quinta-feira, 11 de julho de 2013

Espiados e indignados

Jânio de Freitas *
Vamos fingir que nos sentimos surpresos e indignados. Vamos à ONU com um protesto contra a espionagem com que o governo dos Estados Unidos invadiu mensagens eletrônicas no Brasil. Vamos cobrar do governo americano explicações sobre a central de espionagem instalada em Brasília pelo combinado CIA-NSA.

Faz parte da boa educação cívica mostrar-se surpreso e indignado. Tal como os franceses do presidente François Hollande, pouco antes de ele se sujeitar aos EUA e proibir o sobrevoo da França pelo avião em que supunham estar Edward Snowden, o revelador das espionagens americanas naquele, no nosso e em numerosos outros países.

Cumprido o ritual da surpresa e da indignação, podemos reconhecer que estamos entre os países de maior hospitalidade, senão a maior de todas, a agentes de informação, de subversão antidemocrática e de espionagem dos EUA. Qualidade nacional de que há provas sem conta. Mas, para ficar só em exemplos poucos e notórios, lembremos que o golpe de 1964 foi articulado em três frentes --a militar, a empresarial e a política.

A primeira foi montada pelo adido militar da embaixada dos EUA, general Vernon Walters, especialista em golpes mandado ao Brasil para mais um.

A segunda foi executada pelo próprio embaixador Lincoln Gordon, junto ao grande empresariado e a meios de comunicação. E a terceira ficou a cargo de uma entidade da CIA chamada Ibad, montada e dirigida por um tal Ivan Hasslocher, deslocado para a Suíça logo depois do golpe.

Antes disso, outro embaixador americano, Adolf Berle Jr., orientou, com sua equipe, uma conspiração militar para derrubada de Getúlio.

Repórteres americanos como John Gerassi e ex-agentes da CIA como Phillip Agee, entre muitos outros, publicaram artigos, reportagens e livros sobre a atividade de agentes na América Latina e, em particular, no Brasil. Foram muito pouco publicados aqui.

Não se esperariam atitudes, contra essa liberdade de invasão da CIA, por parte dos seus aliados-beneficiários brasileiros, fossem ainda conspiradores ou já governo. Mesmo os alvos da ação, porém, jamais usaram dos seus poderes legais para contê-la. Todo o governo Jango sabia das atividades de Gordon e de Walters. Em Pernambuco e em Goiás foram identificados agentes insuflando lavradores. O governo nada fez. Desde sempre consta da legislação brasileira que os militares são responsáveis pela soberania nacional. Nenhum dos seus chefes se moveu contra as violações praticadas pelos americanos.

Mais recentemente, a criação do Sivam (Sistema de Vigilância da Amazônia) foi entregue à Raytheon, empresa que presta serviços ao Departamento de Defesa (nome do departamento que superintende o planejamento e a execução dos ataques militares e invasões de países pelos EUA). A concorrência foi tão limpa, que a precedeu até a invasão dos escritórios da então Thomson no Rio, multinacional francesa que era a mais provável vencedora e teve todos os seus estudos e projetos roubados.

Declarada "vencedora" a Raytheon, Fernando Henrique telefonou ao presidente Bill Clinton para informá-lo a respeito. Depois explicaria o resultado e o telefonema: "O Clinton pediu pela Raytheon...".

Desde então, todos os dados sobre espaço aéreo, solo e subsolo da Amazônia são transmitidos, em rede e equipamentos criados pela Raytheon, para a central do Sivam. Se você quiser, pode acreditar que a transmissão termina aí.

Os espiões e agentes de americanos são íntimos nossos. Mas cumpramos o ritual de fingir-nos surpresos e indignados com a espionagem agora revelada.


* publicado na FSP, http://www1.folha.uol.com.br/colunas/janiodefreitas/2013/07/1308284-espiados-e-indignados.shtml
Jânio de Freitas, colunista e membro do Conselho Editorial da Folha, é um dos mais importantes jornalistas brasileiros. Analisa com perspicácia e ousadia as questões políticas e econômicas. Escreve na versão impressa do caderno "Poder" aos domingos, terças e quintas-feiras.
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quarta-feira, 10 de julho de 2013

Cachorra que seguia enterros ganha estátua em Avaré

José Maria Tomazela *
A cachorra que acompanhava velórios e seguia os enterros em Avaré, no sudoeste paulista, ganhou uma homenagem dos moradores da cidade, dois meses após sua morte. Neste sábado (6), em frente ao cemitério da cidade, foi inaugurada uma estátua da cachorra conhecida como ‘Branquinha’. Pelo menos 50 pessoas acompanharam a inauguração.

A autora da iniciativa, Castorina Rodrigues, presidente da Casa de Artesanato de Avaré, disse que o objetivo é lembrar um animal estimado por toda cidade. “A Branquinha era muito querida por todos e sua morte causou comoção. Ela merece ser lembrada.” A estátua, em tamanho natural, foi confeccionada pelo escultor Florisval Tegani. No pedestal, foi fixada uma placa com os dizeres: “Sou Branca, branquinha de alma e coração. Por muitas vezes acompanhei suas aflições. Hoje estou com os anjos em oração e para ser guardiã de todos que por aqui se encontrarão”.

A cachorra apareceu no portão do cemitério com vários ferimentos há oito anos e foi adotada pelos coveiros. Quando saíam os cortejos para sepultamento, ela ia à frente e permanecia ao lado do túmulo até o fechamento da sepultura. Ela teve câncer e, apesar de bem cuidada, morreu no dia 2 de maio.

A história de ‘Branquinha’ lembra a de outro cão famoso, Hachiko, da raça akita, do Japão. O dono do animal pegava o trem diariamente para dar aulas e o cão o esperava na praça da estação. O homem teve um ataque cardíaco e morreu na universidade – mesmo assim Hachiko continuou esperando por ele por quase dez anos. Em 1934, foi homenageado com uma estátua na mesma praça. O cão faleceu um ano depois, mas sua história virou o filme A Dog’s Story (Sempre ao seu Lado, no Brasil) estrelado por Richard Gere.

* José Maria Tomazela é correspondente do Estadão em Sorocaba, e cobre o interior desde maio de 1985. Em busca de notícias, já esteve em quase todos os 465 municípios de São Paulo.
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segunda-feira, 8 de julho de 2013

Café anticrise, na Agro DBO.

Richard Jakubaszko
Agro DBO 46 exibe na capa
linda foto, típica paisagem
rural das Minas Gerais,
autoria do barista Ensei Neto,
e que foi a escolhida do
Tostão, saudoso desse visual
bucólico que nos encanta.
Os destaques da edição de julho 2013 da Agro DBO estão na cafeicultura e na crítica situação dos desperdícios de alimentos.
No café, em matéria do jornalista Antônio Sérgio Souza, registramos que a atual safra, num ano de baixa produção devido à bienalidade, e que está acompanhada de preços empatando com os custos de produção, pode proporcionar, para alguns produtores, em períodos de crise, certa rentabilidade por conta de se produzir café de alta qualidade, que atenda ao consumo de nichos de mercado, que se prontificam a pagar um valor maior pela qualidade que recebem.

A família Delarisse é a entrevistada na matéria de capa, já ganhou a maioria dos prêmios de qualidade de café, e cujas lavouras foram implantadas em área de um vulcão extinto lá nas Minas Gerais.

Na abordagem sobre desperdícios de alimentos, uma reportagem do jornalista Ariosto de Mesquita traz análises e sugestões sobre o que se pode fazer para reduzir as perdas, especialmente nas lavouras, e ainda no armazenamento e transporte, pois muitas vezes essas perdas são sutis e quase invisíveis aos olhos dos atores envolvidos, mas se traduzem em grandes prejuízos individuais. Na sequência, temos um artigo da engenheira agrônoma e especialista em hortifrutis, Drª Anita Gutierrez, da Ceagesp de São Paulo, sobre as perdas de peso, qualidade e valor dos hortifrutigranjeiros, processo que normalmente se agrava após a saída da grande central atacadista. Em tema paralelo, a segurança alimentar, destaque para a entrevista com o novo representante da FAO no Brasil, o engenheiro agrônomo boliviano Alan Bojanic.

Com esta edição, Agro DBO completa seu primeiro ano de circulação mensal, como sucessora da revista DBO Agrotecnologia, lançada em 2004 e até então com periodicidade bimestral.

Ao longo das 11 edições publicadas desde agosto de 2012, Agro DBO seguiu e alargou o caminho aberto pela DBO Agrotecnologia como revista totalmente focada em agricultura. Renovada plástica e editorialmente, ganhou novos colunistas, reportagens, análises de mercado, além do acompanhamento dos principais assuntos de interesse para a agricultura.

As manifestações recebidas de novos e antigos leitores, divulgadas regularmente na seção Do Leitor, sugerem que estamos em bom rumo. Nosso objetivo é continuar avançando, com a agregação de novos conteúdos e a consolidação de Agro DBO como veículo de referência em informação e reflexão sobre a atualidade agrícola brasileira.

Como passo importante para o fortalecimento da publicação e de sua imprescindível independência editorial, bem como para a qualificação permanente do universo de leitores, a Agro DBO lança nesta edição o sistema de assinatura paga para novos interessados. Assim, a partir de agosto, também o assinante que já nos honra com a leitura, receberá uma proposta especial de adesão, como se informa no comunicado publicado às páginas 18 e 19.

Quem tiver interesse em ler a edição virtual, de ponta a ponta, pode acessar nosso site: www.agrodbo.com.br

No vídeo abaixo Tostão (José Augusto Bezerra) fala sobre a edição de julho da Agro DBO:


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domingo, 7 de julho de 2013

Carro de corrida atropela mais de 30 pessoas

Richard Jakubaszko
Carro de corrida sem controle atropela cerca de 30 pessoas que assistiam a corrida, na Polônia. Parece um boliche humano...
Não há informações de mortes. Prevalece a "importância" do fato em si: atropelamento em massa, espetáculo plástico da imbecilidade humana coletiva que foi ao local da corrida, uma via pública urbana, para, quem sabe, assistir acidentes espetaculares...


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sexta-feira, 5 de julho de 2013

Médico espanca paciente na UTI. Que imbecil !!!

Richard Jakubaszko 
O vídeo abaixo deve ser uma pegadinha. Não consigo acreditar, me recuso, que um médico anestesista tenha agredido um paciente recém operado, em plena UTI, como se pode ver no vídeo abaixo, ancorado no Youtube.


No Yahoo ( http://br.noticias.yahoo.com/m%C3%A9dico-espanca-paciente-em-hospital-russo-165340308.html ) saiu a nota abaixo, mas continuo não acreditando. Se acreditar perco a fé na humanidade, na solidariedade, na fraternidade. Imbecil! Seria uma ofensa aos animais xingar esse sujeito de animal!

O anestesista russo Andrey Votyakov foi flagrado por uma câmera no momento em que desferia socos no rosto e no peito de um paciente que se recuperava na UTI de uma cirurgia cardíaca. As agressões aconteceram no hospital Centro Federal de Cirurgia Cardiovascular, na cidade de Perm.

A justificativa do médico para as agressões é de que ele estava muito cansado e estressado, fato que se agravou com xingamentos que foram desferidos pelo paciente assim que ele entrou na sala para observar. Votyakov justificou também que trabalhou durante 36 horas seguidas.

Algumas horas após as agressões o paciente teve o óbito constatado. Não se sabe, porém, se os socos desferidos pelo médico foram os causadores da morte.

O caso, que aconteceu em fevereiro deste ano, foi tornado público na última quinta-feira (4) e desde então vem sendo investigado pela polícia. Desde a divulgação, Votyakov se limitou a justificar o ato e pedir desculpas aos familiares do paciente.

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quinta-feira, 4 de julho de 2013

Guerra por outros meios

Richard Jakubaszko
Descobri o documentário abaixo no Youtube, que foi produzido em 1992, mas é atualíssimo, por isso compartilho com os amigos do blog, pela importância das informações e análises feitas.

John Pilger e David Munro (cineastas e documentaristas ingleses) examinam as políticas dos bancos do Primeiro Mundo na concessão de empréstimos aos países do Terceiro Mundo, que são depois incapazes de cumprir os encargos de juros.
No momento, como se poderá deduzir das situações expostas no documentário, não apenas o Brasil (que, aliás, já está citado no documentário), mas vários países do bloco europeu (Grécia, Espanha, Portugal, Itália) estão quase na mesma situação de exploração de países do chamado Terceiro Mundo.
 
O documentário conquistou o Prêmio Genéve International TV, Genebra, 1993; Medalha de Ouro na categoria de 'Melhor Produção de Documentário" do International Television Movie Festival, Mount Freedom, New Jersey 1993; Prêmio de Ouro na categoria "Political/International Issues em Worldfest-Houston (Houston International Film & video Festival), 1993; Prêmio Hugo Prata na categoria 'Documentary - Social/Political' do 29º Chicago International Film Festival, 1993.

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quarta-feira, 3 de julho de 2013

Para quem já foi criança de verdade

Richard Jakubaszko 
Memórias e lembranças para quem já foi criança de verdade... Hoje em dia não há mais isso...
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terça-feira, 2 de julho de 2013

Alternativa

Luis Fernando Veríssimo *
Envelhecer é chato, mas consolemo-nos: a alternativa é pior. Ninguém que eu conheça morreu e voltou para contar como é estar morto, mas o consenso geral éque existir é muito melhor do que não existir. Há dúvidas, claro. Muitos acreditam que com a morte se vai desta vida para outra melhor, inclusive mais
Jânio pensava: se me vou ou se me fico? Deu no que deu...



barata, além de eterna. Só descobriremos quando chegarmos lá. Enquanto isto vamos envelhecendo com a dignidade possível, sem nenhuma vontade de experimentar a alternativa.

Mas há casos em que a alternativa para as coisas como estão é conhecida. Já passamos pela alternativa e sabemos muito bem como ela é. Por exemplo: a alternativa de um país sem políticos, ou com políticos cerceados por um poder mais alto e armado. Tivemos vinte anos desta alternativa e quem tem saudade dela precisa ser constantemente lembrado de como foi.


Não havia corrupção? Havia, sim, não havia era investigação para valer. Havia prepotência, havia censura à imprensa, havia a Presidência passando de general para general sem consulta popular, repressão criminosa à divergência, uma política econômica subserviente e um "milagre" econômico enganador. Quem viveu naquele tempo lembra que as ordens do dia nos quartéis eram lidas e divulgadas como éditos papais para orientar os fiéis sobre o "pensamento militar", que decidia nossas vidas.

Ao contrário da morte, de uma ditadura se volta, preferencialmente com uma lição aprendida. E, se para garantir que a alternativa não se repita, é preciso cuidar para não desmoralizar demais a política e os políticos, que seja. Melhor uma democracia imperfeita do que uma ordem falsa, mas incontestável. Da próxima vez que desesperar dos nossos políticos, portanto, e que alguma notícia de Brasília lhe enojar, ou você concluir que o país estaria melhor sem esses dirigentes e representantes que só representam seus interesses, e seus bolsos, respire fundo e pense na alternativa.


Sequer pensar que a alternativa seria preferível — como tem gente pensando — equivale a um suicídio cívico.
Para mudar isso aí, prefira a vida — e o voto.


* Publicado no jornal O Estado de São Paulo, em 30/6/2013.
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domingo, 30 de junho de 2013

Um Jabor de esquerda!

Richard Jakubaszko 
Absolutamente hilariante o vídeo abaixo onde Jabor aparece com um texto ufanístico, e faz um inusitado proselitismo do Brasil, aplaude o Bolsa Família, a Copa do Mundo, o pleno emprego dos brasileiros, exalta o reconhecimento internacional do país lá fora, e ainda pede desculpas pelo inconveniente: "Desculpe o transtorno, estamos tentando mudar o país!"
Este vídeo foi postado hoje (30/6/2013) no Youtube, dia em que o Brasil se tornou tetra campeão na Copa das Confederações. Não tem autoria ou créditos, é de alguém que propositalmente não se identifica, mas merece congratulações pela criatividade.

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sábado, 29 de junho de 2013

Por R$ 0,20 fazemos qualquer negócio!

Richard Jakubaszko 
Negócios explícitos e adesão sem restrições.
"Fazemos qualquer negócio, entramos até nas manifestações!".

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sexta-feira, 28 de junho de 2013

Plástico que volta a ser petróleo

Richard Jakubaszko 
Enviado por Hélio Casale, o vídeo abaixo mostra uma geringonça feita por um japonês que transforma plástico em petróleo, novamente... Ora, será que os japoneses descobriram como se faz o moto-perpétuo? Desconheço, em termos científicos, se seria possível se fazer isso. Recorro aos "universitários" frequentadores do blog para nos dizer se é viável esse "retorno às origens".
Se for verídico, é genial! Mas num primeiro momento me parece ser uma pegadinha de "japonês" pra troçar com gente sem conhecimentos científicos...

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quinta-feira, 27 de junho de 2013

Oito dicas para você não pagar mico em tempos de Manifestações

Richard Jakubaszko 
Publicado no blog “Amigos do presidente Lula”: http://osamigosdopresidentelula.blogspot.com.br/2013/06/oito-dicas-pra-nao-pagar-mico-em-tempos.html?utm_source=feedburner&utm_medium=feed&utm_campaign=Feed:+blogspot/Eemp+%28Os+Amigos+do+Presidente+Lula%29


1- Não compartilhe o vídeo dos atores da Globo contra Belo Monte. Esse vídeo de 2011 está cheio de informações falsas. Inclusive alguns atores que gravaram o vídeo se arrependeram depois de descobrir que o que eles disseram não era bem assim.


2- Não diga que foram gastos 30 bilhões em estádios. Na verdade, foram gastos 7 bilhões, que é coisa pra caramba. Desses 7 bilhões, grande parte é emprestado pelo governo federal, mas a maior fatia será paga pela iniciativa privada - que vão explorar os estádios-. Os outros 23 bilhões foram investimentos em infraestrutura, transporte e aeroportos. Inclusive, o investimento em transporte é uma das reivindicações dos protestos.


3- Nunca peça  para  governo gastar com saúde o mesmo que se gastou com estádio de futebol. Nos 7 anos de preparação para a Copa, foram gastos aproximadamente 7 bilhões com estádios. Neste mesmo período, foram gastos mais de 500 bilhões com saúde. Então se você fizer isso, na prática você está pedindo pra reduzir consideravelmente os gastos com saúde. Gastos com saúde nunca são demais. Então cuidado pra não pedir a coisa errada.


4- Não peça para  presidente  garantir que algum político seja preso. Isso é papel do poder Judiciário. O manifesto deve ser endereçado a este poder.


5- Não peça para presidente  impedir a votação de uma lei ou PEC. Isso é prerrogativa do Congresso. O manifesto deve ser endereçado aos parlamentares.


6- Não peça para presidente  cassar o mandato de algum deputado ou senador. Isso é papel das casas legislativas. Está escrito no artigo 55 da Constituição Federal.


7- Nunca peça pra fechar o Congresso e acabar com os partidos. O último presidente que fez isso foi um Marechal. Tal ato aconteceu em 1968 e foi nada menos do que o temido AI-5 da ditadura.


8- Não compartilhe aquelas informações falsas sobre o auxílio reclusão. O auxílio reclusão é um benefício pago à família do detento que contribuiu com o INSS, logo ele está recebendo um valor pelo qual já pagou anteriormente. O detento deve ser punido, não sua família.

Por Sidney Braga
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quarta-feira, 26 de junho de 2013

Caiu a árvore? Culpa do prefeito!

Richard Jakubaszko 
Por que caem árvores nas cidades? Isso não é normal! Todavia, acontece toda hora.
av 9 de julho, São Paulo, hoje, 26/6/2013. A árvore caiu, culpa de uma chuva de inverno bem fininha e levinha. Atrapalhou o trânsito. Moacyr Lopes Junior/Folhapres
É porque as prefeituras acham que árvore é um estorvo.
Simples assim.

Se deixassem áreas de terra em volta dos troncos, para que a água das chuvas pudesse penetrar no solo as árvores não ficariam com as raízes secas ou podres, sem serventia para elas em termos de se alimentarem e em se manterem em pé.

Já escrevi sobre isso, aqui no blog, numa matéria chamada "Se as árvores falassem", e entrevistei uma autêntica sibipiruna, mostrando o que as árvores acham dessas imbecilidades dos prefeitos e dos técnicos das prefeituras de cimentar tudo até o tronco.
Se desejar aprofundar seus conhecimentos sobre o tema, leia o texto no link a seguir: aqui
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terça-feira, 25 de junho de 2013

Dançando com o Diabo

A Caixa de Pandora
Mauro Santayana
Publicado no Coxinha News Network:  http://esquerdopata.blogspot.com.br/
As manifestações que tomaram as ruas de todo o país nas últimas semanas começaram de forma legítima e democrática, convocadas por uma organização conhecida, que existe há muito tempo, e que há muitos anos defende a mesma bandeira, acompanhada de outras organizações, muitas delas situadas à esquerda do espectro político.

O caráter apartidário do Movimento Passe Livre, o êxito da mobilização, a pauta relativamente aberta de reivindicações, foram logo vistos pela extrema direita como oportunidade para infiltrar, diretamente e pela internet, suas ideias no movimento, como “Acorda Brasil”, adaptação direta do Deutschland Erwacht! do nazismo, atribuído a Goebbels.

Passou-se a incitar o ódio aos políticos, o desprezo pelas instituições, com a intenção de desacreditar a imagem do país no exterior, e de atingir a governabilidade e a economia.

Em um primeiro momento, alguns setores da oposição democrática, inseridos no sistema político normal, podem ter sido atraídos pelo movimento que exibia cartazes pedindo o impeachment da Presidente Dilma, sem ver outros, mais numerosos, pedindo indiscriminadamente a cabeça dos políticos e taxando-os, todos, de ladrões e corruptos.

Outros membros da oposição também se sentiram certamente acuados, ao se verem cercados no Congresso, ou em cidades e estados governados por seus partidos, por milhares de pessoas e por grupos armados de paus, pedras e fogo.

O que estamos vendo, resguardados os manifestantes comuns, é o vir à luz de um Frankenstein político que, em nome da liberdade de manifestação, ataca, com bandidos mascarados, instituições nacionais e militantes do PT, do PSTU, e do PSDB, quando estes ousam sair às ruas.

A tentação de dançar com o diabo, mesmo que por parte de uma minoria, é perigosa e enganadora. Muitos daqueles que apostaram no caos em 1964, pensando que ascenderiam ao poder - como Carlos Lacerda - terminaram cassados e humilhados pela Ditadura.

Apesar do recuo das autoridades na questão do preço das passagens, continuam as manifestações, agora com a intenção deliberada de paralisar as capitais, como mostram as manobras sincronizadas de interrupção do tráfego em diferentes pontos, como aconteceu em São Paulo no início da semana.

Essa vertente fascista vem estendendo paulatinamente o seu controle, indireta e insidiosamente, sobre centenas de pessoas inocentes e bem intencionadas, e não se descarta a possibilidade de que estejam sendo pagos os vândalos que promovem quebra-quebras e desatam sua fúria diante das câmeras da imprensa internacional.


É contra esses inimigos ocultos da democracia que as instituições, os homens públicos e os cidadãos, quaisquer sejam seus partidos, têm que se unir – e agora.
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sábado, 22 de junho de 2013

Povo não é bucha de canhão!


Richard Jakubaszko
A imbecilidade parece ter tomado conta do país e do planeta. O que se percebe é o povo manipulado, como sempre foi, as elites e poderosos fazendo o povo de bucha de canhão. É terrorismo puro, não há ética, nem pudor. Na briga pelo "câmbio justo", por menor inflação, políticas sociais mais justas, melhor educação, mais saúde, mais segurança, pela derrubada da PEC 37 (óps! que delícia de reivindicação da mídia elitista! - o povo nem sabe o que é PEC...). Tudo isso é fruto do "sair às ruas como um leão, mas votar como jumento".

Na politicalha oportunista, por trás dos panos e na mídia, dizem "agora tira o Mantega e põe o Meirelles", ou "aumenta a Selic", para ganhar mais na especulação financeira, no desespero de conquistar uns votos a mais na campanha de 2014, a mídia comandada pela elite repete os pleitos que imagina serem os sonhos do povo. E motiva um bando de jovens idealistas - e panacas! - da classe média emergente a protestar nas ruas por 0,20 centavos e que, embevecidos de sua "luta social", se deixam contaminar por neonazistas que só querem a bagunça generalizada. Atrás deles surgem os aproveitadores que assaltam lojas e pessoas nas ruas. E o circo se forma. Primeiro a mídia critica ou ignora as massas, conforme a conveniência. Depois aplaude, e os chavões tipo "o gigante acordou!" imbecilizam a blogosfera e a grande mídia.

Pura manipulação, o barulho atende exclusivamente as críticas da elite que só sabe repetir o refrão da corrupção, "contra tudo isso que aí está". Na guerra da comunicação as trocas de desaforos, a desinformação, o quase caos, ninguém sabe o que está acontecendo, mas as tentativas de golpes seguem seu curso. O Governo Federal, imbecilizado também, politicamente correto, acuado pela mídia, diz que vai atender as tais reivindicações, que vai ouvir os líderes dos protestos.

Que líderes são esses, se há uma anomia (ausência de leis e líderes)? Ou ela está covardemente anônima e escondida! É o que se suspeita.

Parece não haver outra forma de reagir. Se o governo desafiar os manipuladores será acusado de desequilibrado e incapaz de gerir o país. Collor fez isto, pediu ao povo para que não o deixasse sozinho. Saiu, sozinho, foi defenestrado. Justamente pela mídia que o tinha colocado no poder.

Todo mundo manipulado. Sempre foi assim. Usam o povo como bucha de canhão.

Dizem por aí que episódios similares em outros países, nos anos recentes e nos dias de hoje, mostram um colapso da confiança na democracia. Politicólogos dizem que o cidadão comum é apartidário, sente-se cada vez menos representado pelos partidos, pelos políticos e pelos governos. No Brasil, como em outros países, os protestos não são contra correntes específicas ou partidárias ou a favor de ideologias. Especula-se que os jovens não gostam de política e de políticos. Mas, como viver sem eles? Não é uma utopia? Como dito, o brasileiro vai à rua contra “tudo que está aí”. Será? Pode ser, há insatisfações no ar, é verdade, insufladas e estimuladas pela mídia e pelos políticos da oposição, isso sempre houve, mas anda sendo manipulado e exacerbado, convenhamos. Querem reinventar a democracia? Ou desejam desestabilizar o governo? Esta última hipótese parece ser a mais provável, e já apontei isso em posts anteriores. Normalmente dá em merda!


Leio no blog da Cidadania: “o instituto Datafolha realizou entre os manifestantes sobre intenção de voto para presidente da República e que deixou Dilma Rousseff em terceiro lugar e o presidente do STF, Joaquim Barbosa, disparado na frente, em primeiro, mostra que esse movimento que convulsionou e pisoteou o país não representa a grande maioria da sociedade. Segundo a pesquisa, o perfil dos manifestantes mostra que a maioria é composta por homens (61%) e tem nível
superior (78%). Precisa dizer mais alguma coisa?”
Imbecis! Se o povo sair das favelas e dos morros para protestar, se descer ao asfalto, não sobra pedra sobre pedra!

O que se percebe com as pessoas comuns é descontentamento pelo excesso de
protesto e manifestação. Alguns declaram ter medo. Outros, mostram irritação, pois viver em grandes cidades está se tornando inóspito, seja pelo trânsito sempre caótico, a demora entre ir e vir do trabalho, a insegurança de andar pelas ruas, e ainda ter de enfrentar baderneiros que querem transformar o país em paraíso, mas antes disso destroem tudo o que encontram pela frente.

Entretanto, sejamos atentos, entendamos o que seja manipulação. Perceba que você está sendo manipulado, lendo abobrinhas pelos "faces" da vida, ao assistir TV ou ler jornais e revistas. Nos blogs também, é óbvio... Leia o texto abaixo, depois de entender o que é manipulação você nunca mais será o mesmo.

As 10 estratégias de manipulação midiática
por Noam Chomsky *


1 - A estratégia da distração. O elemento primordial do controle social é a estratégia da distração, que consiste em desviar a atenção do público dos problemas importantes e das mudanças decididas pelas elites políticas e econômicas, mediante a técnica do dilúvio ou inundação de contínuas distrações e de informações insignificantes. A estratégia da distração é igualmente indispensável para impedir que o público se interesse pelos conhecimentos essenciais, na área da ciência, da economia, da psicologia, da neurobiologia e da cibernética. “Manter a atenção do público distraída, longe dos verdadeiros problemas sociais, cativada por temas sem importância real. Manter o público ocupado, ocupado, ocupado; sem nenhum tempo para pensar; de volta à granja com outros animais (citação do texto “Armas silenciosas para guerras tranquilas”).

2 - Criar problemas e depois oferecer soluções. Esse método também é denominado “problema-reação-solução”. Cria-se um problema, uma “situação” prevista para causar certa reação no público a fim de que este seja o mandante das medidas que desejam sejam aceitas. Por exemplo: deixar que se desenvolva ou intensifique a violência urbana, ou organizar atentados sangrentos, a fim de que o público seja o demandante de leis de segurança e políticas em prejuízo da liberdade. Ou também: criar uma crise econômica para forçar a aceitação, como um mal menor, do retrocesso dos direitos sociais e o desmantelamento dos serviços públicos.

3 - A estratégia da gradualidade. Para fazer com que uma medida inaceitável passe a ser aceita basta aplicá-la gradualmente, a conta-gotas, por anos consecutivos. Dessa maneira, condições socioeconômicas radicalmente novas (neoliberalismo) foram impostas durante as décadas de 1980 e 1990. Estado mínimo, privatizações, precariedade, flexibilidade, desemprego em massa, salários que já não asseguram ingressos decentes, tantas mudanças que teriam provocado uma revolução se tivessem sido aplicadas de uma só vez.

4 - A estratégia de diferir. Outra maneira de forçar a aceitação de uma decisão impopular é a de apresentá-la como “dolorosa e desnecessária”, obtendo a aceitação pública, no momento, para uma aplicação futura. É mais fácil aceitar um sacrifício futuro do que um sacrifício imediato. Primeiro, porque o esforço não é empregado imediatamente. Logo, porque o público, a massa tem sempre a tendência a esperar ingenuamente que “tudo irá melhorar amanhã” e que o sacrifício exigido poderá ser evitado. Isso dá mais tempo ao público para acostumar-se à ideia de mudança e de aceitá-la com resignação quando chegue o momento.

5 - Dirigir-se ao público como se fossem menores de idade. A maior parte da publicidade dirigida ao grande público utiliza discursos, argumentos, personagens e entonação particularmente infantis, muitas vezes próximos à debilidade mental, como se o espectador fosse uma pessoa menor de idade ou portador de distúrbios mentais. Quanto mais tentem enganar o espectador, mais tendem a adotar um tom infantilizante. Por quê? “Se alguém se dirige a uma pessoa como se ela tivesse 12 anos ou menos, em razão da sugestionabilidade, então, provavelmente, ela terá uma resposta ou reação também desprovida de um sentido crítico”.

6 - Utilizar o aspecto emocional mais do que a reflexão. Fazer uso do aspecto emocional é uma técnica clássica para causar um curto circuito na análise racional e, finalmente, ao sentido crítico dos indivíduos. Por outro lado, a utilização do registro emocional permite abrir a porta de acesso ao inconsciente para implantar ou enxertar ideias, desejos, medos e temores, compulsões ou induzir comportamentos.

7 - Manter o público na ignorância e na mediocridade. Fazer com que o público seja incapaz de compreender as tecnologias e os métodos utilizados para seu controle e sua escravidão. “A qualidade da educação dada às classes sociais menos favorecidas deve ser a mais pobre e medíocre possível, de forma que a distância da ignorância que planeja entre as classes menos favorecidas e as classes mais favorecidas seja e permaneça impossível de alcançar (ver “Armas silenciosas para guerras tranquilas”).

8 - Estimular o público a ser complacente com a mediocridade. Levar o público a crer que é moda o fato de ser estúpido, ou vulgar e inculto.

9 - Reforçar a autoculpabilidade. Fazer as pessoas acreditarem que são culpadas por sua própria desgraça, devido à pouca inteligência, por falta de capacidade ou de esforços. Assim, em vez de rebelar-se contra o sistema econômico, o indivíduo se autodesvalida e se culpa, o que gera um estado depressivo, em que um dos efeitos é a inibição de sua ação. E sem ação, não há revolução!


10 - Conhecer os indivíduos melhor do que eles mesmos se conhecem. No transcurso dos últimos 50 anos, os avanços acelerados das ciências geraram uma enorme diferença entre os conhecimentos do público e os possuídos e utilizados pelas elites dominantes. Graças à biologia, à neurobiologia e à psicologia aplicada, o “sistema” tem desfrutado de um conhecimento avançado do ser humano, tanto no aspecto físico quanto no psicológico. O sistema conseguiu conhecer melhor o indivíduo comum do que ele a si mesmo. Isso significa que, na maioria dos casos, o sistema exerce um controle maior e um grande poder sobre os indivíduos, maior do que o dos indivíduos sobre si mesmos.
* Linguista, filósofo e ativista político estadunidense. Professor de Linguística no Instituto de Tecnologia de Massachusetts, IMT.


NOTAS DO BLOGUEIRO:
A) Este texto consta como autoria de Noam Chomsky. Mas amigos me informam que o verdadeiro autor seria Sylvan Timsit. Não obtive a confirmação, nem de uma coisa e nem de outra, em minhas pesquisas.

B) Dentre as chamadas estratégias de manipulação, seja da mídia ou da população, as mais antigas e conhecidas são as histórias de Papai Noel, a cegonha, logo desmentidas.

C) As crises econômicas e políticas sempre foram criadas por interesses de grupos hegemônicos, ou que tinham pretensão a isso. As guerras, por exemplo, sempre tiveram desculpas religiosas, políticas e econômicas.

D) Como uso da estratégia de manipulação midiática há vários exemplos recentes na história da humanidade: o primeiro, talvez o maior até então, foi a “desculpa” e acusação dos EUA, e de alguns países aliados, de que o Iraque detinha armas de destruição química em massa e precisavam ser detidos nessa caminhada. Assim, detiveram o Iraque, a mídia acompanhou e aplaudiu tudo. Invadiram o Iraque, capturaram, “julgaram”, condenaram e executaram o ditador Sadam Hussein, apesar de ter sido comprovado que as armas químicas não existiam. Guardadas as proporções, foi como o caso da Escola Base, em São Paulo, em 1994. A mídia até hoje se lamenta, e poucos fazem o mea culpa.

E) Outra estratégia de manipulação em curso é a história da carochinha sobre o
aquecimento planetário. Tenho vários artigos aqui no blog sobre este assunto, é só o leitor pesquisar aí na aba lateral pelas palavras “CO2”, “aquecimento”, ou “meio ambiente”, que irá localizar dezenas de textos específicos. Recomendo “CO2: a unanimidade da mídia é burra”, escrito com a parceria de Odo Primavesi: http://richardjakubaszko.blogspot.com/2009/10/co2-unanimidade-da-midia-e-burra.html um texto que é, de longe, o meu artigo mais lido até hoje. Recomendo ainda “CO2: discussão de bêbados”: http://richardjakubaszko.blogspot.com/2010/03/discussao-de-bebados.html onde aponto de forma clara os responsáveis por essa manipulação.

F) Lembro que a gripe suína, em 2008, foi mais uma manipulação, de marketing viral, evidentemente, pois iria acabar com pelo menos 1/5 da população planetária. Bastou a indústria farmacêutica vender as vacinas, e mesmo sem o seu uso, os índices de contaminação caíram e a gripe suína esfriou na mídia, saiu das manchetes. Foi a mesma coisa com a história dos gases CFC que iam acabar com a camada de ozônio, foi assim com o boog do milênio, lembram? Ia desligar tudo, porque os computadores não saberiam calcular o calendário dos anos dois mil...

G) Retornemos aos protestos manipulados contra os 0,20 de aumento no transporte público. Movimento sem líder, que começa de repente, e vai crescendo. Igual ao que aconteceu por vários países da Europa, especialmente Grécia, Espanha, e agora na Turquia. Exatamente como a tal "Primavera árabe", que levou países à guerra civil, como Líbia, e outros. Quem será que faz isso? A CIA? A coisa começa pelo "face", tem pauta única e justa em termos sociais, que agrada a um grupo, e vai crescendo, chega às ruas e depois se generaliza, aí todo mundo quer outras melhorias e mudanças, todas justas. Vira pauta generalizada de reivindicações de grupos e grupelhos.

Coincidentemente, aspecto comum aos outros países, são pautas dos grupos políticos que estão fora do poder, mas não têm propostas a fazer. Assim, manipulam os que protestam, e a mídia repercute com alegria. É deplorável! Hipocrisia pura. Até porque, fica claro que anteciparam a campanha política de 2014, mas queriam, quem sabe, interromper a Copa da Confederações, talvez a Copa do Mundo de Futebol de 2014. O Brasil que se ferre!

Era isso, peço perdão aos leitores se me estendi. Mas a causa é nobre.

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