sexta-feira, 12 de agosto de 2016

Vai ganhar, vai perder... Cala a boca, Galvão!!!

Richard Jakubaszko 
Galvão da Globo é caso perdido, minha gente. Nessas Olimpíadas no Brasil um jornalista da BBC pediu para ele calar a boca porque estava atrapalhando o sinal do juiz para a largada dos nadadores. Em Copas do Mundo era comum ver um cartaz no meio da torcida com a mesma ordem de "Cala a boca, Galvão".
Ontem, o narrador pé frio da TV Globo se superou ao narrar mais uma na piscina de competição, ele estava torcendo pelo Phelps, se atrapalhou todo e estragou tudo, pisou na maionese, até agora ninguém sabe se perdeu ou ganhou, veja no vídeo se você descobre...
O vídeo me foi enviado pelo Alisson Freitas, jornalista lá da DBO e do Portal DBO, que é um bambi-macho e torcedor (sofredor...) do São Paulo, coitado...

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quinta-feira, 11 de agosto de 2016

Ei, Estadão, que notícia de merda é essa?

Richard Jakubaszko 
Leio notícia em destaque na versão online do Estadão (de 10/8/2016) de ontem que uma empresa pertencente à família de Nuzman, presidente do COB - Comitê Olímpico Brasileiro, é fornecedora exclusiva de alimentos para a Olimpíada.

Relendo a matéria com atenção, há uma total falta de nexo e aparente bom senso da denúncia publicada em destaque no vetusto jornalão. Pois o dono da empresa, um jovem que é neto do fundador da Odebrecht, é ainda parente (em que grau?) do ex-marido da jornalista Márcia Peltier, que é há alguns anos mulher de Nuzman.

Entendeu? Que notícia capciosa é essa? 
Você, leitor, sabe dizer qual é o grau de parentesco do parente (?) do ex-marido da Márcia Peltier com o Nuzman? Deve ser concunhado em quinto grau... 

É importante registrar que o jornalista Jamil Chade, correspondente do Estadão na Europa, é figura experiente e competente no jornalismo e é um dos correspondentes do jornal na Europa. Veio ao Brasil, recebeu a pauta e fez um relato impecável da situação, em cerca de 700 caracteres.

A questão virou "importante" pelo destaque dado pelo editor de 1ª página, ou do editor geral, que não deve simpatizar muito com o Nuzman. Como o que vale é o que está na manchete, para os leitores de bancas de jornais, se faz uma tentativa de assassinato de reputação do Nuzman, assim, na mais perfeita irresponsabilidade. Depois, quando se reclama por uma Lei de Imprensa no Brasil, os jornalões e TVs alegam que é censura. Não, não é censura, o que se deseja é responsabilidade, vergonha na cara, é direito de resposta sem ter de entrar na Justiça, e um jornalismo que não nos faça, como jornalistas, sentir vergonha de nos apresentarmos como jornalistas.

Na internet li notícia também ontem de que Estadão, Folha de SP, O Globo e Zero Hora, conforme o IVC, perderam, em média, mais de 15% de seus assinantes e leitores de bancas neste último semestre.
Então tá explicado, eles merecem.

Confira no fac-símile, clique na imagem para ampliar:

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quarta-feira, 10 de agosto de 2016

Sim, é possível mais de 100 sc soja/ha

Richard Jakubaszko
A revista Agro DBO de agosto, edição nº 80, anda circulando com assuntos interessantes, conforme destaco no vídeo abaixo.
A matéria de capa, do jornalista Ariosto Mesquita debate sobre os resultados do Concurso de Produtividade do CESB - Comitê Executivo Soja Brasil, mostrando quais foram os segredos e estratégias utilizadas pelos ganhadores, ao mesmo tempo em que questiona o fato de as médias de produtividade brasileira não saírem do lugar, faz mais de uma década.

No vídeo abaixo apresento os diversos destaques dessa edição da Agro DBO, que tem artigos e reportagens muito interessantes.

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terça-feira, 9 de agosto de 2016

Perdidos no Congresso

Richard Jakubaszko
Participei ontem em São Paulo do 15º Congresso da Abag, cujo tema era Liderança e Protagonismo. Temas eminentemente políticos. De agronegócio, mesmo, quase nada. O que vi, senti e percebi, é que o clima existente no congresso refletiu uma síntese quase perfeita do que é hoje o Brasil, perdido de si, fragmentado, tentando encontrar-se, procurando desesperadamente uma boia, um ancoradouro para atracar e esperar passar a tempestade que se desenrola país adentro. Enquanto isso, se justifica aos outros.

As lideranças empresariais e associativas presentes no Congresso, o da Abag, e mesmo no Congresso Federal, demonstram que estão perdidas, e são conduzidas pelos fatos e acontecimentos registrados de forma distorcida pela mídia, a verdadeira dona da agenda política, e apenas discursam, justificam, depositam fé no futuro, deles e do Brasil. Enquanto as Olimpíadas se desenrolam nada parece que será decidido, mesmo o impeachment, o desiderato comum e mais debatido nos dois congressos.

O tema proposto pela Abag pareceu-me não ter encontrado ressonância entre os porta-vozes presentes, fossem palestrantes ou debatedores, e, pior ainda, entre os próprios congressistas. Na plateia, uma multidão, talvez um dos maiores congressos da Abag em termos de frequência, mas a maioria esmagadora completamente alheia e desinteressada dos temas políticos e ideológicos debatidos no palco das celebridades convidadas ou contratadas para abrilhantar o evento. Nos saguões, ligados em seus celulares, pareciam procurar os monstrinhos do Pokémon. Curiosamente, faltaram as duas maiores estrelas convidadas e confirmadas, os ministros Blairo Maggi e José Serra. Do primeiro, ninguém comentou as razões dadas para a ausência, foi ao Sul do país conhecer uma packing house de maçãs. Do segundo, a informação correu de boca em boca de que uma dor de dente assaz conveniente e oportunista, anunciada domingo, submergia diante da inesperada denúncia milionária de mais uma delação premiada na Lava Jato desde a sexta-feira, e que colocou o governo interino mais uma vez em estado de alerta total.

Como lamentado em eventos anteriores pelo ex-ministro Roberto Rodrigues, o mundo precisa de líderes. Bom, o agronegócio brasileiro também se ressente disso, fato reconhecido pelos organizadores do Congresso da Abag. E eles não estavam lá. Por isso mesmo, é decepcionante, a todos os eventos que se sucedem, vermos repetidos louvores (merecidos) a Roberto Rodrigues e Alyson Paolinelli, que já estão carimbados como eternos ministros. Como criticou Fernando Penteado Cardoso em entrevista da semana passada, e que está disponível em vídeo aqui neste blog, é decepcionante assistirmos nos eventos, congressos, workshops, todo mundo discutindo sobre o passado e o presente, e ninguém planejando ou construindo o futuro. E isso é coisa para líderes.

Exceto alguma pontual observação, o 15º Congresso da Abag não apresentou respostas, e não deixou um legado, a não ser que o mesmo esteja escondido nas entrelinhas de tantos desencontros de comunicação, com muitos ruídos interferindo nos processos. Uma questão interessante talvez esteja na observação casuística do jornalista Augusto Nunes, um dos moderadores. Apesar de eu discordar dele em gênero e grau, pois tenho severas restrições à sua postura profissional, concordei com ele quando observou que, olhando o agronegócio à distância, o que é o caso dele, que é focado mais em política, diz reconhecer a importância do agro brasileiro, mas que o agro propriamente dito não se dá essa relevância, representada pela notável participação de 1/3 nas riquezas do país e do PIB, ou nos saldos positivos sucessivos das nossas exportações. O agro fica muito mais no chororô e em posturas reivindicatórias ou defensivas, sempre se lamentando quando recebe quaisquer críticas, seja da mídia, seja da sociedade urbana, seja dos ambientalistas, que já adotaram o agro como saco de pancadas.

O que Nunes explicitou, e que eu reinterpreto sob a minha experiência de meio século no jornalismo do agro, é que os líderes do agro não assumem de fato a liderança por receio de ter de assumir essas mesmas responsabilidades em momentos futuros. Nesse sentido, minhas reflexões pós congresso, me levam à conclusão, quem sabe definitiva, e sem nenhum pessimismo, de que é o individualismo e a falta de solidariedade e comprometimento com o coletivo e os dilemas sociais que impulsionam a sociedade, e que nos estão levando ao precipício.

E La Nave vá, tanto no congresso da Abag como naquele que fica lá em Brasília, todo mundo na plateia, ou fora dela, se perguntando sobre o que é que está acontecendo. No palco, os atores discursam e enfatizam suas certezas definitivas, filosofando sobre economia, políticas, ideologias e comportamentos sociológicos atávicos dos brasileiros, reconhecidos gênios consagrados do jeitinho e da corrupção. Lembro,  no entanto, o aforismo de Delfim Netto, ator ausente dos atuais debates, de que se você não está confuso é porque está mal informado. Acrescento, apenas, que podem ter tomado posição sob a ótica de premissas equivocadas, mas convenientes para o momento. 

Isto porque, quando se exagera nos argumentos, se prejudica a causa.
É assim que a boiada se movimenta, a história da humanidade comprova isso.
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sábado, 6 de agosto de 2016

Fernando Penteado Cardoso, 102 anos, pensando no futuro.

Richard Jakubaszko
Com enorme alegria entrevistei o engenheiro agrônomo Fernando Penteado Cardoso para o Portal DBO. 
Com uma memória extraordinária o Dr. Fernando, aos 102 anos de idade, a serem completados em setembro próximo, discorre sobre fatos do passado, cita datas e nomes, e não se perde nos comentários mesmo com raciocínios mais complexos. E ainda reclama que hoje em dia não se fala e nem se projeta o futuro...
Vale a pena assistir a entrevista com ele. É lição de vida na veia jugular.

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quinta-feira, 4 de agosto de 2016

A Lava-Jato e o Vice-Almirante

Mauro Santayana *
Em uma sentença que chama a atenção pela severidade e a ausência de proporcionalidade, o ex-presidente da Eletronuclear, Vice-Almirante Othon Luiz Pinheiro da Silva, foi condenado, ontem, por um juiz do Rio de Janeiro – com uma decisão que atingiu também a sua filha – a 43 anos de prisão por crimes supostamente cometidos durante as obras da usina nuclear de Angra 3.

O Vice-Almirante Othon é um dos maiores cientistas brasileiros, um dos principais responsáveis pelo programa de enriquecimento de urânio da Marinha, que levou o Brasil, há 15 dias, a fazer a sua primeira venda desse elemento químico – usado como combustível para reatores nucleares – para o exterior, para uma empresa pertencente ao governo argentino.

Em qualquer nação do mundo, principalmente nos EUA – país que, justamente por ser brasileiro, e não norte-americano, o teria espionado, “plantando” um homem da CIA ao lado do seu apartamento – o Vice-Almirante Othon estaria sendo homenageado, provavelmente com uma medalha do Congresso ou da Casa Branca, por serviços de caráter estratégico, prestados ao fortalecimento da Nação e ao seu desenvolvimento.

No Brasil de Itamar Franco – um homem íntegro e nacionalista, que cometeu a besteira de confiar em quem não devia e abriu a Caixa de Pandora da tragédia neoliberal dos anos 1990, ao apoiar para sua sucessão um cidadão em cujo governo, segundo o Banco Mundial, o PIB e a renda per capita recuaram e a dívida pública duplicou, deixando ainda um papagaio, com o FMI, de 40 bilhões de dólares – o Vice-Almirante Othon recebeu, em 1994, da Presidência da República, a Grã Cruz da Ordem Nacional do Mérito Científico.

Ele também é Comendador da Ordem do Mérito Naval; da Ordem do Mérito Militar; da Ordem do Mérito Aeronáutico; da Ordem do Mérito das Forças Armadas; da Medalha do Mérito Tamandaré; e recebeu, além disso, a Medalha do Pacificador, a Medalha do Mérito Santos-Dumont e a Medalha Militar de Ouro.

No Brasil kafquianamente imbecilizado, midiotizado, manipulado, plutocratizado, deturpado, moralmente, da atualidade, que caminha a passos largos para a instalação de um governo – de fato – de exceção e fascista – e, ainda por cima, entreguista e antinacional – a partir de 2018, ele está sendo condenado por uma justiça em que muitos membros recebem acima do teto constitucional, perseguem jornais que os denunciam, e podem fazer palestras remuneradas sem ter que declarar quanto estão recebendo, conforme resolução do CNJ divulgada no início deste mês de julho.

Com uma maioria de patriotas, nacionalistas, legalistas, constitucionalistas, os militares brasileiros têm suportado em silêncio digno a interrupção e as ameaças que pairam, como aves de rapina, sobre numerosos projetos de defesa que tiveram início na última década e sobre as empresas responsáveis por eles, como o dos submergíveis convencionais e o do submarino atômico – de cujo desenvolvimento do reator já participou o próprio Vice-Almirante Othon – sob responsabilidade da Odebrecht, um dos grupos mais prejudicados e perseguidos pela Operação Lava-Jato, que já teve que demitir mais de 120.000 pessoas no último ano, também encarregada, por meio da Mectron, da construção, em conjunto com a Denel sul-africana, do míssil A-Darter que irá armar os novos caças Gripen NG-BR, que estão sendo – também por iniciativa dos dois últimos governos – desenvolvidos com a Suécia por intermédio da SAAB.

Tudo isso, em nome de um pseudocombate à corrupção hipócrita, ególatra, espetaculoso e burro, em que, para descobrir supostos desvios de um ou dois por cento em programas estratégicos de bilhões de dólares, condena-se ao sucateamento, atraso ou interrupção – como era o caso, há anos, das obras de Angra 3 antes de sua retomada justamente pelo Vice-Almirante Othon – os outros 97% dos projetos, sem nenhuma consideração pela aritmética, a lógica, o bom senso, a estratégia nacional, o fortalecimento ou o desenvolvimento brasileiros.

Isso, ainda, para vender, falsa e mendazmente, com a cumplicidade de uma parcela da mídia irresponsável, apátrida, estúpida e venal, a tese de que se estaria “consertando” o país, quando o que se está fazendo é jogar o bebê pela janela junto com a água do banho, e matando a boiada inteira para exterminar meia dúzia de carrapatos, no contexto de um projeto de endeusamento de um personagem constantemente incensado por uma potência estrangeira – justamente aquela que espionou o próprio Vice-Almirante Othon – quando se sabe que para prender corruptos não era preciso arrebentar com as maiores companhias de engenharia do país, como se está arrebentando, nem com os principais projetos bélicos e de infraestrutura em andamento, ou com a Estratégia Nacional de Defesa, arduamente erguida nos últimos anos, ou com um conjunto de programas do qual toma parte, ainda, o Astros 2020 da Avibras; a nova família de fuzis de assalto IA-2, da IMBEL; o Cargueiro Militar multipropósito KC-390 da Embraer; a nova linha de radares SABER; os 1050 novos tanques Guarani, desenhados pelo Departamento de Engenharia do Exército, até algum tempo atrás – ao que se saiba – ainda em construção pela IVECO; os novos navios de superfície da Marinha; ou o novo satélite de comunicações que atenderá às Forças Armadas.

Os alegados 4 milhões de reais em “propina” eventualmente pagos em consultoria ao Vice-Almirante Othon – uma das razões de sua condenação a mais de 40 anos de prisão – seriam, caso sejam comprovados, uma migalha diante do que ele mereceria receber, em um país mais patriótico e menos hipócrita, como cientista e como compatriota, e uma quantia irrisória, se formos considerar, por exemplo, o preço de um apartamento de quatro quartos em Higienópolis, em São Paulo – há os que são vendidos a preço de “ocasião” - ou o fato de ratos como Eduardo Cunha, Nestor Cerveró e Paulo Roberto Costa, com dezenas de milhões de dólares na Suíça, terem sido soltos pelo Juiz Sérgio Moro e, tranquilos, estarem em casa neste momento.

Só no Brasil, também, um cientista desse porte é enxovalhado, como o Vice-almirante Othon está sendo, nas redes sociais, por um bando de energúmenos, ignorantes, preconceituosos e estúpidos que não tem a menor ideia do que está ocorrendo no país, e que pensam mais com o intestino do que com a cabeça.

Só não dá para dizer que dá vergonha de ser brasileiro porque o Brasil é maior que esta corja tosca, antinacional, vira-lata, manipulada e ignara, e porque mesmo que os cães ladrem a caravana passará, finalmente, um dia, altaneira e impávida.

Como disse Cazuza, o tempo não pára.

Aos que estão arrebentando com a Pátria – e com as suas armas, seus heróis e seus exemplos – sacrificando-os no altar de suas inconfessáveis, imediatistas e rasteiras ambições, sobrará o inexorável e implacável julgamento da História.

* o autor é jornalista
Publicado originalmente em
http://www.maurosantayana.com/2016/08/a-lava-jato-e-o-vice-almirante.html


COMENTÁRIOS DO BLOGUEIRO:
A quem interessa a condenação do Vice-Almirante Othon? Aos que pretendem privatizar o programa de energia nuclear brasileiro? Historicamente o Vice-Almirante Othon demonstrou ser absolutamente contra essa entrega aos gringos.
Outra conclusão: proferir palestras remuneradas ou fazer consultoria especializada neste país desperta a inveja e cobiça das pessoas, especialmente juízes, estão aí os Dirceus e Santanas, presos e condenados por serem bem sucedidos. Na reta final desse ódio jurídico, seletivo, conveniente e oportunista, ainda tem pela frente Lula e alguns outros, pois os antecedentes explicitados foram meros meios que justificarão os fins.
Sinto imensa vergonha de ser brasileiro. Lamentavelmente não sou o primeiro nem o último a ter esse sentimento de frustração.

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quarta-feira, 3 de agosto de 2016

Comércio internacional e as exigências da sustentabilidade

Richard Jakubaszko 
Há uma febre legislatória que a sociedade e a mídia impõem ao agronegócio, e isso vai afetar sobremaneira o comércio internacional. Este foi o tema da conversa que realizamos no Portal DBO com o advogado Rodrigo Lima, diretor geral da Agroícone, especialista em comércio internacional do agronegócio.

Rodrigo Lima tem posições firmes a respeito das questões ambientais, e, como advogado e diretor de uma consultoria, é especialista sobre a legislação restritiva da continuidade das práticas e costumes que considera prejudiciais às questões ambientais.

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segunda-feira, 1 de agosto de 2016

Embrapa: 61% do território brasileiro está preservado

Fernando Penteado Cardoso
Recente boletim da Embrapa Monitoramento por Satélite informa que:
FPC, quase 102, e muito ativo
...”61% do território brasileiro está preservado e com vegetação nativa, enquanto que apenas 8% do território nacional é ocupado com cultivos de produção de alimentos, energia e florestas plantadas”. Para Maggi, o gráfico pode ser entendido como um verdadeiro "green card" do Brasil a ser apresentado por todos já que não existe no mundo país com tal desempenho de preservação e proteção ambiental.

A conclusão implícita é que melhor seria ter 100% do território preservado com vegetação nativa. Essa não, senhor ministro! 

A vegetação nativa não gera riqueza nem influi sobre o clima que é decorrente do sol, dos oceanos e da rotação da terra... O misticismo da floresta foi criado para evitar aumento da produção de grãos com o consequente impacto sobre os preços. Melhor seria o boletim ter dito:

“...”39% do território já foi aberto para agricultura assegurando a atual posição do país na produção de grãos. Para Maggi, merecemos o “green card” pela área verde de nossas lavouras e florestas plantadas para celulose e captação da energia solar na forma de carvão e lenha. Ainda temos grandes áreas sob clima de sol, calor e chuva, a serem abertas para que possamos atender as necessidades mundiais futuras de alimento, fibra e energia.
FPC

  

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domingo, 31 de julho de 2016

Quem desmoraliza a justiça brasileira é a própria justiça brasileira e não Lula.

Paulo Nogueira *


Quem desmoraliza a justiça brasileira é a própria justiça brasileira.
Ou, para sair do plano impessoal: são os juízes brasileiros.

Não adianta fingir indignação com Lula por recorrer a um tribunal internacional. É mais decente olhar para o espelho e dizer: “Onde foi que erramos? Que podemos fazer para recuperar a dignidade perdida?”.

São absurdos de todos os lados. Materiais, por exemplo. Privilégios, mordomias em doses copiosas. Nenhum respeito pelo dinheiro público. Quem não se lembra dos 90 mil reais que Joaquim Barbosa queimou para reformar os quatro, repito, quatro banheiros do seu apartamento funcional?

Isto, em si, conta uma história.

Passemos agora para o plano do comportamento. Em que sociedade minimamente avançada você vai ver um juiz tão descaradamente ativista de direita como Gilmar Mendes?

Gilmar Mendes chegou a ser flagrado num telefonema com Bonner para combinar uma pauta do JN. É uma coisa de um primitivismo brutal: não evidencia apenas a falta de ética da justiça, mas também da imprensa.

A desenfreada militância política de Gilmar Mendes jamais foi objeto de um único editorial reprovador. Claro, mídia e justiça são aliadas. Mas a ausência de fiscalização da imprensa não elimina o mal que Gilmar faz à imagem da justiça. Não põe sequer para baixo do tapete.

Consideremos Teori Zavascki, do STF. Ele demorou cinco meses para tomar providências sobre o gângster Eduardo Cunha. Teori tinha em mãos um documento que detalhava os crimes de Cunha, e mesmo assim deixou que este comandasse absoluto o processo de impeachment. Fico pensando como os historiadores do futuro explicarão a lentidão patológica de Teori.

E chegamos agora a Moro.

É um horror — não existe outra palavra — que Moro se deixe fotografar ao lado de João Dória, dos irmãos Marinhos, do autor de um livro de um jornalista da Globo que o glorifica e arrasa Lula.

É o triunfo do despudor. Você está dizendo qual é o seu lado, o que num juiz é intolerável.

De novo: as consequências para a reputação da justiça são monstruosamente negativas. É um ato de autodesmoralização fulminante. É algo que é aplaudido por fanáticos antipetistas e incentivado pela mídia plutocrata.

Mas de novo: nada disso altera o absurdo da situação.

E as parcerias de Moro e Lava Jato com Globo, Folha etc nas operações circenses que miravam invariavelmente o PT?

Em suma.

Você tem que se dar ao respeito antes que possa exigir que os outros o respeitem.

A justiça não se dá ao respeito.

É dentro desse quadro que Lula recorreu à ONU — com inteiro, total, monumental acerto.

* jornalista, editor do DCM: http://www.diariodocentrodomundo.com.br/quem-desmoraliza-a-justica-brasileira-e-a-propria-justica-basileira-e-nao-lula-por-paulo-nogueira/?utm_source=rss&utm_medium=rss&utm_campaign=quem-desmoraliza-a-justica-brasileira-e-a-propria-justica-basileira-e-nao-lula-por-paulo-nogueira

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sábado, 30 de julho de 2016

Juiz que recebeu denúncia contra Lula deixa claro que não ouviu a defesa

Fernando Brito,
no Tijolaço
A imprensa, louca para condenar Lula – por qualquer coisa, não importa – faz estardalhaço com a decisão do juiz Ricardo Leite, substituto da 10ª Vara Federal Criminal de Brasília por ter recebido a denúncia do Ministério Público contra o ex-presidente, Delcídio do Amaral e outros.
 

Não poderia ter agido de outra forma, por que – ao menos em relação a Delcídio – há indício material expressivo – a gravação feita por Bernardo, filho de Nestor Cerveró – de tentativa de obstrução da Justiça.

Mas o próprio juiz deixa claro, em sua decisão, que nem sequer examinou os argumentos das defesas – exceto o pedido de Lula para apresentar previamente a sua – e que, portanto, está recebendo a denúncia sem ouvir os acusados:



Quanto às defesas encartadas aos autos antes do recebimento da peça acusatória, entendo que este não é o momento adequado para sua análise, mas, sim, posteriormente, a eventual recebimento de denúncia, nos termos do artigo 396-A do Código de Processo Penal. Assim, por ora, deixo de apreciar as defesas escritas apresentadas pelos denunciados antes do recebimento da denúncia, bem como os memoriais entregues.



Ou seja, até agora Lula não exerceu seu direito de defesa o que, diz o juiz, poderá fazer agora. Tanto que, ao negar o pedido de apresentação defesa prévia do ex-presidente, argumentou:

     Também a violação ao  contraditório e à ampla defesa não procedem, uma vez que, caso haja a recebimento da denúncia, haverá a apreciação da resposta escrita com possibilidade de absolvição sumária…

Não entro no mérito do procedimento do juiz, embora não observe a prudência necessária num caso que envolve uma figura política da expressão de um ex-presidente e a evidente exploração política de torná-lo réu que é, para o leigo, quase uma condenação. A interpretação larga do direito de defesa não proíbe ao juiz considerar informações que vêm aos autos, mesmo que não solicitadas, embora já não mais coberta pelo antigo Art. 559 do Código de Processo Penal (da ditadura Vargas, vejam só) que dizia que “se a resposta ou defesa prévia do acusado convencer da improcedência da acusação, o (juiz) relator proporá ao tribunal o arquivamento do processo”, revogada na “democracia” punitiva.
 

Embora não mais expresso objetivamente – e tudo o que a lei não proíbe, permite – isso pode ser levado em conta, tanto que ele examinou e recusou uma preliminar arguida pela defesa.

Mas o fato é que, na interpretação estreita pela qual optou, deve ficar claro que a defesa sequer tem o conhecimento formal da acusação (Lei 8.038/90, Art. 4º, § 1º – “Com a notificação, serão entregues ao acusado cópia da denúncia ou da queixa, do despacho do relator e dos documentos por este indicados”.)

Ou seja, todo o processo até agora é unilateral.

Sabe-se apenas que Lula é acusado de obstrução da Justiça. Com base em quê? No que Delcídio do Amaral alegou, depois de preso semanas a fio, em sua delação premiada.

Mas o que ele alegou, mesmo?

Dou um doce se alguém souber apontar algo que ele tenha apresentado como prova contra Lula.

Não tem problema, serve.

Vale tudo.

Publicado no Tijolaço:

 http://www.tijolaco.com.br/blog/juiz-ainda-nao-recebeu-denuncia-contra-lula-e-deixa-claro-que-nao-ouviu-defesa/
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sexta-feira, 29 de julho de 2016

Os piratas da privataria afundam a indústria naval brasileira

Fernando Brito
Os piratas da privataria afundam a indústria naval brasileira
do blog Tijolaço: http://www.tijolaco.com.br/blog/os-piratas-da-privataria-afundam-industria-naval-brasileira/

Economia tem lá as suas complicações, é verdade.

Mas em boa parte do que se precisa entender, é como pensar em relação à sua própria casa, e não é à toa que a palavra economia é a soma das palavras gregas “oikos” (casa) e “nomos” (costume, lei) , as regras de administração da casa.

Se você precisa de um serviço que se oferta lá fora, mas tem um filho ou filha sem emprego, que pode realizá-lo – ainda que isso seja um pouco menos especializado e talvez ligeiramente mais caro – é obvio que você prefere contratá-lo para fazer. Mesmo um tantinho mais dispendioso, isso acaba economizando mais, porque você, ao dar-lhe trabalho, injeta – ou não deixa sair, totalmente – recursos na sua própria economia doméstica.

É o que acontecia com a indústria naval brasileira, com a política de conteúdo nacional e as encomendas de navios para a exploração do pré-sal.

Que, aliás, escapou, quase toda, dos escândalos da Lava Jato, pois as mutretas se davam era no afretamento de navios estrangeiros.

Hoje, o professor Roberto Moraes, desenha o quadro trágico da política recessiva, da paralisação da Petrobras e da ideia estapafúrdia de, na prática, revogar a política de exigir que, ao menos em parte, as embarcações e plataformas de petróleo fossem construídas no Brasil.

Antes da crise em 2013, o setor de indústria naval chegou a empregar 82 mil trabalhadores e agora eles são 48,5 mil empregos, de acordo com o Sinaval.

Além do ERJ, onde a indústria naval sempre foi forte com estaleiros no Rio, Niterói e Angra dos Reis, o avanço das encomendas, na fase de expansão da economia e do setor de petróleo – que mais demandava embarcações – avançou para outros estados.

Assim, Pernambuco, Rio Grande do Sul e Santa Catarina também montaram bases para a construção e montagem de embarcações. Outras bases nos estados do Espírito Santo, Bahia e Alagoas estavam sendo instaladas, quando foram atingidas pelo colapso do setor naval como desdobramento da crise no setor de petróleo e na Petrobras.

O município de Niterói talvez tenha sido um dos mais atingidos, por conta da quantidade de estaleiros ali instalados. Em 2014, os estaleiros do município empregavam cerca de 14,5 mil trabalhadores. Em 2015, 10 mil destes postos de trabalho já haviam sido perdidos. No início deste ano, cerca de mais 2 mil empregos foram suprimidos.

Hoje Niterói ainda possui 10 estaleiros com pouca gente e encomenda. O estaleiro norueguês Vard fechou junto com o semestre. A área arrendada voltada para a Baía de Guanabara já foi devolvida. Agora a empresa só mantém trabalho com a encomenda de outras embarcações, em sua unidade junto ao Porto de Suape, em Pernambuco.

Agora volta a pensar em sua casa, em seu prédio, em sua rua.

Como seria se metade das pessoas perdessem o emprego?

Em Niterói, e no Rio, onde vivo, mais de 80% dos trabalhadores da indústria naval estão nesta situação.

A última grande obra em andamento, a adaptação do navio plataforma Cidade de Saquarema zarpou para os campos do pré-sal, deixando apenas um terreno baldio no Estaleiro Brasa, onde foram montados seus módulos de convés. O velho estaleiro do Ishikawajima, que estava renascendo com seus navios gigantes – já foi o segundo maior estaleiro do mundo – está morrendo outra vez, com a carcaça gigante do P-74, que só precisa ser terminado para tirar 180 mil barris dos poços de Búzios, um campo quase tão grande como o de Libra.. Três navios de derivados leves balançam, desertos, embora quase prontos, diante do estaleiro Mauá.

Os ladrões da Petrobras gozam a vida em suas mansões, com passeios à Angra dos Reis, incomodados apenas levemente por suas tornozeleiras eletrônicas.

Mas os estaleiros e seus trabalhadores têm forca bem pior em seus pescoços. Estão sendo mortos, mortos pela segunda vez como foram nos anos 80 e início dos 90 e, teimosos, renasceram com Lula e o pré-sal.

Ou alguém acha que, entregue o pré-sal, a Chevron, a Shell, a BP, a Exxon e outras multinacionais vão fazer navios e plataformas aqui?

Os piratas da privataria vão é acabar de afundar os nossos navios: os em obras virarão carcaças e os planejados virarão tristeza, levando para o fundo milhares de brasileiros que os construíram e construiriam.
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quarta-feira, 27 de julho de 2016

Depois do pré-sal, a energia nuclear, a amazônia, a água...

Richard Jakubaszko 
no Clube de Engenharia
É sabido nos meios científicos e técnicos que no suprimento de energia, assim como o século 19 foi dominado pelo carvão, o século 20 pelo petróleo, o presente século será mais e mais dominado pelo combustível nuclear. Daí o interesse das principais potências do planeta em controlar o acesso a ele.

Aqui, o setor nuclear ganhou um silencioso destaque nas últimas semanas no Congresso Nacional, em função da tramitação das Propostas de Emenda Constitucional (PEC) 122/07 e da PEC 41/11, apensada à primeira. Silencioso, porque após longos nove anos, entre arquivamentos e desarquivamentos, as propostas receberam, sem alarde, em 12 de maio último, parecer favorável do relator da Comissão de Constituição e Justiça e Cidadania e chegarão em breve ao plenário.

Trata-se de um raro movimento do Legislativo em relação à área nuclear. Mas não é positivo; tampouco é neutro.

As mudanças propostas põem a perder quase seis décadas de esforços que levaram o país a, desde a década de 1980, integrar o seleto grupo de países que domina todo o ciclo do combustível nuclear, ao lado de Alemanha, China, Estados Unidos, França, Holanda, Índia, Irã, japão, Paquistão, Reino Unido e Rússia. Dono de uma das maiores reservas naturais de urânio do mundo, o país passou a dominar, após a construção da Fábrica de Combustível Nuclear em Resende/RJ, o ciclo nuclear completo em escala industrial.
Desde então, detém a tecnologia e as ferramentas necessárias para a autonomia na produção do combustível, a se concretizar após a conclusão de Angra 3. Trata-se, pois, de injustificável alienação de soberania, consubstanciada na exclusão do monopólio da União para a construção e operação de reatores nucleares para fins de geração elétrica (PEC 122/07) e na vedação à construção e instalação de novas usinas que operem com reator nuclear no país, permitindo entretanto as atividades das usinas já existentes e em construção (PEC 41/2011).

As emendas constitucionais em apreço têm por objetivos inviabilizar a produção industrial de combustível nuclear no país, e possibilitar a privatização das usinas nucleares existentes, ora operadas pela Eletronuclear. Deixarão o país, caso aprovadas, mais uma vez à mercê de interesses externos. São iniciativas que se somam ao ataque ao Pré-Sal, à atualização do Código de Mineração para favorecer mineradoras multinacionais, à proposta de permitir a compra indiscriminada de terras por estrangeiros, à de “privatizar o que for possível” relegando-nos à condição de fornecedores de matérias-primas para o mundo. É a volta ao Brasil Colônia.

Longe de sermos xenófobos, preocupa-nos o nosso futuro como nação. Em face da sua extensão territorial, dos seus recursos naturais e da sua população, o Brasil, que já é hoje uma das 10 maiores economias do mundo, não pode renunciar sem mais nem menos à sua soberania. Capitais produtivos externos são bem-vindos, pois aqui geram empregos, pagam impostos e nos auxiliam no desenvolvimento tecnológico, desde que, contudo, subordinados aos interesses nacionais. Os que deles querem abrir mão, não pensam no Brasil. Merecem nosso repúdio.
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segunda-feira, 25 de julho de 2016

Suplicy foi preso pela PM de SP em ato de protesto

Richard Jakubaszko 
O ex-senador Eduardo Suplicy (75 anos) foi preso nesta manhã em um ato de protesto de reintegração de posse. Ao dar apoio aos moradores, na Zona Oeste de São Paulo (região do rodovia Raposo Tavares), ele deitou-se no chão, fato que os PMs consideraram como resistência... Ele foi levado ao 75º Distrito Policial, no Jardim Arpoador.

Suplicy foi levado como um animal, na horizontal, por 4 PMs que seguravam seus braços e pernas.
Vexatório, humilhante.
O vídeo está disponível no Facebook, em vários sites. Não disponibilizo o mesmo neste blog por considerar o ato uma afronta, um verdadeiro acinte contra a democracia.
Se a PM de São Paulo faz isso com um ex-senador da República, um homem com a história de Eduardo Suplicy, um homem de 75 anos, imagine o que fará com você, em qualquer outra situação.

domingo, 24 de julho de 2016

Musicalidade exacerbada

Richard Jakubaszko
Não há como qualificar sobre a excepcional musicalidade de algumas pessoas. Este é o caso de Bobby McFerrin, em performance improvisada num show realizado no Canadá, e que você pode assistir neste vídeo enviado pelo amigo navegante e fã do blog Gerson Machado.


A genial Ave Maria, de Gounod, em toda sua beleza e genialidade.

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sábado, 23 de julho de 2016

Fotógrafo captura momento em que chá quente congela no ar

Richard Jakubaszko

 

Você sabe o que acontece se jogarmos para o ar uma bebida quente em um ambiente externo com a temperatura de –40ºC? O fotógrafo canadense Michael Davies resolveu descobrir. O resultado é incrível.



Com ajuda de um amigo, ele conseguiu registrar um momento que une em uma só imagem a bela paisagem gelada canadense e o incrível efeito de congelamento instantâneo devido a temperatura negativa.