segunda-feira, 5 de março de 2012

O êxito do Brasil e os perigos da hora

por Mauro Santayana, em Carta Maior
Em um de seus inquietantes paradoxos, Chesterton compara dois grandes santos da Igreja, para mostrar que o temperamento antagônico de ambos conduzia a um resultado comum. “São Francisco – dizia o autor de Ortodoxia – era a montanha, e São Domingos de Gusmão, o vale, mas, o que é o vale, senão a montanha ao contrário?”

Em termos lógicos, e nisso o pensador católico foi mestre, o côncavo e o convexo se completam, como as duas partes de uma esfera oca. Seguindo o mesmo raciocínio, a ascensão e a queda, das pessoas, das empresas e – com mais propriedade – das nações, são duas categorias que se integram, no todo histórico. É preciso administrar a ascensão pensando na queda e ver, na queda, a oportunidade de repensar os métodos a fim de recuperar a ascensão.

Tudo indica que o Brasil se encontra em ascensão, mas é preciso ver esse momento com as necessárias cautelas. O mundo passa por um desses espasmos históricos bem conhecidos no passado. A Europa está atônita, daí a sua tentativa de, na demonização dos paises muçulmanos, de cujo petróleo depende, criar um inimigo externo que una os seus países, historicamente adversários. Mas, ainda assim, a crise econômica promovida pela licença de caça que seus governos deram aos bancos, continua a dividi-los.

Ainda que 25 países tenham concordado com a política de arrocho fiscal determinada pela Alemanha, com o apoio da França, a Inglaterra e a Tchecoslováquia negaram sua assinatura. Os países que engoliram a pílula, começam a cuspi-la de volta, conforme a reação de Rajoy, da Espanha, solicitando flexibilidade na adoção das medidas recessivas, qualquer sinal de solidariedade do grupo. O primeiro ministro anunciou em Bruxelas que só pode prometer a redução do déficit público a 5,8 do PIB. E já surgem divergências entre a Alemanha e o Banco Central Europeu.

A Segunda Guerra Mundial foi um excelente negócio para os Estados Unidos, que dela emergiram como a grande potência hegemônica. Agora, no entanto, alguns dos paises que dela participaram e que contribuíram para a vitória com sangue, começam a sair do círculo de giz, e a constituir uma nova realidade planetária. Muitos desses países, como a Índia e a China, foram impiedosamente colonizados pela Europa, até meados do século 20. O Brasil, a Rússia, a Índia, a China e a África do Sul constituem novo pólo de poder, que está atraindo outras nações africanas e asiáticas.

Não se trata, ainda, de uma aliança política. São países bem diferentes, com visões de mundo claramente distintas, mas conscientes de que, se souberem interagir de forma pragmática – no respeito mútuo aos mandamentos de autodeterminação – serão capazes de se defenderem dos projetos de novo domínio anglo-saxão sobre a humanidade.

Durante a Guerra Fria, o pretexto para a intervenção dos Estados Unidos e da Grã Bretanha nos países periféricos era o do combate ao comunismo. Qualquer ação desses países, em sua política interna, que significasse a adoção de medidas de desenvolvimento autônomo, como a reforma agrária, a encampação de empresas estrangeiras que ofereciam serviço público de péssima qualidade, e relações comerciais com os paises socialistas, significava uma traição ao sistema ocidental, “democrático” e “cristão”. Assim, os princípios de autodeterminação dos povos e de não intervenção nos assuntos internos dos Estados foram abandonados, embora a retórica das Nações Unidas continuasse a proclamá-los.
Sendo assim, a América Latina – considerado território de caça de Washington – foi invadida por tropas americanas ou por mercenários armados pelos Estados Unidos diversas vezes, isso sem falar na ação ostensiva e clandestina de seus agentes, na preparação dos golpes militares violentos, como ocorreu no Brasil, no Chile, na Argentina, entre outros países.

O Brasil vem sendo elogiado pelos seus êxitos na criação de um grande mercado interno, como resultado da política social e do incentivo às atividades econômicas de Lula e Dilma. Ao mesmo tempo, a partir de 1985, conseguimos manter o sistema democrático, com a realização das eleições conforme o calendário, e a alternância no governo de partidos e de pessoas. É uma hora carregada de perigos. Os Estados Unidos, que se encontram em crise, podem cair na velha sedução de usar dos recursos de que ainda dispõem, a fim de cortar o nosso caminho, como fizeram em 1954, no governo Vargas, e em 1964, com Jango. Não podemos permitir que a luta partidária, legítima e necessária, se deixe influir pelos interesses externos.

Sendo assim, o manifesto dos militares contra o governo tem o efeito danoso de estimular os nossos adversários externos, que nele começam a ver o retorno aos confrontos entre civis e militares do passado, dos quais eles souberam aproveitar-se. O documento já está sendo usado em São Paulo contra a candidatura do PT.

Qualquer movimento que nos divida, como brasileiros, diante das ameaças estrangeiras, deve ser repudiado pelo nosso sentimento de pátria, comum aos civis e militares.
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domingo, 4 de março de 2012

Asteroide em rota de colisão com a Terra

Gerson Machado
No dia 3 de março de 2012 a RT.com publicou um artigo sobre o asteroide 2012DA14 que havia sido descoberto poucos dias antes, agora em fevereiro de 2012, por um grupo de astrônomos espanhóis (ver em http://rt.com/news/paint-asteroid-earth-nasa-767/ )

Embora o site da NASA 2012DA14 Earth Impact Risk Summary mostre algum risco somente a partir do ano de 2020 ( http://neo.jpl.nasa.gov/risk/2012da14.html ), uma simulação feita pelo Jet Propulsion Laboratory JPL, usando os dados disponíveis nos últimos 10 dias, mostra que o asteroide 2012DA14 poderá passar muito próximo da terra (menos de 27.000 km), aumentando temores de uma possível colisão (ver em http://ssd.jpl.nasa.gov/sbdb.cgi?sstr=2012+DA14;orb=1 com a simulação até a data de meados de fevereiro de 2013).

A construção de uma nave espacial para destruir ou desviar da rota o 2012DA14 levaria no mínimo dois anos. Se o asteroide inteiro fosse colidir com o planeta, o impacto seria potencialmente tão grande quanto o da explosão de Tunguska, na Rússia, que em 1908 derrubou árvores em uma área total de 2.150 km² (830 milhas quadradas), na Sibéria, que é quase o tamanho de Luxemburgo. No momento ainda não se sabe o destino exato do asteroide.

O possível impacto do asteroide de Tunguska está descrito em http://www.permanent.com/a-impact.htm e para quem quiser ler mais sobre as teorias ligadas ao impacto de cometas e asteroides veja o paper:
http://www.aero.org/conferences/planetarydefense/2007papers/P4-3--Marusek-Paper.pdf

Se o asteroide vier a colidir com a Terra certifique-se de que você vai estar no lado oposto ao que ele cair...


COMENTÁRIO DO BLOGUEIRO:
Se o 2012DA14 colidir com a Terra talvez resolva parcialmente o problema da superpopulação, desde que caia em área densamente povoada, é claro.
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sexta-feira, 2 de março de 2012

Serra diz que nome do país é Estados Unidos do Brasil


Richard Jakubaszko
Mais uma bola fora, autêntica gafe do eterno candidato tucano...

Agência O Globo Por O Globo (opais@oglobo.com.br) | Agência O Globo

RIO - Pré-candidato do PSDB à prefeitura de São Paulo, o ex-governador José Serra cometeu (mais uma...) uma gafe ao participar do "Jornal da Band" na noite de quinta-feira (01). Ao responder um questionamento do apresentador Boris Casoy sobre a possibilidade de a crise econômica na Europa chegar ao país, o tucano disse que o nome completo do Brasil é Estados Unidos do Brasil, quando, na verdade, o país se chama República Federativa do Brasil desde 1967. Assista ao vídeo.

- Eles (a Europa) criaram uma moeda única na Europa sem que houvesse um país. O Brasil se chama Estados Unidos do Brasil. Os Estados Unidos se chamam Estados Unidos da América - respondia Serra, quando foi imediatamente corrigido por Boris Casoy:

- Não, o Brasil não se chama Estados Unidos do Brasil.

- Mudou? - questionou Serra.

- Se chama República Federativa do Brasil - completou o apresentador.

O tucano, então, emendou:

- O que é parecido. É federação....

Serra já foi candidato à Presidência em duas ocasiões: em 2002, quando perdeu para Luiz Inácio Lula da Silva, e em 2010, quando foi derrotado pela presidente Dilma Rousseff.

Comentário do blogueiro:
Nem precisa tentar denunciar ou desmoralizar o candidato, ele faz isso muito bem, e sozinho...
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quinta-feira, 1 de março de 2012

Morre Lúcio Dalla (1943-2012)

Richard Jakubaszko
Morreu hoje na Suíça, o genial compositor e cantor italiano Lúcio Dalla, aos 68 anos de idade, de um enfarte fulminante.
Sua genialidade está abaixo, na mais famosa composição de suas criações, Caruso (1986), em homenagem a outro italiano de enorme talento, Enrico Caruso:

Balanço de Pagamentos - Brasil - BCB

Richard Jakubaszko
No quadro abaixo há uma comparação do comportamento da nossa Balança de Pagamentos, considerando os governos de FHC e Lula, e o resultado do primeiro ano de Dilma. Analisando o quadro a gente vê quem é que herdou a tal da herança maldita...

Balanço de Pagamentos – Fonte BCB
Base: Janeiro de 1995 até Dezembro de 2011
Quadro Demonstrativo VII – Resumo do Balanço de Pagamentos
Período de Janeiro de 1995 até dezembro de 2011 - Fonte de Consulta BCB – Base US$ bilhões.
Itens
1995/2002
% PIB
2003/2010
% PIB
2011
% PIB
Saldo Comercial
(8,4)
(0,15)
259,7
2,62
29,8
1,23
Média/Ano
(1,1)
(0,15)
32,5
2,62
29,8
1,23
Saldo de Serviços e Rendas
(195,0)
(3,47)
(341,2)
(3,45)
(85,2)
(3,52)
Média/Ano
(24,4)
(3,47)
(42,6)
(3,45)
(85,2)
(3,52)
Transferências Unilaterais
16,5
0,29
28,4
0,29
2,8
0,12
Saldo de Transações Correntes
(186,9)
(3,33)
(53,1)
(0,54)
(52,6)
(2,18)
Média/Ano
(23,4)
(3,33)
(6,6)
(0,54)
(52,6)
(2,18)
Conta de Capital e Financeira
190,3
3,39
294,5
2,98
111,8
4,62
Média/Ano
23,8
3,39
36,8
2,98
111,8
4,62
Erros e Omissões
(4,1)
(0,07)
(9,6)
(0,10)
(0,6)
(0,02)
Saldo do Balanço de Pagamentos
(0,7)
(0,01)
231,8
2,34
58,6
2,42
Média/Ano
(0,09)
(0,01)
29,0
2,34
58,6
2,42
Notas: PIB - 1995//2002 (US$ 5.615,9 bilhões) – 2003/2010 (US$ 9.894,0 bilhões) –
2011 - Previsão (US$ 2.416,6 bilhões).

Saldo da Balança Comercial 
Série história de nossa balança comercial com base na média/ano foi como segue: Governo FHC (1995/2002) – déficit de  US$ 1,1 bilhão = -0,15% do PIB; Governo Lula (2003/2010) – superávit de US$ 32,5 bilhões = 2,62% do PIB; Governo Dilma (2011) – superávit de US$ 29,8 bilhões = 1,23% do PIB. 
Saldo de Serviços e Rendas
Série história de nossa balança de serviços e rendas com base na média/ano foi como segue: Governo FHC (1995/2002) – déficit de US$ 24,4 bilhões = -3,47% do PIB; Governo Lula (2003/2010) – déficit de US$ 42,6 bilhões = -3,45% do PIB; Governo Dilma (2011) – déficit de US$ 85,2 bilhões = -3,52% do PIB. 
Saldo de Transações Correntes
Série história do saldo das transações correntes com base na média/ano foi como segue: Governo FHC (1995/2002) – déficit de US$ 23,4 bilhões = -3,33% do PIB; Governo Lula (2003/2010) – déficit de US$ 6,6 bilhões = -0,54% do PIB; Governo Dilma (2011) – déficit de US$ 52,6 bilhões = -2,18% do PIB. 
Saldo da Conta de Capital e Financeira 
Série história do saldo da conta de capital e financeira com base na média/ano foi como segue: Governo FHC (1995/2002) – superávit de US$ 23,8 bilhões = 3,39% do PIB; Governo Lula (2003/2010) – superávit de US$ 36,8 bilhões = 2,98% do PIB; Governo Dilma (2011) – superávit de US$ 111,8 bilhões = 4,62% do PIB. 
Saldo do Balanço de Pagamentos
Série história do saldo do balanço de pagamentos com base na média/ano foi como segue: Governo FHC (1995/2002) – déficit de US$ 0,09 bilhão = -0,01% do PIB; Governo Lula (2003/2010) – superávit de US$ 29,0 bilhões = 2,34% do PIB; Governo Dilma (2011) – superávit de US$ 58,6 bilhões = 2,42% do PIB. 
 Arquivos oficiais do governo estão disponíveis aos leitores.
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quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Arena Corinthians

Richard Jakubaszko
Arena Corinthians é o nome sugerido do novo estádio do Coringão, escolhido por 49,6% dos internautas (403) corinthianos que visitaram este blog nos últimos 25 dias. Os demais 14 mil visitantes deste mesmo período não são corinthianos... Por apenas 1 voto o nome Arena Corinthians deixou de alcançar exatamente a metade do total das opiniões dos internautas. Em 2º lugar, porém com apenas 23% dos votos, ficou o já conhecido Itaquerão.
Detalhes da votação podem ser vistos na aba lateral.

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Fotos, da natureza exuberante.

Richard Jakubaszko
Lindíssimas fotos da natureza, de várias partes do mundo. Retirei de um desses power points que surfam erráticos pela internet, enchendo nossas caixas postais. Desse gostei muito, tanto que arquivei, mas nem sei mais quem mandou, portanto, só agradeço.

sábado, 25 de fevereiro de 2012

Fumo, modismo politicamente correto.

Richard Jakubaszko
São impressionantes e avassaladores os modismos no mundo contemporâneo, alguns deles medíocres ou infantis. Brotam do nada, são adotados pela mídia e entram no dia a dia das pessoas. Viram lugar comum, sem que as pessoas percebam. É o princípio do pensamento único. O fumo é um desses modismos, como se fosse o maior dos males que nos afligem... 
Todo dia, após o almoço, pito um palheiro na calçada, algumas pessoas chegam até mim e ameaçam, o "cigarro faz mal, pode matar". 
Respondo que é "fumo orgânico"... Alguns chegam a comentar que "é, esse faz menos mal que o outro"...
Houve tempos em que fumar um cachimbo ou um charuto era símbolo de intelectualidade ou de status social. Houve épocas em que fumar era "chique no úrtimo", bonito e charmoso. Todo artista de cinema fumava na telona, hoje só os bandidos e de mau caráter pitam...
Gosto que me enrosco de um palheiro, também chamado de lambido...


quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Fotos: a arte nas ruas

Richard Jakubaszko
Um show de arte nas ruas, com criatividade e simplicidade, e muito talento mundo afora, de vários artistas, grafiteiros e fotógrafos.
Vale a pena ver, no site tem centenas de fotos: http://www.streetartutopia.com/



terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

Ferrari lança moto

Richard Jakubaszko
A Ferrari está lançando uma moto. Abaixo as fotos. É lindíssima, parece apenas de "passeio", e não de competição, mas com design esportivo, aerodinâmico, e se tiver a "mecânica" dos carros é um tremendo torpedo.
Precisa mais comentário? Sim, deve custar uma banana de dinheiro...
Ah! Clique na foto para ampliar, e cuidado para não babar...