Richard Jakubaszko
Entrevistei no Portal DBO o diretor executivo da Andef, Eduardo Daher, sobre a questão da subida de preços dos insumos, especialmente os agroquímicos, para a próxima safra.
Daher, como sempre, mostra excepcional poder de comunicação para explicar a problemática de forma objetiva e simples.
O Portal DBO entra em nova e dinâmica fase, agora abordando todos os temas de agricultura, pecuária de corte e leite, sob a liderança do jornalista Sérgio Oliveira, secundado pela Marcela Caetano, e com apoio de toda a enorme equipe de jornalistas especializados no agronegócio da DBO Editores. O link para você acompanhar o Portal DBO, agora também com TV pela internet, é www.portaldbo.com.br
Vale a pena assistir ao vídeo abaixo:
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sexta-feira, 10 de abril de 2015
quinta-feira, 9 de abril de 2015
Terceirização ou o fim da CLT?
Richard Jakubaszko
Com a aprovação (estranhíssima, foi assim, a jato...) parcial do projeto de lei da terceirização na Câmara dos Deputados, há previsões de que se pode decretar o fim da CLT. Esse projeto de lei tramitava há 11 anos, foi desengavetado, digamos, de repente.
Nos próximos dias teremos votações adicionais em plenário, ainda pelos deputados federais, e, depois, o que for aprovado será encaminhado ao Senado. Evidentemente que o Senado incluirá adendos e vai retirar algumas propostas já aprovadas, e o PL voltará à Câmara para ser votado. Depois, vai para a sanção ou veto da presidente Dilma Rousseff. Óbvio ululante que será discussão e debate polêmico pra mais de ano, pior do que foi o Código Florestal, até porque os sindicalistas e mesmo as esquerdas ainda não entenderam e nem absorveram o tamanho da encrenca que vem aí pela frente.
O Congresso vai discutir, com a terceirização, a redução de impostos e encargos sobre a folha de pagamentos, os deveres e obrigações das empresas. Os trabalhadores perderão direitos conquistados, porque serão terceirizados.
Assume-se na terceirização da CLT brasileira a filosofia neoliberal de Margareth Thatcher, que foi moda e acabou faz 20 anos. Como sempre, o Brasil entra atrasado nesse modismo.
Era necessário modernizar a legislação trabalhista, desonerar a folha de pagamentos, mas acho que os deputados perderam o pé do estribo.
A partir do momento em que a sociedade despertar para as implicações da nova lei, e antes da sanção ou veto da presidente, teremos muitas manifestações de ruas, e pedidos nas redes sociais, de "Veta, Dilma!".
Quem viver, e sobreviver, verá!
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Com a aprovação (estranhíssima, foi assim, a jato...) parcial do projeto de lei da terceirização na Câmara dos Deputados, há previsões de que se pode decretar o fim da CLT. Esse projeto de lei tramitava há 11 anos, foi desengavetado, digamos, de repente.
Nos próximos dias teremos votações adicionais em plenário, ainda pelos deputados federais, e, depois, o que for aprovado será encaminhado ao Senado. Evidentemente que o Senado incluirá adendos e vai retirar algumas propostas já aprovadas, e o PL voltará à Câmara para ser votado. Depois, vai para a sanção ou veto da presidente Dilma Rousseff. Óbvio ululante que será discussão e debate polêmico pra mais de ano, pior do que foi o Código Florestal, até porque os sindicalistas e mesmo as esquerdas ainda não entenderam e nem absorveram o tamanho da encrenca que vem aí pela frente.
O Congresso vai discutir, com a terceirização, a redução de impostos e encargos sobre a folha de pagamentos, os deveres e obrigações das empresas. Os trabalhadores perderão direitos conquistados, porque serão terceirizados.
Assume-se na terceirização da CLT brasileira a filosofia neoliberal de Margareth Thatcher, que foi moda e acabou faz 20 anos. Como sempre, o Brasil entra atrasado nesse modismo.
Era necessário modernizar a legislação trabalhista, desonerar a folha de pagamentos, mas acho que os deputados perderam o pé do estribo.
A partir do momento em que a sociedade despertar para as implicações da nova lei, e antes da sanção ou veto da presidente, teremos muitas manifestações de ruas, e pedidos nas redes sociais, de "Veta, Dilma!".
Quem viver, e sobreviver, verá!
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quarta-feira, 8 de abril de 2015
Gilmar Mendes é denunciado por impedir andamento de ação
Será que o Senado vai pedir ao ministro Gilmar Mendes para que ele decline seu voto na ADIN que ele anda dando vista faz 1 ano? O tempo dirá...

O grupo Brigadas Populares protocolou ação no Senado Federal pelo crime de responsabilidade contra o ministro
O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), foi denunciado por postergar, há mais de 1 ano, a conclusão do julgamento de ação que pede o fim do financiamento empresarial de campanha.
O grupo Brigadas Populares protocolou, na quarta-feira (1º), uma ação no Senado Federal pelo crime de responsabilidade contra o ministro. A entidade fundamenta a denúncia na Lei 1.079/50, que estabelece crime de responsabilidade, cometido por ministros do STF, “ser patentemente desidioso no cumprimento dos deveres do cargo”.
Segundo a ação, Gilmar Mendes descumpre também seu dever de magistrado, previsto na Lei Orgânica da Magistratura. “Não exceder injustificadamente os prazos para sentenciar ou despachar”, define o art. 35, II.
A denúncia judicial questiona a interrupção, com um pedido de vistas, do julgamento da Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI 4650), proposta pela Ordem dos Advogados do Brasil (AOB). O processo pede que seja declarado inconstitucional o financiamento empresarial de campanhas eleitorais.
“A razão está clara para o Brasil inteiro: o Ministro Gilmar prolonga deliberadamente o pedido de vista, motivado por preferências pessoais e segundo uma estratégia ilegal e antidemocrática de obstrução da decisão tomada pela maioria do STF”, afirma a organização Brigadas Populares, em nota publicada em seu site oficial.
O texto afirma ainda que a estratégia do ministro é aguardar um desfecho para a questão da “atual composição conservadora do Congresso Nacional”, que pretende incluir na Constituição o “retrocesso” de permitir as doações de empresas a partidos e campanhas eleitorais.
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segunda-feira, 6 de abril de 2015
Humor: operação tapa-buracos no Tocantins
Richard Jakubaszko
O Tocantins é outro Brasil...
Como tem mais estradas de terra, onde as chuvas fazem estragos, o governo do Tocantins tapa os buracos das estradas de terra, com asfalto...
Um pouco de humor que ninguém de ferro...
Periga asfaltar o estado inteiro nessa operação "tapa-buracos"...
As fotos "falam" do humor tocantinense, que é deveras sutil...
O press release que recebi tinha pompa e circunstância:
(Vai grafado em itálico e em azul, pra que vc leitor não confunda, pois não fui eu que escrevi...)
"Estado realiza obras emergenciais em rodovias na região do Bico do Papagaio"
Secom
A população da região do Bico do Papagaio, no norte do Estado, vai ser beneficiada com obras emergenciais de tapa-buracos em 326,70 km de rodovias estaduais ainda nesse semestre, o que vai facilitar a escoação da produção de grãos, pecuária e a locomoção dos moradores. Já a partir do meio do ano, por meio do Contrato de Reabilitação e Manutenção de Rodovias (Crema) com o Banco Mundial, será realizado um trabalho mais ostensivo em 375,5 km, totalizando mais de 700 km de rodovias recuperadas.
Em recente viagem a região, o governador Marcelo Miranda destacou a atenção que será dada para o norte tocantinense. No Bico do Papagaio, por meio de ação emergencial do Departamento de Estradas de Rodagem (Dertins), estão atuando três frentes de trabalho, que nos próximos 15 dias concluem a recuperação de 51 km de rodovias.
Em todo o Estado serão recuperados 1.200 km de rodovias com serviços de tapa-buracos. e roçagem mecanizada, com um investimento de R$ 4,4 milhões.
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O Tocantins é outro Brasil...
Como tem mais estradas de terra, onde as chuvas fazem estragos, o governo do Tocantins tapa os buracos das estradas de terra, com asfalto...
Um pouco de humor que ninguém de ferro...
Periga asfaltar o estado inteiro nessa operação "tapa-buracos"...
As fotos "falam" do humor tocantinense, que é deveras sutil...

(Vai grafado em itálico e em azul, pra que vc leitor não confunda, pois não fui eu que escrevi...)
"Estado realiza obras emergenciais em rodovias na região do Bico do Papagaio"
Secom
A população da região do Bico do Papagaio, no norte do Estado, vai ser beneficiada com obras emergenciais de tapa-buracos em 326,70 km de rodovias estaduais ainda nesse semestre, o que vai facilitar a escoação da produção de grãos, pecuária e a locomoção dos moradores. Já a partir do meio do ano, por meio do Contrato de Reabilitação e Manutenção de Rodovias (Crema) com o Banco Mundial, será realizado um trabalho mais ostensivo em 375,5 km, totalizando mais de 700 km de rodovias recuperadas.
Em recente viagem a região, o governador Marcelo Miranda destacou a atenção que será dada para o norte tocantinense. No Bico do Papagaio, por meio de ação emergencial do Departamento de Estradas de Rodagem (Dertins), estão atuando três frentes de trabalho, que nos próximos 15 dias concluem a recuperação de 51 km de rodovias.
Em todo o Estado serão recuperados 1.200 km de rodovias com serviços de tapa-buracos. e roçagem mecanizada, com um investimento de R$ 4,4 milhões.
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domingo, 5 de abril de 2015
Cingapura – do Terceiro ao Primeiro Mundo


Em 1965, quando Cingapura foi fundada, sua renda per capita era de US$ 400 ao ano. Cinquenta anos depois, sua renda per capita é de US$ 60 mil anuais. Essa pequena ilha equatorial – que foi um entreposto comercial britânico pobre no estreito de Malaca – sem recursos naturais, sem espaço, sem língua definida, transformou-se em uma potência mundial das finanças, comércio, eletrônicos, refinarias e serviços.
O segredo do milagre está em um tripé bastante simples idealizado por Lee: a) governo íntegro e eficiente; b) políticas econômicas favoráveis aos negócios e ao empreendedorismo; e c) disciplina, ordem social e respeito às leis. Em 50 anos, Cingapura tornou-se uma sociedade multicultural, multirracial, multirreligiosa e repleta de empresas multinacionais. Um país formado por migrantes de centenas de países, onde a diversidade é não apenas tolerada mas antes de tudo incentivada. Cingapura é hoje um dos países mais abertos do mundo para o comércio e os investimentos e para milhões de expatriados.
Um dos aspectos mais marcantes do país é o pesado investimento em educação e uma cultura de meritocracia. As escolas públicas são excelentes e muito exigentes. Chamam a atenção a qualidade e a agilidade do setor público, que adotou interessante política de salários altos para atrair os melhores talentos da sociedade, além da boa governança e um combate draconiano à corrupção. Trabalhar para o governo não deveria ser opção para pessoas despreparadas ou uma forma de sacrifício. Funcionários públicos deveriam ser escolhidos por aptidão e merecimento, com salário adequado que refletisse as melhores condições do mercado. Com princípios como esses, Lee reuniu as mentes mais brilhantes e transformou os padrões mais exigentes em um sistema de governo.
Outro aspecto marcante é a língua. Num país que nasceu há 50 anos como uma verdadeira Torre de Babel, Lee definiu que cada família optaria pela língua que quisesse, mas o inglês seria a segunda língua obrigatória de todos, ensinado desde cedo nas escolas e falado nas ruas. Em duas décadas, o inglês virou a primeira língua, com mandarim, malaio e tâmil (idioma indiano) como as demais. Óbvio que essa medida tão inteligente teve papel central na atratividade que Cingapura passou a exercer na região e no mundo.
O arquiteto de Cingapura viveu com hábitos frugais numa residência espartana, que ele pediu que fosse derrubada após sua morte, "para evitar indesejável culto à personalidade". Sua maior obra está agora visível em toda parte: Cingapura, um modelo de sociedade limpa, segura e com instituições fortes no coração do Sudeste Asiático, formada por uma espetacular mistura das grandes culturas ocidentais e orientais.
Seu velho amigo, Henry Kissinger, resumiu: "Lee não era sedutor nem bajulador. Ele sempre colocava claramente o seu ponto de vista, com força e inteligência, não para pedir uma ação específica, mas para realmente traduzir a essência do mundo em que vivemos".
Na mesma linha, sua grande admiradora Margaret Thatcher disse: "Li e analisei cada discurso de Lee Kuan Yew. Ele tem um jeito muito especial para atravessar a névoa da propaganda e expressar com singular clareza as grandes questões do nosso tempo e como enfrentá-las. Eu o admiro pela força de suas convicções, a clareza de suas percepções, a retidão de seus discursos e uma visão estratégica muito à frente do seu tempo. Ele nunca estava errado".
Pragmático e objetivo, a frase que melhor sintetiza o seu jeito de ser foi: "É muito mais importante ser correto do que politicamente correto".
Foi emocionante ver, no último final de semana, jovens e velhos esperando dez horas na fila do velório público para prestar uma última homenagem ao seu maior líder. Com flores, bandeiras e longas carta de agradecimento, sob intensa chuva, cidadãos encheram as ruas para acompanhar o cortejo fúnebre, seguido de discursos sinceros e emocionantes de familiares e colegas de jornada.
Lee Kuan Yew já tem seu lugar garantido na história, como um dos maiores estadistas do nosso tempo. No mundo globalizado em que vivemos, o Brasil precisa urgentemente de uma boa dose dos ideais e das realizações desse grande líder.
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Marcos S. Jank é especialista em questões globais do agronegócio e assumiu em
2015 a liderança de assuntos corporativos da BRF na Ásia-Pacífico, em
Cingapura.
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sábado, 4 de abril de 2015
Professores estaduais de SP em greve, de novo.
Richard Jakubaszko
Você sabia disso? É que os jornais dão apenas pequenas notas...
Então, para se informar corretamente, mude de jornal, e de TV...
A cidade de São Paulo é tão grande que mais de 60 mil professores estaduais realizaram uma enorme passeata, dia 2 de abril último, em plena avenida Paulista, desceram para a praça da República, protestaram, e a grande mídia politicamente partidarizada não destacou.
Triste país onde um professor da rede estadual de São Paulo, o estado mais rico da nação, recebe no máximo R$ 2.415,89 mensais. Por isso a greve. Querem melhores salários, pedem condições de trabalho adequadas.
Uma vergonha!
Por dia de trabalho, um professor de Educação Básica II (o que ganha mais...) recebe menos do que a quantia "aquinhoada" por uma diarista, analfabeta ou semi-alfabetizada, e sem descontos de impostos! Ou menos, porque em bairros ricos como Higienópolis ou Jardins as diaristas ganham acima de R$ 150,00 por dia de trabalho, mais refeição e ajuda de custo para transporte. As madames podem pagar...
O governo estadual não cede, a greve continua, todo ano tem greve em São Paulo. É um vexame!
Se desejamos um país melhor para nossos filhos e netos, essa hipocrisia tem de acabar, esse jeitinho politicamente correto governamental tem de mudar! O estado finge que paga um bom salário, o professor finge que ensina... E o seu filho, leitor, não finge que aprende, pois ele não aprende nada!
Não é hora de parar de fingir?
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Você sabia disso? É que os jornais dão apenas pequenas notas...
Então, para se informar corretamente, mude de jornal, e de TV...
A cidade de São Paulo é tão grande que mais de 60 mil professores estaduais realizaram uma enorme passeata, dia 2 de abril último, em plena avenida Paulista, desceram para a praça da República, protestaram, e a grande mídia politicamente partidarizada não destacou.
Triste país onde um professor da rede estadual de São Paulo, o estado mais rico da nação, recebe no máximo R$ 2.415,89 mensais. Por isso a greve. Querem melhores salários, pedem condições de trabalho adequadas.
Uma vergonha!
Por dia de trabalho, um professor de Educação Básica II (o que ganha mais...) recebe menos do que a quantia "aquinhoada" por uma diarista, analfabeta ou semi-alfabetizada, e sem descontos de impostos! Ou menos, porque em bairros ricos como Higienópolis ou Jardins as diaristas ganham acima de R$ 150,00 por dia de trabalho, mais refeição e ajuda de custo para transporte. As madames podem pagar...
O governo estadual não cede, a greve continua, todo ano tem greve em São Paulo. É um vexame!
Se desejamos um país melhor para nossos filhos e netos, essa hipocrisia tem de acabar, esse jeitinho politicamente correto governamental tem de mudar! O estado finge que paga um bom salário, o professor finge que ensina... E o seu filho, leitor, não finge que aprende, pois ele não aprende nada!
Não é hora de parar de fingir?
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sexta-feira, 3 de abril de 2015
Outro helicóptero apreendido, de prefeito tucano chegado a Aécio.
Richard Jakubaszko

É o ex-prefeito de Itaguaí, Luciano Mota (PSDB), eleito com apoio direto de Aécio Neves.
Foi afastado do cargo dia 31de março último, por decisão do Tribunal Regional Federal da 2ª Região, por causa da Operação Gafanhotos da Polícia Federal, que investiga desvios na prefeitura de R$ 30 milhões por mês no SUS e dos royalties do petróleo.
O dinheiro da prefeitura para saúde saía dos cofres públicos mas não chegava no atendimento médico ao cidadão. Enquanto isso, coincidentemente, o prefeito aecista passou a andar de Ferrari, Land Rover e comprou um helicóptero, causando desconfiança e revolta na população.
A Polícia Federal (PF) apreendeu hoje (1º) os bens do ex-prefeito, incluindo o helicóptero e três carros de luxo.
Baladas
Assim como Aécio, Mota tem fama de baladeiro.
Em dezembro de 2013, uma conta de bar do ex-prefeito ficou em R$ 6.455,00.
A parte mais extravagante foi 3 garrafas de champanhe Don Pérignon, uma das mais caras do mundo. Cada garrafa custou R$ 2 mil no Miroir Club, na Lagoa, área nobre da noite carioca.
O ex-segurança de Mota, Alexandre Marques da Silva, 47 anos, gravou vídeos e testemunhou fatos e conversas sigilosas.
Por meio do material coletado pelo segurança – que foi policial militar em Itaguaí por mais de 10 anos – a Polícia Federal obteve provas e evidências do esquema de corrupção montado.
Em entrevista ao Jornal Atual, Alexandre falou da ostentação com dinheiro público, de propinas de empresários em estacionamentos de shoppings e descreve como o dinheiro circulava em porta-malas de veículos, como viajou de helicóptero para São Paulo a fim de comprar um Land Rover de R$ 580 mil e a rotina de festas, baladas e contas em boate que chegavam aos R$ 20 mil.
Você viu esta notícia por aí, nos jornais ou nas TVs? Então mude de jornal e de TV, caso contrário vai continuar mal informado...
Publicado originalmente no blog Os amigos do presidente Lula: http://osamigosdopresidentelula.blogspot.com.br/2015/04/outro-helicoptero-apreendido-de.html?utm_source=feedburner&utm_medium=feed&utm_campaign=Feed:+blogspot/Eemp+%28Os+Amigos+do+Presidente+Lula%29
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quinta-feira, 2 de abril de 2015
Brasil, o país da hipocrisia.
Richard Jakubaszko
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Admitamos,
o Brasil é o país da hipocrisia. É, mas sempre foi assim. E sempre
nos perdoamos.
Já
tivemos um presidente eleito cujo símbolo publicitário era uma
vassoura, para varrer a corrupção.
Já
ouvimos defesa viral publicitária de outro político, que pedia
votos aos eleitores, explicando que "rouba, mas faz". Gerou
filhotes este mote...
Já
tivemos político eleito presidente com promessa de acabar com os
marajás, ele próprio um marajá que foi depois devidamente
impilchado do poder.
Até
hoje ouvimos nas TVs e lemos nos jornais que houve uma "revolução"
neste país em 1964, como eufemismo para o golpe civil-militar que
durou 21 anos, e a mídia hipocritamente diz que foi uma
"ditabranda".
Admitamos,
o Brasil ama o "me engana que eu gosto". Prostituta tem
orgasmos, e traficante é dependente.
Neste
país, um de nossos heróis mais cultuados é Macunaíma, mau caráter
típico, e confesso.
No
judiciário, juízes condenam sem provas, porque a literatura assim o
permite.
Outro
juiz prende uma agente de trânsito, que o flagrou em delito, acusa a
agente de desacato, e um segundo juiz condena a agente a pagar multa
a título de indenização moral.
Juízes
do STF condenam acusados, sem provas, por "domínio do fato",
pois "tinham de saber".
Neste
país, um ex-condenado por corrupção, liberto de pena porque
atenuada por delação, agora de novo preso por reincidência, faz
"delação premiada" ao mesmo juiz de antes, e sua palavra
vale mais do que a de cidadãos livres.
Neste
país, campeão internacional da hipocrisia, um juiz federal escreve
artigo em jornais preconizando ação de flagrante
inconstitucionalidade, para prender "suspeitos", antes
mesmo de provar a culpabilidade. Não existe mais, conforme a opinião
do juiz, "presunção da inocência". Coitada da
Constituição!
Neste
país, as leis são para todos, menos para aqueles que não são
iguais.
Neste
país, juiz do STF pede "vista" num processo já
parcialmente votado e decidido, em placar parcial de 6 votos a favor
da inconstitucionalidade, e 1 contra, uma ADIN (Ação Direta de
Inconstitucionalidade) para acabar com doações de empresas
corruptas a partidos políticos corruptos, mas o ministro, depois de
1 ano, nem tchum para a corrupção, ou seja, não vota, não
fala nada, esquece que seu voto, diante do placar existente, é
moral. Como ele é contra, e é voto perdido, espera que o Congresso
tome uma decisão por ele.
Agora, a mais nova hipocrisia institucional brasileira: o ministro
Gilmar Mendes, um ex-presidente do STF, é o autor. Travou a votação da ADIN com seu pedido de "vista". Faz mais de doze meses...
Devolve a ADIN, ministro Gilmar, e vote como quiser, aí a gente vai saber se
de fato o seu voto é para acabar com a corrupção, ou se é para
continuar, oficializando a corrupção e a hipocrisia, para que todos nós nos
locupletemos.
Sai
do armário, ministro Gilmar, hipocrisia explícita, não!
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quarta-feira, 1 de abril de 2015
SOS: devolve Gilmar!
Richard Jakubaszko
Afinal, o ministro Gilmar Mendes pode desrespeitar o STF? Por que ele não devolve a ação da OAB, da qual pediu vistas há mais de 1 ano, quando o placar estava 6 x 1? Aqui no blog, em dezembro de 2014, publiquei post sobre essa questão, eram os meus desideratos para 2015, e o pedido de devolução era o 2º mais importante, antecedido por "chover no Cantareira": http://richardjakubaszko.blogspot.com.br/2014/12/meus-desideratos-para-2015.html
Antes disso, em novembro, já tinha pedido, em outro post, para Gilmar Mendes devolver, e nada até agora: http://richardjakubaszko.blogspot.com.br/2014/11/devolve-gilmar.html
SOS: Devolve Gilmar!
O presidente do STF, Ricardo Lewandoswky, já pediu a devolução ao plenário dessa ADIN, mas Gilmar Mendes não se manifesta no STF, apesar de dar declarações à imprensa do direcionamento do seu voto.
Queremos acabar com a corrupção política? Pois o primeiro passo é acabar com as doações de empresas aos partidos, o Brasil inteiro quer isso!
O ministro Gilmar Mendes vai ficar impune?
A imprensa vai continuar muda e calada?
Gilmar, devolve!
Será que Gilmar Mendes não quer acabar com a corrupção no Brasil? É isso ministro?
Qual é a sua explicação para essa demora, ministro Gilmar Mendes? Tem alguma?
Apenas pense, ministro Gilmar Mendes: como imagina sua imagem futura na história do judiciário brasileiro, depois de 2 Habeas Corpus em menos de 24 horas em favor do banqueiro condenado, ou depois de 1 ano "sentado" em cima nessa ADIN?
Sai daí ministro!
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Afinal, o ministro Gilmar Mendes pode desrespeitar o STF? Por que ele não devolve a ação da OAB, da qual pediu vistas há mais de 1 ano, quando o placar estava 6 x 1? Aqui no blog, em dezembro de 2014, publiquei post sobre essa questão, eram os meus desideratos para 2015, e o pedido de devolução era o 2º mais importante, antecedido por "chover no Cantareira": http://richardjakubaszko.blogspot.com.br/2014/12/meus-desideratos-para-2015.html
Antes disso, em novembro, já tinha pedido, em outro post, para Gilmar Mendes devolver, e nada até agora: http://richardjakubaszko.blogspot.com.br/2014/11/devolve-gilmar.html
SOS: Devolve Gilmar!
O presidente do STF, Ricardo Lewandoswky, já pediu a devolução ao plenário dessa ADIN, mas Gilmar Mendes não se manifesta no STF, apesar de dar declarações à imprensa do direcionamento do seu voto.
Queremos acabar com a corrupção política? Pois o primeiro passo é acabar com as doações de empresas aos partidos, o Brasil inteiro quer isso!
O ministro Gilmar Mendes vai ficar impune?
A imprensa vai continuar muda e calada?
Gilmar, devolve!
Será que Gilmar Mendes não quer acabar com a corrupção no Brasil? É isso ministro?
Qual é a sua explicação para essa demora, ministro Gilmar Mendes? Tem alguma?
Apenas pense, ministro Gilmar Mendes: como imagina sua imagem futura na história do judiciário brasileiro, depois de 2 Habeas Corpus em menos de 24 horas em favor do banqueiro condenado, ou depois de 1 ano "sentado" em cima nessa ADIN?
Sai daí ministro!
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terça-feira, 31 de março de 2015
Novo teste de câncer de próstata pode aposentar toque retal
Richard Jakubaszko
O teste vai detectar câncer de próstata em amostra simples de urina
Um teste barato, fácil e preciso para detectar o câncer de próstata pode estar disponível nos próximos meses. Estudos mostram que o novo teste, feito com a urina, pode ser duas vezes mais confiável que o exame de sangue existente para a detecção da doença.
O teste também informa aos médicos a gravidade do câncer. Além de salvar vidas, vai aposentar, segundo especialistas, o toque retal. É descrito como o maior avanço no diagnóstico do câncer de próstata em 25 anos.
Além de preciso, deve custar, quando chegar ao mercado, cerca de R$ 40,00 cada exame, o que permitiria a realização de testes em todos os homens a partir dos 40 anos, como acontece com o câncer de mama.
O material foi desenvolvido por estudiosos da britânica Universidade de Surrey www.surrey.ac.uk
Cientistas anunciaram ter chegado a um acordo com duas empresas, o que porá o teste em consultórios médicos ainda este ano.
O inventor do teste é o professor de oncologia médica Hardev Pandha, que acredita no potencial de poder detectar rapidamente a doença, salvando centenas de vidas a baixo custo.
Publicado no jornal A Tarde - Salvador: http://atarde.uol.com.br/cienciaevida/materias/1573761-novo-teste-de-cancer-de-prostata-pode-aposentar-toque-retal
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O teste vai detectar câncer de próstata em amostra simples de urina
Um teste barato, fácil e preciso para detectar o câncer de próstata pode estar disponível nos próximos meses. Estudos mostram que o novo teste, feito com a urina, pode ser duas vezes mais confiável que o exame de sangue existente para a detecção da doença.
O teste também informa aos médicos a gravidade do câncer. Além de salvar vidas, vai aposentar, segundo especialistas, o toque retal. É descrito como o maior avanço no diagnóstico do câncer de próstata em 25 anos.
Além de preciso, deve custar, quando chegar ao mercado, cerca de R$ 40,00 cada exame, o que permitiria a realização de testes em todos os homens a partir dos 40 anos, como acontece com o câncer de mama.
O material foi desenvolvido por estudiosos da britânica Universidade de Surrey www.surrey.ac.uk
Cientistas anunciaram ter chegado a um acordo com duas empresas, o que porá o teste em consultórios médicos ainda este ano.
O inventor do teste é o professor de oncologia médica Hardev Pandha, que acredita no potencial de poder detectar rapidamente a doença, salvando centenas de vidas a baixo custo.
Publicado no jornal A Tarde - Salvador: http://atarde.uol.com.br/cienciaevida/materias/1573761-novo-teste-de-cancer-de-prostata-pode-aposentar-toque-retal
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segunda-feira, 30 de março de 2015
Pessimismo de plantão
Richard Jakubaszko
O dólar supervalorizado – no final de março em mais de R$ 3,10 –
geraria mais inflação, mas foi a salvação das lavouras na safra de verão, que estão com
baixas cotações das commodities. E ainda vai contribuir para "salvar o Brasil"
na pauta de exportações, que deve apresentar saldo positivo em 2015.
A
expectativa dos pessimistas de plantão tinha como troféu o possível
rebaixamento do Brasil pela Standard & Poors como investment grade,
o que também não se confirmou, pois a agência manteve o nosso status.
Ainda neste
março os visionários pessimistas focaram no crédito de custeio e de
investimentos para o agronegócio, cujos juros subiriam muito e também que faltaria dinheiro para crédito. O
governo federal aumentou os juros do Moderfrota, e a ministra Kátia Abreu promete que não vai faltar
dinheiro, com isso a indústria de tratores e máquinas se salva, nem vai perder as
vendas já feitas, e que estavam travadas nos ralos da burocracia.
Agora, a nova previsão alarmista diz que
o custeio da safra 2015/16 vai subir, por causa do dólar alto, quando
fertilizantes e todos os insumos ficarão mais caros, e a próxima safra agrícola teria
zero de lucratividade, quem sabe prejuízos.
Fazem ainda previsões, os ditos mal
humorados, de que o dólar começará a cair no fim do ano, e que baixará a R$ 2,80
justamente na época de colheita da safra 2015/16, lá por janeiro de 2016. Não contentes com isso,
prenunciam queda do crescimento do PIB chinês dentro de 5 ou 10 anos, para algo
como 3% ou 4%...
Parece coisa de gente carente, que deseja atenção para as notícias
ruins que espalham por aí. É o pessimismo de plantão!
Desejam o Brasil no samba do “quanto pior, melhor”.
Coisas de políticos. Eles esquecem de que a China tem mais de US$ 3 trilhões em caixa na poupança, e que não vai reduzir importação de alimentos. Falta de comida para o povo derruba qualquer governo, seja a ditadura que for.
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sábado, 28 de março de 2015
Na Agro DBO, a quebra anunciada da safra.
Richard Jakubaszko
Mesmo atrasado neste post, informo que anda circulando a Agro DBO de março/2015, onde se destacam os problemas da quebra de safra no Brasil-Central, e a questão hídrica no Sudeste, especialmente São Paulo, onde os irrigantes sofrem com as ações do governo do estado.
No vídeo abaixo faço ainda o registro de outras novidades da Agro DBO deste mês, que também traz boas notícias, como as pesquisas do IAC, Embrapa e outros institutos. O IAC, por exemplo, desenvolveu o feijão apelidado de camelo, tolerante ao estresse hídrico, portanto, que gosta de pouca água. É a ciência dando soluções aos caprichos da natureza.
A Agro DBO de abril já está em gráfica, circula a partir do dia 1º de abril, e traz um balanço da safra de verão e os problemas da safrinha, mas isso vou deixar pra semana seguinte.
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Mesmo atrasado neste post, informo que anda circulando a Agro DBO de março/2015, onde se destacam os problemas da quebra de safra no Brasil-Central, e a questão hídrica no Sudeste, especialmente São Paulo, onde os irrigantes sofrem com as ações do governo do estado.
No vídeo abaixo faço ainda o registro de outras novidades da Agro DBO deste mês, que também traz boas notícias, como as pesquisas do IAC, Embrapa e outros institutos. O IAC, por exemplo, desenvolveu o feijão apelidado de camelo, tolerante ao estresse hídrico, portanto, que gosta de pouca água. É a ciência dando soluções aos caprichos da natureza.
A Agro DBO de abril já está em gráfica, circula a partir do dia 1º de abril, e traz um balanço da safra de verão e os problemas da safrinha, mas isso vou deixar pra semana seguinte.
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sexta-feira, 27 de março de 2015
Timoty Cook a Mídia e a Politica
Daniel
Strutenskey Macedo
O livro do norte americano Timothy Cook é uma luz moderna sobre a influência da mídia nos rumos políticos. Faz tempo que as pessoas duvidam do que é publicado, pois quando possuem referências próprias o publicado se revela superficial, enganoso e por vezes falso e mentiroso (caso da mídia nos regimes republicanos e democráticos). As pessoas também reconhecem que sem liberdade de divulgação e opinião a sociedade se torna refém dos que controlam a divulgação autorizada (caso da mídia nas ditaduras militares).
É claro que entre os dois extremos nós temos vários tons de cinza. Todavia, não somos capazes de reconhecê-los para separar o joio do trigo que nos é transmitido pela mídia. É impossível. Não temos como fazer isto. Só podemos expressar nossas opiniões pessoais, contra ou a favor do conteúdo formado.
Temos consciência de que a comunicação depende de recursos humanos, técnicos e financeiros para ser realizada. Posso enviar minha opinião via e-mail, mas ela será apenas uma gota d’água no oceano de opiniões. Para formar uma opinião pública, para que milhões de pessoas recebam informações e opiniões que influenciem seu modo de ver determinados assuntos, é preciso muita munição, é tarefa para as grandes emissoras de opiniões e notícias. É disto que o senhor Timothy Cook trata. Estamos reféns de grandes grupos divulgadores e formadores de opinião. Ele analisa a história da mídia nos EUA e conclui que precisamos mudar isto, mas também não sabe como. É da nossa natureza desejar que os outros nos reconheçam e aceitem nosso modo de ver as coisas, as grandes e as pequenas. A mídia é o equipamento moderno de massas que permite que a gente consiga isto, que sejamos reconhecidos e aceitos por muitas pessoas. As nações são formadas em função de como as pessoas de uma região se reconheçam, se aceitam e se aglutinam. Não é sem razão que as nações são, nos seus berços, sejam formadas em torno de crenças, de religiões. São os exércitos e as lutas que definem os vencedores, mas são as opiniões que formam os grupos que sustentarão os exércitos. É fácil de ver isto na história da Iugoslávia, agora na Ucrânia e na Síria.
O que Timoty aponta, foca, circunscreve e pontua é o fato da mídia não ser um partido político, não ter instrumentos de governo, mas de servir a grupos restritos e poderosos (econômica e intelectualmente) para formar a opinião pública conforme lhe interessa. A população é, portanto, manobrada. É como dizia a canção dos anos sessenta: “Êêê, vida de gado. Povo Marcado. Povo Feliz”.
Segue um resumo do Timoty feito pelo Kramer.
COOK, Timothy E. Governing with the News: The News Media as a Political Instituition. Chicago: The University of Chicago Press, 1998. (ISBN 0226115003; paperback: US$ 18,00)
HERBST, Susan. Reading Public Opinion: How Political Actors View the Democratic Process. Chicago: The University of Chicago Press, 1998. (ISBN 0226327477; paperback: US$ 16,00).
Espetacularização da política; substituição de líderes carismáticos por políticos telegênicos; glorificação dosound-bite (aquela frase ou gesto de efeito talhado para preencher 15 segundos “no ar”) em detrimento do debate ideológico e pragmático; arrebatamento por publicitários, consultores de imagem e “marketeiros” de funções antes desempenhadas pelos partidos ou cabos eleitorais; entronização dos focus groups e de outras modalidades de pesquisa de opinião como insumos prioritários na formulação de discursos de campanha ou na “correção dos rumos” de políticas públicas – essas e outras inovações alteraram significativamente a forma e o conteúdo da atividade da política na atualidade, bem como o seu relacionamento com os meios de comunicação e a opinião pública. Tal é o horizonte em que se movimentam as duas obras aqui resenhadas e que integram a série “Studies in Communication, Media and Public Opinion” da editora da Universidade de Chicago.
Há dez anos, Thimothy Cook já publicava um trabalho inovador e marcante sobre os membros do Congresso americano e a mídia, intitulado Making Laws and Making News – a Media Strategies in the U.S. House of Representatives (1989). Agora, ele amplia seu foco de análise para avançar a tese de que os meios de comunicação são, de fato, uma instituição política tão fundamental quanto os três poderes constitucionais. Na medida em que a democracia é um sistema sob o qual os mandatários têm não apenas o direito, mas principalmente o dever de comunicar, explicar e justificar suas atitudes, escolhas, decisões e ações (e isso antes, durante e após as eleições), a simbiose entre profissionais e veículos de comunicação, de um lado, e homens públicos – sejam eles parlamentares, funcionários do Executivo ou magistrados – de outro, propõe e repõe constantemente os critérios de relevância e interesse que “emolduram” as informações consumidas pelo cidadão acerca da estrutura, do funcionamento e dos impasses da vida pública nacional.
Em sua investigação, que se serve de abundantes fontes secundárias registradas nas notas ao fim do volume (a ausência de uma bibliografia em ordem alfabética de autor não deixa de ser um pequeno incômodo), Cook desafia o tabu sagrado da “objetividade”, tão decisivo na constituição da autoimagem profissional dos jornalistas como agentes neutros e despolitizados a serviço da informação isenta, algo ainda pouco problematizado na grande maioria dos estudos acadêmicos nessa área.
A leitura de Governing with the News estimula-nos a questionar a poderosa articulação de interesses entre as fontes, os repórteres e as empresas de comunicação. As autoridades em posições de comando e poder dedicam-se a selecionar, enfatizar ou desenfatizar dados e opiniões no sentido de conferir credibilidade aos seus próprios pontos de vista, definições da realidade e rationales de atuação. Já os profissionais de cobertura política precisam cultivar um bom relacionamento com esses informantes estratégicos para progredir em uma carreira intelectualmente exigente, fisicamente estafante e fortemente competitiva. Quanto aos veículos, eles dependem dessa já referida simbiose para sobreviver e prosperar no mercado de índices de audiência ou circulação. Explorando o avesso do duplo requisito de “importância” e “interesse” que os manuais de jornalismo preconizam para a notícia, Cook desvenda uma “divisão de trabalho” em que as autoridades definem o que é importante, e os jornalistas, o que é interessante.
A preocupação cívica que orienta o inquérito de Cook é a seguinte: como instituição política que liga as demais entre si e estas, em seu conjunto, com os cidadãos comuns, a mídia detém cada vez mais poder sobre os rumos da governança democrática, muito embora não seja feita para governar, nem, muito menos, disponha de qualquer mandato de representação popular. Portanto, como pode a sociedade submeter o processo de produção e veiculação do noticiário político ao crivo democrático da transparência e da responsabilidade? Essa indagação serve de fio condutor aos oito bem urdidos capítulos do livro de Cook. À introdução, voltada para o delineamento da perspectiva teórica geral, segue-se uma rica e interessante reconstituição histórica da trajetória da mídia noticiosa americana desde os seus primórdios (capítulos II e III). O estudo avança com a (exitosa) tentativa de integrar, no marco do “neo-institucionalismo”, abordagem calcada na maximização racional de utilidades com um approach culturalista que salienta as normas, os costumes, os significados compartilhados (explícita e, sobretudo, implicitamente pelos atores), característicos da mídia como instituição. A clarificação de seu caráter especificamente político, à luz da interação jornalistas/fontes, é o objeto do capítulo V, ao passo que o VI focaliza as estratégias de comunicação como instrumento de governo, com destaque para o comunicador-em-chefe do sistema, o presidente dos Estados Unidos. Na sequência, são discutidos os limites e oportunidades com que os atores políticos em geral se defrontam ao tentar colocar a mídia a serviço de seus interesses, cultura profissional e formatos organizacionais do noticiário político.
Na conclusão (capítulo VIII), o autor reitera o dilema da mídia como detentora de poder político sem a correspondente parcela oficial de responsabilidade pública, propondo mecanismos capazes de superá-lo, ainda que parcialmente.
O foco da obra de Susan Herbst são as implicações do processo de “construção” da opinião pública para a teoria e a prática democráticas. Os “atores políticos”, referidos em seu subtítulo são aqueles que avaliam e moldam a opinião pública: jornalistas, pesquisadores, assessores legislativos e ativistas políticos. E - “surpresa”! – a autora constata que aquilo que normalmente entendemos como opinião pública pouco tem a ver com o público. De fato, a percepção que esses operadores têm da “voz rouca das ruas”, para usar uma expressão cara ao sociólogo e ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, é quase sempre refratada (e distorcida) pelo prisma estridente e parcial dos grupos de interesse e dos formadores de opinião encastelados na mídia.
Combinando perspectivas fornecidas pela Ciência Política, a Sociologia e a Psicologia, Herbst conduziu 44 entrevistas em profundidade e submeteu um extenso questionário a 528 outros informantes. A riqueza e a importância do material coletado traduzem-se no potencial das “teorias leigas”, quase sempre implícitas na prática profissional desses atores, para questionar, clarificar, aprofundar e reorientar as tendências dominantes no corpus acadêmico dessa área de estudo, tão tradicional e prestigiosa nas Ciências Sociais americanas, um campo construído sob a égide de Alexis de Tocqueville, Arthur Bentley, David Truman e Herbert Blumer, sem esquecer sua vertente “jornalística” capitaneada por Walter Lippmann.
Recuperando outra nobre e fecunda tradição da Ciência Política de seu país, a dos estudos políticos de comunidade – onde pontificam nomes como Floyd Hunter, Robert Dahl e o casal Robert e Helen Lynd –, Susan Herbst ambienta sua pesquisa em Springfield, capital do estado de Illinois. O progresso de sua investigação confirmou-lhe a suspeita de que a cidade, por um conjunto de razões históricas, geográficas e socioeconômicas, é um microcosmo dos Estados Unidos e um sinalizador de tendências emergentes da opinião pública nacional, preenchendo assim sua ambição original de articular macroteorização com estudo de campo em nível micro.
O capítulo I explora o variegado universo de questões envolvidas na definição de “opinião pública” e, para fundamentar a relevância do estudo de “teorias leigas”, louva-se da autoridade de estudiosos como o antropólogo Clifford Geertz. Os capítulos II a IV descrevem os resultados das entrevistas e questionários. Finalmente, no capítulo V, a autora costura suas conclusões à luz do argumento de que a “teoria leiga” dos operadores políticos pode e deve revigorar a discussão acadêmico-científica sobre a dinâmica da comunicação política e da opinião pública.
Três minuciosos apêndices metodológicos completam a obra, elucidando a concepção do projeto e reproduzindo os roteiros de entrevista bem como os questionários utilizados em campo.
Trata-se de duas contribuições extremamente bem-vindas no momento em que o debate intelectual brasileiro inicia um esforço sério de compreensão mais sistemática e menos anedótica do papel político da mídia no processo de formação da opinião pública. Vale aqui mencionar o estudo do jornalista e escritor Elcias Lustosa, O teatro político (1998), como fruto auspicioso dessa promissora safra de reflexão made in Brazil. Por sinal, já não era sem tempo: nessas duas e meia longas décadas de transição/consolidação democrática, a linguagem do marketing e das pesquisas desempenhou um papel central na estruturação do nosso cotidiano político e até já virou produto de exportação para América Latina e África.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
COOK, T. 1989. Making Laws and Making News – Media Strategies in the U.S. House of Representatives. Washington, D.C.: Brookings Intituition.
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