domingo, 15 de fevereiro de 2015

Piketty no Roda Viva

Richard Jakubaszko 
O jovem professor francês Thomas Piketty foi o entrevistado do Roda Viva, na TV Cultura, quando reafirmou algumas posições colocadas em seu livro best seller, O Capital no século XXI.
Divulgo o vídeo para interessados no assunto economia e que ainda não leram o livro de Piketty. Assisti a entrevista, não vi nada de novo em relação ao que já saiu na mídia sobre as ideias do professor, mas tem coisas ineterssantes. Acredito, ainda, que os entrevistadores perderam uma ótima oportunidade para debater em profundidade a crise internacional, ao invés de ficarem colocando questões brasileiras, tanto do ponto de vista econômico como de políticas públicas, às quais Piketty não tem conhecimento profundo, como ele mesmo afirmou em mais de duas oportunidades.

Mais uma vez o Roda Viva deixou de ser um bom programa de entrevistas, como já foi no passado remoto e até mesmo recente. O moderador do programa, Augusto Nunes, é absolutamente inadequado e em nada contribuiu para tornar melhor o conteúdo, salvo apenas pelo brilhantismo objetivo do francês, que ainda teve de se esquivar de inconvenientes pegadinhas políticas dirigidas a ele por Lara Rezende e pelo próprio Augusto Nunes.

O professor Piketty apoia medidas que taxem diretamente os mais ricos, como forma de reduzir os problemas da desigualdade. Lá fora, como aqui no Brasil, os ricos pagam poucos impostos. Mas lá fora pagam mais do que aqui. De outro lado, neste ano de 2015, Piketty foi indicado para receber a condecoração máxima do governo francês, a medalha da Legião de Honra. Recusou o prêmio, afirmando que ao invés de conceder prêmios, o governo deveria estar mais preocupado em retomar o crescimento econômico na França e na Europa. Mas nada disso o Roda Viva explorou de forma objetiva.

A rigor, justiça seja feita, José Paulo Kupfer foi o único a fazer algum questionamento relevante ao professor, sobre os caminhos para a retomada do crescimento internacional, considerando que as taxas de juros da Europa, Japão e EUA andam iguais a zero e mesmo assim não há respostas positivas das economias. Mais de uma vez Augusto Nunes quebrou o ritmo para dar o breake comercial, mesmo sendo um programa previamente gravado.

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sábado, 14 de fevereiro de 2015

Tribunal do Povo: debate na TV entre Prestes x Campos

Richard Jakubaszko
Na charge de Alpino as verdades do povo.
O debate, exibido no vídeo abaixo, foi realizado em 1986 na TV Educativa do Rio de Janeiro, no programa "Tribunal do Povo".
Em minha opinião, tanto Luiz Carlos Prestes (na época com 88 anos), na defesa das esquerdas, como Roberto Campos (na época com 69 anos), defendendo o capitalismo, cometem equívocos de interpretação em seus postulados. Já publiquei aqui no blog o artigo "Você é de esquerda ou de direita", em janeiro de 2008, sobre as posições políticas de cada lado ( http://richardjakubaszko.blogspot.com.br/2008/01/voc-de-esquerda-ou-de-direita.html  ), demonstrando que a política, e os políticos, ou melhor, os seres humanos, desconstroem ambas as ideologias.

A verdade é que, se o comunismo, ou o dito socialismo, sofre de mazelas mundo afora, desde antes da queda do muro de Berlim, por sua vez o capitalismo encontra-se num dilema antropofágico desde 2008, por ocasião da crise americana, que ainda hoje arrasta economias de vários países com desemprego, fome e miséria. O debate esquerda x direita, portanto, à luz da história, mostra-se estéril.

Precisamos, em verdade, reinventar o futuro da sociedade humana. 
Pra vc então, que anda sem nada pra fazer neste Carnaval, assista o debate.

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sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015

Salário mínimo atinge maior poder de compra em 50 anos!!!

E do Lula, né não?
Richard Jakubaszko
Salário mínimo atinge maior poder de compra em 50 anos!!!
Atualmente em R$ 788, o salário mínimo atingiu, em janeiro de 2015, o maior poder de compra desde agosto de 1965, revela levantamento divulgado pelo Banco Central -  www.bcb.gov.br  De acordo com o Boletim Regional do BC, apresentado em Porto Alegre, apenas no período entre julho de 1964 e julho de 1965 o salário mínimo comprava mais do que hoje, em valores corrigidos pela inflação.

De acordo com o Banco Central, a valorização do salário mínimo tem determinado, em parte, a elevação da renda real dos trabalhadores nos últimos anos, principalmente dos empregados que ganham menos e dos beneficiários da Previdência Social. De 2003 a 2014, o rendimento médio da população ocupada com renda de até um salário mínimo cresceu 52% a mais do que o salário mínimo. O movimento pode ser explicado pela formalização do mercado de trabalho, que atraiu profissionais que ganhavam menos que o mínimo.

Para a população que ganha de 1 a 1,5 salário mínimo, o rendimento médio real do trabalhador subiu 1% a mais que o mínimo de 2003 a 2014. Na faixa de 1,5 a 3 salários mínimos, o indicador aumentou 23% menos que a correção do mínimo. Para a população que ganha mais de 3 salários mínimos, o rendimento médio real subiu 53% a menos que o mínimo.

Segundo o BC, 28,2% dos trabalhadores brasileiros recebem o salário mínimo e 54,4% ganham de um a três salários mínimos. De acordo com a instituição, a política de valorização do salário mínimo é a grande responsável pela recuperação do poder aquisitivo dessa faixa de renda. Desde 2008, o salário mínimo é reajustado a cada ano com base no crescimento do PIB – Produto Interno Bruto de dois anos anteriores e da inflação pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) do ano anterior.

O INPC mede a inflação para famílias de menor renda, de até seis salários mínimos. A fórmula garante a reposição da inflação a cada ano. Caso a economia tenha crescido dois anos antes, o cálculo garante aumento real — acima da inflação — para o salário mínimo. A política de valorização chega ao fim neste ano. No início de janeiro, a presidente Dilma Rousseff assegurou que a fórmula será mantida nos próximos quatro anos, mas o Congresso precisa aprovar um projeto de lei sobre o tema.

Apesar dos avanços no rendimento dos trabalhadores, o Banco Central alerta que a política de valorização do mínimo está aumentando o custo médio da mão de obra. Na indústria, as elevações da renda não estão sendo acompanhadas pelo aumento do emprego. De 2012 a 2014, a população ocupada na indústria caiu, embora o rendimento médio tenha subido. Isso indica que menos pessoas trabalham hoje na indústria ganhando, em média, mais do que em 2012.

A valorização do salário mínimo também é constatada por outros órgãos, como o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).

Segundo levantamento divulgado no mês passado, o salário mínimo de R$ 788 compra 2,22 cestas básicas, a melhor relação desde 1979. De acordo com o documento, o mínimo subiu 76,54% acima do INPC desde 2003, mas está longe do ideal. Para o Dieese, o salário mínimo que cobriria as necessidades básicas de uma família de quatro pessoas corresponderia a R$ 3.118,62.


NOTA DO BLOGUEIRO: Presidente Dilma, seu governo apanha hoje mais do que mulher de malandro... Merece? Acho que sim, pois não se defende, e nem mostra o que tem feito de bom... Não está na hora de mostrar isso ao Brasil?
 
Fonte: Agência Brasil

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quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

Molion: seca no Sudeste nada tem a ver com a Amazônia

Richard Jakubaszko 
A crise hídrica no Sudeste tem sido discutida e debatida pelas pessoas, diante da iminência de racionamento de água. A ausência da mídia nesse debate é exasperante. A mídia acompanha a crise divulgando dados de chuvas, captação de água, nível dos reservatórios, entrevistas  dos envolvidos com promessas e discursos dos políticos, ameaças de possível racionamento, consequências, sem debater as causas. Na questão técnica, o físico Luiz Carlos Baldicero Molion proferiu palestra na Cooperativa de Guaxupé, para cafeicultores da região, onde afirmou categoricamente que a seca no Sudeste nada tem a ver com a Amazônia, ao contrário das afirmações de pesquisadores comprometidos com as causas das mudanças climáticas e do aquecimento.

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quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

O "fim" do Brasil

Mauro Santayana
(REVISTA DO BRASIL) - Já há alguns meses, e mais especialmente na época da campanha eleitoral, grassam na internet mensagens com o título genérico de “O fim do Brasil”, defendendo a estapafúrdia tese de que a nação vai quebrar nos
próximos meses, que o desemprego vai aumentar, que o país voltou, do ponto de vista macroeconômico, a 1994 etc. etc. – em discursos irracionais, superficiais, boçais e inexatos.

Na análise econômica, mais do que a onda de terrorismo antinacional em curso, amplamente disseminada pela boataria rasteira de botequim, o que interessa são os números e os fatos. Segundo dados do Banco Mundial, o PIB do Brasil passou, em 11 anos, de US$ 504 bilhões em 2002, para US$ 2,2 trilhões em 2013. Nosso Produto Interno Bruto cresceu, portanto, em dólares, mais de 400% em dez anos, performance ultrapassada por pouquíssimas nações do mundo.

Para se ter ideia, o México, tão “cantado e decantado” pelos adeptos do terrorismo antinacional, não chegou a duplicar de PIB no período, passando de US$ 741 bilhões em 2002 para US$ 1,2 trilhão em 2013; os Estados Unidos o fizeram em menos de 80%, de pouco mais de US$ 10 trilhões para quase US$ 18 trilhões.

Em pouco mais de uma década, passamos de 0,5% do tamanho da economia norte-americana para quase 15%. Devíamos US$ 40 bilhões ao FMI, e hoje temos mais de US$ 370 bilhões em reservas internacionais. Nossa dívida líquida pública, que era de 60% há 12 anos, está em 33%. A externa fechou em 21% do PIB, em 2013, quando ela era de 41,8% em 2002. E não adianta falar que a dívida interna aumentou para pagar que devíamos lá fora, porque, como vimos, a dívida líquida caiu, com relação ao PIB, quase 50% nos últimos anos.

Em valores nominais, as vendas nos supermercados cresceram quase 9% no ano passado, segundo a Abras, associação do setor, e as do varejo, em 4,7%. O comércio está vendendo pouco? O eletrônico – as pessoas preferem cada vez mais pesquisar o que irão comprar e receber suas mercadorias sem sair de casa – cresceu 22% no ano passado, para quase US$ 18 bilhões, ou mais de R$ 50 bilhões, e o país entrou na lista dos dez maiores mercados do mundo em vendas pela internet.

Segundo o Perfil de Endividamento das Famílias Brasileiras divulgado pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), o ano de 2014 fechou com uma redução do percentual de famílias endividadas na comparação com o ano anterior, de 62,5%, para 61,9%, e a porcentagem de famílias com dívidas ou contas em atraso, caiu de 21,2%, em 2013, para 19,4%, em 2014 (menor patamar desde 2010). A proporção de famílias sem condições de pagar dívidas em atraso também diminuiu, de 6,9% para 6,3%.

É esse país – que aumentou o tamanho de sua economia em quatro vezes, cortou suas dívidas pela metade, deixou de ser devedor para ser credor do Fundo Monetário Internacional e quarto maior credor individual externo dos Estados Unidos, que duplicou a safra agrícola e triplicou a produção de automóveis em 11 anos, que reduziu a menos de 6% o desemprego e que, segundo consultorias estrangeiras, aumentou seu número de milionários de 130 mil em 2007 para 230 mil no ano passado, principalmente nas novas fronteiras agrícolas do Norte e do Centro-Oeste – que malucos estão dizendo que irá “quebrar” em 2015.


E se o excesso de números é monótono, basta o leitor observar a movimentação nas praças de alimentação dos shoppings, nos bares, cinemas, postos de gasolina, restaurantes e supermercados; ou as praias, de norte a sul, lotadas nas férias. E este é o retrato de um país que vai quebrar nos próximos meses?


O Brasil não vai acabar em 2015
Mas se nada for feito para desmitificar a campanha antinacional em curso, poderemos, sim, assistir ao “fim do Brasil” como o conhecemos. A queda das ações da Petrobras e de empresas como a Vale, devido à baixa do preço do petróleo e das commodities, e também de grandes empresas ligadas, direta e indiretamente, ao setor de gás e de petróleo, devido às investigações sobre corrupção na maior empresa brasileira, poderá diminuir ainda mais o valor de empresas estratégicas nacionais, levando, não à quebra dessas empresas, mas à sua compra, a preço de “bacia das almas”, por investidores e grandes grupos estrangeiros – incluídos alguns de controle estatal – que, há muito, estão esperando para aumentar sua presença no país e na área de influência de nossas grandes empresas, que se estende pela América do Sul e a América Latina.


Fosse outro o momento, e o Brasil poderia – como está fazendo a Rússia – reforçar sua presença em setores-chave da economia, como são a energia e a mineração, para comprar, com dinheiro do tesouro, a preço muito barato, ações da Petrobras e da própria Vale. Com isso, além de fazer um grande negócio, o governo brasileiro poderia, também, contribuir com a recuperação da Bolsa de Valores. Essa alternativa, no entanto, não pode sequer ser aventada, em um início de mandato em que o governo se encontra pressionado, praticamente acuado, pelas forças neoliberais que movem – aproveitando os problemas da Petrobras – cerrada campanha contra tudo que seja estatal ou de viés nacionalista.


Com isso, o país corre o risco de passar, com a entrada desenfreada de grandes grupos estrangeiros na Bolsa por meio da compra de ações de empresas brasileiras com direito a voto, e a eventual quebra ou absorção de grandes empreiteiras nacionais por concorrentes do exterior, pelo maior processo de desnacionalização de sua economia, depois da criminosa entrega de setores estratégicos a grupos de fora – alguns de capital estatal ou descaradamente financiados por seus respectivos países (como foi o caso da Espanha) nos anos 1990.


Projetos que envolvem bilhões de dólares, e mantêm os negócios de centenas de empresas e empregam milhares de brasileiros já estão sendo, também, entregues para estrangeiros, cujas grandes empresas, no quesito corrupção, como se pode ver no escândalo dos trens, em São Paulo, em nada ficam a dever às brasileiras.


Para evitar que isso aconteça, é necessário que a sociedade brasileira, por meio dos setores mais interessados – associações empresariais, pequenas empresas, sindicatos de trabalhadores, técnicos e cientistas que estão tocando grandes projetos estratégicos que poderiam cair em mãos estrangeiras –, se organize e se posicione. Grandes e pequenos investidores precisam ser estimulados a investir na Bolsa, antes que só os estrangeiros o façam.


O combate à corrupção – com a punição dos responsáveis – deve ser entendido como um meio de sanar nossas grandes empresas, e não de inviabilizá-las como instrumentos estratégicos para o desenvolvimento nacional e meio de projeção do Brasil no exterior.


É preciso que a população – especialmente os empreendedores e trabalhadores – percebam que, quanto mais se falar que o país vai mal, mais chance existe de que esse discurso antinacional e hipócrita, contamine o ambiente econômico, prejudicando os negócios e ameaçando os empregos, inclusive dos que de dizem contrários ao governo.


É legítimo que quem estiver insatisfeito combata a aliança que está no poder, mas não o destino do Brasil, e o futuro dos brasileiros.


segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

A água e as imbecilidades

Richard Jakubaszko
Com frequência que chega a saturar, há um insistente aforismo: “a água doce é um bem escasso; pior ainda, está se esgotando”.

O crescimento explosivo das cidades, somado ao descaso dos poderes públicos e à falta de consciência da população em geral, e a falta de dinheiro para investimentos, faz com que boa parte dos rios urbanos do Brasil e de muitas cidades no exterior mais pareça uma extensão de lixeiras e esgotos. A falta de tratamento de esgoto e o descarte de poluentes residenciais e industriais são os grandes vilões para essa autêntica catástrofe.

Adicionalmente, vindo não se sabe de onde, aparecem argumentos de que o planeta tem água, sim, mas é água salgada dos oceanos, e o que vai faltar é água doce, água para beber. Por vezes chega-se ao paroxismo de anunciar que a Amazônia caminha à desertificação.

A premissa dessa questão é o paradigma de que vai faltar água potável (água doce) para abastecer os 7,3 bilhões de pessoas que temos no planeta, pois apenas 3% da água existente no planeta é doce, e 97% é salgada.

1º erro: água não acaba. Não existe nada na natureza, nem na química ou na física que faça a água sumir, à exceção da eletrólise, que é processo laboratorial, para pequenas quantidades, e custa muito caro. A mesma quantidade de água que existe hoje, existia há 3 milhões de anos. E será assim no futuro. A água se recicla permanentemente, sempre nos 3 estágios que conhecemos: líquido, sólido ou gasoso. Aliás, o planeta deveria chamar-se “Água”, pois de terra há somente 29% na superfície da nossa casa.

2º erro: as calculadoras dos ambientalistas ensandecidos partem da premissa de uma estatística já antiga feita em países com pouquíssima água (como Israel e Espanha). Nesses países, o problema da água é crítico: lá, “descobriram” que 70% da água consumida eram usadas na irrigação, 20% pelas indústrias e 10% por consumo humano. Entenderam e decidiram que isso levaria ao caos do planeta. Dever-se-ia economizar água na agricultura, e, portanto, os "perdulários" dos produtores rurais teriam de ser contidos a qualquer custo.

3º erro: a “pegada hídrica” não tem aceitação internacional em nenhuma universidade, pois utiliza métodos estapafúrdios e emocionais, sem base na boa ciência. O referido indicador nem é polêmico, ele simplesmente não é aceito como ciência. Desta forma, as ONGs divulgam um factoide monstrengo, e a mídia digere e divulga acriticamente todas as besteiras inconvenientes.

Desta forma, chegamos aos “controles e à gestão da água”, eis que para irrigar a lavoura o agricultor brasileiro deve ter “estudos de impacto ambiental”. Numa boa, os ambientalistas e especialistas de água, surgidos do nada, passaram a faturar uma grana extra em consultoria. Não se financia um pivô de irrigação sem que haja um “estudo de impacto ambiental”. Fazer uma barragem ou poço artesiano é "crime ambiental". As firulas do raciocínio ambientalista são hilárias, e tenta-se dar embasamento de “estudo científico”.


Achar que água é vital a gente concorda com os ambientalistas. O que se deve ter em mente, é que o consumo de água, seja agrícola ou industrial, não “gasta” água, apenas interfere em seu processo. Quando usada na agricultura, na forma de irrigação, ou também por chuvas, como é calculada na métrica neurótica dos ambientalistas, a água não vai para o “quinto dos infernos”. Essa água revitaliza o solo, dá sustentabilidade à produção de alimentos, evapora-se ou é filtrada em suas impurezas, e vai para o lençol freático. Dali retorna para os rios, ou vai, temporariamente, para os aquíferos, e depois chega aos mares. Nos oceanos há evaporação, que forma as nuvens, e estas, depois de milhares de quilômetros percorridos, se transformam em chuvas. É o destino de toda água no planeta, inexorável. A ciência chama isso de Ciclo Hidrológico, e é uma das primeiras coisas que uma criança aprende no ensino fundamental.

Importante é que, seja para irrigação ou qualquer outro destino, quando a humanidade urbana ou rural usa água dos rios, usa tão somente, quando muito, apenas 1% do volume total de água do rio. Ou seja, no cálculo citado, os ambientalistas criticam o uso de 70% de água da parte de apenas 1% do que foi retirada do rio, pois 99% da água tem o mar como destino...

Repito: de toda a água de um rio, a humanidade usa no máximo 1%, ou seja, o "restante", os 99% não usados vai para o mar... Portanto, é imbecilidade discutir ou afirmar que 70% de um "universo" de 1% é gasto perdulário, especialmente se a gente lembrar que é para produzir alimentos. Afora isso, tem outro fator muito importante: com a irrigação a lavoura fica mais produtiva, e é mais uma maneira de impedir que se procurem novas áreas para se fazer mais agricultura.

Se o leitor não entendeu, ou não concordou, lamento, não tem como desenhar... Mas que essa campanha pelo uso da água por parte dos agricultores é imbecil, é isso mesmo, não há como negar.

OBS. do blogueiro:
No vídeo abaixo, José Augusto Bezerra (Tostão), o editor da Agro DBO registra alguns dos destaques da edição nº 63, FEV/2015:


O artigo acima foi publicado originalmente na revista Agro DBO, edição nº 63 - fevereiro 2015. É permitida a reprodução, mas é obrigatória a citação da fonte, conforme Lei de Direitos Autorais.
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domingo, 8 de fevereiro de 2015

Descoberta cidade subterrânea gigantesca na Turquia

Richard Jakubaszko

Pesquisadores turcos anunciaram a descoberta de uma gigantesca cidade subterrânea na região histórica da Capadócia. Com salas e túneis enormes, o local foi descoberto acidentalmente por causa de um projeto de inovação urbana no local que começou ainda em 2013. Estima-se que a cidade subterrânea seja de 3000 a.C.

O que impressionou os pesquisadores é a dimensão dos túneis da cidade. De acordo com relatos, seria possível tranquilamente dirigir um carro atual por eles. Depois da descoberta, os especialistas agora retiram material do local para descobrir a qual civilização a cidade pertencia, além de seu propósito subterrâneo.


“O que sabemos é que é uma cidade até então desconhecida. Estávamos com um projeto de urbanização que seguia as leis locais e então descobrimos a cidade. Paramos e agora a área será devidamente explorada”, afirma Mehmet Ergun Turan, presidente da TOKI, empresa responsável pelas obras no local.

Como os túneis locais foram cavados em pedras originais, é difícil que os pesquisadores datem a cidade com absoluta certeza. Por causa disso, é também difícil precisar qual sociedade foi responsável pela criação da cidade. Os especialistas estimam que persas e gregos da Antiguidade podem estar envolvidos na construção.


Apesar de muito antiga, a cidade subterrânea surpreende por seu desenvolvimento. Seus túneis, vastos e largos, indicam a possibilidade de que serviam para carregar produtos agrícolas de uma região para a outra. Também surpreende a temperatura embaixo da terra. Por lá a média é de 12°C, o que indica a possibilidade de conservação de alimentos por maior tempo.
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sábado, 7 de fevereiro de 2015

Lula em video conferência sobre a fome no mundo


Richard Jakubaszko


O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva participa neste sábado (7), por videoconferência, de um encontro contra a fome no mundo. O evento é promovido pelo Ministério de Política Agrícola, Alimentar e Florestal da Itália e faz parte do calendário preparatório da Expo2015, que será realizada em Milão entre 1º de maio e 31 de outubro.

Além de Lula, o Papa Francisco mandará uma mensagem em vídeo ao encontro. O primeiro-ministro italiano, Matteo Renzi, e a representante da União Europeia, Federica Mogherini, também são convidados do encontro, que será transmitido ao vivo pela TV Italiana, pelo site do Instituto Lula e também em
 http://www.expo.rai.it/eng/


Ao longo de todo o sábado serão realizadas 42 mesas temáticas cujos debates vão resultar na “Carta de Milão”, que reunirá as principais metas de desenvolvimento sustentável do planeta.
A participação de Lula está prevista para as 13h (horário de Brasília).
Assista ao vivo

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O helicoca de Minas Gerais

Richard Jakubaszko 
Estranho, muito estranho mesmo, esse episódio da apreensão do helicóptero da família Perrela, conhecidos políticos em Minas Gerais. A mídia silenciou, apesar de ter sido uma das maiores apreensões de cocaína do país, em helicóptero de propriedade de um senador e de um deputado estadual, ambos de nome Perrela, ligados ao Cruzeiro F.C, de MG, sendo que o senador foi presidente do clube.

O patrimônio do senador e da família é esplendoroso, e eles são amigos do ex-candidato à presidência da república Aécio Neves. Mas a mídia não investigou, a Polícia Federal calou-se, a procuradoria não deu explicações. Ninguém foi preso, ninguém noticia mais nada, até o piloto anda leve, livre e solto...
O vídeo abaixo, em montagem editada com fotos e depoimentos, dá uma clara dimensão desse escabroso assunto, que a mídia nem aborda mais, e ninguém sabe onde anda o processo na Justiça.
O vídeo é de autoria do blog Diário do Centro do Mundo.

Mais estranho ainda, é que o vídeo original foi retirado do Youtube sob a tradicional alegação de "direitos autorais". Outra versão, igual à anterior, está abaixo, enquanto o blog DCM discute a impropriedade da retirada do vídeo.
Tem gente querendo esconder a sujeira debate do tapete. Para a grande mídia isso não parece ter importância.

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sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015

Reino do 'nonsense’


por Janio de Freitas
 
A desgraça lançada sobre
a Petrobras decorre de que
a gatunagem foi constatada
e abriram-se inquéritos


Se a Petrobras ainda estivesse sob a ação ignorada e tranquila de gatunos, a realidade dos últimos 11 meses seria assim: suas ações em altas cotações na Bolsa, bafejadas pelo crescimento da produção a despeito da queda de preço do petróleo, os corruptos embolsando seus ganhos com a segurança de sempre, e bancos e corretoras festejando em vez de derrubar os dirigentes da empresa. Ou seja, toda a desgraça lançada sobre a Petrobras decorre de que a gatunagem foi constatada, abriram-se inquéritos com numerosas prisões de corruptores e corrompidos.

Era possível, anteontem, ouvir a notícia da reunião de Dilma Rousseff e Graça Foster, para o afastamento da presidente da Petrobras, e logo a notícia de que "a Petrobras bateu o recorde de produção em dezembro". Que associação se poderia fazer entre os dois fatos tão íntimos entre si, a não ser sua naturalidade brasileira?

Pior para quem ouviu tais notícias e no mesmo dia leu, do autor pago de um parecer favorável a impeachment de Dilma, que a "insistência, no seu primeiro e segundo mandatos, em manter a mesma diretoria que levou à destruição da Petrobras" caracterizou improbidade. Essa Petrobras "levada à destruição" conseguiu em 2014, portanto quando os diretores a destruíam, o recorde da produção de derivados com 2,17 milhões de barris de petróleo por dia. O sexto recorde anual seguido, sendo este último, deduz-se, de produção fantasmagórica.

A "insistência" de Dilma, "no seu primeiro e segundo mandatos", em "manter a mesma diretoria que levou à destruição da Petrobras" contém importante revelação: a empresa tinha duas diretorias paralelas. Uma, presidida por Graça Foster, substituiu a existente no governo Lula. A outra, imperceptível a olhos comuns como os nossos, mas captada pela visão de pareceristas bem-aventurados e ficcionistas consagrados.

Neste último caso se encontrou a também novidadeira informação, por um dos nossos cronistas, de que "o maior acontecimento" do governo Dilma "foi o rombo criminoso da Petrobras". Não creio (bem, só porque não sou homem de fé) haver alguma ponta de intenção na constante falta de clareza, quando citada uma gatunagem, sobre o período em que se deu. Nem por isso se fica impedido de ver que o maior acontecimento do governo Dilma deu-se no governo Lula. À primeira vista, só um escorregão crônico, mas que põe Graça Foster, uma pessoa a ser respeitada, sob a acusação de presidir "o rombo criminoso da Petrobras".

Não se sabia que o petróleo torna as pessoas sentimentais. Mas ontem se teve a notícia de que a Petrobras recebeu o OTC-2015, o Distinguished Achievement Award for Companies, Organizations and Institutions, "o mais importante para operadoras off-shore". O prêmio foi em reconhecimento ao "conjunto de tecnologias desenvolvidas para a produção na camada pré-sal". Mas, percebe-se, foi só por nostalgia, para uma empresa que deixou de existir, para a destruída Petrobras.

Publicado na Folha de SP:
http://www1.folha.uol.com.br/fsp/poder/207007-reino-do-nonsense.shtml
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quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

Quanto vale a Petrobras


Mauro Santayana
(Jornal do Brasil) - O adiamento do balanço da Petrobras do terceiro trimestre do ano passado foi um equívoco estratégico da direção da companhia, cada vez mais vulnerável à pressão que vem recebendo de todos os lados, que deveria, desde o início do processo, ter afirmado que só faria a baixa contábil dos eventuais prejuízos com a corrupção, depois que eles tivessem, um a um, sua apuração concluída, com o avanço das investigações.


A divulgação do balanço há poucos dias, sem números que não deveriam ter sido prometidos, levou a nova queda no preço das ações.


E, naturalmente, a novas reações iradas e estapafúrdias, com mais especulação sobre qual seria o valor — subjetivo, sujeito a flutuação, como o de toda empresa de capital aberto presente em bolsa — da Petrobras, e o aumento dos ataques por parte dos que pretendem aproveitar o que está ocorrendo para destruir a empresa — incluindo hienas de outros países, vide as últimas idiotices do Financial Times – que adorariam estraçalhar e dividir, entre baba e dentes, os eventuais despojos de uma das maiores empresas petrolíferas do mundo.


O que importa mais na Petrobras?

O valor das ações, espremido também por uma campanha que vai muito além da intenção de sanear a empresa e combater eventuais casos de corrupção e que inclui de apelos, nas redes sociais, para que consumidores deixem de abastecer seus carros nos postos BR; à aberta torcida para que “ela quebre, para acabar com o governo”; ou para que seja privatizada, de preferência, com a entrega de seu controle para estrangeiros, para que se possa — como afirmou um internauta — “pagar um real por litro de gasolina, como nos EUA”?


Para quem investe em bolsa, o valor da Petrobras se mede em dólares, ou em reais, pela cotação do momento, e muitos especuladores estão fazendo fortunas, dentro e fora do Brasil, da noite para o dia, com a flutuação dos títulos derivada, também, da campanha antinacional em curso, refletida no clima de “terrorismo” e no desejo de “jogar gasolina na fogueira”, que tomou conta dos espaços mais conservadores — para não dizer golpistas, fascistas, até mesmo por conivência — da internet.


Para os patriotas - e ainda os há, graças a Deus - o que importa mais, na Petrobras, é seu valor intrínseco, simbólico, permanente, e intangível, e o seu papel estratégico para o desenvolvimento e o fortalecimento do Brasil.

Quanto vale a luta, a coragem, a determinação, daqueles que, em nossa geração, foram para as ruas e para a prisão, e apanharam de cassetete e bombas de gás, para exigir a criação de uma empresa nacional voltada para a exploração de uma das maiores riquezas econômicas e estratégicas da época, em um momento em que todos diziam que não havia petróleo no Brasil, e que, se houvesse, não teríamos, atrasados e subdesenvolvidos que “somos”, condições técnicas de explorá-lo?


Quanto vale a formação, ao longo de décadas, de uma equipe de 86.000 funcionários, trabalhadores, técnicos e engenheiros, em um dos segmentos mais complexos da atuação humana?


Quanto vale a luta, o trabalho, a coragem, a determinação daqueles, que, não tendo achado petróleo em grande quantidade em terra, foram buscá-lo no mar, batendo sucessivos recordes de poços mais profundos do planeta; criaram soluções, “know-how”, conhecimento; transformaram a Petrobras na primeira referência no campo da exploração de petróleo a centenas, milhares de metros de profundidade; a dezenas, centenas de quilômetros da costa; e na mais premiada empresa da história da OTC – Offshore Technology Conferences, o “Oscar” tecnológico da exploração de petróleo em alto mar, que se realiza a cada dois anos, na cidade de Houston, no Texas, nos Estados Unidos?


Quanto vale a luta, a coragem, a determinação, daqueles que, ao longo da história da maior empresa brasileira — condição que ultrapassa em muito, seu eventual valor de “mercado” — enfrentaram todas as ameaças à sua desnacionalização, incluindo a ignominiosa tentativa de alterar seu nome, retirando-lhe a condição de brasileira, mudando-o para “Petrobrax”, durante a tragédia privatista e “entreguista” dos anos 1990?


Quanto vale uma companhia presente em 17 países, que provou o seu valor, na descoberta e exploração de óleo e gás, dos campos do Oriente Médio ao Mar Cáspio, da costa africana às águas norte-americanas do Golfo do México?

Quanto vale uma empresa que reuniu à sua volta, no Brasil, uma das maiores estruturas do mundo em Pesquisa e Desenvolvimento, no Rio de Janeiro, trazendo para cá os principais laboratórios, fora de seus países de origem, de algumas das mais avançadas empresas do planeta?


Por que enquanto virou moda — nas redes sociais e fora da internet — mostrar desprezo, ódio e descrédito pela Petrobras, as mais importantes empresas mundiais de tecnologia seguem acreditando nela, e querem desenvolver e desbravar, junto com a maior empresa brasileira, as novas fronteiras da tecnologia de exploração de óleo e gás em águas profundas?


Por que em novembro de 2014, há apenas pouco mais de três meses, portanto, a General Electric inaugurou, no Rio de Janeiro, com um investimento de 1 bilhão de reais, o seu Centro Global de Inovação, junto a outras empresas que já trouxeram seus principais laboratórios para perto da Petrobras, como a BG, a Schlumberger, a Halliburton, a FMC, a Siemens, a Baker Hughes, a Tenaris Confab, a EMC2 a V&M e a Statoil?


Quanto vale o fato de a Petrobras ser a maior empresa da América Latina, e a de maior lucro em 2013 — mais de 10 bilhões de dólares — enquanto a PEMEX mexicana, por exemplo, teve um prejuízo de mais de 12 bilhões de dólares no mesmo período?


Quanto vale o fato de a Petrobras ter ultrapassado, no terceiro trimestre de 2014, a EXXON norte-americana como a maior produtora de petróleo do mundo, entre as maiores companhias petrolíferas mundiais de capital aberto?


É preciso tomar cuidado com a desconstrução artificial, rasteira, e odiosa, da Petrobras e com a especulação com suas potenciais perdas no âmbito da corrupção, especulação esta que não é apenas econômica, mas também política.

A PETROBRAS teve um faturamento de 305 bilhões de reais em 2013, investe mais de 100 bilhões de reais por ano, opera uma frota de 326 navios, tem 35.000 quilômetros de dutos, mais de 17 bilhões de barris em reservas, 15 refinarias e 134 plataformas de produção de gás e de petróleo.


É óbvio que uma empresa de energia com essa dimensão e complexidade, que, além dessas áreas, atua também com termoeletricidade, biodiesel, fertilizantes e etanol, só poderia lançar em balanço eventuais prejuízos com o desvio de recursos por corrupção, à medida que esses desvios ou prejuízos fossem “quantificados” sem sombra de dúvida, para depois ser — como diz o “mercado” — “precificados”, um por um, e não por atacado, com números aleatórios, multiplicados até quase o infinito, como tem ocorrido até agora.


As cifras estratosféricas (de 10 a dezenas de bilhões de reais), que contrastam com o dinheiro efetivamente descoberto e desviado para o exterior até agora, e enchem a boca de “analistas”, ao falar dos prejuízos, sem citar fatos ou documentos que as justifiquem, lembram o caso do “Mensalão”.


Naquela época, adversários dos envolvidos cansaram-se de repetir, na imprensa e fora dela, ao longo de meses a fio, tratar-se a denúncia de Roberto Jefferson, depois de ter um apaniguado filmado roubando nos Correios, de o “maior escândalo da história da República”, bordão esse que voltou a ser utilizado maciçamente, agora, no caso da Petrobras.


Em dezembro de 2014, um estudo feito pelo instituto Avante Brasil, que, com certeza não defende a “situação”, levantou os 31 maiores escândalos de corrupção dos últimos 20 anos.


Nesse estudo, o “mensalão” — o nacional, não o “mineiro” — acabou ficando em décimo-oitavo lugar no ranking, tendo envolvido menos da metade dos recursos do “trensalão” tucano de São Paulo e uma parcela duzentas vezes menor que a cifra relacionada ao escândalo do Banestado, ocorrido durante o mandato de Fernando Henrique Cardoso, que, em primeiríssimo lugar, envolveu, segundo o levantamento, em valores atualizados, aproximadamente 60 bilhões de reais.

E ninguém, absolutamente ninguém, que dizia ser o mensalão o maior dos escândalos da história do Brasil, tomou a iniciativa de tocar, sequer, no tema — apesar do “doleiro” do caso Petrobras, Alberto Youssef, ser o mesmo do caso Banestado — até agora.


Os problemas derivados da queda da cotação do preço internacional do petróleo não são de responsabilidade da Petrobras e afetam igualmente suas principais concorrentes.


Eles advêm da decisão tomada pela Arábia Saudita de tentar quebrar a indústria de extração de óleo de xisto nos Estados Unidos, aumentando a oferta saudita e diminuindo a cotação do produto no mercado global.


Como o petróleo extraído pela Petrobras destina-se à produção de combustíveis para o próprio mercado brasileiro, que deve aumentar com a entrada em produção de novas refinarias, como a Abreu e Lima; ou para a “troca” por petróleo de outra graduação, com outros países, a empresa deverá ser menos prejudicada por esse processo.


A produção de petróleo da companhia está aumentando, e também as descobertas, que já somam várias depois da eclosão do escândalo.

E, mesmo que houvesse prejuízo — e não há — na extração de petróleo do pré-sal, que já passa de 500.000 barris por dia, ainda assim valeria a pena para o país, pelo efeito multiplicador das atividades da empresa, que garante, com a política de conteúdo nacional mínimo, milhares de empregos qualificados na construção naval, na indústria de equipamentos, na siderurgia, na metalurgia, na tecnologia.


A Petrobras foi, é e será, com todos os seus problemas, um instrumento de fundamental importância estratégica para o desenvolvimento nacional, e especialmente para os estados onde tem maior atuação, como é o caso do Rio de Janeiro.


Em vez de acabar com ela, como muitos gostariam, o que o Brasil precisaria é ter duas, três, quatro, cinco Petrobras.

É necessário punir os ladrões que a assaltaram?

Ninguém duvida disso.

Mas é preciso lembrar, também, uma verdade cristalina.

A Petrobras não é apenas uma empresa.

Ela é uma Nação.

Um conceito.

Uma bandeira.

E por isso, seu valor é tão grande, incomensurável, insubstituível.

Esta é a crença que impulsiona os que a defendem.

E, sem dúvida alguma, também, a abjeta motivação que está por trás dos canalhas que pretendem destruí-la.



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