segunda-feira, 19 de maio de 2025

Nada nos aproxima mais da verdade que confronto de ideias

Richard Jakubaszko 

Li com profundo interesse o artigo de Luiz Frias na Folha-UOL, "Nada nos aproxima mais da verdade que confronto de ideias: Conhecimento humano avança com choque de opiniões propiciado por liberdade de expressão ampla", cujo link disponibilizo ao final deste texto, mas sinto-me obrigado a fazer alguns comentários sobre o teor do texto.

Na teoria a mensagem de Frias é irretocável. Na prática me pareceu uma narrativa parcial, mais próxima de uma mensagem publicitária do que um texto jornalístico. Na verdade o texto é uma compilação de uma palestra do autor em uma universidade paulista, e, no resumo apresentado pode-se verificar que existem diferenças sensíveis entre a teoria demonstrada e a prática relatada, que abraça especialmente questões e ideologias políticas, esquecendo-se de outros temas tão ou mais importantes. Refiro-me às questões das mudanças climáticas e do aquecimento planetário, onde o jornal tem forte e inarredável opinião que o emparelha às ideias do grupo do IPCC/ONU, onde a  Folha de SP/UOL não exerce o pluralismo, e muito menos pratica o debate, pois não faz o confronto de ideias, e dessa forma defende a sua verdade. Não existem duas verdades sr Luiz Frias. Temos, portanto, a minha verdade, e a verdade do seu jornal, que está engajada, provavelmente sem saber, a interesses econômicos escusos e inconfessáveis..

Em 2015, depois de estudar o tema "aquecimento" por mais de 8 anos, 4 deles escrevendo, publiquei a 1ª edição do livro "CO2 aquecimento e mudanças climáticas: estão nos enganando?", onde, ao lado de diversos cientistas nacionais e internacionais, apresentamos ideias para serem debatidas sobre as falaciosas afirmações e acusações feitas pelo IPCC e também por cientistas brasileiros, de que o planeta tem em curso "mudanças climáticas" que irão provocar o aquecimento, por conta de emissões de gases de efeito estufa (GEE). A Folha de SP/UOL continua a afirmar que as mudanças climáticas e o aquecimento são um consenso entre 97% dos cientistas, o que está longe da verdade. Ora, o livro tem considerável sucesso de vendas, especialmente na Amazon.com e está entrando agora em junho próximo na sua 4ª edição, fora a versão traduzida para o inglês, lançada em novembro de 2023. Uma consulta na Amazon.com mostra a opinião de mais de uma centena de leitores do livro: https://www.amazon.com.br/Aquecimento-Mudan%C3%A7as-Clim%C3%A1ticas-Est%C3%A3o-Enganando/dp/8569495005/ref=zg_bs_g_7874341011_d_sccl_37/131-5737661-3349009?psc=1

Enfim, por falta de debate, a versão do IPCC, que se alinha com a "verdade" que acredita a Folha de SP/UOL, permanece e nos leva para o "consenso". Lembro aqui palavras de Walter Lipmann, de que "Onde todos pensam igual é porque ninguém está pensando".

Aqui, no link a seguir, a palestra de Frias, do qual espero uma revisão sobre essa história de debate e confronto, pois na questão "mudanças climáticas" prevalece a opinião do jornal, sem nenhum debate científico. É urgente e necessário que a Folha de SP/UOL revise seu posicionamento, no mínimo para o lado da neutralidade.

https://www1.folha.uol.com.br/colunas/luiz-frias/2025/05/nada-nos-aproxima-mais-da-verdade-que-confronto-de-ideias.shtml 

 

 

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quarta-feira, 7 de maio de 2025

COP30: a maioria dos países não apresentam metas climáticas prometidas

Luís Dufaur *
 
Os 200 países signatários do Acordo de Paris — de 2015 para frear o aquecimento global— deviam apresentar seus novos compromissos para reduzir seus gases de efeito estufa dentro do prazo, aliás já encerrado.

Mas apenas 12 o fizeram, informou a “Folha de S.Paulo”, jornal que não especificou se estão cumprindo o que prometem no papel.

O Brasil, por exemplo, foi o segundo a apresentar sua promessa nacionalmente determinada, mais conhecida pela sigla em inglês NDC, em novembro de 2024, atrás somente dos Emirados Árabes Unidos.

Mas a maioria dos grandes emissores nada fez. Entre as ausências se destacam a China, atual líder global das emissões proibidas, e a União Europeia, que nos últimos anos vinha se autoclassificando na vanguarda ambiental.

Pelo Acordo de Paris, cada país apresenta voluntariamente sua meta e seus planos para a redução de emissões.

Uma vez postos no papel podem ser objeto de revisões cada cinco anos, aguardando que a nova promessa seja mais ambiciosa que a anterior.

Na etapa atual, os governos deviam explicitar suas metas para 2035.
 
Simon Stiell secretário-executivo da UNFCCC, a convenção de clima da ONU, acenou esticar até setembro os limites da entrega dos respectivos cronogramas,

A apresentação das metas é fundamental para o andamento da próxima conferência mundial do clima, a COP30, em Belém de 10 a 21 de novembro [2025].

Natalie Unterstell, presidente do Instituto ativista Talanoa e membro do painel de acreditação do Green Climate Fund deplorou que a marcha para “uma crise global das NDCs”.

De fato, não se entende como a COP30 possa concluir algum “relatório de síntese”, com a omissão de esmagadora maioria dos países signatários do Acordo de Paris.

Esse “relatório de síntese” deveria ser amplamente debatido na cúpula em Belém.

“A discussão vai ficar centrada se as metas são ou não suficientes”, afirmou.
 
Segundo Unterstell, se não forem suficientes para manter o aquecimento global dentro das metas do Acordo de Paris, pode dar em frustração e descontentamento entre os países que cumpriram os prazos ou apresentaram compromissos mais ambiciosos”.

“O Brasil pode impulsionar uma espécie de corrida global pela implementação, incentivando os países a acelerarem suas ações climáticas e demonstrando progresso concreto”, disse.

Mas onde estão os resultados concretos?

O Brasil se fixou uma meta de corte dos gases de efeito estufa de 59% a 67% em 2035, na comparação com os níveis de 2005.

Porém, pouco ou nada se fez para cumprir as metas prometidas em 2015 por Dilma Rousseff.

Os EUA, tido como maior emissor histórico, em vez de entregar seu plano dentro do prazo, anunciou que irá se retirar do Acordo de Paris.

A lentidão na submissão de novas propostas está ligada a esta anunciada saída das fantasias de controle do clima planetário.

A União Europeia está em tomada pela revolta de seus cidadãos e governos pela tentativa de efetivar os compromissos, aliás delirantes, de redução das emissões dos 27 Estados-membros.

Essas tentativas multiplicaram a inflação e o preço da habitação, fecharam fábricas e abaixaram o crescimento, enquanto cresceram no Parlamento Europeu as forças políticas contrárias às metas climáticas derivadas do Acordo de Paris.

Análises recentes feitas pela ONG ativista Climate Action Tracker, indicam que a maioria das novas propostas ficam abaixo do necessário para limitar do que os radicais ambientalistas quereriam em função do estabelecido no Acordo de Paris.

A posição da China será crucial pois é a grande poluidora planetária e já patenteou explicitamente que não deixará de violar todos as regras ambientalistas, embora seja aplaudida por ecologistas e socialistas como a esperança para “salvar o planeta”.



* o autor é escritor, jornalista, conferencista de política internacional, sócio do IPCO, webmaster de diversos blogs.


Publicado em https://ecologia-clima-aquecimento.blogspot.com/2025/04/cop30-maioria-dos-paises-nao-apresentam.html

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