segunda-feira, 11 de julho de 2016

Vivendo na era da transparência radical

Maurício Antônio Lopes *
A transformação digital emerge como uma força poderosa e provedora de plataformas inovadoras, como as redes sociais, que cada vez mais amealham popularidade em todas as camadas da população. A revolução da informação cria expectativas e demandas e impulsiona melhorias na sociedade. Ao mesmo tempo, acirra a crítica às estruturas de controle social estabelecidas. As redes sociais estão permitindo que muitos participem e influenciem diretamente o debate público sobre temas de interesse da sociedade, na velocidade da web. Governos e organizações civis operando por métodos tradicionais são pressionados a sofisticar suas relações com a sociedade para se ajustarem a esta época de transparência radical.

Em outra frente, crescem as apreensões da sociedade contemporânea com as mudanças climáticas, com a persistência da pobreza e da fome, com a ampliação do terrorismo e das guerras, dentre outros perigos e desafios. As incertezas do nosso tempo nos movem a lançar um olhar tendenciosamente crítico para o futuro. Por isso as catástrofes e o negativismo acabam por exercer enorme atração e impacto sobre as pessoas. É comum verificar que aqueles que buscam emergir do pessimismo, ao destacar os inúmeros exemplos de progressos e avanços que alcançamos em todos os campos da atividade humana, correm o risco de serem ridicularizados e caracterizados como ingênuos e simplistas.

Em seu artigo recente “Escapando do Culto ao Pessimismo”, o futurista americano Frank Spencer afirma serem muitos os que acreditam que a ênfase no negativo os coloca em uma posição de superioridade intelectual. Ele sugere que se dê uma olhada nas numerosas reportagens e análises hoje disseminadas pelas mais variadas mídias para se verificar como o culto ao pessimismo é implacável no “bater os tambores do apocalipse”. Segundo ele nós “estamos nos afogando em um mar de cenários pessimistas”, tais como catástrofes climáticas, extinção em massa, robôs assassinos, terrorismo digital, e muito mais.

O fato é que, na confluência da transparência radical com o culto ao pessimismo, surge toda sorte de notícias e informações distorcidas, talhadas para agitar emoções de indignação e medo. Winston Churchill disse, há mais de meio século, que “uma mentira dá uma volta inteira ao mundo antes mesmo que a verdade tenha a oportunidade de se vestir”. Nada mais atual em tempos de internet e de informação em tempo real. O escritor Umberto Eco, falecido recentemente, afirmou que, antes das redes sociais, os ‘’idiotas da aldeia’’ tinham direito à palavra “em um bar e depois de uma taça de vinho, sem prejudicar a coletividade”. O drama da internet é que ela pode transformar qualquer tolo da aldeia em portador de uma suposta verdade planetária.

É no embate com a ciência que o pessimismo colhe seus melhores resultados nesta era de transparência radical. Proliferam pelo mundo os opositores da ciência desprovidos do rigor do conhecimento, mas muito bem treinados no uso das mídias de tempo real, da desinformação e até da demonização da ciência para deturpar discussões sobre riscos, impactos e benefícios do desenvolvimento científico e tecnológico. O embate entre essas duas frentes acaba frequentemente em desfavor da ciência. O discurso agressivo e catastrófico, aludindo a perigos e riscos, mesmo que infundados e sem base científica, quase sempre sensibiliza mais o grande público que argumentos fundados em dados experimentais e conhecimentos sólidos, usualmente complexos, e nem sempre facilmente assimilados pela maioria.

Outro fenômeno preocupante dos nossos dias busca disseminar desinformação e negativismo e, pior, intimidar instituições científicas. A mídia tem mostrado que ONGs e militantes radicais, ultrapassando o limite da legalidade, têm se dedicado à destruição criminosa de campos experimentais e laboratórios de teste de organizações de pesquisa, notadamente os vinculados ao desenvolvimento de organismos geneticamente modificados (OGM) ou transgênicos.

Aqui vale a máxima segundo a qual “a verdade tarda, mas não falta”. A Academia Nacional de Ciências dos EUA, numa revisão abrangente de estudos realizados nos últimos 30 anos, mostra que plantas transgênicas são indistinguíveis das convencionais e que não há nenhuma prova de que tenham impacto negativo sobre a saúde das pessoas ou sobre o meio ambiente. Mais de uma centena de laureados com o Prêmio Nobel assinaram uma carta validando essas conclusões e denunciando ONGs antitransgênicos por confundir a compreensão sobre os riscos, benefícios e impactos dos OGMs e por apoiar a destruição criminosa de cultivos experimentais.

Este caso exemplifica bem a importância de se construir processos e mecanismos que possam deter oposição, pessimismo e negativismo baseados apenas em emoções, subjetividade e dogmas. A ciência poderá contribuir, buscando formas criativas de melhor explicar o que faz para a sociedade. Nessa era de transparência radical, comunicação aprimorada será essencial para ampliar o reconhecimento do trabalho e das contribuições das instituições científicas para a construção de trajetórias virtuosas da sociedade em direção ao futuro.

* o autor é engenheiro agrônomo e presidente da Embrapa

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domingo, 10 de julho de 2016

O Global Agribusiness Forum

Marcos Sawaya Jank *

Na sua 3ª edição, o GAF (Global Agribusiness Forum) reuniu nesta semana, em São Paulo, mais de mil participantes de 42 países para dois dias de debate sobre o futuro da agropecuária, dos alimentos, das florestas plantadas e da agroenergia.

O agronegócio responde por 25% do PIB e por 46% das exportações brasileiras. Somos o 3º maior exportador mundial no setor, e nossos produtos chegam a quase 200 países. Trata-se de uma das poucas áreas em que o Brasil é, de fato, global.

O evento discutiu temas de alta relevância, como segurança alimentar e geopolítica, e ainda promoção comercial, adição de valor, tecnologias do futuro, agricultura energética, sustentabilidade, financiamento e serviços, nutrição e novas tendências do consumo, entre outros.

A presença do presidente interino, Michel Temer, de três ministros de Estado (Relações Exteriores, Agricultura e Energia) e de dois governadores trouxe entusiasmo e esperança para o público presente, num momento em que o PIB do setor cresceu menos, mas não chegou a ficar negativo.

Além dos desafios usuais de aumento da competitividade, dois temas chamaram a atenção. O primeiro é a aproximação virtuosa entre agronegócio e sustentabilidade. O Brasil vem melhorando os seus indicadores nessa área: uso de tecnologias que economizam recursos naturais, implantação do Código Florestal, mitigação das mudanças do clima, proteção da biodiversidade, energias renováveis etc. Notei que o diálogo e a cooperação entre o mundo privado e as ONGs claramente ganharam estatura e maturidade nos últimos anos, como prova a ampla "Coalizão Brasil, Clima, Florestas e Agricultura", que reúne 140 empresas, associações e ONGs.

O segundo é o desafio de ampliar e qualificar nossa presença internacional. Aqui os grandes desafios são o acesso aos mercados protegidos, a diferenciação e a adição de valor dos produtos vendidos no exterior — 90% das exportações do agro são compostas de commodities pouco ou nada diferenciadas e há uma percepção de que podemos fazer mais e melhor — e um esforço contínuo de comunicação estruturada.

Nizan Guanaes fez uma palestra objetiva e sincera sobre os desafios de comunicação do agronegócio brasileiro. A importância do agro na geração de empregos (e em divisas, inovação e interiorização do desenvolvimento) é mais do que óbvia. Mas, segundo Nizan, no Brasil o óbvio costuma ter muitos inimigos. Por desconhecimento, preconceito ou má-fé, as percepções nem sempre refletem a realidade. Para Nizan, "Brasil" deveria ser visto como sinônimo de "alimento". Nós sabemos isso, mas o mundo não sabe, não conhece a nossa história, não vê nossas commodities, apesar de consumi-las, não conhece a amplitude e a sofisticação desse setor.

Com raras exceções, a presença do agro brasileiro no exterior é medíocre. Mesmo nos grandes fóruns globais, a nossa presença é esporádica e desorganizada. O próprio GAF deveria ser realizado fora do Brasil.

Em minha opinião, o investimento em comunicação deveria começar pelo exterior: contar nossas histórias lá fora de forma inteligente, montar sites com bom conteúdo nos idiomas mais importantes, usar as redes sociais com efetividade e desenvolver um trabalho intenso com formadores de opinião em países-chave. É preciso esclarecer as inverdades com dados e informações de qualidade, divulgadas de forma didática.

O GAF mostrou que há muita vontade para melhorar o alinhamento e a coordenação entre os diferentes elos das cadeias produtivas, com a mídia, a academia e a sociedade civil, dentro do governo, entre o governo e o setor privado, entre o nacional e o internacional. Esse é o melhor caminho para a retomada do desenvolvimento.

* Especialista em questões globais do agronegócio.

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sábado, 9 de julho de 2016

Criado o primeiro mapa-múndi de águas subterrâneas

Richard Jakubaszko
A questão da água é um dos temas mais importantes discutidos no livro "CO2 aquecimento e mudanças climáticas: estão nos enganando?", tanto de minha parte como dos diversos coautores. A mentira divulgada de que a água (doce, e potável) vai acabar serve a propósitos inconfessáveis, inegavelmente de interesse econômico. A notícia que reproduzo abaixo desmente e comprova que a água não vai acabar, direta e indiretamente, e de que o ciclo hidrológico é infinito. O problema da falta de água nos grandes centros urbanos é a água tratada, desperdiçada pelo excesso de gente e de consumo. Cada vez mais longe das cidades, os mananciais devem ser ainda maiores para atender tanta gente.

Do site Envolverde 
Criado o primeiro mapa-múndi de águas subterrâneas
Com a crescente demanda global por água – especialmente tendo em vista as mudanças climáticas – este estudo fornece informações importantes para os gestores de recursos hídricos e desenvolvedores de políticas, bem como para pesquisas de campo, na hidrologia, ciência atmosférica, geoquímica e oceanografia.

A equipe, liderada por Tom Gleeson, da Universidade de Vitória, no Canadá, usou vários conjuntos de dados (incluindo dados de perto de um milhão de bacias hidrográficas) e mais de 40.000 modelos de águas subterrâneas para compor o mapa-múndi das águas subterrâneas.

O mapa ilustra qual seria a profundidade, se pegássemos toda a água subterrânea moderna e a colocássemos por cima do continente.

Os cálculos estimam um volume total de cerca de 23 milhões de quilômetros cúbicos de água subterrânea.

Para comparação, se fosse possível retirar essa água e depositá-la sobre a parte seca da Terra, ela poderia produzir um dilúvio que cobriria todos os continentes com uma profundidade de 180 metros – ou poderia elevar os níveis do mar em 52 metros se fosse espalhada sobre o globo inteiro.


Idade das águas



Do total das águas subterrâneas da Terra, apenas cerca de 0,35 milhão de quilômetros cúbicos é mais jovem do que 50 anos de idade.

Essa fração de “água jovem” recarrega-se através das chuvas e dos cursos d’água em uma escala temporal de algumas décadas, representando assim a parte potencialmente renovável das águas subterrâneas. Segundo Gleeson, as águas mais profundas são salgadas demais, isoladas e estagnadas, e deveriam ser vistas como recursos não-renováveis.

O volume da água subterrânea moderna supera todos os outros componentes do ciclo hidrológico ativo e é um recurso renovável. Contudo, como está mais perto das águas de superfície e se move mais rapidamente do que as águas subterrâneas antigas, ela é também mais vulnerável às alterações climáticas e à contaminação por atividades humanas.

Entenda como ocorre a contaminação:

Publicado no site Envolverde: http://www.envolverde.com.br/1-1-canais/meio-ambiente/criado-o-primeiro-mapa-mundi-de-aguas-subterraneas/
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quinta-feira, 7 de julho de 2016

Afinal, qual é a causa do El Niño?

Richard Jakubaszko
O questionamento do título é necessário, porque os meteorologistas discutem há anos sobre o El Niño e não existem ainda conclusões que estabeleçam uma rota lógica ou um consenso das causas. Em síntese, grosso modo, sabe-se que o El Niño acontece, porque com alguma regularidade inexplicável as águas do Pacífico esquentam, enquanto que a La Niña é provocada pelo resfriamento dessas mesmas águas. Pois agora o físico e meteorologista Luiz Carlos Baldicero Molion parece-me que botou o ovo em pé, e apresenta no artigo abaixo uma teoria plausível e estatística sobre a causa do El Niño, o que tornaria possível sabermos quando ele ocorrerá, e tomarmos as medidas preventivas possíveis. Mais uma comprovação, ao mesmo tempo, de que as causas do El Niño não são as "mudanças climáticas". Sem dúvida alguma, a estatística é a mãe de todas as ciências.

Gênese do El Niño
Luiz Carlos Baldicero Molion
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El Niño-Oscilação Sul (ENOS) é um processo geofísico que ocorre no Oceano Pacífico Tropical e é um exemplo admirável de interação oceano-atmosfera que interfere no clima global e regional. É constituído de dois componentes, o oceânico, denominado El Niño (EN) propriamente dito, e o atmosférico, a Oscilação Sul (OS).

O EN é caracterizado por anomalias positivas da temperatura da superfície do mar (TSM), ou seja, águas mais quentes que as normais se estabelecem no Oceano Pacífico Tropical Centro-Oriental, próximo à costa oeste da América do Sul. Quando as anomalias de TSM são negativas, dá-se o nome de La Niña à fase fria do EN.

A OS é a variação zonal da pressão atmosférica ao nível do mar (PNM) sobre o Pacífico Tropical, medida tradicionalmente em dois centros, Tahiti (Polinésia, Pacífico Oriental) e Darwin (Austrália, Pacífico Ocidental) e é quantificada por sua diferença padronizada entre esses dois centros com que se define o Índice da Oscilação Sul (IOS). Em geral, índices negativos, em que a PNM é mais baixa no Pacífico Centro-Oriental que no Pacífico Ocidental, coincidem com eventos El Niños, enquanto índices positivos, em que as diferenças de PNM são contrárias, correspondem a eventos La Niñas.

Essa coincidência ocorre em cerca de 65% dos eventos. Eventos El Niño fortes aumentam a temperatura da baixa troposfera global, pois injetam grandes quantidades de calor sensível e calor latente na atmosfera tropical como foi constatado em eventos recentes. Por exemplo, no El Niño de 1997/98, a temperatura global registrou um desvio positivo de +0.74°C em abril de 1998 e, no de 2015/16, a temperatura global de fevereiro de 2016 atingiu a marca de +0,83°C acima da média (dados do Microwave Sounding Unit - MSU). No Brasil, é aceito que, de maneira geral, se têm secas nas Regiões Norte e Nordeste e excesso de chuva nas Regiões Sul e Sudeste em eventos El Niño, ao passo que ocorre o contrário em eventos La Niña.


Acredita-se que os impactos do processo geofísico sejam conhecidos, porém sua origem ainda não está bem estabelecida. A hipótese mais aceita é que o Pacífico Tropical, dada sua extensão, tenha uma frequência natural de oscilação resultante da interação entre os campos de PNM, e ventos associados, e as águas do oceano. Devido às PNM altas na costa oeste da América do Sul, os ventos Alísios sopram forte de Leste para Oeste, arrastam as águas que se aquecem nesse trajeto e se acumulam na região Austrália/Indonésia, formando a chamada “piscina de água quente do Pacífico Ocidental”, associada às PNM mais baixas.

Na costa oeste da América do Sul, essa retirada das águas superficiais provoca ressurgência de águas frias, ou seja, águas profundas sobem à superfície para repor as que estão sendo arrastadas, fazendo que essa região apresente TSM cerca de 10°C mais frias que as do Pacífico Ocidental e apresente PNM mais altas. A diferença de PNM entre o Leste e o Oeste é responsável pela persistência dos ventos Alísios. As águas, ao se acumularem no Oeste, empurram as camadas inferiores do oceano local para baixo, um efeito semelhante a comprimir uma mola.

Como água é um fluido incompressível, eventualmente as camadas inferiores do oceano (termoclina) reagem com um movimento brusco para cima e expulsam as águas superficiais mais quentes. Isso dá origem a uma onda interna sub-superficial no oceano, de cerca de 100 metros de espessura, denominada Onda de Kelvin, que se propaga da Austrália/Indonésia em direção à costa do Equador/Peru, levando cerca de três meses para cruzar o Oceano Pacífico.

O calor transportado pela Onda de Kelvin aquece as águas da costa do Equador/Peru. As águas superficiais aquecidas abaixam as PNM, reduzem, ou até invertem, a diferença de PNM entre o Leste e o Oeste, enfraquecendo ou invertendo os Alísios, o que faz cessar a ressurgência e aumentar ainda mais as TSM. Tem-se, então, um El Niño instalado, que poderá persistir por 6 a 18 meses.

Na retaguarda da Onda de Kelvin, encontram-se águas mais frias e esse déficit de calor também é transportado para Leste e, quando chega, dissipa o El Niño, dando origem a sua fase fria, o La Niña. As águas frias, agora presentes, fazem a PNM aumentar no Leste do Pacífico e novamente a diferença de PNM entre o Leste e o Oeste do Pacífico aumenta e intensifica os Alísios, restabelecendo a ressurgência e fazendo com que as águas fiquem mais frias na costa oeste da América do Sul e sejam empurradas para Oeste. O processo geofísico como um todo se repete, semelhante a uma imensa “gangorra oceânica”, oscilando Leste-Oeste durante 6 a 7 anos até que a viscosidade restabeleça a neutralidade das TSM.


Como foi dito, não se tem conhecimento adequado sobre as causas físicas da gênese do processo ENOS. É realmente uma oscilação natural ou há necessidade de uma força externa para que o processo se inicie? Se for uma força externa, uma possível candidata seria a força gravitacional lunar sabidamente responsável pelas marés.

O Ciclo Nodal Lunar define a variação da inclinação do plano da órbita da Lua em relação à superfície terrestre. Como esse plano é inclinado com relação ao equador, a Lua passa, relativamente falando, 14 dias no Hemisfério Norte e 14 dias no Hemisfério Sul durante o ciclo de 28 dias de suas fases.

A inclinação ou declinação do plano orbital, porém, não é “fixa”. Ela varia de sua posição máxima de 28,6°N a 28,6°S de latitude para a mínima de 18,4°N a 18,4°S de latitude num intervalo de 9,3 anos e retorna para a posição máxima em mais 9,3 anos, totalizando um ciclo de 18,6 anos. Em um intervalo de aproximadamente 10 anos, o plano da órbita lunar se situa fora dos trópicos, ou seja, sua declinação é maior que 23,5° (latitude dos Trópicos do Câncer e Capricórnio).

Nessas circunstâncias (declinação entre 23,5° e 28,6° de latitude), o componente da força gravitacional lunar é maior na direção equador-polo e acelera as correntes marinhas, particularmente a do Golfo (América do Norte) e a de Kuroshio (Japão), transportando mais calor da região tropical para as latitudes mais elevadas.

Isso faz com que as águas do Pacífico Norte e do Atlântico Norte fiquem mais aquecidas que o normal e torne o clima dos países banhados por elas, como a costa oriental da Ásia, América do Norte, Europa Ocidental, Inglaterra e Escandinávia, mais ameno e úmido.  O plano da órbita lunar se situa dentro da região tropical (declinação entre 18,4° e 23,5°) durante cerca de 9 anos e o componente de sua força gravitacional é maior na direção Leste-Oeste.

A exportação de calor para fora dos trópicos é reduzida, mais calor é retido e redistribuído zonalmente dentro dos trópicos. Ao invés da oscilação natural, a força gravitacional da Lua é que empurraria e empilharia inicialmente as águas no Pacífico Ocidental. Daí por diante, o estabelecimento do evento El Niño seguiria a hipótese acima, ou seja, as camadas mais profundas do Pacífico Ocidental comprimidas respondem bruscamente e disparam a Onda de Kelvin que transporta o calor para o Pacífico Oriental.

Na Figura, mostra-se a estranha coincidência de eventos El Niño intensos, como os de 1941/42, 1957/58, 1977/79, 1997/98 e 2015/16, terem ocorrido quando a declinação do plano da órbita lunar se situou dentro dos trópicos, ou seja, entre o Ponto Médio #2 e o Ponto Médio #1, passando pelo mínimo lunar. Notem que os eventos são espaçados de 19 anos (ver Tabela). Se isso não for coincidência, é possível prever a ocorrência de futuros eventos El Niño fortes. Os eventos intermediários, como os de 1982/83 e 1986/87, podem estar associados ao Ciclo das Apsides Lunares (8,85 anos) e/ou seu submúltiplo (4,4 anos), ou ainda, serem resultantes da oscilação Leste-Oeste da termoclina que, em conjunto com a interação oceano-atmosfera atuando nos campos de PNM e de ventos, forçam as TSM do Pacífico Tropical a retornarem ao estado de neutralidade.


Chama-se a atenção, também, para a coincidência de o Atlântico Norte ter começado a se resfriar a partir de 2006/2007, ano em que o plano da órbita lunar atingiu sua declinação máxima (28,6°).

Em resumo, a Lua pode interferir no clima regional indiretamente por meio de sua ação gravitacional ao modificar, em primeiro lugar, a velocidade das correntes marinhas e o transporte de calor meridional e, na sequência, mudar a configuração das TSM, particularmente nos setores norte do Atlântico e do Pacífico que têm suas bacias fechadas. A configuração de TSM modificada por duas décadas muda a atmosfera sobrejacente e o clima.

* o autor é físico, professor da Universidade Federal de Alagoas. Entre outros livros, é coautor do livro "CO2 aquecimento e mudanças climáticas: estão nos enganando?", junto a outros autores e com este blogueiro. O livro tem sinopse na aba lateral deste blog, 288 pg, foi publicado pela DBO Editores Associados e não está à venda em livrarias, mas apenas pela internet, através do e-mail co2clima@gmail.com e ou pelo fone 11 3879.7099 Custa R$ 30,00 mais despesas postais.

quarta-feira, 6 de julho de 2016

Marilena Chauí põe a boca no trombone, por causa do pré-sal

Richard Jakubaszko
Em entrevista, a respeitada filósofa Marilena Chauí, 74, põe a boca no trombone pela perspectiva de o pré-sal privatizado, daqui a pouquinho, pois no Senado já foi aprovado. Que existe uma conspiração internacional poderosa por trás dessa privatização, acho que ninguém tem dúvidas. Lamentavelmente alguns exegetas acham que privatizar o patrimônio público é uma solução, mas com isso não consigo concordar.

Na entrevista, Marilena tem posições firmes como petista, o que são questões discutíveis, mas não há como negar que, lá no fundo, ela  tem absoluta razão na questão do pré-sal. A renda do pré-sal aos cofres públicos já está garantida para aplicação na educação e saúde, e faz parte da constituição.

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segunda-feira, 4 de julho de 2016

Fernando Penteado Cardoso, R102

Richard Jakubaszko 
O eterno mestre Fernando Penteado Cardoso encaminha-se para completar 102 anos, em setembro próximo. Na última InterCorte, realizada em junho, o jornalista Otavinho Ceschi, apresentador do programa Dia a Dia, do Canal TerraViva entrevistou o Dr. Cardoso, alegre, lúcido e ativo. A entrevista abaixo, mais um registro e homenagem, de tantas recebidas por esse mito vivo e ainda atuante, tem um final memorável, com a manifestação do entrevistador, de que o Dr Cardoso viva desse jeito por mais 102 anos. A resposta dele, como sempre otimista, é antológica, além de muito bem humorada...

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sábado, 2 de julho de 2016

Enquete: o que Temer vai fazer na presidência?

Richard Jakubaszko



Encerrada a enquete, depois de 35 dias, votaram 349 pessoas, como se pode analisar no resumo, aí na aba lateral.
 

Conquistou o maior número de votos, entre as questões propostas por este blogueiro, o quesito “flexibilizar a CLT”, com 73% das preferências. O assunto tem sido debatido tanto no Congresso como em ministérios, e deve avançar se for aprovado em definitivo o impeachment da Dilma Roussef, questão ainda indefinida, politicamente falando, e isso só deve acontecer de setembro em diante. O resultado demonstra o descrédito dos eleitores no governo hoje provisório. A CLT é a única proteção legal dos trabalhadores enquanto empregados. Sua descontinuidade não garante empregos e só traz benefícios ao empregador.

Em 2º lugar aparece o quesito “encerrar a Lava Jato”, com 67% dos votos, fato que tanto na mídia, como no Congresso, no Governo Federal, e até mesmo no STF, tem sido discutido à exaustão, procurando-se saídas jurídicas e políticas para esvaziar as atividades e os chamados exageros e arbítrios cometidos pelo juiz Sérgio Moro. Pode sair uma solução política, a qualquer momento, pois em Brasília e no Brasil adentro há políticos de cabelos em pé, diante da iminência de serem delatados e presos. Esta semana, a campanha Satiagraha, por exemplo, conduzida pelo delegado Protógenes Queiroz, foi oficialmente cancelada, por ter sido realizada "de forma inapropriada", e só o mordomo, digo, o delegado foi condenado (a 2 anos de prisão) e considerado culpado, por todas as investigações da conhecida operação policial. Um dos acusados foi, inclusive, aquinhoado por 2 habeas corpus (decididos em 48 horas) concedidos pelo ministro Gilmar Mendes, do STF, por si só um fato sem precedentes na jurisprudência brasileira e internacional. Portanto, o eleitor da enquete sabe bem os perigos que corre a Lava Jato ao desejar encontrar soluções para a centenária prática da corrupção no Brasil.

No 3º lugar, com 62% dos votos, o item “privatizar o pré-sal”, proposta que anda tramitando agora na Câmara dos Deputados, e cujo projeto de lei, do senador e hoje ministro das Relações Exteriores José Serra, e que é também uma PEC, Propostas de Emenda constitucional, foi aprovada no Senado antes do afastamento de Dilma. Com Dilma haveria o veto da proposta, com Temer existe a certeza de que será sancionada. Assim, os eleitores avaliam que privatizar o pré-sal, ou seja, vender para multinacionais o patrimônio público, é algo muito negativo.

No 4º posto da enquete, com 58% das preferências, ficou a alternativa “todas as anteriores”, e um bom número de eleitores votou no quesito abdicando de votar em mais 2 ou 3 quesitos, pois a enquete permitia múltiplas escolhas de quesitos. Nesse sentido, os 3 primeiros lugares, podem ter sido deixados em branco, e aumentariam as preferências.

Em 5º lugar aparece o “prender o Lula”, com 56% das preferências, mostrando que os votantes percebem claramente as intenções provenientes dos procuradores e juízes da Lava Jato, que ainda investigam a posse do triplex de classe média no Guarujá, e tentam provar que o sítio de Atibaia pertence a Lula, só porque ele levou para lá um pedalinho pros netos brincarem, e tem um iate de lata no valor de R$ 4 mil reais, evidências que, para os procuradores, é uma constatação inequívoca de posse do sítio, um latifúndio improdutivo dedicado ao lazer e ao descanso ocioso do ex-presidente Lula.

Não menos importante é o 6º lugar obtido na votação, do quesito “dar indulto ao Cunha”, um fato observado claramente nas manobras políticas dos deputados na Câmara dos Deputados. Há indícios de que, se Cunha renunciar à presidência da casa, os coleguinhas o perdoarão, e ele ficaria com o mandato de deputado e o foro privilegiado do STF. Entretanto, há pelo menos 3 processos no STF, onde Cunha consta como réu principal, e lá ele pode ser condenado, e, em sendo assim, sairia preso e algemado de dentro do Congresso, independentemente de ser legislador eleito.

Fato curioso na enquete, foi a votação, ainda que pequena, de 15% dos eleitores que cravaram "nenhuma das anteriores", demonstrando que ainda existem muitos coxinhas em atividade neste Brasil, e que acreditam nas boas intenções dos governantes interinos. Em certo sentido, a maioria dos votos registrados na enquete demonstra que o brasileiro ainda tem bom senso e vê com realismo o futuro para dentro em breve.


* A enquete não tem o valor estatístico formal de uma pesquisa de campo, com questionários estruturados aplicados com parâmetros dentro de normas estabelecidas, como, por exemplo, uma estratificação social e econômica da população. Mas, por ter sido pública, em aberto para votação por 45 dias, expressa o pensamento de 349 internautas, eleitores espontâneos de uma enquete aberta e pública.

Adicionalmente o blogueiro informa que a enquete não podia receber votos de usuários de smartphones, apenas de usuários computadores e tablets, equipamentos em que a aba lateral do blog aparece a estes, enquanto que nas telinhas dos aparelhos móbiles a aba lateral nunca era exibida, não permitindo a votação.
É interessante observar que o sistema Google impede que um eleitor vote duas vezes.


OBS O resultado detalhado da enquete, quesito por quesito, está na aba lateral deste blog, a partir de 04 julho foi movido para o rodapé da aba, leve o cursor até lá, e boa leitura.
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sexta-feira, 1 de julho de 2016

Menos uma árvore, em São Paulo.

Richard Jakubaszko
Uma frondosa Sibipiruna quiçá quase centenária foi abatida semana passada por zelosos funcionários da Prefeitura de São Paulo (Capital), sob a supervisão de uma engenheira agrônoma. Quase em frente à redação da DBO.
A motosserra zuniu o dia inteirinho.
Primeiro foram os galhos novos superiores.
Depois, os ramos e galhos médios.
E a Sibipiruna foi se desconfigurando. Logo, estava só com o tronco e alguns ramos, já sem folhas, apenas algumas samambaias ainda estavam penduradas ao tronco principal.

Os funcionários alegaram que a árvore estava condenada.

Na verdade, a Sibipiruna foi assassinada pelos funcionários da Prefeitura de São Paulo, omissos no comportamento e na ação do que fazia o dono da casa e responsável pela calçada onde vivia a Sibipiruna. 
Em alguma reforma da calçada, num passado distante, "esgoelaram" em volta do tronco a calçada, feita de concreto e paralelepípedos. Não deixaram mais do que uns 2 cm de terra em volta da base do tronco para que a água das chuvas se infiltrasse.

As raízes da Sibipiruna, deveriam ser largas como a copa, e quase tão profundas quanto a altura da árvore; como não entrava água,  secaram e morreram. A árvore perdeu sua sustentabilidade, como se fala hoje em dia.
 
A engenheira agrônoma que acompanhou o desbaste deveria ter ido antes de a árvore morrer. Depois que decidiram retirar a árvore da calçada, não precisava mais. Agrônomos não se graduam para derrubar árvores, mas para fazê-las viver. Ou não?

quinta-feira, 30 de junho de 2016

Poluição em SP é culpa das pizzarias !!!

Rafael Regiani
Acredite: o consumo de pizza está contribuindo para a poluição em São Paulo...
Essa a opinião de alguns biodesagradáveis e ONGs que vivem de disseminar notícias e informações catastróficas.

Os moradores de São Paulo deveriam se sentir orgulhosos, pois a cidade é uma das únicas que majoritariamente usa biocombustível em seus carros. Ou talvez não tenham tanta razão assim, pois muitos dos ganhos ambientais são prejudicados, pois todo mundo ama comer pizza.

Um novo estudo publicado no períódico Atmospheric Enviroment diz que a qualidade do ar de São Paulo está piorando por causa da produção diária de 1.800 pizzas (Nota do blogueiro: ou seriam 1.800 pizzarias em São Paulo?) feitas em fornos a lenha. Outro culpado no aumento de emissões são as churrascarias. Mesmo com os veículos da cidade emitindo menos poluentes, a cidade ainda tem este problema a enfrentar.

O autor principal do estudo, Prashant Kumar, fala sério sobre ligar o alarme para a causa. O professor do departamento de engenharia civil e ambiental da Universidade de Surrey, no Reino Unido, diz que mais de 7,5 hectares de florestas de eucalipto são queimadas todo o mês por causa desses restaurantes. “Isso é uma ameaça significante para ser uma preocupação real a ponto de negativar os efeitos positivos ao ambiente do uso de biocombustível em veículos”, disse ele.

Obviamente, isso não significa que as iniciativas de biodiesel sejam inúteis. A situação poderia ser pior se todo mundo usasse gasolina e comesse muita pizza feita em fornos a lenha. E considerando o que diz o Columbia Earth Inside, que a maior fonte de poluição mundial não são os carros, as notícias de que a mudanças para iniciativas de biocombustível possivelmente não têm tanto impacto quanto esperado não são surpreendentes.

A cidade de São Paulo é uma das poucas a ter uma frota abastecida por biocombustível. Os motoristas podem usar etanol, gasolina (composta de 75% de gasolina e 25% com etanol) e diesel.

Não há uma solução clara para o problema. Claro, 1.800 pizzas (Nota do blogueiro: de novo, o mesmo número imbecil?) por dia em uma cidade com 11 milhões de pessoas não parece um número tão alto assim. E também não está claro se o problema de pizza de São Paulo está presente em outras cidades do mundo. Agora, imagine um mundo em que fosse proibido comer pizza feita em forno a lenha. Isso pode causar um problema de ordem social.

http://gizmodo.uol.com.br/pizza-poluicao-sao-paulo/

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quarta-feira, 29 de junho de 2016

De onde virão as boas notícias?

Marcos Sawaya Jank *

Finalmente começa a haver uma mudança de expectativas em relação à economia, que ao menos parou de se deteriorar. Mas, para haver uma real reversão, espera-se que o novo governo apresente diretrizes e reformas consistentes.

Como sempre, o mercado quer ver reformas de grande impacto na economia, como cortes drásticos nos gastos públicos, reformas nas áreas fiscal e previdenciária ou a tão sonhada reforma política, que é certamente a mãe de todas as reformas.

Mas grandes reformas são difíceis de implementar, ainda mais em uma conjuntura de quase falência do Estado e com um governo que terá apenas 2,5 anos pela frente, se o impeachment for confirmado.

Sem descartar a possibilidade de reformas mais sonoras e abrangentes, gostaria de sugerir que o governo se concentrasse em pequenas reformas laterais, que podem trazer resultados rápidos e consistentes. Na maioria dos casos, basicamente mudanças em modelos de gestão.

Na área do comércio exterior, o novo governo propôs o fortalecimento da Camex (Câmara de Comércio Exterior), agora sob a Presidência da República, para agilizar a coordenação de mais de uma dezena de departamentos em diferentes ministérios e agências que se ocupam do tema. Essa coordenação envolve, também, a retomada da agenda perdida das negociações bilaterais com os nossos principais parceiros comerciais.

Na promoção de exportações e investimentos, por exemplo, o ministro José Serra propôs uma gestão mais articulada entre o Itamaraty e a Apex (Agencia de Promoção de Exportação e Investimentos), otimizando pessoas e recursos disponíveis. Mas o sucesso da iniciativa depende de formatos mais modernos e consistentes de parceria entre o setor público e as entidades e as empresas do setor privado. São elas que, afinal, fazem acontecer o comércio e os investimentos.
Comparado com outros países, a presença do Brasil no exterior é medíocre, seja em termos de representatividade pública ou privada. Grandes resultados podem ser obtidos com pequenos esforços coordenados de gestão e internacionalização.

Na área da agricultura, a ex-ministra Kátia Abreu introduziu um sistema eletrônico de informações que reduziu bastante o tempo de tramitação dos processos de habilitação de unidades industriais para exportar. Pequenas mudanças de pessoas e processos acarretam na obtenção de dezenas de milhões de dólares adicionais em exportações.

O novo ministro Blairo Maggi vai aprofundar o tema, dando prioridade ainda maior ao aumento das exportações do agro, incluindo parcerias estratégicas com países-chave como China e EUA. No caso da China, essas parceria deveria ir além das atuais demandas unilaterais de acesso a mercados, chegando à construção de cadeias integradas de valor que envolvam a atração de investimentos em infraestrutura, atendimento de demandas de qualidade e rastreabilidade de produtos nos mercados de destino, facilitação de comércio, inovação e adição de valor aos produtos exportados.

Na área da energia, já se vê mudança positiva de humor com o anúncio de novos mecanismos de precificação de derivados de petróleo e eletricidade que respeitarão a realidade dos mercados e a competitividade das empresas. Intervenções esdrúxulas pelo "Diário Oficial", congelamentos artificiais de preços e controles da taxa de retorno das empresas felizmente parecem ser, agora, páginas viradas da história.

O caminho é longo e árduo, mas a direção está correta. Não custa cultivar sonhos impossíveis sobre o mundo ideal todas as noites. Mas de dia a receita resume-se a três palavras: gestão, gestão e gestão.

* o autor é especialista em questões globais do agronegócio.

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domingo, 26 de junho de 2016

Sistema é falho para detectar tornados e microexplosões climáticas

Rafael Regiani
Quando será a próxima tempestade? Brasil avançou na última década, mas continua despreparado para evitar tragédias naturais.
Faltam equipamentos
Nos últimos cinco anos, o Brasil passou de 20 para 39 radares meteorológicos. Estimativas apontam que o país precisaria de mais 40 para ter uma boa cobertura.



Falta mão de obra especializada
Segundo especialistas, o Brasil tem hoje uma carência de pelo menos 70 profissionais – são cerca de dez. Sem eles, mais de dez radares instalados em 2015 terão falhas na operação.

 
Faltam recursos
Um radar de alta definição, como o instalado em SP nesta semana, custa aproximadamente R$ 2 milhões. Sua manutenção anual sai por cerca de 30% desse valor.


Falta sinergia
Microexplosões e tornados devem ser previstos com antecedência. O Brasil ainda está longe de ter um sistema como o americano, em que a população é alertada por celular, televisão e sirenes nas ruas. 


Fontes: Cemaden, o engenheiro Mario Thadeu de Barros, da Poli-USP, e o meteorologista Carlos Augusto Morales, do IAG-USP

http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2016/06/1783212-sistema-brasileiro-para-deteccao-de-tornados-e-limitado.shtml
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