Moacir Japiassu (*)
O ‘Jornal da ImprenÇa’ comenta a reportagem que a jornalista da Folha, Johanna Nublat, fez com o diretor-presidente da Anvisa
Amarrem a melancia grande no pescoço do presidente da Anvisa!!!
O diretor-presidente da Anvisa, um dos mais bem preparados
intelectuais do Brasil, como o mundo inteiro está careca de saber, é
também um exibicionista seboso; agora, anuncia em entrevista à
considerada Johanna Nublat, repórter da Folha em Brasília, que
pretende "fechar o cerco às farmácias para fazer valer, na prática, a
inscrição 'vendido sob prescrição médica', impressa nas tarjas
vermelhas".
Entre os tais remédios encontram-se anticoncepcionais,
anti-inflamatórios e drogas para combater a hipertensão. Ou seja,
remédios de uso contínuo e obrigatório, os quais não podem,
evidentemente, depender de receita médica uma vez por mês!
A repórter ouviu também Gustavo Gusso, professor de clínica geral da
USP, o qual achou boa a idéia de exigir receita para remédios como o
anticoncepcional, mas ressalva que no país há dificuldades de acesso a
médicos:
"Onde não existe médico, ou vai ter um médico para assinar
receitas uma vez por mês ou vai acontecer outra coisa. Entre o ideal e o
real existem muitas opções"
Janistraquis, que anda mais desconfiado do que juriti de manhãzinha,
estranha que a chamada "grande imprensa" não faça uma campanha contra a
mania de ostentação do presidente fascista da Anvisa:
"O que a agência se intromete na vida das pessoas é algo
intolerável; que democracia é essa que sempre desrespeita os
cidadãos?!?!"
E meu assistente alerta desde já: mora no meio do mato e, se não
puder comprar pela internet os anti-inflamatórios de que precisa para
suportar as dores na coluna lombar e os anti-hipertensivos que o mantêm
vivo, vai processar o diretor-presidente desse lixo autoritário, chamado
Dirceu Barbano. Se não morrer antes, é claro.
(*) Paraibano, 70 anos de idade e 50 de profissão, é jornalista, escritor e torcedor do Vasco. Trabalhou, entre outros, no Correio de Minas, Última Hora, Jornal do Brasil, Pais&Filhos, Jornal da Tarde, Istoé, Veja, Placar, Elle. E foi editor-chefe do Fantástico. Criou os prêmios Líbero Badaró e Claudio Abramo. Também escreveu nove livros (dos quais três romances) e o mais recente é a seleção de crônicas intitulada “Carta a Uma Paixão Definitiva”.
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Aqui neste país, é sempre assim: ou é oito, ou é oitenta. Ou não se fiscaliza nada, ou quer se fiscalizar até a cor da cueca que as pessoas estão usando. Absurda, essa legislação, exagerada, sem o menor sentido. É não conhecer a realidade do País. É fazer leis com o bundão liso e branco, sentado, fofamente, em suas cadeiras confortáveis do Parlamento, sem nunca ter viajado por esse Brasilzão de meu deus, conhecer a sua gente, sem dente na boca, e muitíssimo mal-servida de saneamento básico. É isso. Janistraquis, que o diga.
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