sexta-feira, 21 de novembro de 2014

Esculturas de Ron Mueck em São Paulo, na Pinacoteca.


Richard Jakubaszko

Mueck é um escultor australiano hiper-realista que vive e trabalha na Inglaterra. Cresceu vendo seus pais construírem brinquedos. A mãe fazia bonecos de pano e seu pai brinquedos e marionetes. Nasceu em 1958, Melbourne, Austrália, e estudou na Academia Real Inglesa.

 Começou ontem na Pinacoteca do Estado de São Paulo a mostra com esculturas hiper-realistas do australiano Ron Mueck. A exposição fica em cartaz até 22 de fevereiro. As nove obras em exibição reproduzem com notável fidelidade cenas do cotidiano, até mesmo um autorretrato do artista. A obra é caracterizada pelo preciosismo realista em cada detalhe, como cor e textura da pele, pelos, rugas, veias e músculos. São esculturas em escala ampliada, ou reduzidas, criadas com extremo realismo.

Os ingressos devem ser comprados diretamente na bilheteria da Pinacoteca e valem apenas para o dia da compra. A entrada custa R$ 6,00

Pinacoteca do Estado de São Paulo
Praça da Luz, 2, São Paulo (SP)
A partir de quinta-feira (20/11) até 22 de fevereiro, de terça-feira a domingo, das 10h às 17h30 (quintas, até as 22h)
Mais informações: 11 3324.1000 ou www.pinacoteca.org.br

Abaixo, detalhes de algumas obras de Ron Mueck, mas nem todas as fotos que exibo aqui no blog estão na Pinacoteca:
 

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A contribuição milionária de Márcio Thomaz Bastos ao reinventar a Polícia Federal


por Leandro Fortes *
Márcio Thomaz Bastos foi um dos mais importantes criminalistas do País. Defendeu figuras nefastas como o ex-governador baiano Antonio Carlos Magalhães, o bicheiro Carlinhos Cachoeira e o médico estuprador Roger Abdelmassih. Atuou como advogado, ainda, de banqueiros envolvidos nos processos do mensalão e, agora, defendia diretores das empreiteiras Camargo Corrêa e a Odebrecht presos pela Operação Lava Jato, da Polícia Federal. 

Mas, como se sabe, não se julga um advogado pelos clientes que teve. Ainda mais se esse advogado é Márcio Thomaz Bastos.

Isso porque, quando ministro da Justiça, ele foi, por assim dizer, o fundador da Polícia Federal como corporação de Estado com ações baseadas em fundamentos republicanos – expressão, aliás, que ele ajudou a popularizar nos primeiros anos do primeiro mandato do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Até então, “republicano” era um vocábulo perdido em livros de história. Foi Doutor Márcio, como era conhecido o ministro da Justiça de Lula, que deu ao termo a consistência cidadã que, dali por diante, passou a ser aplicada como um atestado civil de atos civilizatórios no Brasil.

Como repórter, passei 20 anos ligado a coberturas de ações da Polícia Federal, em todo o país, a partir da minha atuação profissional em Brasília. Assim, posso dizer com absoluta certeza que foi tão somente na gestão do Doutor Márcio, com o delegado Paulo Lacerda à frente da corporação, que a Polícia Federal deixou de ser uma milícia de governo – herança direta da ditadura militar – para se tornar, em pouco tempo, uma referência no combate ao crime organizado e à corrupção.

Os números falam por si:
Durante os dois mandatos do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, do PSDB, entre 1995 e 2002, a Polícia Federal realizou exatas 48 operações.

Isso dá uma média ridícula de seis operações por ano.

Nos governos do PT, entre 2003 e maio de 2014, a Polícia Federal realizou 2.226 operações – prendeu 2.351 servidores públicos e colocou em cana 119 policiais federais metidos com criminosos.

O ponto de inflexão está situado, justamente, na entrada de Márcio Thomaz Bastos no Ministério da Justiça, em 2003, e a nomeação de Paulo Lacerda como diretor-geral da PF, no mesmo ano.

Foi a partir de então que o País – e a mídia – passou a compreender a verdadeira dimensão da corrupção nacional e a forma como, entranhada na cultura de negócios públicos e privados, ela era protegida e aceita, inclusive, pelo cidadão comum.

Exemplo ilustrado dessa mudança foi a Operação Narciso, de julho de 2005, quando a loja Daslu, em São Paulo, então o maior centro de consumo de luxo do país, foi alvo de uma ação conjunta da Polícia Federal, Ministério Público e Receita Federal.

Lá, onde até a filha do governador Geraldo Alckmin, do PSDB, trabalhava como vendedora, a PF estourou uma tramoia de refaturamento e subfaturamento de notas fiscais que permitia à Daslu sonegar diversos tributos. O esquema incluía o uso de empresas importadoras “laranjas” que vendiam os produtos à Daslu por preço abaixo do de mercado.

Presa e, depois, condenada a 94 anos de cadeia, a dona da Daslu, Eliana Tranchesi, virou uma mártir da elite branca nacional. Nas chorosas colunas que se seguiram à sua prisão, os cães de guarda da mídia acusavam Lula, Bastos e Lacerda de, ao invadir o templo de luxo e prazer dos paulistanos, suscitar a luta de classes no Brasil.

Que o digam as classes em luta. Durante a invasão do prédio da Daslu, moradores de uma favela próxima não tiveram dúvida: uns se refugiaram dentro de casa, outros, nos matagais próximos. Só mais tarde puderam perceber, estupefatos, que o aparato policial em movimento não os tinha como alvo, mas, sim, os grã-finos da vizinhança.

Em 2012, o jornalista Boris Casoy, apresentador da TV Bandeirantes, chegou a acusar Lula pela morte de Eliana Tranchesi, vítima de um câncer no pulmão, naquele ano. Casoy, conhecido nacionalmente por tratar garis como lixo, ficou profundamente tocado pela morte da dona da butique, segundo ele, “humilhada” pela ação da Polícia Federal.

Nesses tempos em que delegados da PF se organizam em turmas partidárias para fazer campanha para Aécio Neves nas redes sociais, chamar Lula de “anta” e patrocinar vazamentos seletivos contra o governo da presidenta Dilma, é de se pensar, com saudade, na memória de Márcio Thomaz Bastos.


* o autor é jornalista
 

Publicado originalmente no DCM: http://www.diariodocentrodomundo.com.br/a-contribuicao-milionaria-de-marcio-thomaz-bastos-ao-reinventar-a-policia-federal/?utm_source=rss&utm_medium=rss&utm_campaign=a-contribuicao-milionaria-de-marcio-thomaz-bastos-ao-reinventar-a-policia-federal
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quinta-feira, 20 de novembro de 2014

Petrobras: sempre teve corrupção, em todos os governos.

Richard Jakubaszko
Boechat, jornalista e comentarista da Band, comentou em seu programa de rádio questões políticas do escândalo da Petrobras na operação Lava Jato da Polícia Federal. Assista no vídeo abaixo.

Há, no mínimo, bom senso em seus comentários, considerando a questão corrupção. Faltou comentar mais a fundo a questão, justo pelo ponto de vista político: o da oposição, que partidariza com inédita (?) hipocrisia, e da mídia, que anda escandalizada, mais do que vestal num baile de prostitutas, como se os roubos na Petrobras fossem os maiores da história do Brasil. Faz tempo que as construtoras estão por aí, contribuintes de campanhas políticas.

Tem que acabar com o financimento político empresarial, conforme a presidente Dilma Rousseff denunciou. A OAB fez um pedido ao STF de cancelar essa história, 6 ministros já votaram pelo fim dessa distorção, mas o impoluto ministro Gilmar Mendes pediu "vistas", faz 6 meses, e engavetou o julgamento.
Voltarei ao assunto. Por enquanto, como anda em campanha Ivan Valente, do PSOL: "Devolve, Gilmar!"

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Guerra e paz, e o futuro vai chegando...

Richard Jakubaszko 
No futuro breve as guerras serão diferentes, o vídeo abaixo mostra testes do jato F-35B americano que comprovam isso: aterrisagem de um jato em um porta-aviões, como se fosse um helicóptero. Ou seja, o avião desce em qualquer lugar.
E não falei em drones, pequenos giroscópios utilizados hoje pelo exército americano, manipulados à distância, como se fossem equipamentos de videogames.
Nas guerras do futuro os soldados não irão sujar suas mãos de sangue, da mesma maneira como sempre fizeram os idealizadores e mandantes das guerras. Serão guerras de soldados politicamente corretos.

É o "Guerra e paz", enquanto o futuro vai chegando...

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terça-feira, 18 de novembro de 2014

Agricultura: intuição e tecnologia

Richard Jakubaszko
Com o objetivo de divulgar a Expo Milão 2015, que se inicia em 1º de maio próximo e vai até outubro 2015 (durante 6 meses), a CNH Industrial lançou dois vídeos interessantes. No primeiro, mostra o trabalho de construção da área onde estarão presentes durante essa feira, com incríveis imagens quadro a quadro em movimento, com uma dinâmica expressiva.

No segundo vídeo, a New Holland (CNH Industrial) exibe depoimentos de agricultores de várias partes do mundo, inclusive um brasileiro, onde cada um registra que fazer agricultura é "tecnologia e intuição", seja na Europa, EUA ou América do Sul. Mais do que nunca o mundo anda globalizado, e o vídeo mostra que o Brasil está integrado aos objetivos da Expo Milão 2015, sobre debater a produção sustentável de alimentos para uma população recorde e inimaginável de mais de 9 bilhões de pessoas dentro de pouco mais de 30 anos.

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segunda-feira, 17 de novembro de 2014

Bateu o pênalti, mas não saiu gol, por milagre!

Richard Jakubaszko 
Vice-líder do Campeonato Suíço, o FC Zurich teve dificuldade para passar pelo FC Aarau, num desses domingos, em jogo fora de casa. Após ter feito 1 a 0 no começo do jogo, e de ter contado com um jogador a mais quase todo o tempo, a equipe desperdiçou um pênalti aos 32 minutos. Desperdiçou não, o goleiro do Aarau que o defendeu muito bem.

O atacante Chermiti chutou, e o goleiro Mall, 23 anos, defendeu. No rebote, mais uma defesa milagrosa do arqueiro, que tem passagem pelas seleções de base da Suíça. Depois, o lateral-esquerdo do FC Aarau, Kim Jaggy, pegou mal na bola e obrigou o zagueiro Igor N'Ganga a tirar a bola em cima da linha com uma puxeta. Isso não configura um milagre? A qual santo a gente deve creditar o feito?

Veja o vídeo abaixo:


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sábado, 15 de novembro de 2014

Água limpa e barata, em Nova York.

Richard Jakubaszko 
O programa de TV Globo Rural, em 2010, mostrou como funciona o sistema de abastecimento de água na cidade de Nova York: produtores rurais são remunerados para cuidarem das fontes de água. Vale a pena assistir ao vídeo:

http://www.editoraufv.com.br/produto/1591072/marketing-da-terra
Clique na capa do livro
Em meu livro Marketing da Terra, de 2005 (Editora UFV - Univ. Federal de Viçosa, MG), há um capítulo sobre a importância do meio ambiente no futuro da agropecuária. Foi escrito pelos pesquisadores Ariovaldo Luchiari e Paulo Kitamura (in memorian), como exemplo de agregação de valor à atividade rural. Que eu saiba, pelo menos no Brasil, foi a primeira vez que se debateu sobre o produtor rural como "produtor de água", com a sugestão de se remunerar os produtores por esses serviços prestados às populações urbanas. Houve, de lá pra cá, raríssimos exemplos implementados, e a cidade de Extrema (MG), na fronteira com São Paulo, é um dos únicos locais no Brasil onde já tive notícias de empreitadas bem sucedidas nesse sentido.

Com os problemas decorrentes da superpopulação planetária, e da concentração urbana da grande metrópole paulistana, hoje perto dos 20 milhões de habitantes (considerando Campinas, o ABC e Santos), se nada for feito pelo abstecimento da água, definitivamente iremos ao caos.
O vídeo e o texto acima valem como pensata.

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quinta-feira, 13 de novembro de 2014

O que você faria se seu filho usasse twitter?

Richard Jakubaszko 
Ah! O povo, a percepção do povão, o entendimento da gente simples, da gente humilde e simplória, em relação a certas coisas modernas, é algo hilário, engraçado mesmo, mas nos leva à reflexão de que ainda falta muito por fazer neste nosso Brasil.
A pergunta foi feita: "O que você faria se seu filho usasse twitter?".
Vale como pensata, mas divirtam-se com o vídeo abaixo:

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quarta-feira, 12 de novembro de 2014

Ceteris paribus

Daniel Strutenskey de Macedo 
Ceteris Paribus é uma expressão latina e é utilizada pela ciência econômica para definir uma condição. Imagine que ao medirmos o peso de uma pessoa constatamos que ela engordou 10% do seu peso. Ela tinha 60 quilos e passou a ter 66. De onde vieram estes seis quilos a mais? Será que foi por causa da gordura que ela ingeriu? Ou foi do açúcar? Nós então perguntamos a ela como eram suas refeições e, analisadas as porções ingeridas, chegamos à conclusão que metade foi do excesso de gorduras e a outra metade do excesso de doces, “ceteris paribus”. Se não completarmos o relatório com “ceteris paribus”, estaremos cometendo um erro, pois a pessoa pode ter aumentado de peso porque ficou de férias, não trabalhou, consumiu menos calorias por estar de folga. Pode ser que ela estivesse vivendo numa região fria do inverno, que obriga o corpo a consumir açúcares e gorduras para manter a temperatura, e foi tirar férias numa região quente. Por ter tido uma disfunção da tireoide, poder ter sido outras tantas coisas que não cogitamos ou não pudemos medir nem analisar. Então, para que a nossa conclusão não seja desmentida por outros fatores, acrescentamos o “ceteris paribus”.

Pensei no “ceteris paribus” ontem, quando precisei trocar uma calha e uns vidros da vidraça de casa. Fazia anos, muitos, que eu não precisava destes serviços. Lembrei-me de que na época havia no bairro o Zé das Calhas e o Seu Antônio Vidraceiro, assim como o seu Zé das Portas e do Azulejo entre outros profissionais que faziam pequenos bicos reformando ou consertando a casa da gente. Hoje precisei consultar a internet e ligar para algumas lojas. Por incrível que pareça achei a mesma lojinha de vidros de antigamente. Ao chegar lá, o prédio era o mesmo, o dono também.


Mas a loja, não! Tem agora uma recepção com amostras de produtos e uma vendedora de plantão pilotando um computador. O dono não pega mais no pesado. Contrata terceiros para fazer as instalações. Cobra 140,00 o m2 e paga 70,00 para o terceirizado. Uma visita para um orçamento precisa ser cobrada, há uma taxa mínima, pois quem pagará a despesa da hora gasta e do carro para a locomoção? Serviços pequenos como o meu, de trocar dois vidros quebrados de uma vidraça, nem pensar. Os custos fixos da atual loja envolvem: um aluguel de 3.000,00, uma recepcionista e vendedora de 2.500,00, um funcionário cortador de vidros de 2.500,00, um motorista de 2.500,00, uma despesa mensal com o veiculo da firma de 1.000,0, um contador frila de 1.000,00, taxas municipais de 400,00, informática e internet de 300,00, uma retirada de pro-labore (salário do dono) de 6.000,00, outras contribuições de 1.000,00. Total mensal: 20.200,00, que dividido por 22 dias de 8 horas cada, resulta em R$ 114,77 por hora, sem contar o vidro fornecido nem a margem de lucro. Aliás, o que menos conta hoje é o vidro. Quando tínhamos o seu Zé vidraceiro, a gente pagava 20,00 do vidro e 30,00 para o seu Zé e achávamos caro. O seu Zé vinha ver o serviço, ia até a loja comprar os vidros, trazia e colocava-os na vidraça e ainda limpava a vidraça toda.

Com a calha é a mesma coisa. E também com a pizza, o corte de cabelo e tantas outras coisas. Houve uma mudança de cultura de produção e prestação de serviços, assim como uma mudança de preferências de consumo. A meu ver, estas mudanças foram e continuam sendo mais efetivas do que as razões interpretadas pelos economistas à luz de alguns índices. Os fatores são muitos, são complexos, não são medidos.


Várias vezes por dia vemos e ouvimos jornalistas e comentaristas econômicos repetirem as mesmas coisas com veemência e ares de verdade. E nós, tontos, aturdidos, envolvidos por gráficos coloridos, achamos que eles sabem o que dizem, quando na verdade eles sequer sabem o que anda acontecendo com os produtos e com as empresas com as quais trabalham. Hoje de manhã chegou a revista Época em casa: fininha, debilitada pelas poucas páginas. Ontem, enquanto eu aguardava no caixa do supermercado, fiquei reparando na gôndola de revistas e me espantei como ficaram fininhas e empobrecidas de páginas as revistas que eu conheci gordas e bem recheadas. Refleti e comparei com a trajetória da minha calha e da minha vidraça e concluí que o problema das revistas não é de preço, nem de qualidade gráfica, mas de Cultura e Preferência. É muito complicado medir as mudanças culturais, os costumes, as preferências.

Por isto, toma “ceteris paribus” para explicar porra nenhuma. De tudo, o que mais chama a minha atenção é a medição do PIB. Não é inteligente admitirmos variações de 0,5% (meio por cento) numa conta tão complexa. Minha percepção é que a margem de erro não é inferior a 3%. Portanto, o modelo é perfumaria, interpretação pura! Um modelo razoável só para se medir o que foi produzido e ofertado teria que considerar e classificar cada produto e serviço considerando: quantidade, qualidade, embalagem, frete, impostos, juros, preços, validades, substitutivos, similares, preferências etc. Seria um modelo impossível, pois exigiria vinte vezes mais pesquisadores. Ficaria muito caro sem “ceteris paribus”.

Quando morei nos EUA a gente lavava a camisa na lavanderia e ela era Produto, constava do PIB americano, pois extraía-se uma nota de lavagem da camisa. Aqui no Brasil a gente ou a mãe da gente lavava a mesma camisa e ela não virava produto, não fazia parte do PIB. Isto ainda vale para uma infinidade de produtos e serviços que não são medidos. E se não são medidos, então são estimados, avaliados, interpretados. Cada um estima, avalia e interpreta segundo a sua conveniência.


Logo, toma “ceteris paribus” e acredite se quiser! .
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terça-feira, 11 de novembro de 2014

A genialidade do ábaco

Richard Jakubaszko 
Assistir ao vídeo abaixo, de como as crianças chinesas e indianas, especialmente elas, apreendem a fazer cálculos, nos faz pensar que voltamos momentaneamente aos tempos das cavernas, eis que a distância do que se permite fazer cálculos através do ábaco, é abissal em relação ao que aprendemos em aulas de matemática pelos métodos ocidentais.
Assistam e comprovem, não há truques, são crianças:


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domingo, 9 de novembro de 2014

A ideologia do ódio

Richard Jakubaszko 
Símon Bolívar
Certos comportamentos dos brasileiros nos últimos tempos têm demonstrado uma sociedade em notório e acelerado processo de mudança. Aparentemente, acabou o chamado "brasileiro cordial". Todo mundo tem "opinião", e luta por ela, mesmo que não saiba o que está falando. São convicções... Talvez façam renascer o nazismo, ou o fascismo, alimentados por um ódio inexplicável, um ódio que só encontra explicações no sentimento do medo, do milenar medo de perder algo a que todo homem já nasce.

Há um vídeo no Youtube, apresentado por Slavoj Žižek, que mostra alguns detalhes de como foram exibidas manifestações públicas de ódio nas últimas eleições. Algo inédito na historiografia nacional. Fica clara a incorporação do ódio como ideologia. Chega a ser assustador. O novo "bolivarianismo" substituiu o velho e antigo comunista, que comia criancinhas. Talvez o bolivarianismo coma gente grande também, além de criancinhas. É um medo novo, apesar de o sentimento ser velho. O que eles querem dizer com bolivariano eu não sei, sinto que é um xingamento tenebroso, o pior de todos.

Como registra no vídeo "Eles não sabem o que fazer, mas o fazem mesmo assim. Tipo, tem um deus por aí, eu não sei o que ele fez nem como ele fez, mas ele é o salvador e eu tenho que obedecê-lo, segui-lo, e me anular porque assim ele quer. Daí passa um pastor, um padre e um jegue. Deus é o Jegue, mas eles não sabem viver sem seguir alguém com melhor desenvolvimento neurolinguístico. Acabam escolhendo um lado para seguir, já que eles não sabem mesmo o que fazer... seguem alguém que diz que tá sabendo."

Pai do Céu, cuida dos brasileiros, eles não sabem o que fazem!


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sexta-feira, 7 de novembro de 2014

São Pedro, rogai por nós.

Richard Jakubaszko
A maior seca dos últimos 123 anos preocupa os agricultores paulistas, conforme a reportagem de capa desta edição da Agro DBO, “Paisagem paulista”, do jornalista Benê Cavechini, e também os agricultores do Sudeste e Centro-Oeste, no relato “Máquinas paradas”, da repórter Marianna Peres. Pois a falta de chuvas, que já trouxe prejuízos aos paulistas, paralisou em outubro o início do plantio da safra de verão na região central do país.

Os climatologistas indicam que o mês de outubro, que já deveria ter dado início à chamada estação das águas, teve precipitações muito abaixo da média, agravando a situação em São Paulo, e provocou o atraso no plantio da próxima safra de grãos, mas isso poderá trazer ainda reflexos para o cultivo da segunda safra nos estados de Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, além de ter colocado a região da grande São Paulo (com população de mais de 20 milhões de pessoas) na dramática iminência de falta de água potável.

Agro DBO se junta às orações dos produtores rurais, eis que não existem alternativas, para que as chuvas retornem o mais breve possível.

Ensejamos orações para que, quando esta edição começar a circular, na primeira semana de novembro, já estejamos comemorando as primeiras chuvas, conforme previsão dos modelos climáticos dos meteorologistas.

Nos derradeiros momentos do fechamento desta edição Dilma Rousseff foi reeleita para mais quatro anos. Esperamos que continue a dar atenção aos nossos produtores de alimentos. Que a boa política agrícola se mantenha e que o seguro agrícola receba melhoramentos; mais ainda, que a logística e transporte no Brasil-Central possam melhorar, de forma urgente.

Independentemente da seca e da presidência, uma questão política de alto interesse dos produtores rurais brasileiros será a nova Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), cujos integrantes formarão a maior bancada suprapartidária do Congresso Nacional. O número de parlamentares ruralistas aumentará em mais de 30% na próxima legislatura.

A FPA contava até 2014 com 203 deputados e senadores, deve ultrapassar os 270, e já tem prioridade: aprovar a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 215/2000, que transfere para o Congresso Nacional a decisão sobre a demarcação de terras indígenas. Para conhecer em detalhes esses e outros planos da FPA, Agro DBO entrevistou seu atual presidente, o deputado federal gaúcho Luís Carlos Heinze (PP/RS).

Que venham as chuvas.

E quem desejar ler a revista por inteiro, está em www.agrodbo.com.br 

Abaixo vídeo que gravei sobre a Agro DBO de novembro e que destaca algumas de suas matérias na edição.


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quinta-feira, 6 de novembro de 2014

Transparência e sonhos



Daniel Strutenskey de Macedo

Transparência nas relações.
Honestidade pressupõe transparência. Se as pessoas não disserem o que pensam, a honestidade não é possível. Mas como dizer o que se pensa a pessoas que pensam de outro modo e correr o risco de ser mal interpretado, de ver versões defeituosas circularem sem controle, nos difamando? O medo de ser mal interpretado e prejudicado é um dos obstáculos à transparência. Outro, maior que este, segundo Julián Marías, é que a transparência, na sua essência, pede que nos dispamos e a maioria de nós mal consegue ver a si próprio, não se enfrenta, não é honesta nem consigo mesmo.

Julián Marías, espanhol, professor de filosofia e escritor, explica que a transparência é uma experiência radical e dada a algumas pessoas devido seu caráter recôndito, íntimo, oculto, e tem que ser recíproca. Diz que viver a transparência com outra pessoa é penetrar na sua intimidade e aceitá-la sem o temor de descobrir algo que não se queira compartilhar, e que há transparências parciais, trivialmente conhecidas como confiança. 

Rubem Alves, escritor e psicanalista, diz que os jornalistas não usam o pronome “eu” porque quem diz “eu” mostra a cara, e o “bom” jornalista não deixa que isto aconteça, que sua “única” missão é ser um espelho de cem olhos e que o bom espelho não se deixa ver. Quanto mais clara e distinta for a notícia, tanto mais invisíveis serão o jornalista e seu olho. Neste ponto, ele diz que foi atacado por uma doença oftálmica e que também atacou Jorge Luiz Borges, que ao final da vida fez esta declaração comovente: “um homem se propõe a tarefa de esboçar o mundo (jornalistas e escritores). Ao longo dos anos povoa um espaço com imagens de reinos, de montanhas, de baías, de naves, de ilhas, de peixes, de habitantes, de instrumentos, de astros, de cavalos e de pessoas. Pouco antes de morrer, descobre que esse paciente labirinto de linhas traça a imagem do seu rosto”. Essa doença se chama poesia. O poeta sabe que a notícia revela sempre o rosto de quem a dá.

Faz tempo, sei que há um só tipo de gente capaz de falar de Deus, são os poetas. Digo Deus querendo me referir ao lugar da moradia da consciência que é inegociável.  Lugar que a gente não sabe onde fica, nem o que é, mas que a gente, sendo filho, sabe que as mães têm. Marías diz que toda vida autêntica é sempre sistema e refere-se a esse recanto da alma como o último centro e que a verdadeira transparência exige uma condição: a exclusão de toda traição a esse fundo insubornável (quem vai encarar?).

Juntando-se Rubem com Marías, vê-se que jornalismo não combina com poesia, e vice-versa. Não combina com transparência, mas com reflexão de espelho. Não combina com honestidade, mas com ilusão. Rubens até assume que não lê jornais, só passa os olhos pelas notícias: “preciso ter uma idéia não do que está acontecendo, mas do que é notícia”. O que está acontecendo e o que está sendo notícia não são a mesma coisa. Notícia vem de notar e o “notar” varia de corpo para corpo. Urubu não nota madressilva, beija-flor não nota carniça. “Jornal de Beija-flor é diferente de jornal de urubu”.

Não tive a intenção de ser coerente e consequente. Longe de mim tal defeito. Todavia, para concluir bem o tema, transmito a vocês, em primeira mão, a poesia da Bia Olympio, que foi minha assistente de edição na Editora Ática, sobrinha do famoso editor José Olympio. Discutimos o tema, eu passei um texto do Marías para que ela lesse e ela me brindou com estas pérolas, que editei. Obrigado Bia.

Naquele mundo as pessoas eram transparentes, nenhum gesto ficava subentendido, nenhum sorriso tinha dupla significação. As dores eram tão visíveis e terríveis que poucos chegavam perto uns dos outros. Ainda estava escuro e o padeiro já misturava a farinha com água. Tinha dormido mal. Sonhara que as pessoas eram opacas, não dava para distinguir a sinceridade da dissimulação. Acordara sobressaltado. Uma mulher entrou na confeitaria. Ela estava feliz e seus olhos encontram os dele. Ele sentiu a felicidade se alastrar dentro de seu eu ao mesmo tempo em que ela foi tomada por um temor paralisante. A felicidade dele já se desvanecia. O olhar dela lançava nele o pavor que dele havia partido: temor refletido e rebatido de volta para a sua origem e que fez eco na lembrança de seu sonho. Ele foi tomado de horror, sua face se contraiu, suas mãos apertaram a borda da mesa. Ela, paralisada, fechou os olhos e quis chorar.

Assustada, ela acordou! E lembrou-se de que no seu mundo a transparência era privilégio daqueles que podiam se encontrar. Apesar da solidão, sentiu-se reconfortada. Resolveu ir à confeitaria. Nela, seus olhos se encantaram com os olhos daquele que delicadamente, mas com firmeza, juntava farinha e água. Sentiu-se invadida por uma felicidade ímpar. O padeiro, surpreendido, sentiu-se despertado por um desejar-se-ser-descoberto e sorriu. Ela não sabia o que havia por trás daquele sorriso, mas acreditou que a ela também era permitido o privilégio de acreditar. 

O padeiro acordou não querendo se acordado: como seria bom viver num mundo em que a transparência não fosse privilégio, mas uma possibilidade sempre aberta. Saiu de casa mais cedo, rejuvenescido. Quanto estava misturando a água com a farinha, uma mulher entrou na confeitaria. A esperança que com ele despertara refratou-se até a superfície de seus olhos e ele sorriu. Ela, acostumada a interpretar sorrisos como dissimulações, sorriu apenas em retribuição. Ele, emudecido, sentiu que já não havia mais tempo. Ela acordou angustiada. Teve medo de descobrir que a esperança já não atravessava as camadas acastanhadas sobrepostas dentro dela. Quis fugir daquele mundo em que fosco é o tempo e, apressada, foi à confeitaria. Um homem misturava farinha com água. 

- Bom dia, disse ele gentilmente.

E o tempo atravessou os sonhos, alinhavou o mundo e dourou os pães."

Em tempo:
Os jornalistas podem até fazer poesias. Os poetas fazem sonhos e sabem que a notícia revela sempre o rosto de quem a dá. Já os marqueteiros têm outro tipo de loucura, reúnem o que os jornalistas noticiam e os poetas sonham, desenvolvem ideias, porque acreditam nelas, querem transformá-las em produtos.
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quarta-feira, 5 de novembro de 2014

Regina Duarte surtou ao saber que a filha votou na Dilma

Richard Jakubaszko 
Está tudo muito louco, pois parece que as eleições no Brasil ainda não terminaram e vamos agora entrar no 3º turno, quem perdeu o voto não se conforma, querem recontagem, pedem impeachment, imploram por mais CPIs, exigem intervenção militar, tem até petição na Casa Branca, e sabe-se lá o que mais vem pela frente. E viva a democracia!
A neurose chegou às novelas mexicanas, nessa bem feita paródia, onde a "Regina Duarte mexicana" tem um piti e surta ao saber que a filha votou em Dilma.
O vídeo ficou hilário.

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segunda-feira, 3 de novembro de 2014

Secretaria da Agricultura de São Paulo será extinta

Richard Jakubaszko 
governador leviano
Recebo e-mail (e comentário já publicado) do pesquisador José Caram de Souza Dias, que informa da extinção da gloriosa Secretaria da Agricultura do Estado de São Paulo, ato a ser executado pelo governador reeleito Geraldo Alckmin (cadê a água Alckmin???).
Dentro em breve os paulistas poderão perguntar: cadê a comida Alckmin!!!

Abaixo, o e-mail do Caram:
Caro amigo Richard
Muito interessante seu blog.
Ciência no Brasil tem carência. São Paulo se dará o luxo de extinguir a Secretaria da Agricultura.
VEJA ESSA NOTÍCIA EM:
Secretaria esta que contempla renomados Institutos de Pesquisa Científica, como o Instituto Agronômico (IAC) e o Instituto Biológico. Qual a razão? Econômica? Manda aplicar a tecnologia do broto/batata-semente, apenas esta, sem considerar as outras descobertas em cultivares e técnicas de controle de doenças e pragas, bem como manejo de culturas. Essa tecnologia tem potencial para reduzir em mais da metade a dependência da batata-semente básica (livre de vírus), anualmente importada.

Considerando que só Estado de São Paulo demanda 30% do volume importado anualmente (100 mil sacos de 25 kg de batata-semente). Então: metade de 33,33 mil sacos = 16,66 mil sacos. Custo por saco de tubérculo/batata-semente importada (classe básica) é de R$ 120,00 cada. Então, 30 mil x 120,00 = R$ 3.600.000,00 (três milhões e seiscentos mil reais). A redução de mais da metade desse custo, seguido da geração de empregos na produção de mini-tubérculos via plantio de brotos, dentro de telados, representaria o emprego de 180 pesquisadores científicos (média na carreira de nível 1 a 6 = R$ 5.000,00 + encargos/mês).

Essa tecnologia, somada a outras tantas, já bastariam para reverter e reconsiderar pela preservação ao invés da destruição dos institutos de pesquisa da Secretaria da Agricultura do Estado de São Paulo.
Essa redução de custos justificaria a manutenção dos cientistas (pesquisadores científicos) nos institutos de pesquisa do Estado de São Paulo.
Outro exemplo de retorno econômico para o agronegócio paulista, é a da premunização dos citros no controle da doença denominada "Tristeza dos Citrus", causada pelo vírus CTV, transmitido pleo pulgões.

São vários os resultados de pesquisa científica gerada nos institutos de pesquisa da Secretaria da Agricultura do Estado de São Paulo, com pleno sucesso de retorno econômico para o agronegócio.
Grato pela atenção
Abraço do amigo que o estima
José Alberto Caram de Souza Dias (Eng. Agr. PhD)
Pesquisador Científico - Virologista
Campinas, SP
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