sexta-feira, 17 de junho de 2016

Pesquisa científica em vias de extinção em São Paulo

Richard Jakubaszko 
Não estou exagerando, absolutamente, pois é isso o que pode acabar acontecendo no estado mais rico do país, estamos a poucos passos de extinguir os institutos de pesquisa de São Paulo, na agricultura, saúde e também da área ambiental. Já tínhamos, nos últimos 12 anos, a falta de pesquisadorees científicos.

Agora, o governo do estado está colocando à venda várias estações experimentais, especialmente do IAC e do Instituto de Zootecnia. Essas áreas foram consideradas inservíveis pelo governo.
Na entrevista abaixo, com o pesquisador Joaquim Azevedo, da Apta, e também presidente da APQC - Associação dos Pesquisadores Científicos do Estado de São Paulo, pode-se entender o que está acontecendo.

A entrevista foi realizada para o Portal DBO e está também disponível neste link:  http://www.portaldbo.com.br/Agro-DBO/Super-manchete/Pesquisa-cientifica-publica-em-vias-de-extincao-em-Sao-Paulo/16930

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quinta-feira, 16 de junho de 2016

Ônibus escolar na Mongólia

Richard Jakubaszko 
Incrível o mundo que existe por aí afora. O ônibus escolar na Mongólia, uma van de 4 portas, carrega muito mais gente do que ônibus urbano brasileiro, confiram, porque é inacreditável. Afora as crianças (quantas mesmo? - contei 35...), ainda leva 3 adultos, observem no final a mulher que sai toda desconjuntada de dentro da van (de calças claras), arrumando os cabelos.
Hilário e curioso...

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terça-feira, 14 de junho de 2016

Velhas e novas agendas da agricultura global

Marcos Sawaya Jank *



Recém-empossado, o ministro Blairo Maggi fez bem em escolher o encontro dos ministros da Agricultura do G20 em Xian, na China, como sua primeira missão internacional. A China, anfitriã dos encontros do G20 neste ano, tornou-se a principal compradora de produtos agropecuários do mundo e é o país que hoje demonstra maior interesse no Brasil.

Apesar dos esforços para aumentar a produtividade, a dependência externa da China vem crescendo. Sua presença na África e na América Latina aumenta a cada dia. A China começa a migrar para uma visão de "segurança alimentar estratégica orientada para o mercado", que vai substituir o mantra secular da "autossuficiência a qualquer custo", com imenso impacto sobre a organização futura das cadeias produtivas do agronegócio brasileiro.

Vivemos em um mundo cada vez mais interconectado pela internet e pela globalização. Novos vetores surgem a cada dia: redes internacionais de varejo, marcas globais, conveniência, integração de cadeias produtivas, multinacionais de países em desenvolvimento, máquinas e insumos extraordinários, menos produtores com maiores escalas, mudanças climáticas, bem-estar animal, biotecnologia, rastreabilidade, saúde e segurança dos alimentos.

Um evento que reúne os maiores países do mundo, sediado no país que mais demanda agricultura, deveria produzir resultados de grande impacto. Ocorre, porém, que grandes foros internacionais como o G20 parecem estar desconectados da velocidade que o mundo tomou. Fiquei com a nítida impressão de que a agenda das organizações internacionais praticamente não mudou desde os anos 80, quando comecei a acompanhar o tema.

É certo que houve uma multiplicação de programas com siglas exóticas –o documento cita 15 iniciativas– que alimentam grandes burocracias, mas são desconhecidas pela grande maioria dos produtores e empresas do agronegócio.

Notei que alguns erros conceituais continuam firmes e fortes. Por exemplo, o documento diz, corretamente, que a solução para a segurança alimentar nasce do incremento da inovação e da produtividade agrícola. Surgem daí dezenas de programas voltados para a transferência de tecnologia para pequenos produtores, principalmente na África. Porém, transferência de tecnologia sem organização da cadeia produtiva e acesso a mercados raramente cumpre o seu objetivo. Pouco ou nada se falou sobre o papel que os demais agentes da cadeia agroalimentar exercem sobre o produtor. Ganhos de produtividade dependem de relações e contratos sólidos entre agricultores e indústrias de máquinas e insumos, de um lado, e processadores e distribuidores, do outro.

O segundo equívoco é não considerar o comércio internacional como uma solução efetiva para a inovação e o desenvolvimento sustentável. Segurança alimentar é um tema que não pode se limitar às fronteiras nacionais. Ao fazê-lo, os países condenam os seus consumidores a comprar produtos mais caros e de menor qualidade e a falta de competição faz com que a inovação não ocorra na velocidade desejável. Além disso, o fechamento seletivo das fronteiras impede o melhor uso dos recursos naturais do planeta, já que a maior parte da população se concentra em regiões cujos recursos naturais estão se exaurindo.

O terceiro encontro dos ministros da Agricultura do G20 ainda não produziu a agenda sistêmica e aberta que o mundo precisa. Mas reuniões como essa são importantes e necessárias, pois permitem encontros bilaterais, construção de consensos e montagem de parcerias estratégias para avançar nos temas relevantes do século 21.

* Especialista em questões globais do agronegócio
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segunda-feira, 13 de junho de 2016

Os melhores dribles do futebol

Richard Jakubaszko 
Futebol é gol, é talento e estratégia, é jogo de equipe, mas os lances que mais entusiasmam e divertem os torcedores são os grandes dribles individuais. No vídeo abaixo alguém teve a paciência - e talento - para reunir alguns dos melhores dribles do futebol. Alguns deles são hilários...
Evidentemente que alguns dos maiores jogadores de todos os tempos estão reunidos, a maioria, brasileiros.

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sábado, 11 de junho de 2016

Entrevista de Dilma Rousseff à TV Brasil

Richard Jakubaszko 
Muita conversa atrasada de Dilma Rousseff com o entrevistador Luís Nassif na entrevista exclusiva. Falha da comunicação da Presidente e da Presidência da República com os brasileiros, não resta a menor dúvida. Muita coisa do que ela falou na entrevista, se tivesse sido levado antes ao conhecimento do público poderia ter evitado muitos dissabores dos que estamos vivendo.

Até mesmo a imagem negativa da própria Dilma Rosseff, que chegou a ser criticada como incompetente para gerenciar o país, pois não é isso o que nos revela a entrevista. Dilma chegou a conservar bom humor em muitas das análises feitas.
De toda forma, a entrevista revela a postura republicana e democrática de Dilma em relação ao processo político que atravessamos, e que irá culminar com a votação do impeachment no Senado até outubro próximo, ou antes disso. 
O que me pareceu claro é que a guerreira Dilma, em absoluto, não jogou a toalha.

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sexta-feira, 10 de junho de 2016

Glenn Greenwald: para qualquer definição de golpe, foi feito no Brasil.

Jornal GGN - Qualquer que seja a definição de 'golpe', ela se enquadra no que foi feito no Brasil com relação à presidenta Dilma Rousseff”, disse o jornalista norte-americano Glenn Greenwald, em entrevista exclusiva à CartaCapital.

O escritor e também advogado, que ficou conhecido mundialmente após revelar a imensa base de dados de Edward Snowden na Agência Nacional de Segurança (NSA), do governo dos Estados Unidos, e ganhador do prêmio Pulitzer, não teve receio de descrever o processo vivido na política brasileira.

"Entendi que o impeachment foi desfechado para impedir a Lava Jato. Mas, em última instância, ele visa a aniquilar o PT e mudar totalmente os rumos do País, impondo políticas que nunca seriam aceitas pela população, pelo voto", analisou.

O jornalista contou que a decisão de começar a cobrir a política brasileira ocorreu quando viu “o Jornal Nacional fazendo uma leitura do diálogo entre o ex-presidente e Dilma Rousseff como se fosse de novela”. “Tive uma imensa vergonha e pensei que era o limite do suportável”, disse.

Para ele, “foi patético” a GloboNews e os grandes veículos nacionais tentarem desqualificar a imprensa internacional que já analisou o processo de impeachment aqui como um golpe. “Mas não conseguiram”, respondeu, elogiando a estratégia da presidente Dilma Rousseff, do ex-presidente Lula e do PT de investir em coletivas de imprensa e contato com os veículos internacionais.

Sobre o uso do termo “golpe”, Greenwald admitiu que não usava antes porque provocava o mesmo efeito do uso da palavra “terrorismo”. “Todo mundo usa essa palavra politicamente, não tem um significado específico”, disse. Mas disse que a sua postura mudou com o vazamento dos diálogos entre o ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado, com o senador Romero Jucá (PMDB-RR).

“Para mim, a gravação de Jucá mudou tudo, porque tive todos os ingredientes necessários para definir um golpe”, disse o jornalista, completando: “Houve o envolvimento de políticos, da Justiça e dos militares, entre outros”.

Segundo Glenn Greenwald, com as gravações, as justificativas para um processo de impeachment ficaram escancaradas: "o motivo não foram as alegadas 'pedaladas fiscais'. No dia da votação na Câmara, ninguém falou desse motivo", disse.




Leia a entrevista completa do jornalista norte-americano, concedida à CartaCapital:

Por Leneide Duarte-Plon e Clarisse Meireles

CartaCapital: Através de você, Edward Snowden revelou o escândalo das escutas telefônicas da NSA que mostravam que Dilma Rousseff e Angela Merkel, entre outras personalidades, foram grampeadas pelos americanos. Como você explica que a presidenta Dilma e o ex-presidente Lula tenham continuado a usar o telefone para tratar de assuntos tão importantes quanto o da nomeação dele para ministro da Casa Civil?

Glenn Greenwald: Tive uma grande surpresa e Snowden disse algo no Twitter sobre isso, quando as conversas foram divulgadas. Ele ficou decepcionado, quase ofendido, pois sacrificou muito de sua vida para mostrar ao País como a presidente Dilma estava sendo espionada e monitorada.
E sei que, depois das revelações, o governo brasileiro investiu muito para construir métodos de contraespionagem com fotografia, e fizeram muitas reuniões em Brasília para evitar isso.
O fato de um ex-presidente e uma presidenta estarem tratando de coisas muito sensíveis dentro desse clima num telefone aberto e não encriptado é, para mim, incompreensível. Fiquei chocado.

CC: Depois de 11 anos vivendo no Brasil e escrevendo sobre geopolítica e política americana, recentemente, com o agravamento da crise no País, você passou a se interessar mais pela política local?
GG: Eu queria viver num país com tranquilidade, sem problemas, sem precisar lutar ou brigar. Quando decidi morar aqui, há 11 anos, não pensava no Brasil como meu país. Agora que moro há tanto tempo, sou casado com um brasileiro, estamos adotando uma criança que vai ser brasileira, amo este país que me deu muitas coisas, e penso que tenho não somente o direito, mas a obrigação de fazer reportagens sobre o que não está sendo feito mas acho necessário fazer.
Este período que estamos vivendo não é normal. É uma crise que está ameaçando a democracia. Existe um risco de que ela seja extinta de novo e não posso ficar sem fazer nada, quando acho que tenho algum poder de ajudar e defender a democracia.
Não ficaria em paz com minha consciência o resto da vida, se não fizesse coisa alguma. Em relação à mídia dominante, talvez eu não percebesse antes o quão extremista ela é. Ela faz propaganda. Isso me choca como jornalista. Quis usar a minha revista e meus meios para lutar contra isso.

CC: O que desencadeou sua decisão de passar a escrever sobre o Brasil?
GG: Eu vi que a Globo estava incitando os protestos. Mas, por outro lado, eu estava olhando a Lava Jato como algo impressionante, positivo, pois colocava na prisão por corrupção bilionários e políticos poderosos, independentemente do partido ou da ideologia. Isso não acontece nos Estados Unidos, e no Brasil menos ainda.
As pessoas achavam uma coisa fantástica. Comecei a mudar quando o juiz Moro mandou fazer a condução coercitiva de Lula, sem razão, uma vez que o ex-presidente fazia depoimentos voluntários. Ficou claro para mim que o juiz criou uma cena dramática.
Pior ainda, em minha opinião, foi quando Moro divulgou a conversa do ex-presidente com a presidenta. Ele não divulgou apenas grampos de interesse público, mas também conversas para enxovalhar a reputação do ex-presidente.
Mas minha decisão de começar a cobrir a política brasileira foi quando vi o Jornal Nacional fazendo uma leitura do diálogo entre o ex-presidente e Dilma Rousseff como se fosse de novela. Tive uma imensa vergonha e pensei que era o limite do suportável.

CC: O que é fazer jornalismo honesto?
GG: Numa democracia, o jornalismo tem um propósito: o principal é ser uma força contra facções poderosas, que podem ser os ricos, o governo, a polícia, as grandes empresas. Ser realmente o Quarto Poder. Ele deve ser um poder que vai esclarecer, trazer à luz o que certos grupos estão fazendo às escuras.
Quando o jornalismo está servindo a esta ou aquela facção, para mim é corrupto. Jornalismo que luta contra os poderosos é o jornalismo honesto, fiel a seu propósito de investigar e mostrar a verdade.

CC: O mito da objetividade é que está em xeque?
GG: Sim, Dilma fala de golpe, a oposição defende que foi impeachment legal. Quando saem esses artigos muito fortes, criamos espaço para os jornalistas estrangeiros irem mais longe.

CC: A GloboNews tentou desqualificar toda a imprensa internacional, dizendo que os jornalistas estrangeiros não entendiam o processo.
GG: Isso foi patético, mas não conseguiram. E também a Dilma e o PT resolveram adotar uma estratégia forte, organizando coletivas da presidenta e de Lula para a imprensa internacional e quando Lula fez uma entrevista comigo e não com jornalistas brasileiros. Dilma fez três entrevistas, uma com a CNN, uma com a Telesur e outra comigo. Depois ela fez uma entrevista exclusiva com CartaCapital.

CC: Na matéria de 23 de maio, sobre a gravação de Romero Jucá, o Intercept diz que vai introduzir definitivamente a palavra golpe. Como foi a repercussão dessa matéria?
GG: Eu, pessoalmente, nunca usava a palavra golpe porque, para mim, era como a palavra “terrorismo”. Todo mundo usa essa palavra politicamente. Não tem um significado específico. Para mim, a gravação de Jucá mudou tudo, porque tive todos os ingredientes necessários para definir um golpe.
Qualquer que seja a definição de “golpe”, ela se enquadra no que foi feito no Brasil com relação à presidenta Dilma Rousseff. Houve envolvimento de políticos, da Justiça e dos militares, entre outros. O motivo não foram as alegadas “pedaladas fiscais”. No dia da votação na Câmara, ninguém falou desse motivo.

CC: Seria possível a Suprema Corte americana agir tão partidariamente como a brasileira?
GG: Nos Estados Unidos, um juiz da Suprema Corte não pode falar publicamente sobre assuntos que estão em julgamento. A autoridade do Judiciário precisa ser e parecer independente da política.
É impensável ver um juiz encontrando-se com políticos, almoçando com políticos. Para mim, como advogado que sou, esse processo é totalmente corrupto. Que confiança você pode ter num juiz que discute com políticos casos que está julgando?

CC: Ele toma partido...
GG: Sim. Para mim, isso é mais importante do que o envolvimento dos militares. Quando comecei a prestar atenção no debate sobre o impeachment, eu pensava: “Não pode ser golpe, porque está sendo conduzido sob a autoridade de um tribunal legítimo”. Para mim era um bom argumento. Perguntei a Dilma e a Lula nas entrevistas que fiz: como pode ser um golpe se é um tribunal legítimo? Mas agora a legitimidade desse tribunal fica totalmente duvidosa.

CC: Como avalia a queda do Brasil no ranking de liberdade de imprensa da respeitada ONG Repórteres Sem Fronteiras? O Brasil ocupava o 58º lugar em 2010 e hoje ocupa o 104º posto? A Reporters Sans Frontières disse literalmente: “O problema dos ‘coronéis midiáticos’, que descrevemos em 2013 no relatório ‘O País dos 30 Berlusconis’, continua intocável”.
GG: O Brasil ficou atrás de El Salvador, Peru e Libéria. Essa organização é muito respeitada no mundo inteiro, porque não se envolve em nenhum debate político nos países, atua apenas como um observador.
A Reporters Sans Frontières disse isso de uma forma clara e absoluta, condenando a mídia brasileira e dizendo que os jornalistas não estão se comportando como profissionais, mas tentando influir na queda da presidenta Dilma.
Outra forma de avaliar a liberdade e o pluralismo da imprensa brasileira foi em relação ao assassinato de jornalistas em cidades pequenas, a concentração de empresas jornalísticas nas mãos de poucas famílias e a conexão com a classe política, tentando forçar a saída de Dilma, o que contradiz a liberdade de imprensa.
A avaliação da RSF foi tão severa com a mídia brasileira que fiquei chocado e surpreso, pois eles em geral não são tão explícitos nos seus julgamentos. Imagino que isso deve ter causado muita vergonha no Estadão, Folha, Globo, Veja e IstoÉ.

CC: Mas eles não deram essa notícia. “O que é ruim, a gente esconde”, foi uma frase dita por um ministro que falava sem saber que o microfone estava aberto. Faz algum tempo, mas nada mudou.
GG: Em todos os lugares onde vou falo disso justamente, porque não vejo ninguém falar. Na gravação de Jucá, ele disse que a imprensa estava insistindo na saída de Dilma, nitidamente tomando partido. Ele deixou tudo muito claro.

CC: No Brasil, o povo vê o que a mídia quer que ele veja...
GG: Você viu o que o Jornal Nacional fez para noticiar essas gravações? Eles deram 20 segundos no começo, depois 15 outras reportagens sobre zika, o tempo, a Venezuela. Os últimos dez minutos foram para comentar as gravações, mas sem falar do envolvimento dos militares nem a tentativa de impedir a Lava Jato. Disseram que Temer afirmou que “agora tudo está certo”.

CC: O que falta ao Brasil para ter maior pluralidade na mídia?
GG: Vi críticas ao PT por não ter feito quase nada nesse sentido. Nos EUA, há leis mais leves, aliás, do que na Inglaterra e na França. Se existem instituições fortes e maduras, não há problemas. Havia a TV Brasil, onde o Temer já mudou as regras. Para mim, muito mais promissora é a internet.
Vai mudar tudo. Jovens de menos de 25 anos não veem tevê, não leem jornal. Estão no Facebook, Twitter e leem os jornais estrangeiros na internet. Acho essa opção melhor que leis para regular e controlar.

CC: Na França, por exemplo, o governo subvenciona os jornais para garantir o pluralismo. O governo não quer nem que o jornal comunista L’Humanité desapareça. O pluralismo na imprensa é importante para a democracia francesa. O leque ideológico da imprensa é enorme.
GG: Mas é preciso que haja maturidade política e democracia. Na Argentina, a primeira coisa que Maurício Macri fez foi mudar a lei de mídia.

CC: De onde você vem? Qual a sua história familiar a explicar seu interesse por política, seu engajamento?
GG: Meu avô me influenciou muito quando eu era criança. Ele foi vereador na nossa cidade, um político que sempre lutou contra as injustiças. Quando me tornei advogado, me especializei em Direito Constitucional e me distanciei da política. Depois do 11 de Setembro, eu morava em Nova York e via as mudanças nos direitos constitucionais irem no mau sentido.
Comecei a voltar os olhos para a política. Mas era advogado. Comecei a ler blogs porque a mídia não cobria de forma inteligente e contestadora o modo como os Estados Unidos se conduziam. Em 2005, decidi criar um blog para me comunicar com os blogueiros que estava lendo e rapidamente me transformei em jornalista.

CC: Dá para fazer um paralelo entre a falta de crítica da mídia americana no pós 11 de Setembro e a situação dos grandes jornais brasileiros hoje, tão partidarizados?
GG: Sim. Aderiram à invasão do Iraque de forma bastante acrítica. Depois, o New York Times pediu desculpas, mas na época o apoio foi integral, com um discurso muito nacionalista. A imprensa americana sabe que uma grande parte da população presta pouca atenção à política e, por isso, é facilmente manipulável.
Mas mesmo naquela época, quando o jornalismo se tornou horrível e perigoso, havia espaço no New York Times e Washington Post, às vezes na tevê, para argumentações contra a invasão do Iraque, desafiando crenças da maioria dos que apoiavam a guerra. Aqui no Brasil, no Globo, por exemplo, não há quase nada que conteste o impeachment. Esse pensamento único me dá medo, pois é algo muito perigoso.

CC: Você se considera uma pessoa de esquerda?
GG: Existe esse debate: ele é de esquerda, libertário, independente, muitas pessoas tentam me colocar numa caixa. Não gosto, porque acho que é uma forma de as pessoas começarem a ignorar seus argumentos. Tenho opiniões, claro, e há assuntos em que acho que estou à esquerda, mas em outros não. Tento evitar pensar me posicionando dessa forma.

CC: Como analisa a entrega do pré-sal brasileiro às multinacionais nesse contexto?
GG: O representante do governo interino já estava em Nova York na semana passada para encontrar grupos de Wall Street. Já se deixou claro que a intenção é privatizar muitas coisas, inclusive parte da Petrobras. Sempre que vimos acelerar esse tipo de privatização em diversos países, os processos foram recheados pela corrupção.
José Serra, atual ministro das Relações Exteriores, afirmou que a política externa agora pretende dar menos importância aos tratados internacionais e multilaterais e privilegiar relações baratas, além de estreitar relações com os EUA.
Numa entrevista recente, um repórter fez uma pergunta sobre a espionagem dos EUA ao Brasil, citando a NSA, e ele perguntou: “O que é NSA?” Revelou que o objetivo de sua política é reforçar o relacionamento com os EUA.

CC: O golpe de 1964 deu-se com a cumplicidade e a ajuda de Washington. No dia seguinte à votação do impeachment na Câmara, o candidato a vice na chapa de Aécio Neves, senador Aloysio Nunes Ferreira, foi aos EUA, onde se encontrou com autoridades do Departamento de Estado. Qual o papel dos EUA no atual golpe?
GG: Não há evidências de que os EUA estejam envolvidos no processo do impeachment. Não que eu saiba. Mas isso não diz muito. Qualquer envolvimento americano seria discreto. Creio que a direita brasileira não conduziria esse processo sem a aprovação dos EUA.
E também está claro que os EUA têm preferência por governos à direita na América Latina, porque são mais abertos ao capital internacional, enquanto a esquerda reforçou iniciativas como o Mercosul e os BRICS. Não sei que tipo de apoio estão dando, se estão planejando e encorajando, mas certamente demonstram aprovação.

CC: O que aconteceria a um juiz americano se tomasse posições claramente partidárias, participasse de eventos de organizações ligadas a partidos ou de órgãos da imprensa, como faz, por exemplo, o juiz Sérgio Moro?
GG: Nos EUA, isso seria impensável. O Poder Judiciário aqui é muito forte. Um juiz pode grampear conversas, mandar alguém para a prisão, manter alguém numa cela por 20 anos. É um poder extremo. Para aceitarmos esse poder, é preciso manter muito claros os limites não só das leis, mas das instituições.
O Judiciário precisa estar acima de personalidades, exercer suas funções com objetividade e isenção. Moro virou um herói coberto de elogios. Acho que isso o está afetando muito. Nos EUA, esse protagonismo de um juiz jamais seria permitido.

Reproduzido do Jornal GGN: http://jornalggn.com.br/noticia/glenn-greenwald-para-qualquer-definicao-de-golpe-foi-feito-no-brasil

quinta-feira, 9 de junho de 2016

Agrotecnologias pra todos os gostos

Richard Jakubaszko 

Circulando a Agro DBO de junho 2016, nº 78, com matéria de capa sobre os drones e as novas tecnologias e aperfeiçoamentos disponíveis para o trabalho na agricultura profissionalizada.
Interessante também a entrevista com a ex-ministra Kátia Abreu, que admite que o Plano Safra 2015/15 pode ser melhorado, mas ela quer ver isso.
Visitei a Agrishow e mostramos na edição os principais lançamentos.
No vídeo, um depoimento meu sobre os temas da edição.

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quarta-feira, 8 de junho de 2016

É o único planeta que temos, olha que lindo ele é!

Richard Jakubaszko
Vídeo enviado pelo amigo Hélio Casale, colaborador emérito deste blog. Vale a pena ver as imagens, especialmente a despedida do macaco, ao final.

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terça-feira, 7 de junho de 2016

Comércio exterior: nova agenda e reestruturação

Marcos Sawaya Jank *
Das dez novas diretrizes da política externa brasileira anunciadas pelo ministro José Serra na semana passada, seis tratam de temas diretamente ligados à economia e ao comércio internacional. Destacam-se:

1. A retomada, já tardia, dos acordos bi e plurilaterais após o fracasso do multilateralismo da OMC;

2. A reestruturação do Mercosul, fortalecendo o livre-comércio intrabloco e construindo novas pontes para fora: Europa, países da Aliança para o Pacífico (Chile, Peru e México), EUA e Japão;

3. O foco na remoção das barreiras não tarifárias que dificultam o acesso dos nossos produtos ao mercado global. Esse ponto é crucial para o setor de alimentos e agronegócio, que responde por 46% das exportações brasileiras;

4. A ênfase na boa análise econômica, no aumento da produtividade e na ampliação da geometria das negociações para além do Sul-Sul, visando construir reciprocidades equilibradas nas concessões.

Em suma, economia e comércio finalmente ocuparão um espaço privilegiado na nova política externa.

Junto com as novas diretrizes, vem a necessária reestruturação da área de comércio exterior no governo: de um lado, a Camex, agora vinculada à Presidência da República, ganha estatura e potencial de coordenação; do outro, o vínculo da Apex ao Itamaraty permitirá explorar sinergias nas estruturas de promoção comercial das duas entidades, até aqui latentes.

Mas tão importante quanto a nova agenda é o entendimento das reais necessidades e estratégias do setor privado no exterior, por meio de suas empresas e associações. Comparativamente a outros países, a presença física do setor privado brasileiro no exterior é ínfima, seja em termos de empresas internacionalizadas, associações de classe, câmaras de comércio etc.

Na política comercial, o Brasil sempre teve imensa dificuldade para chegar a consensos, definir prioridades e coordenar ações público-privadas, principalmente em acesso a mercados. Autopromoção, corporativismo e dirigismo ainda são marcas registradas de alguns órgãos governamentais, talvez porque boa parte do setor privado não sabe direito aonde quer chegar e como.

Mais importante do que relançar grandes negociações comerciais que podem levar muitos anos para se concretizar, governo e setor privado deveriam priorizar atividades cotidianas que mesmo países menores que o Brasil executam com maestria. Exemplos são:

- Levantamento dinâmico das principais barreiras comerciais e de imagem que afetam o comércio em cada mercado relevante, concentrando ações no que for de fato relevante.

- Mapeamento e engajamento de stakeholders em cada país –governos, associações, formadores de opinião, mídia, ONGs etc.

- Defesa coordenada de interesses setoriais e campanhas de esclarecimento e comunicação institucional.

- Produção de material técnico de qualidade em diferentes formatos e idiomas, além da organização de workshops, missões e visitas.

- Construção de parcerias estratégicas de médio e longo prazo com países-chave, desenvolvendo ações que ampliem a integração internacional das cadeias de suprimento, com ganhos compartilhados de eficiência e sustentabilidade.

Temos à frente oportunidade única para rever objetivos, programas e ações do governo e do setor privado na área do comércio exterior. Estou convencido que, com um pouco mais de foco e gestão, obteremos ótimos resultados, no curto prazo.

* Especialista em questões globais do agronegócio.

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domingo, 5 de junho de 2016

O xadrez da manipulação dos fatos e das leis

Luis Nassif
Publicado originalmente em http://jornalggn.com.br/noticia/o-xadrez-da-manipulacao-dos-fatos-e-das-leis
 


A base de toda sociedade democrática é a informação. Sobre a base da informação, formam-se os conceitos. Dos conceitos nascem os pactos. Os pactos se consolidam em leis. Das leis, derivam os contratos. É esse ciclo que garante a convivência civilizada de opostos, as eleições, a alternância de poder e a construção da democracia, impedindo abusos, selvageria.

Essa é a expressão final do termo segurança jurídica.

Hoje em dia, vive-se um estado de exceção no país, porque esta cadeia foi corrompida. A corrupção de informações e conceitos tornou-se tão ampla e disseminada, que criou-se um novo normal jurídico, onde a exceção tornou-se regra.

Ponto de partida - a era dos factoides soltos
A primeira trinca no sistema de informações ocorreu com o pacto entre os grupos de mídia, proposto por Roberto Civita, da Editora Abril, inspirando-se no australiano-americano Rupert Murdock.

Os princípios do pacto eram a formação do cartel e, sem contraditório, a disseminação de todo tipo de factoide, de notícias falsas, por mais inverossímeis que fossem, acreditando no poder sempiterno da repetição.

Ali encerrou-se um ciclo de mídia em que houve relativa competição entre os veículos, relativo respeito à informação, relativo acatamento das teses legitimadoras, impedindo a disseminação de notícias falsas.

Sem o apoio de uma fonte diária de fatos, o modelo era alimentado pela parceria com organizações criminosas, como a de Carlinhos Cachoeira, com a indústria de dossiês associada, que emerge com o caso Lunus de José Serra e que torna-se elemento central da disputa política brasileira.

As eleições de 2006 e 2010 marcaram o coroamento dessa excrescência. A busca de factoides a qualquer preço gerou as peças símbolos do período: a escandalização da tapioca comprada com um cartão corporativo pelo Ministro dos Esportes Orlando Silva. Ou a denúncia de que um servidor da Casa Civil havia comprado os serviços de vinte bailarinas – e bailarina era um tipo de vaso ornamental para flores.

Segundo passo - o julgamento do mensalão.
Com o mensalão, o sistema ganha musculatura, porque o julgamento passou a garantir um fluxo diário de fatos com viés claro.
A ênfase inicial no julgamento deveu-se à tática de competir com a geração de fatos da CPMI de Carlinhos Cachoeira – que expunha as parcerias da mídia com organizações criminosas.

Em pouco tempo o fato AP 470 se sobrepôs ao fato CPMI de Cachoeira. E a mídia descobriu a eficácia da parceria com o sistema judicial, explorando episódios que garantissem um fluxo diário de fatos.

Ali houve a primeira contaminação, a primeira quebra grave no sistema judicial, fundando-se em uma notícia falsa como peça central de um julgamento relevante.

Esqueça-se o petismo e o antipetismo, as polêmicas em torno de José Dirceu, a malandragem pouco sutil de Pizolatto, e concentre-se no fato: todo o julgamento baseou-se em uma informação falsa: o desvio de R$ 75 milhões da Visanet. Os próprios funcionários do Banco do Brasil - que detestavam Pizolatto - asseguraram que jamais ocorreu o tal desvio.

Posteriormente, a Lava Jato escancarou o gigantesco processo de propinas da Petrobras. Mas a AP 470 se baseou em uma mentira.

A informação falsa foi a peça central da acusação, aventada pelo Procurador Geral Antônio Fernando de Souza, endossada pelo grupos de procuradores que trabalhou no processo e acatada pelo ex-procurador Ministro Joaquim Barbosa e pelo pleno do Supremo.

Como foi possível um fato de tal gravidade ter sobrevivido à tantos filtros? E como foi possível deixar de lado o laudo da Polícia Federal sustentando que a maior parte dos recursos de Marcos Valério foi bancado pelo grupo Opportuniy, do banqueiro Daniel Dantas?

Ali ficou claro que a Corte Maior havia se rendido às paixões políticas. E as análises colegiadas não serviam de filtro às narrativas do Procurador Geral. Pouco depois de deixar a PGR, aliás, Antônio Fernando assumiu um escritório de advocacia que conquistou um mega-contrato da Brasil Telecom, de Dantas.

Dali em diante, todo o sistema de informações do país entrou em curto-circuito. Mídia, partidos políticos, agentes do Estado, juízes passaram a tratar o fato de forma utilitária, adaptando-o às suas preferências partidárias, adulterando-o se necessário através do recurso da manipulação de ênfases e de interpretações.

Antes, à falta de fluxo constante de notícias, os grupos de mídia esfalfavam-se em factoides sem nenhuma verossimilhança. Com o julgamento do mensalão, descobriu-se o que os golpistas de 1954 sabiam: a base de toda ação desestabilizadora consiste em um evento, com geração diária de fatos e com o controle das versões pelos grupos hegemônicos de mídia. Foi assim na CPI da Última Hora, com Vargas. Foi assim na AP 470.

Terceiro passo - a campanha negativa a partir de 2012. Valeram-se desde as falsas ênfases (enfatizar o fato negativo irrelevante para ocultar o positivo relevante) até as falsificações de notícias. No dia da inauguração da arena do Corinthians, a manchete de um jornal foi sobre a falta de sabonete nas pias do banheiro.

Ora, nos Estados Unidos houve o fenômeno mãe, o caso FoxNews, de Murdock. Mas as instituições dispunham de anticorpos, seja no jornalismo referencial de outros veículos, como o New York Times, seja no próprio processo de formação de opinião do Parlamento e do Judiciário. No Brasil todos os grandes veículos embarcaram no mesmo jogo do antijornalismo.

O grande problema foi quando o desvirtuamento das informações atingiu o sistema jurídico. Não apenas os fatos, mas os conceitos passaram a ser deturpados. E a parcialidade da Justiça abriu sua bocarra, através de Gilmar Mendes.

Quarto passo - o fator Gilmar Mendes.
Nenhum outro personagem foi tão daninho à ordem jurídica e ao sistema de informações quanto Gilmar Mendes. No início, meio sutil, depois escancarando sua parcialidade, mostrou seguidamente à opinião pública que a lei, ora a lei, é apenas um instrumento para legitimar a vontade do julgador. Vai perder uma votação? Basta pedir vista por tempo indeterminado. É "inimigo"? O peso da condenação. É "aliado"? A defesa por todos os meios, jurídicos e jornalísticos. O mesmo garantista que interrompeu a Satiagraha se tornou o mais iracundo acusador em operações contra “inimigos”.

A parcialidade criou uma pedagogia negativa, para o público uma demonstração da parcialidade do julgador, abrindo campo para que outros operadores da lei - juiz, procurador ou delegado -- passassem a exercer o subjetivismo em favor de suas preferências pessoais.

Quinto passo - a Lava Jato
Chega-se, finalmente, ao ápice desse modelo na Lava Jato, com o uso disseminado dos vazamentos, praticados em inquéritos sob sigilo em Curitiba, na Procuradoria Geral da República e no Supremo Tribunal Federal, devidamente amarrados com a agenda do impeachment.

Nesse momentos, instaura-se o novo normal. Não interessam provas, indícios, evidências: vale a versão. Não interessa o processo jurídico: vale o julgamento midiático. Todos os vazamentos têm objetivos políticos claros e exibição de músculos por parte de seus autores. E abandona-se definitivamente a presunção da isenção para perseguições políticas ostensivas.

Sexto passo – a campanha do impeachment
A campanha do impeachment é mera consequência dos passos anteriores. E se tornou a comprovação mais acabada do desvirtuamento de fatos e de conceitos.

Agora não são mais procuradores e delegados transformados em editores de jornais, nem deputados paleolíticos com seus gritos guturais em seus rituais selvagens. São também juristas, Ministros do STF, ex-presidente que aderem ao jogo, ou se eximindo ou assumindo de público a constitucionalidade do golpe, em um momento em que todos os fatos são transmitidos em tempo real para o mundo. Por seis decretos de remanejamento de despesas, jogam-se no lixo 54 milhões de votos e assumem interinos, sem mandato popular, comportando-se como conquistadores espanhóis empenhados em destruir a civilização anterior.

É nesse momento que todo o processo de desconstrução dos fatos, de livre criação de narrativas, ainda que inverossímeis, define a nova cara institucional do país, o novo normal, e traz de volta o fantasma da insegurança jurídica.

A reação instintiva das ruas

E aí ocorre um fenômeno interessantíssimo.

Em que pese todo fogo de barragem dos grupos de mídia, todo o poder de disseminação de versões, de boatos, de factoides, a versão do impeachment constitucional não pegou.

Agora, nas ruas, não estão mais as massas tangidas por um sentimento difuso de descontentamento com a crise política, com a falta de perspectivas e com os erros da presidente.

Os manifestantes não são meramente petistas, movimentos sociais, mas também grupos dos mais distintos, segmentos dos mais diversos que entenderam, seja pelos debates na Internet, seja por intuição, a importância da legalidade, do cumprimento das leis, da Constituição, os riscos de retrocesso, muito mais do que a erudição sem consequências de Ministros do Supremo, a exibição de músculos do Procurador Geral, o sebastianismo de procuradores evangélicos e a truculência de delegados barras-pesadas, todos armados até os dentes com instrumentos de poder de Estado.

É essa a grande batalha nacional, onde Dilma ou Temer se tornaram símbolos, muito mais do que protagonistas. Fora do poder, Dilma ganhou uma dimensão simbólica que jamais teve antes em seus tempos de presidente, nem quando gozava de índices elevados de popularidade, muito menos quando atropelou as esperanças populares, após as eleições de 2014.

A batalha do impeachment tornou-se definitivamente a luta da civilização contra a barbárie, dos fatos contra as manipulações, da democracia, ainda que imperfeita, contra o assalto ao poder.

E, dessa avalanche, surge finalmente o melhor do Brasil: a moçada que descobriu a nova política, não mais atrelada a partidos, mas a bandeiras.

O Brasil moderno está em plena efervescência. Não sei se a ponto de derrubar o castelo de manipulações erigido nos últimos anos, mas certamente para confrontar o atraso em um ponto qualquer do futuro.

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COMENTÁRIO ADICIONAL DO BLOGUEIRO
Provas de como o STF agiu durante o julgamento da AP 470 (o mensalão) estão no vídeo abaixo, onde o ministro e então presidente do STF, Ayres Britto, dá o seu voto, falando do “assalto” à Visanet, “uma empresa estatal genuinamente brasileira”, porque sua razão social era “Empresa Brasileira de Meios de Pagamento”. Ora, um pequeno detalhe da mixórdia que foi aquele julgamento, e que ninguém contestou, nem mesmo os advogados da defesa: a Visanet, que mudou depois seu nome para Cielo, é uma das maiores multinacionais da área financeira no mundo, dona da marca Visa, e uma das 100 maiores empresas do mundo. Será que Ayres Britto era assim, tão desinformado? 

Em minha opinião este vídeo desmoraliza o STF, é uma piada de mau gosto.

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