sexta-feira, 31 de julho de 2015

Sabedoria milenar do mestre

Richard Jakubaszko


Pergunta:

Mestre, por que antes do sexo, cada um ajuda o outro a ficar nu e, depois do sexo, cada um se veste sozinho?



Resposta:

Pequeno gafanhoto, na vida ninguém te ajuda depois que você está fodido!
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quarta-feira, 29 de julho de 2015

CO2 aquecimento e mudanças climáticas: estão nos enganando?

Richard Jakubaszko
Finalmente, saiu hoje de gráfica o livro "CO2 aquecimento e mudanças climáticas: estão nos enganando?", depois de 8 anos de estudos, pesquisas e análises, e depois de 4 anos escrevendo, compilando, revisando...

A DBO Editores lançou o livro “CO2 aquecimento e mudanças climáticas: estão nos enganando?”, autoria deste blogueiro, jornalista Richard Jakubaszko, e que tem coautoria de cientistas como o físico e climatologista Luiz Carlos Baldicero Molion, professor aposentado da Universidade Federal de Alagoas, e de José Carlos Parente de Oliveira, também físico, professor da Universidade Federal do Ceará. Os autores são céticos em relação às propaladas questões do aquecimento global e das mudanças climáticas. No livro, apresentam inúmeras respostas e contestações aos problemas e acusações formuladas pelos ambientalistas, muitas delas criminalizando os produtores rurais. Jakubaszko diz que “o CO2 é o gás da vida, sem ele a agricultura e as florestas não existiriam, e não haveria vida, pois a fotossíntese não seria possível”.

Outros técnicos estão presentes no livro, onde se destacam o geólogo Geraldo Luís Lino, os engenheiros agrônomos Odo Primavesi, Fernando Penteado Cardoso, Evaristo de Miranda, e o agrometeorologista Ângelo Paes de Camargo (in memoriam). Eles demonstram, conforme Jakubaszko, que “o enunciado ambientalista carece de provas científicas e não está comprovado, mas os governos e a sociedade comportam-se de forma emocional nesse tema, e se está construindo uma legislação restritiva que engessará as gerações futuras, tudo isso para cumprir uma agenda política, patrocinada por interesses econômicos, conforme denunciamos no livro”.


“A obra tem leitura acessível e pretende abrir debates sobre o assunto, atualmente inexistente, e que já virou um quase dogma do pensamento único”, enfatiza Molion.

De acordo com Jakubaszko, o livro é "Uma biografia não autorizada do clima, e contesta através dos autores a questão do CO2, das mudanças climáticas, a emissão de metano pelos bovinos, e a utopia de se pretender emissão zero de carbono, apenas para atingir propostas políticas e objetivos econômicos inconfessáveis, mas que são detalhados um a um no livro, ou seja, damos nomes aos bois".
Entre os objetivos da obra, registra Jakubaszko, "está o de abrir um debate público, pois não existe debate, e tampouco nenhuma prova científica do aquecimento, e muito menos de que o CO2 antropogênico seja o responsável por esse pré-apocalipse com que os ambientalistas nos ameaçam".

O livro não está à venda em livrarias, mas apenas em sites especializados e na DBO Editores (com Cristiane: fone 11 3879.7099), ou ainda pelo e-mail co2clima@gmail.com

Ficha técnica:
CO2 aquecimento e mudanças climáticas: estão nos enganando?
ISBN: 978-85-69495-00-0
2015 - 284 p., R$ 40,00 mais despesas postais.

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terça-feira, 28 de julho de 2015

Dia do produtor de alimentos

Richard Jakubaszko 
28 de julho pode ser o dia do agricultor, mas deveria ser o dia de todos nós, como forma de manifestar a solidariedade e as homenagens de todos os seres urbanos aos agricultores do mundo inteiro, especialmente os brasileiros, com quem convivemos no dia a dia em nossas mesas, seja no café da manhã, almoço ou jantar, e ainda nos lanchinhos extemporâneos.

Isto, porque este ser iluminado, o homem que fala diariamente com Deus, através de observar e tentar entender a natureza, maior exemplo de manifestação da criação divina, não é apenas agricultor e provedor de alimentos para os cidadãos urbanos, um tipo de gente distraída que mora em cidades altamente poluídas, compra alimentos nos supermercados, e roupas em lojas, julga-se independente e autossuficiente, e não tem a mínima ideia de como o mundo caminha; eles imaginam que os alimentos são produzidos logo ali, atrás da gôndola, ou que são colocados dentro das embalagens nas fábricas.

Os agricultores não são apenas agricultores, pois são verdadeiros ambientalistas, cuidam do meio ambiente, do solo e da água, das quais sabem que dependem hoje e no futuro; eles são também engenheiros agrônomos e técnicos agrícolas, porque são especialistas naquilo que plantam, ano após ano. Também são economistas, porque planejar e projetar plantios requer conhecimentos de economia, eis que negociar empréstimos e seguros com os bancos é tarefa para gente entendida no assunto; o agricultor é também meteorologista, e dos bons, caso contrário ele quebra. Ou seja, para ser um agricultor de verdade são requeridas competências de muitas outras profissões e atividades, faltando apenas a expertise comercial dos comerciantes. Porque agricultor, quando compra, pergunta quanto custa, e, quando vende, pergunta quanto estão pagando, comprovando a velha máxima de que todo mundo tem um calcanhar de Aquiles.

Agricultor, quando erra, a terra mostra, esta a diferença com os médicos, pois destes a terra encobre os erros. Agricultor não usa currículo, não cria “diferencial competitivo”, e é um dos raros profissionais do mercado produtivo que divide fraternalmente seus conhecimentos e descobertas com os vizinhos, seus amigos e “concorrentes”, pois é solidário nas alegrias e tristezas do dia a dia.

Ser agricultor é tudo isso e um pouco mais, é ter a humildade da labuta diária, a coragem para enfrentar os humores da natureza, ora amiga, ora inimiga, entender a ganância infinita dos intermediários, reconhecer que as tecnologias modernas podem ajudar ou prejudicar se não forem bem empregadas, se apoderar de uma esperança infinita e permanente de que a próxima safra será melhor, mas não tão boa e tão farta a ponto de fazer os preços desabarem.
 

Ser agricultor hoje foi a evolução do homem pré-histórico de ontem, o caçador que nunca se fixava à terra, pois quando a fauna rareava ele migrava para novas paragens em busca da sua comida.

Quando o homem caçador percebeu que poderia plantar sua comida, e viver sossegado com sua família num cantinho de terra, nasceu o agricultor, que produzia alimentos para si e trocava o excedente por mercadorias que necessitava.

De lá para cá a agricultura evoluiu de forma notável. Um século atrás, cada hectare produzia alimentos para 8 ou 10 pessoas, e hoje cada hectare consegue suprir alimento para 155 pessoas, em função do aumento da produtividade. Essa evolução se deve ao uso de tecnologias e modernidades, pois o agricultor é um empreendedor e sabe que para sobreviver como profissional produtor de alimentos precisa estar sempre evoluindo e atualizado. Mesmo que nas cidades o chamem de Jeca Tatu, como que querendo dizer que o agricultor é um sujeito atrasado e conservador.

Aliás, o agricultor tem a humildade de ficar quieto, e nem se defende, quando o acusam injustamente de ser ganancioso se os preços dos alimentos sobem nos supermercados, decorrência de safra frustrada, porque choveu de menos ou de mais, ou porque as pragas e doenças destruíram as plantações.

Quando os urbanos rotulam os agricultores de serem devedores do Tesouro Nacional, o agricultor fica quieto, e apenas paga suas contas e os juros, ou quebra e entrega suas terras aos bancos. Porque esses dramas não saem nos jornais ou revistas, e nem nas TVs.

Pior ainda é quando os urbanos xingam e acusam o agricultor de ser um criminoso ambiental, aí parece que não vai dar para aguentar tanta mentira e injustiça, mas o agricultor fica quieto, pois quem fala não tem a mínima ideia do que acontece nas lavouras.

O agricultor sabe que o negócio dele é uma indústria a céu aberto, é a atividade que mais exporta neste país, que proporciona os saldos positivos da nossa balança comercial, ano após ano, é a indústria da agricultura que gera mais de 1/3 dos empregos no país, e que isso é fácil de perceber e conferir nas muitas cidades brasileiras com atividade essencialmente agrícola e que possuem os mais elevados IDH – Índice de Desenvolvimento Humano de todo o Brasil, porque onde o agricultor trabalha as riquezas são distribuídas de forma mais justa entre todos os trabalhadores.

Por todas essas qualidades e características dos agricultores deste país, a revista Agro DBO registra neste texto suas homenagens e o reconhecimento a esse incansável trabalhador, e envia o nosso “parabéns, agricultor!”, pelo seu dia, pois todo dia é tempo de a gente se alimentar com o fruto do seu trabalho. Obrigado a você, pelo pão nosso de cada dia. É assim que se fala e se faz!


Publicado originalmente da revista Agro DBO, nº 68, julho/2015 
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segunda-feira, 27 de julho de 2015

Monoculturas, alimentos e pessoas, muitas pessoa

Emerson Gonçalves *

Nos últimos dias li várias referências em redes sociais à monocultura da soja no Brasil, especialmente, é claro, no Brasil Central, nas novas fronteiras agrícolas. Algumas vieram de pessoas com real preocupação com o país, a economia, a natureza, a vida das pessoas. Outras, porém, foram apenas repetições de um discurso atrasado e desvinculado da realidade.

O termo monocultura em sua acepção clássica, e que é a forma como é usado hoje pela maioria, de forma distorcida e com fortíssimo viés político, não tem aplicação na agricultura moderna, especialmente na que se faz no Brasil.

Monoculturas...
Peguemos uma estrada que corte os grandes sertões brasileiros e veremos, entre outubro e abril, soja. Soja a perder de vista, por dezenas, por centenas de quilômetros. Mas, uma observação mais atenta mostrará milharais, tão imensos quanto as lavouras de soja. Também aparecerão, conforme a região, as lavouras de algodão. Em outros meses poderemos ver vastos campos com um capim verde, bonito, de grande e rápido crescimento, o milheto. Ou os milharais da chamada safrinha, uma segunda safra na mesma área, na mesma estação.
Muitas pessoas se referem a tudo isso como monocultura.

Vamos sair dos sertões e adentrar uma grande cidade, uma metrópole, uma megalópole (a China projeta criar uma para abrigar 135 milhões de pessoas... pessoas?). Cruzando qualquer um desses monstros criados pelo crescimento da população, pelo progresso (?), pelo desenvolvimento (?), vamos enxergar em sucessão, até rápida, grandes áreas tomadas por Extras, Walmarts, Carrefours, shoppings...
Eu digo que isso é uma monocultura – monocultura comercial.

O que vemos, entretanto, tem o nome de escala.
Em 1986 ou começo de 87, fiz parte de um grupo de gerentes e diretores da companhia em que trabalhava, uma multinacional americana onde aprendi muito, realmente aprendi, que assistiu à palestra de um dos diretores da Matriz. Ele disse algo que estarreceu a todos nós: até o ano 2000, das 12 maiores companhias do setor, todas elas gigantes, todas imensas, monstruosamente grandes, somente quatro ou cinco estariam vivas. As outras, assim como muitas mais de “menor” porte (mas ainda assim enormes), teriam sido compradas ou absorvidas em fusões pelas 4 ou 5 companhias sobreviventes.
Disse mais: que até o ano 2000 o foco principal da empresa era... a China. O Brasil viria depois.
Dito...
E feito.

Esse processo de concentração deu-se em todas as áreas. A razão para isso está na necessidade de ganhos de escala cada vez maiores. Por exigência do mercado.
Laboratórios farmacêuticos, por exemplo. Chegou um momento em que o custo de R&D (pesquisa e desenvolvimento) necessário para lançar um medicamento chegou a tal valor que somente empresas gigantes conseguem absorve-los sem quebrar. Porque as exigências legais, começando pelas que são impostas pela FDA e que são copiadas ou ampliadas por suas congêneres ao redor do mundo, ficaram muito grandes. Ótimo para nós, consumidores, que recebemos novos medicamentos com índices de segurança nunca antes atingidos. O que a maioria ignora é que para cada lançamento realizado, dezenas de outros ficaram para trás, foram abandonados. Mas seus custos repercutem e impactam severamente todo novo produto que chega ao mercado. Então, não adianta xingarmos a empresa X ou Y porque seu novo e maravilhoso produto custa os olhos da cara. Isso ocorre porque as contas feitas pelos outros produtos que não deram certo e por ele mesmo, o que chegou ao mercado, precisam ser pagas.
Não existe almoço grátis.

Ué, e a soja com isso, essa “monocultura” imensa?
Soja, cana, milho, algodão, café, leite, carne, frangos...
Pessoas e empresas produzem para o mercado.
O mercado somos nós.
Ah, sim, não se iludam: o “mercado” não é um alien. Nada disso, o mercado somos nós.
Sete bilhões e trezentos e tantos milhões de almas, se já não chegamos aos quatrocentos milhões.
Imaginem se o povo da cidade de São Paulo, por exemplo, tivesse que ser abastecido apenas por pequenos armazéns, como era antigamente?
Teríamos necessidade de dezenas de milhares dessas pequenas unidades de distribuição de alimentos e produtos básicos diversos.

Haveria necessidade de uma frota gigantesca de caminhões, 24 horas por dia nas ruas, entregando 50 quilos de arroz aqui, 40 de açúcar ali, 30 de feijão acolá... Fora outras necessidades e operações.
Imaginem o custo dessas operações...
Imaginem, também, obrigatoriamente, o custo ambiental dessas operações...
Nem dá. Seriam impraticáveis, simplesmente.

Em meados da década de 70, um estudo americano mostrou que, somente nos Estados Unidos, o número de ligações existentes precisaria de 70 milhões – setenta milhões – de operadoras. Operadoras eram moças e senhoras que ficavam horas em entrepostos telefônicos. Você tirava o seu aparelho do gancho, ela atendia e você pedia para ela fazer a ligação. Mais tarde, com a evolução, as ligações locais passaram a ser feitas de aparelho para aparelho, mas para outras cidades só se falava através das operadoras. Você ligava e pedia um interurbano. Marília/São Paulo, por exemplo, podia demorar de uma a três horas. Legal, ?

Agora, vejam que curioso: em 1º de julho de 1975, a população americana era de 215,97 milhões de habitantes. Arredondemos para 216 milhões. Sem o advento das operações automáticas (pré-computadores) na telefonia, 32,4% da população americana trabalharia completando ligações. Ou, haveria um americano trabalhando para fazer as ligações para os outros dois.
O advento do PBX e depois do PABX foi um grande avanço para a humanidade.
Vocês acham que há diferença entre essa história da telefonia e a história da distribuição de alimentos e outros produtos para as pessoas?

Há muito tempo somos seres dependentes de enormes escalas de produção de tudo. De alimentos a produtos de tecnologia de ponta, como o S6 ou o Iphone 6. Meu “velho” Galaxy S4 tem mais capacidade de memória e operações que todo o sistema computadorizado que levou a Apollo XI à Lua. Para chegar a isso houve necessidade de milhões de cérebros dedicados a pesquisar e desenvolver essas maravilhosas traquitanas. Em grande escala. E comendo e bebendo e vivendo bem para gerar tanta coisa.

Para que a rapaziada faça algo que chamam de “arte” pichando muros e paredes, há necessidade de gente produzindo o que eles comem.
Porque pichadores, músicos, pintores, escritores, assim como engenheiros, médicos, advogados, metalúrgicos, escriturários, professores, enfim, toda a vasta gama de pessoas que vivem e trabalham nos centros urbanos de qualquer tamanho, não produzem alimentos.
Porque não sabem.
Porque não têm meios.
Porque não têm espaço.
Porque não têm tempo.
Porque não têm a vontade e a capacidade e...
Porque não têm a necessidade.
Porque existem pessoas que produzem os alimentos que essas outras pessoas precisam.
Ou querem.
Precisar e querer... São coisas distintas.
O querer só se realiza em sociedades livres.

Bom, e a “monocultura” da soja?
A produção de soja só se torna efetiva e com custos razoáveis se praticada em larga escala. Quanto maior a escala, menor o custo, menor o preço de tudo para o consumidor final.
Troque soja por milho, algodão, cana, boi, vaca, frango, alface, cenoura... Dá na mesma.

Então, não há a menor correção em chamar de monocultura aos vastos cultivos de grãos que vemos nos cerrados. Ou de arroz, nas planícies inundáveis do Rio Grande do Sul. Ou de café, nos cerrados altos de Minas Gerais.
É triste, eu não gosto, mas não há como produzir carne de boi, frango ou porco sem as criações intensivas, confinadas.

Nada pode ser produzido hoje sem escala.
Exceto coisas e serviços para nichos de mercado. Nichos de mercado... São, praticamente, sinônimos de mercados com alto poder aquisitivo. São mercados pequenos, jamais de massa.
A produção em grande escala é o preço que se paga para atender à demanda dos bilhões de humanos igualmente “confinados” em aglomerados urbanos.
Por fim, mas não por último e não menos importante:
Amanhã, 28 DE JULHO, será o DIA DO AGRICULTOR.

Como vemos muito nos States, onde há mais respeito por essas coisas...
No farms, no food.

* o autor é produtor de leite em Santa Rita do Passa Quatro (SP), publicitário, empresário de vídeos, e encontra tempo para ser blogueiro ativo sobre marketing futebolístico.
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domingo, 26 de julho de 2015

Agricultura e pesquisa têm de avançar

Richard Jakubaszko
O ex-ministro da Agricultura Alysson Paolinelli, em entrevista ao Portal DBO, fez uma série de análises interessantes sobre o atual estágio da agricultura brasileira, e prognosticou a necessidade de avanços na pesquisa. Foi meia hora de entrevista com Paolinelli, mas valeu por um curso de mestrado.
Melhoramos muito, avançamos, somos competitivos, mas ainda há muita coisa por fazer, especialmente no dia a dia da pesquisa e dos agricultores.


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sexta-feira, 24 de julho de 2015

O sofrimento da Dilma

Daniel Strutenskey de Macedo
Nossa Presidenta emagreceu, seu rosto mostra os sinais de sua preocupação. Sinto que Dona Dilma está sofrendo... Digo dona referindo-me à pessoa e não ao chefe do Executivo. Dona Dilma é doutora, tem muita cultura, ocupa o cargo de maior importância do país, mas não é isto que marca esta mulher, e sim a sua bravura, a sua luta, o papel que desempenhou nas batalhas políticas que travou durante sua juventude, quando era pobre, estudante, de classe média, idealista.

Ela ocupa o atual cargo por mérito próprio. Fez por merecer. É claro que as circunstâncias contam e a gente não esquece que Dirceu e Palocci, naturais sucessores de Lula, foram afastados das disputas em função de serem processados. A gente também não esquece que os processos contra os tucanos continuam nas gavetas, mas isso é outro assunto. O que importa agora é a saúde de Dilma: a saúde e a permanência da eleita no cargo de Presidenta. A saúde, por conta da batalha política que enfrenta: dificílima. A permanência por conta da quebra da legalidade, de jogarmos no lixo a democracia que conquistamos com tantas dificuldades.

Tenho setenta anos, acompanho a política e os negócios desde jovem. Conheço bem alguns caminhos, pois fui diretor de duas multinacionais e atuei politicamente, contratei lobistas para que as empresas que eu administrava pudessem ter acesso aos negócios e disputassem as concorrências, sei exatamente como os negócios são gestados e como as oportunidades são cavadas, negociadas e contratadas. Sei quanto custam as candidaturas, como elas são feitas e pagas, pois além de administrador também sou publicitário, conheço as estratégias de construção e desconstrução de imagem.

Por ter estes conhecimentos, saber essas coisas, é claro para mim que a CRISE que vivemos hoje é fruto e produto da indecência, da ambição desmedida, da vaidade e da falta de caráter dos que concorreram contra a Dilma. A campanha de desconstrução do partido e de Dilma começou na metade do segundo mandato do Lula. O único motivo que poderia abalar a candidatura de seu sucessor seria a possibilidade de se abalar o sucesso econômico obtido na gestão do presidente sindicalista. Os concorrentes não fizeram por menos: passaram a atacar sistematicamente a política econômica do governo para desestabilizá-lo: venderam o pessimismo e o terror econômico e financeiro durante seis anos seguidos! E, assim que o país teve alguns problemas, atearam fogo para a total destruição. Mas, e o povo? Para vaidade e a ambição política, o povo é gado, animal a ser conduzido.

É interessante que nos EUA, o presidente Obama fez o contrário. Em vez de um aperto, foi o Tesouro que injetou dinheiro no mercado para que a economia não parasse e voltasse a crescer. Aqui, as bruxas e os bruxos da economia e da política, palpiteiros e fofoqueiros midiáticos de plantão, criaram, gestaram, desenvolveram e repetiram cotidianamente, de manhã, de tarde e de noite, a necessidade (invertida) de se apertar os cintos e de aumentar os juros. Para azar nosso, a Dilma houve por bem tentar suavizar a pressão que sofria nomeando ministros e gestores que acreditavam na solução do inimigo, invertida. Ficou pior. Agora temos a receita que os abutres queriam: pessimismo, juros altos, retração. Só não está pior porque o consumidor brasileiro é como criança, é irresponsável e quer sempre gastar mais, mesmo com os juros nas nuvens.

Meu sentimento é que resta à Dilma buscar a coragem e a bravura da juventude para começara a bater duro e forte nesta mentalidade pessimista, malandra e matreira dos abutres inimigos e dos partidos rivais. Politicamente, estará sozinha, mas é a alternativa que temos para que a parte lúcida da população se esclareça e perceba o golpe tramado e dê apoio à Presidenta para fazer o mesmo que o Obama fez. Sei que os bancos continuarão sendo os beneficiados, mas a produção depende da circulação de bens e estes do volume de crédito. É do sistema. Enquanto não inventarmos outro, um governo de país capitalista deve criar fundos para gerar moeda e financiar obras (Theodore Roosevelt já nos ensinou isto). Não podemos nem devemos aceitar que uma oposição golpista dificulte e impeça, com mentiras e trapaças, o governo de acelerar a economia do país. Não se pode confundir o ideal de justiça reclamado por parte da sociedade com malandragem e golpismo.
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quinta-feira, 23 de julho de 2015

Jornalistas domesticados

Richard Jakubaszko
Abaixo vídeo com depoimento da jornalista Hildegard Angel sobre eventos políticos dos últimos anos, todos estes fatos acompanhados por jornalistas oportunistas, como ela expressa, e a quem eu chamo de domesticados.

Inegavelmente há um estado de transição política em nosso Brasil, hoje, como sempre foi, há mesmo um estado de exceção, e a mídia não relata o que se passa, deturpa, finge não ver o óbvio de disputas político-partidarizadas. Há um clima de guerra, de esquerda versus direita, ou melhor, de oposição versus governo, e até mesmo de golpe judicial, o que me leva a constatar que a democracia anda a perigo, o que é muito ruim para o Brasil e os brasileiros, e entendo isto por não ser adepto de ideologias de direita e muito menos de esquerda, mas um humanista.

Hildegard acredita que já houve o golpe, anda preocupada e aterrorizada com os fatos da judicialização do país, com a ditadura dos agentes de estado, como os procuradores e a Polícia Federal, e com as ações de políticos no Congresso Federal. Ações desse tipo precederam o estado nazista na Alemanha. A verdade é que tem gente brincando com fogo, e de forma irresponsável.

Jornalistas domesticados, como expressão, serve para qualificar as denúncias de casos relatados por Mariana Godoy, na Rede TV, que disse que nenhum jornalista da TV Globo, por exemplo, escapa de ter de fazer perguntas feitas pelo diretor de jornalismo da emissora, nem o Bonner... Outro fato semelhante virou piada viral no Roda Viva desta semana, em que Augusto Nunes, moderador do programa, passou pergunta capciosa para uma jornalista da Veja fazer, e ela fez... E ainda foi ironizada pelo escritor cubano que estava sendo entrevistado...
Nada diferente do que fala Hildegard Angel no vídeo abaixo.

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quarta-feira, 22 de julho de 2015

Somos todos loucos, menos eu...

Richard Jakubaszko
Se o título deste post afirma, mas não informa nada, a verdade é essa mesma:

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segunda-feira, 20 de julho de 2015

A Operação Lava-Jato, a defesa nacional, a contra-informação e a espionagem.

Mauro Santayana *

Em suas críticas ao tamanho do Estado e na defesa da privatização a qualquer preço, os neoliberais tupiniquins se esforçam por defender a tese de que o poder de algumas das maiores nações do mundo “ocidental”, os EUA à frente, teria como único, principal esteio, o capitalismo, a livre iniciativa e o livre mercado, e defendem, sempre que podem, alegando a existência de “cabides de emprego”, e o grande número de ministérios, a diminuição do setor público no Brasil.

A informação, divulgada na semana passada, de que, com três milhões e duzentos mil funcionários, o Departamento de Defesa dos EUA é o maior empregador do mundo, tendo em sua folha de pagamento, sozinho, mais colaboradores que o governo brasileiro, com todos seus 39 ministérios, mostra como essa gente tem sido pateticamente enganada, e corrobora o fato de que a tese do enxugamento do estado, tão cantada em prosa e verso por certos meios de comunicação nacionais, não é mais, do ponto de vista da estratégia das nações, do que uma fantasia que beira a embromação.

Dificilmente vai se encontrar uma nação forte, hoje – como, aliás, quase sempre ocorreu na história – que não possua também um estado poderoso, decidida e vigorosamente presente em setores estratégicos, na economia, e na prestação de serviços à população.

Enquanto em nosso país, o número total de empregados da União, estados e municípios, somados, é de 1,5% da população, na Itália ele passa de 5%, na Alemanha, proporcionalmente, de 80% a mais do que no Brasil, nos EUA, de 47% a mais e na França, também um dos países mais desenvolvidos do mundo, de 24% da população ativa, o que equivale a dizer que praticamente um a cada quatro franceses trabalha para o Setor Público.

Esses dados derrubam também a tese, tão difundida na internet, de que no Brasil se recebe pouco em serviços, comparativamente aos impostos que se  pagam. Por aqui muitos gostariam de viver como na Europa e nos Estados Unidos, mas ninguém se pergunta quantos funcionários públicos como médicos, professores, advogados, técnicos, cientistas, possuem a mais do que o estado brasileiro, os governos dos países mais desenvolvidos do mundo, para prestar esse tipo de serviços à população.

E isso, sem ter que ouvir uma saraivada de críticas a cada vez que lança um concurso, e sem ter que enfrentar campanhas quase que permanentes de defesa da precarização do trabalho e da terceirização.

Aos três milhões e duzentos mil funcionários, cerca de 1% da população norte-americana, fichados apenas no Departamento de Defesa, é preciso agregar, no esforço de fortalecimento nacional dos Estados Unidos, centenas de universidades públicas e privadas, e grandes empresas, estas, sim, privadas, ou com pequena participação estatal, que executam os principais projetos estratégicos de um país que tem o dobro da relação dívida pública/PIB do Brasil e não parece estar, historicamente, preocupado com isso.

Companhias que, quando estão correndo risco de quebra, como ocorreu na crise de 2008, recebem dezenas de bilhões de dólares e novos contratos do governo, e que possuem legalmente, em sua folha de pagamento, “lobistas”, que defendem seus interesses junto à Casa Branca e ao Congresso, que, se estivessem no Brasil, já teriam sido, neste momento, provavelmente presos como “operadores”, por mera suspeição, mesmo sem a apresentação de provas concretas.

Da estratégia de fortalecimento nacional dos principais países do mundo, principalmente os ocidentais, faz parte a tática de enfraquecimento e desestruturação do Estado em países, que, como o Brasil, eles estão determinados a continuar mantendo total ou parcialmente sob seu controle.
Como mostra o tamanho do setor público na Alemanha, na França, nos Estados Unidos, por lá se sabe que, quanto mais poderoso for o Estado em um potencial concorrente, mais forte e preparado estará esse país para disputar um lugar ao sol com as nações mais importantes em um mundo cada vez mais complexo e competitivo.

Daí porque a profusão de organizações, fundações, “conferencistas”, “analistas” “comentaristas”, direta e indiretamente pagos pelos EUA, muitos deles ligados a braços do próprio Departamento de Defesa, como a CIA, e a aliança entre esses “conferencistas”, “analistas”, “filósofos”, “especialistas”, principescos sociólogos – vide o livro Quem pagou a conta? A CIA na Guerra Fria da Cultura, da jornalista inglesa Frances Stonor Saunders – etc., com a imprensa conservadora de muitos países do mundo, e mais especialmente da América Latina, na monolítica e apaixonada defesa do “estado mínimo”, praticada como recurso para o discurso político, mas também por pilantras a serviço de interesses externos, e por ignorantes e inocentes úteis.

Em matéria de capa para a revista Rolling Stone, no final da década de 1970, Carl Bernstein, o famoso repórter do Washington Post, responsável pela divulgação e cobertura do Caso Watergate, que derrubou o Presidente Richard Nixon, mostrou, apresentando os principais nomes, como centenas de jornalistas norte-americanos foram recrutados pela CIA, durante anos, a fim de agir no exterior como espiões, na coleta de informações, ou para produzir e publicar matérias de interesse do governo dos Estados Unidos.

Muitos deles estavam ligados a grandes companhias, jornais e agências internacionais, como a Time Life, a CBS, a NBC, a UPI, a Reuters, a Associated Press, a Hearst Newspapers, e a publicações como o New York Times, a Newsweek e o Miami Herald, marcas que em muitos casos estão presentes diretamente no Brasil, por meio de tv a cabo, ou têm seu conteúdo amplamente reproduzido, quando não incensado e reverenciado, por alguns dos maiores grupos de comunicação nacionais.

Assim como a CIA influenciou e continua influenciando a imprensa norte-americana dentro e fora do território dos Estados Unidos, ela, como outras organizações oficiais e para-oficiais norte-americanas, também treina, orienta e subsidiam centenas de veículos, universidades, estudantes, repórteres, em todo o mundo, em um programa que vem desde antes da Guerra Fria, e que nunca foi oficialmente interrompido.

O próprio Departamento de Defesa, o Departamento de Estado, a Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional, USAID, o Fundo Nacional para a Democracia, NED, o Conselho Superior de Radiodifusão, BBG, e o Instituto dos EUA para a Paz, USIP, bancam atividades de “desenvolvimento de meios” em mais de 70 países, em programas que mantêm centenas de fundações, ONGs estrangeiras, jornalistas, meios de informação, institutos de “melhoramento” profissional, e escolas de jornalismo, com um investimento anual que pode chegar a bilhões de dólares.

Além deles, são usados, pelo Departamento de Estado, o Bureau de Assuntos Educacionais e Culturais, (Bureau of Educational and Cultural Affairs, BECA), o Bureau de Inteligência e Investigação, (Bureau of Intelligence and Research, INR) e o Bureau de Democracia, Direitos Humanos e Trabalho (Bureau of Democracy, Human Rights, and Labor, DRL), que apenas no ano de 2006 organizou, na Bolívia, por exemplo, 15 diferentes “oficinas” sobre “liberdade de imprensa e expressão”, além do Escritório de Diplomacia e Assuntos Públicos (Office of Public Diplomacy and Public Affaires, OPDPA).

“O que nós estamos ensinando – explica Paul Koscak, porta-voz da USAID – é a mecânica do jornalismo, na imprensa escrita, no rádio ou na televisão. Como fazer uma história, como escrever de forma equilibrada … tudo o que se espera de um verdadeiro profissional de imprensa.”

Isabel MacDonald, diretora de comunicação da Fairness And Accuracy in Reporting (FAIR) – Imparcialidade e Transparência na Informação – um observatório de meios de comunicação de Nova Iorque sem fins lucrativos, não tem, no entanto, a mesma opinião.
Para ela, “esse tipo de operação do governo norte-americano, a despeito de sua alegada defesa das normas da objetividade, trabalha, na verdade, contra a democracia, apoiando a dissensão sufocante, e divulgando informações deliberadamente falsas que são úteis para os objetivos da política exterior dos Estados Unidos.’

Um exemplo clássico desse tipo de resultado, quanto aos objetivos norte-americanos, foi o envolvimento de Washington, denunciado pela comissão legislativa Church-Pike, no Congresso dos EUA, com o financiamento a jornais de oposição na América Latina, como o grupo “El Mercúrio” do Chile, por exemplo, na conspiração que levou ao golpe militar contra o presidente eleito de orientação nacionalista Salvador Allende, em 1973.

Em abril de 2015, a Associação dos Jornalistas Chilenos decidiu expulsar de seus quadros o dono do Grupo El Mercúrio, Agustín Edwards Eastman, de 87 anos, por violação do código de ética, depois que documentos oficiais revelados nos Estados Unidos mostraram, em 2014, que ele havia recebido dinheiro da CIA para publicar informações falsas contra o governo chileno.

A diferença entre os Estados Unidos, que se dizem “liberais” e “privatistas”, e na verdade não o são, e o Brasil, que cede a todo tipo de pressão, na tentativa de provar, todos os dias, que não é comunista nem estatizante, é que, mesmo quando envolvidas com corrupção – considerada uma espécie de “dano colateral” que deve ser “contornado” e “absorvido”, no contexto do objetivo maior, de permanente fortalecimento do complexo-industrial militar dos EUA – a existência das principais empresas de defesa norte-americanas nunca é colocada em risco.

Apenas como exemplo, a Lockheed Martin, uma das principais companhias de aviação e de defesa dos EUA, pagou, como lembrou André Motta Araújo no Jornal GGN outro dia, entre as décadas de 1950 e 1970, mais de 300 milhões de dólares, ou 3.7 bilhões de dólares em dinheiro de hoje, de propina para autoridades estrangeiras, entre elas – para quem acha que isso só acontece em países “subdesenvolvidos” – o então Ministro da Defesa da Alemanha Ocidental, Franz Joseph Strauss, os ministros Luigi Gul, e Maria Tanassi, o Primeiro-Ministro Mariano Rumor e o Presidente da República Italiana, Giovanni Leone, o general Minoru Genda e o Primeiro-Ministro japonês Kakuei Tanaka, e até o príncipe Bernhard, marido da Rainha Juliana, da Holanda.

E alguém acha que a Lockheed foi destruída por isso ? Como também informa Motta Araújo, seus principais dirigentes renunciaram alguns anos depois, e o governo norte-americano, no lugar de multar a empresa, lhe fez generoso empréstimo para que ela fizesse frente, em melhores condições, aos eventuais efeitos do escândalo sobre os seus negócios.
A Lockheed, conclui André Motta Araújo em seu texto, vale hoje 68 bilhões de dólares, e continua trabalhando normalmente, atendendo a enormes contratos, com o poderoso setor de defesa norte-americano.

Enquanto isso, no Brasil, os dirigentes de nossas principais empresas nacionais de defesa, constituídas, nesses termos, segundo a Estratégia Nacional de Defesa, em 2006, para, com sede no Brasil e capital votante majoritariamente nacional, fazer frente à crescente, quase total desnacionalização da indústria bélica, e gerir alguns dos mais importantes programas militares da história nacional, que incluem novos mísseis ar-ar, satélites e submarinos, entre eles nosso primeiro submersível atômico, encontram-se, quase todos, na cadeia.

O Grupo Odebrecht, o Grupo Andrade Gutierrez, o OAS e o Queiroz Galvão têm, todos, relevante participação na indústria bélica e são os mais importantes agentes empresariais brasileiros da Estratégia Nacional de Defesa. Essas empresas entraram para o setor há alguns anos, não por ter algum privilégio no governo, mas simplesmente porque se encontravam, assim como a Mendes Júnior, entre os maiores grupos de engenharia do Brasil, ao qual têm prestado relevantes serviços, desde a época do regime militar e até mesmo antes, não apenas para a União, mas também para estados e municípios, muitos deles governados pela oposição, a quem também doaram e doam recursos para campanhas políticas de partidos e candidatos.

Responsáveis por dezenas de milhares de empregos no Brasil e no exterior, muitos desses grupos já estão enfrentando, depois do início da Operação Lava-Jato, gravíssimos problemas de mercado, tendo tido, para gáudio de seus concorrentes externos, suas notas rebaixadas por agências internacionais de crédito.

Projetos gigantescos, tocados por essas empresas no exterior, sem financiamento do BNDES, mas com financiamento de bancos internacionais que sempre confiaram nelas, como o gasoduto do Peru, por exemplo, de quase 5 bilhões de dólares, ou a linha 2 do metrô do Panamá, que poderiam gerar centenas de milhões de dólares em exportação de produtos e serviços pelo Brasil, correm risco de ser suspensos, sem falar nas numerosas obras que estão sendo tocadas dentro do país.

Prisões provocadas, em alguns casos, por declarações de bandidos, que podem ser tão mentirosas quanto interesseiras ou manipuladas, que por sua vez, são usadas para justificar o uso do Domínio do Fato – cuja utilização como é feita no Brasil já foi criticada jurídica e moralmente pelo seu criador, o jurista alemão Claus Roxin – às quais se somam a mera multiplicação aritmética de supostos desvios, pelo número de contratos, sem nenhuma investigação, caso a caso, que os comprove, inequivocamente, e por suposições subjetivas, pseudo-premonitórias, a propósito da possível participação dessas empresas em um pacote de concessão de projetos de infraestrutura que ainda está sendo planejado e não começou, de fato, sequer a ser oficialmente estruturado.

O caso Lockheed, o caso Siemens, e mais recentemente, o do HSBC, em que o governo suíço multou esse banco com uma quantia mínima frente à proporção do escândalo que o envolve, nos mostram que a aplicação da justiça, lá fora, não se faz a ferro e fogo, e que ela exige bom senso para não errar na dose, matando o paciente junto com a doença.
Mais uma vez, é necessário lembrar, é preciso combater a corrupção, mas sem arrebentar com a Nação, e com alguns dos principais pilares que sustentam nossa estratégia de desenvolvimento nacional e de projeção nos mercados internacionais.

No futuro, quando se observar a história do Brasil deste período, ao tremendo prejuízo econômico gerado por determinados aspectos da Operação Lava-Jato,  muitíssimo maior que o dinheiro efetivamente, comprovadamente, desviado da Petrobras até agora, terá de ser somado incalculável prejuízo estratégico para a defesa do país e para a nossa indústria bélica, que, assim como a indústria naval, se encontrava a duras penas em processo de soerguimento, depois de décadas de estagnação e descalabro.

No Exército, na Marinha, na Força Aérea, muitos oficiais – principalmente aqueles ligados a projetos que estão em andamento, na área de blindados, fuzis de assalto, aviação, radares, navios, satélites, caças, mísseis, submarinos, com bilhões de reais investidos – já se perguntam o que irá acontecer com a Estratégia Nacional de Defesa, caso as empresas que representam o Brasil nas joint-ventures empresariais e tecnológicas existentes vierem a quebrar ou a deixar de existir.

Vamos fazer uma estatal para a fabricação de armamento, que herde suas participações, hipótese que certamente seria destroçada por violenta campanha antinacional, levada a cabo pelos privatistas e entreguistas de sempre, com o apoio da imprensa estrangeira e de seus simpatizantes locais, com a desculpa de que não se pode “inchar” ainda mais um estado que na verdade está sub-dimensionado para as necessidades e os desafios brasileiros?

Ou vamos simplesmente entregar essas empresas, de mão beijada, aos sócios estrangeiros, com a justificativa de que os projetos não podem ser interrompidos, perdendo o controle e o direito de decidir sobre nossos programas de defesa, em mais um capítulo de vergonhoso recuo e criminosa capitulação?

Com a palavra, o STF, o Ministério da Defesa, e a consciência da Nação, incluindo a dos patriotas que militam, discreta e judiciosamente, de forma serena, honrosa e equilibrada, no Judiciário e no Ministério Público.

* Jornalista. Artigo originalmente publicado http://www.maurosantayana.com/2015/06/a-operacao-lava-jato-defesa-nacional.html  em 28/06/2015
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domingo, 19 de julho de 2015

Achei o médico ideal

Richard Jakubaszko
É de profissionais assim que o mundo tá precisando...
Um tal de Dr. Paulo Ubiratan, de Porto Alegre (RS), em entrevista a uma TV local, foi questionado sobre vários conselhos que sempre nos são dados.
Gaúcho franco e honesto, não teve papas na língua, e revelou suas opiniões por inteiro.

Veja abaixo um resumo desta entrevista:
Pergunta: Exercícios cardiovasculares prolongam a vida, é verdade?
Resposta: O seu coração foi feito para bater por uma quantidade de vezes e só... não desperdice essas batidas em exercícios. Tudo se desgasta eventualmente. Acelerar seu coração não vai fazer você viver mais: isso é como dizer que você pode prolongar a vida do seu carro dirigindo mais depressa. Quer viver mais? Tire uma soneca!
P: Devo cortar a carne vermelha e comer mais frutas e vegetais?
R: Você precisa entender a logística da eficiência... .O que a vaca come? Feno e milho. O que é isso? Vegetal. Então, um bife nada mais é do que um mecanismo eficiente de colocar vegetais no seu sistema. Precisa de grãos? Coma frango.
P: Devo reduzir o consumo de álcool?
R: De jeito nenhum. Vinho é feito de fruta. Brandy é um vinho destilado, o que significa que eles tiram a água da fruta de modo que vc tire maior proveito dela.
Cerveja também é feita de grãos. Pode entornar!
P: Quais são as vantagens de um programa regular de exercícios?
R: Minha filosofia é: Se não tem dor... tá bom!
P: Frituras são prejudiciais?
R: VOCÊ NÃO ESTÁ ME ESCUTANDO?... Hoje em dia a comida é frita em óleo vegetal. Na verdade, ficam impregnadas de óleo vegetal. Como pode mais vegetal ser prejudicial para você?
P: Flexões ajudam a reduzir a gordura?
R: Absolutamente não! Exercitar um músculo faz apenas com que ele aumente de tamanho. 
P: Chocolate faz mal? 
R: Tá maluco? Cacau! É outro vegetal! É uma comida boa pra se ficar feliz!
E lembre-se: a vida não deve ser uma viagem para o túmulo, com a intenção de chegar lá são e salvo, com um corpo atraente e bem preservado (boa!).

Melhor enfiar o pé na jaca = Cerveja em uma mão, tira gosto na outra, muito sexo e um corpo completamente gasto, totalmente usado, gritando: VALEU !!! QUE VIAGEM!

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PS.: SE CAMINHAR FOSSE SAUDÁVEL O CARTEIRO SERIA IMORTAL...!

BALEIA NADA O DIA INTEIRO, SÓ COME PEIXE, SÓ BEBE ÁGUA, E É GORDA!

LEMBRANDO: 
COELHO CORRE, PULA E VIVE 15 ANOS, TARTARUGA NÃO CORRE, NÃO FAZ NADA, E VIVE 450 ANOS!

"Se você não encontrar sua metade da laranja, não desanime, procure sua metade do limão, adicione açúcar, pinga e gelo e vá ser feliz!"

Enviado pelo amigo Hélio Casale, engenheiro agrônomo, esalqueano, e cafeicultor.
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sexta-feira, 17 de julho de 2015

O olhar do estrupício II

Richard Jakubaszko
Corria o ano de 2014, época de eleições presidenciais, eu estava andando na passarela suspensa que atravessa serpenteando a praça das Bandeiras, no centro de São Paulo. Embaixo, dezenas de ônibus e muita gente em fila aguardando o busão da sua linha. Em cima, muita gente indo prá lá e adiante, ninguém dava bola aos passantes, aos raros camelôs, e nem aos desamparados sem teto, esparramados como lixo pelos bancos de concreto.

Um deles me chamou a atenção, 5 metros à minha frente, pois falava ao celular. Achei estranho, afinal, como é que um sem teto arruma dinheiro para ter um celular? Ele falava relativamente alto, incisivo, quase autoritário, e gesticulava com o braço livre, mas em gestos coerentes com suas próprias falas. Quando estava me aproximando, ouvi:

- Diga ao Mantega que ele está cometendo um enorme equívoco. Isso, diz prá ele que foi eu que falei...

Dois passos depois, e já estava quase ao lado do sem teto, quando ele deu meia volta para o outro lado, ia e vinha, como se estivesse numa sala. Continuava a falar:

- Com esse tipo de decisão a inflação vai explodir, o Mantega não pode tomar decisões assim, isso é contra o povo...

Olhei melhor e me dei conta de que ele não falava ao celular. Estava com uma fita de vídeo K7, preta, que segurava encostada na orelha, e falava para quem ouvisse:

- Acho que é melhor alguém reportar esse assunto para a presidente Dilma, caso contrário ela nem consegue se reeleger...

Não sei de onde veio aquele sem teto, ou se ele tem como leituras muitos jornais pendurados nas bancas de jornais, mas que foi engraçada e exótica a cena, inegavelmente foi, por conta do inusitado drama da situação do sujeito. Já caiu no mais baixo degrau da sociedade humana, mas continua querendo aparentar que é alguém importante.

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