de uma teoria que é dominante (por ter sido imposta através de campanhas) e que para a União Europeia se transformou num artigo de fé. Assim, há numerosas linhas de financiamento da UE e dos governos europeus que aceitam servilmente as suas imposições. Boa parte da comunidade acadêmica amolda-se a isso a fim de não secarem os financiamentos. Alguns, como os da Universidade de East Anglia (Grã-Bretanha) chegaram a falsear estatísticas a fim de conseguir os resultados que desejavam apresentar. O escândalo ficou conhecido como Climategate ( www.resistir.info/climatologia/climategate_28nov09.html ). Além disso, muitos acadêmicos são intimidados ou discriminados nas peer reviews quando apresentam opiniões diferentes desta doutrina dominante. Recentemente a Universidade do Porto abrigou uma conferência científica séria sobre alterações climáticas ( www.portoconference2018.org ), o que provocou uma fúria histérica de acadêmicos aquecimentistas.
A humanidade pode prescindir dos combustíveis fósseis?
A classificação de "fóssil" atribuída ao petróleo e ao gás natural (metano, ou CH4) pode ser discutida. Muitos cientistas, como Thomas Gold ( www.resistir.info/energia/gold_biosfera_cap5.html ) e a escola ucraniana de geologia, defendem a origem abiótica do petróleo e do metano. Existem planetas com mares e oceanos de metano. Mas, respondendo diretamente à pergunta, é quase impossível que a energia consumida pela humanidade possa algum dia ser renovável a 100 por cento. Isso não é preocupante, pois mesmo após o esgotamento dos recursos petrolíferos no planeta haverá ainda reservas de metano suficientes para muitos séculos. Além disso, o metano pode ser produzido pelo homem (o biometano, que é uma energia renovável). O ódio dos aquecimentistas contra o metano atrasa o processo necessário e inelutável de afastamento do consumo de refinados de petróleo em direção ao gás natural, processo esse que desejavelmente deveria ser gradual e harmonioso.
Até quando vai perdurar a loucura aquecimentista?
Não sabemos. Mas combater o irracionalismo continua a ser um dever de toda a pessoa lúcida. Com a difusão destes mitos climáticos parece que estamos a entrar numa nova idade das trevas, com teorias fantasiosas e com gente e instituições interessadas em instilar o medo a fim de vender as "soluções" e colher os lucros respectivos. O sr. Al Gore deu o exemplo e depois dele seguiram-se muitos outros.
Humanidade tem direito ao desenvolvimento e enfrenta muitos problemas – científicos, técnicos, sociais e políticos. Mas a teoria do aquecimento global não conduz à resolução dos mesmos. Ela, ao contrário, ameaça agravar todos problemas e de uma forma desumana.
06/Outubro/2019
Ver também:
links externos
www.pt.wikipedia.org/wiki/Milutin_Milankovitch Este texto encontra-se em https://resistir.info/
* o autor é jornalista, brasileiro, residente em Portugal desde 1975.
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