Maurício Antônio Lopes *
O Brasil é o único país no cinturão tropical do globo que foi capaz de conquistar a posição de potência agrícola. As tecnologias de manejo transformaram solos pobres em terra fértil. A tropicalização dos cultivos, com ciclos diferenciados, permitiu aproveitar terras em todas as condições climáticas. Os manejos e as práticas sustentáveis que desenvolvemos constituem um arsenal de defesa ambiental. Com seu dinamismo empreendedor, os produtores souberam combinar esses conhecimentos e aproveitar as oportunidades de mercado.
Porém, a condição tropical tem lá seus ônus. Tamanha eficiência na produção de alimentos é constantemente posta à prova por toda sorte de estresses. Com a mesma pujança com que faz brotar as plantas, a abundância de sol e umidade acolhe e multiplica doenças e pragas. Os novos requerimentos do Código Florestal brasileiro e as alterações climáticas impõem limitações à ampliação de área para produção e aumentos nos custos.
É por isso que o termo "Intensificação sustentável" ganha cada vez mais notoriedade. Produzir de forma mais intensiva e resiliente se tornou um imperativo para o Brasil e demanda sofisticação tecnológica que amplie a eficiência de uso dos recursos ambientais – especialmente água, solo e biodiversidade – e garanta serviços ecossistêmicos adequados, como reciclagem de resíduos, recomposição das reservas hídricas, melhoria da atmosfera, dentre outros.
O Brasil chama a atenção do mundo pelo potencial de intensificação da sua agricultura. Uma grande extensão de nossas áreas agrícolas pode ser utilizada de maneira segura 365 dias ao ano, produzindo, no mesmo espaço, grãos, proteína animal, fibras, bioenergia e, em futuro próximo, químicos renováveis de biomassa. A Embrapa, apoiada por uma rede de parceiros públicos e privados investe na intensificação baseada em tecnologias "poupa-recursos", de baixa emissão de carbono e em ganhos na produtividade da terra, em sintonia com o novo Código Florestal e com o novo padrão de consumo definido por uma sociedade cada vez mais engajada nas causas ambientais.
O Plano ABC - "Agricultura de Baixa Emissão de Carbono" é uma arrojada política pública baseada nos resultados da pesquisa agropecuária brasileira e alinhada à resposta global às mudanças de clima. Visa ampliar a recuperação de pastagens degradadas, a integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF), o sistema de plantio direto (SPD), a fixação biológica de nitrogênio (FBN), as florestas plantadas e o tratamento de dejetos animais.
Ampla pesquisa realizada em âmbito nacional apontou uma área de adoção de sistemas ILPF no Brasil que alcança a expressiva marca de 11,5 milhões de hectares, representando parte importante da resposta brasileira à mitigação e adaptação às mudanças do clima no planeta. Este resultado é parte da estratégia robusta de enfrentamento da mudança do clima pela agricultura brasileira, que avança na consolidação da capacidade adaptativa dos seus sistemas agrícolas, lastreada pela gestão do conhecimento e da inovação tecnológica, pela forte ênfase em transferência de tecnologia via parcerias público-privadas e sustentada na visão e empreendedorismo dos nossos agricultores, que percebem e respondem ao tempo de rápidas mudanças em que vivemos.
* o autor é engenheiro agrônomo e presidente da Embrapa
Publicado no site da Embrapa:
https://www.embrapa.br/busca-de-noticias/-/noticia/18530376/artigo---intensificacao-sustentavel-e-realidade-no-agro-brasileiro?link=agencia
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segunda-feira, 12 de dezembro de 2016
domingo, 11 de dezembro de 2016
Codinome urubu
Rogério Arioli Silva *
Fazer piada com situação embaraçosa e degradante é característica brasileira. Pode ser até passível de crítica, em nome do politicamente correto, entretanto serve, em último caso, como lenitivo da renitente dor que afeta nossa sociedade. Não há como deixar de rir-se dos codinomes utilizados pelos delatores da Odebrecht ao rotularem os clientes das propinas recebidas. É uma demonstração inequívoca de que a presença de espírito se sobrepõe a qualquer resíduo de moral que ainda resista em permanecer na incestuosa relação entre o público e o privado nacionais.
As últimas revelações da Lava-Jato, além de macular a imagem de muitos políticos que até ontem se mostravam intemeratos, também arranhou sua autoestima, ao destacar características depreciativas associadas aos seus nomes ou ao seu tipo físico. Logo aqueles senhores, que se mostram tão preocupados com sua aparência física, dentro de seus ternos de primeira e sua moral de segunda. De suas cabeleiras então nem se fala. Cuidadas com adequado esmero, mesmo quando implantadas artificialmente. Tivessem eles preocupação com os orçamentos como se preocupam com suas melenas e o país estaria numa situação muito mais confortável financeiramente.
Dos codinomes divulgados, alguns são óbvios, outros extremamente hilários. Gim Argello foi mudado para “Campari” e Jucá para “Caju” o que demonstra que nem sempre aqueles que batizam encontram-se inspirados. Entretanto, chamar o Eduardo Cunha de “Caranguejo” é ser muito observador. Eu sempre procurei associar aquela caminhada esquisita e desarmônica com algum animal, mas confesso que nunca consegui. O impecável e radiante cabelo branco rendeu ao Moreira Franco o codinome “Angorá”. Essa raça de gatos tem como característica secundária ser muito útil ao seu dono, além de grande observador.
Heráclito Fortes, também conhecido como “Boca-mole”, seria muito fácil de ser desmascarado, pois não há como não relacionar os dois, nome e codinome. Já Agripino Maia também seria óbvio pela proximidade do nome, embora ele pareça mesmo estar “Gripado” quando fala. Eunício Oliveira, imberbe e com aquele cabelão todo preto, só poderia mesmo ser o “Índio”. Rotular o Francisco Dornelles de “Velhinho” foi até uma forma respeitosa de chamá-lo. Quem não lembra a música do Doutor Ulisses na campanha Presidencial de 88 (Bote fé no velhinho, o velhinho é demais...)?
Mais chocante e deselegante foi referir-se à Lídice da Mata como “Feia”. Isso não se faz em nenhuma circunstância, reza a cartilha da boa convivência. Mesmo porque feio ou bonito são conceitos abstratos adaptáveis ao gosto de cada um. Foi o grande pecado dos propinadores para com seus propinados. Também não se pode esquecer-se do apelativo “Decrépito” no qual se referiam ao Paes Landim. Desde quando velhice é sinônimo depreciativo? Só pode ser para quem tem conceitos tortos e eivados de preconceitos, como estes senhores devem ter.
Cazuza quando compôs “Codinome Beija-flor” falou em segredos de liquidificador sussurrados numa orelha fria. Acho que ele sabia de alguma coisa. Os sussurros advindos de Brasília estão a moer reputações e histórias, assim como os liquidificadores costumam fazer. As orelhas frias, no entanto, bem poderiam ser modificadas para quentes, pois é assim que hoje se apresentam os órgãos daqueles que não tiveram o mínimo de decência na sua atuação parlamentar. Também o “Beija-Flor” não se enquadra nos atuais fatos. Seria melhor o Urubu, ave agourenta e ávida por abocanhar uma parte da carniça putrefata em que se transformou a política brasileira.
* o autor é engenheiro agrônomo e produtor rural no MT
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sexta-feira, 9 de dezembro de 2016
Guerra biológica
Richard Jakubaszko
Circulando a revista Agro DBO nº 84, de dezembro/2016. A matéria de capa, em texto do jornalista Ariosto Mesquita, analisa a já antiga, mas ainda revolucionária tecnologia do controle biológico, posto que a natureza é inteligente e tem vencido as tecnologias químicas e os manejos inadequados dos homens.
Agora vamos de natureza versus natureza.
No vídeo abaixo dou mais detalhes das matérias da edição.
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Circulando a revista Agro DBO nº 84, de dezembro/2016. A matéria de capa, em texto do jornalista Ariosto Mesquita, analisa a já antiga, mas ainda revolucionária tecnologia do controle biológico, posto que a natureza é inteligente e tem vencido as tecnologias químicas e os manejos inadequados dos homens.
Agora vamos de natureza versus natureza.
No vídeo abaixo dou mais detalhes das matérias da edição.
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quinta-feira, 8 de dezembro de 2016
O maior pé frio do mundo
Richard
Jakubaszko
Todo mundo que é torcedor de futebol já pensou pelo menos um dia na vida de que é pé frio, ou cold feet, como dizem os americanos. Simplesmente é inevitável. O sujeito assiste ao jogo do seu time preferido, e o time ganha. Beleza, a gente comemora.
Agora, o time perde uma vez, a gente fica triste, acabrunhado. No jogo seguinte o otimismo se renova e vamo que vamo assistir na TV ou ouvir pelo rádio o time da gente. Quando perde ou empata algumas partidas sequenciais o desânimo se apossa da gente, e é normal sentirmos ou pensarmos que a gente é pé frio. Se acontecer na sequência a coincidência de assistir e perder, e não assistir ao jogo e o time ganhar, a desconfiança cresce...
Foi o que se passou comigo este ano. Torcedor desde criancinha do colorado de Porto Alegre, ouvi pelo rádio ou assisti pela TV o Internacional ganhar os primeiros jogos, e ficar na liderança do campeonato brasileiro de 2016.
Aí começou o desastre. Eu assistia ou ouvia e o time perdia... As poucas partidas que não acompanhei o time ganhava... Voltava a assistir e perdia... Cheguei à conclusão de que sou um pé frio de marca maior... Mais do que o Mick Jagger, Galvão Bueno, e muitos outros...
Como as gozações de gremistas e mesmo de torcedores de outros times se mantinham ativas, insistentes mesmo, passei a informar aos chatos que agora eu tinha um time por escolha racional, e que esse time era a Chapecoense, que ia bem no brasileirão e estava disputando a Sulamericana. E assim foi, dava satisfação acompanhar a Chape e suas vitórias, com raros percalços.
Até que a Chapecoense chegou à final da Sulamericana, animadíssima, e eu feliz pela escolha certa. Aí, acabou a gasolina do avião, e eu fiquei com a sensação de que sou o maior pé frio do mundo.
Eu estava assim com a nossa seleção, parei de acompanhar os jogos, afinal, sou pé frio, mas não sou masoquista... E começamos a ganhar...
Contei essa história a um gaúcho, gremista, esta semana, quando o tricolor gaúcho enfrentaria o Atlético de Minas Gerais. Neguei o “convite” do gaúcho, para torcer pelo Grêmio, pois um time como esse, me disse o gaúcho, “não dá erro, nenhum pé frio resiste”. Torci pelo Atlético, e mantive a tradição, se o Grêmio jogar contra o time dos cachorros eu vou pra geral latir...
Deu errado, né não? Mais uma vez...
Então, o seguinte, vou profissionalizar essa minha capacidade de pé frio. Quanto me pagam pra torcer pelo Grêmio? Tenho a certeza de que se fizer isso esses tricolores vão perseguir o Inter na série B no ano que vem...
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quarta-feira, 7 de dezembro de 2016
Ri de que juiz Moro? Ou de quem?
Richard Jakubaszko
Parece parceria tucana? Deve ser...
Quanta felicidade nos sorrisos acumpliciados, né não?
Pelas costas de Temer, a dupla estaria confraternizando antecipadamente as decisões do TSE, no início de 2017? Vão mandar o Temer pra casa?
Vai saber...
Este país é uma pândega!!!
Me engana que eu gosto, né? Ou você vai bater panelas quando isso acontecer?
Eu fico só com ânsias de vômito...
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Parece parceria tucana? Deve ser...
Quanta felicidade nos sorrisos acumpliciados, né não?
Pelas costas de Temer, a dupla estaria confraternizando antecipadamente as decisões do TSE, no início de 2017? Vão mandar o Temer pra casa?
Vai saber...
Este país é uma pândega!!!
Me engana que eu gosto, né? Ou você vai bater panelas quando isso acontecer?
Eu fico só com ânsias de vômito...
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terça-feira, 6 de dezembro de 2016
O Brasil na Conferência do Clima
Marcos Sawaya Jank *
Brasil se destaca na COP-22 em uso da terra e energia renovável
Denomina-se panaceia o remédio ao qual é atribuída a capacidade de curar qualquer tipo de doença. Trata-se de uma boa analogia para a 22ª Conferência das Partes da Convenção da ONU sobre Mudança do Clima (a COP-22), que reuniu mais de 10 mil participantes durante duas semanas em Marrakech, no Marrocos.
A movimentação frenética de pessoas, as centenas de eventos paralelos nas mais diferentes línguas e uma ampla agenda cujo leque varia do equilibro de comunidades isoladas às novas técnicas de observação espacial contrastam com a imensa dificuldade para curar os males do planeta.
Como detentor do maior estoque de biomassa da Terra (12% das florestas), o Brasil tem sido um dos países centrais nas discussões sobre mudanças climáticas, sobretudo nos capítulos de desmatamento, uso da terra e energias renováveis.
Não há dúvida que o país avançou na matéria nos últimos anos. O Brasil foi o primeiro país em desenvolvimento a se comprometer com uma meta absoluta de redução de emissões (37% até 2025) e a ratificar o Acordo de Paris, fechado na COP-21 em 2015.
A coordenação do governo brasileiro melhorou com a presença inédita dos ministros do Meio Ambiente e da Agricultura. Melhorou também a coordenação entre empresas, entidades setoriais, organizações da sociedade civil e institutos de pesquisa, como no caso da Coalizão Brasil, Clima, Florestas e Agricultura.
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Historicamente implantamos técnicas agrícolas que conjugam aumentos de produtividade com maior conservação do ecossistema: o plantio direto (que eliminou a necessidade de revolver o solo antes do plantio), a integração lavoura-pecuária-floresta, o plantio de duas safras por ano na mesma área e o programa agricultura de baixo carbono.
Reduzimos em 80% o desmatamento da Amazônia entre 2004 e 2014, ainda que ultimamente tenha havido algum retrocesso em razão do desmatamento ilegal, cujo fim está previsto para 2030 no compromisso brasileiro.
Assumimos o compromisso de restaurar 12 milhões de hectares de florestas até 2030, ainda que persistam grandes dúvidas sobre como financiar essa ambiciosa agenda de restauração florestal.
Para tanto, é fundamental implementar de vez o novo Código Florestal, que permitirá a compensação das áreas de Reserva Legal associadas a cada propriedade rural, um elemento conservacionista que não encontra paralelo em nenhum outro país. O problema é que ainda há contestações legais sobre o Código, que precisam ser pacificadas pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Ao mesmo tempo, o governo precisa aprovar as regras de compensação de Reserva Legal e criar políticas de incentivo para fomentar a restauração e a conservação.
Acredito que em algum momento no futuro poderemos almejar o status de “desmatamento líquido zero”, no qual o desmatamento legal de áreas com boa aptidão agrícola seria compensado pelo reflorestamento de áreas sem aptidão agropecuária.
Ocorre que a ocupação do território nacional foi marcada pela falta de planejamento e por mudanças constantes nas regras do jogo. Cidades cresceram em áreas onde jamais se deveria construir. A agricultura avançou sobre áreas sem nenhuma aptidão agrícola, tanto em termos de solos como de declividade. Há uma imensa quantidade de pastos degradados que dominam morros inacessíveis para o cultivo. A restauração deveria ocorrer exatamente nessas áreas, permitindo a expansão legal e estratégica nas áreas de grande aptidão agrícola do país.
No Acordo de Paris assumimos também metas quantitativas de aumento da participação dos biocombustíveis e das energias renováveis na matriz energética brasileira. Agora na COP-22, o Brasil lança a “Plataforma para o Biofuturo”, um esforço coletivo de 20 países para ampliar a participação de energias renováveis na área da mobilidade. Mas ainda não está claro como isso será feito, aqui e lá fora.
Estou convencido de que a sustentabilidade pode se tornar a grande bandeira das exportações brasileiras, a despeito dos ventos antiglobalização que tomam conta do mundo.
* o autor é especialista em questões globais do agronegócio
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Brasil se destaca na COP-22 em uso da terra e energia renovável
Denomina-se panaceia o remédio ao qual é atribuída a capacidade de curar qualquer tipo de doença. Trata-se de uma boa analogia para a 22ª Conferência das Partes da Convenção da ONU sobre Mudança do Clima (a COP-22), que reuniu mais de 10 mil participantes durante duas semanas em Marrakech, no Marrocos.
A movimentação frenética de pessoas, as centenas de eventos paralelos nas mais diferentes línguas e uma ampla agenda cujo leque varia do equilibro de comunidades isoladas às novas técnicas de observação espacial contrastam com a imensa dificuldade para curar os males do planeta.
Como detentor do maior estoque de biomassa da Terra (12% das florestas), o Brasil tem sido um dos países centrais nas discussões sobre mudanças climáticas, sobretudo nos capítulos de desmatamento, uso da terra e energias renováveis.
Não há dúvida que o país avançou na matéria nos últimos anos. O Brasil foi o primeiro país em desenvolvimento a se comprometer com uma meta absoluta de redução de emissões (37% até 2025) e a ratificar o Acordo de Paris, fechado na COP-21 em 2015.
A coordenação do governo brasileiro melhorou com a presença inédita dos ministros do Meio Ambiente e da Agricultura. Melhorou também a coordenação entre empresas, entidades setoriais, organizações da sociedade civil e institutos de pesquisa, como no caso da Coalizão Brasil, Clima, Florestas e Agricultura.
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Historicamente implantamos técnicas agrícolas que conjugam aumentos de produtividade com maior conservação do ecossistema: o plantio direto (que eliminou a necessidade de revolver o solo antes do plantio), a integração lavoura-pecuária-floresta, o plantio de duas safras por ano na mesma área e o programa agricultura de baixo carbono.
Reduzimos em 80% o desmatamento da Amazônia entre 2004 e 2014, ainda que ultimamente tenha havido algum retrocesso em razão do desmatamento ilegal, cujo fim está previsto para 2030 no compromisso brasileiro.
Assumimos o compromisso de restaurar 12 milhões de hectares de florestas até 2030, ainda que persistam grandes dúvidas sobre como financiar essa ambiciosa agenda de restauração florestal.
Para tanto, é fundamental implementar de vez o novo Código Florestal, que permitirá a compensação das áreas de Reserva Legal associadas a cada propriedade rural, um elemento conservacionista que não encontra paralelo em nenhum outro país. O problema é que ainda há contestações legais sobre o Código, que precisam ser pacificadas pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Ao mesmo tempo, o governo precisa aprovar as regras de compensação de Reserva Legal e criar políticas de incentivo para fomentar a restauração e a conservação.
Acredito que em algum momento no futuro poderemos almejar o status de “desmatamento líquido zero”, no qual o desmatamento legal de áreas com boa aptidão agrícola seria compensado pelo reflorestamento de áreas sem aptidão agropecuária.
Ocorre que a ocupação do território nacional foi marcada pela falta de planejamento e por mudanças constantes nas regras do jogo. Cidades cresceram em áreas onde jamais se deveria construir. A agricultura avançou sobre áreas sem nenhuma aptidão agrícola, tanto em termos de solos como de declividade. Há uma imensa quantidade de pastos degradados que dominam morros inacessíveis para o cultivo. A restauração deveria ocorrer exatamente nessas áreas, permitindo a expansão legal e estratégica nas áreas de grande aptidão agrícola do país.
No Acordo de Paris assumimos também metas quantitativas de aumento da participação dos biocombustíveis e das energias renováveis na matriz energética brasileira. Agora na COP-22, o Brasil lança a “Plataforma para o Biofuturo”, um esforço coletivo de 20 países para ampliar a participação de energias renováveis na área da mobilidade. Mas ainda não está claro como isso será feito, aqui e lá fora.
Estou convencido de que a sustentabilidade pode se tornar a grande bandeira das exportações brasileiras, a despeito dos ventos antiglobalização que tomam conta do mundo.
* o autor é especialista em questões globais do agronegócio
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segunda-feira, 5 de dezembro de 2016
Como equilibrar as contas da Previdência sem cortar aposentadorias
Richard Jakubaszko
Encrenca na certa à vista, os brasileiros, mais uma vez, vão pagar pela incompetência política dos políticos, especialmente dos privilégios concedidos às aposentadorias especiais de militares, do judiciário e dos legisladores, conforme a matéria abaixo, que não é de minha autoria, mas da Repórter Brasil:
A Reforma da Previdência que o presidente Michel Temer promete enviar ao Congresso esta semana deve ter grande impacto na vida dos trabalhadores. Isso porque o projeto parte de um raciocínio simples para supostamente equilibrar o cofre da Previdência Social: os brasileiros estão vivendo mais, e o número de aposentados só aumenta. Para a conta fechar, eles devem se aposentar mais tarde ou ganhar menos.
O envelhecimento da população é uma realidade, reforçada ontem pelo anúncio da Síntese de Indicadores Sociais 2016, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Mas cortar benefícios dos trabalhadores não é a única forma de sanar as contas da previdência. É possível aumentar a arrecadação simplesmente aplicando a lei em vigor. A Constituição estabelece três fontes de contribuições para a previdência: os trabalhadores, as empresas e o governo.
É possível aumentar as entradas ao sanar os ralos por onde o dinheiro da Previdência Social escapa. Entre elas, a dívida das empresas com o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), que aumenta ano a ano sem que o governo consiga recuperá-la. E as isenções fiscais às empresas, mantidas com o dinheiro da previdência.
A Repórter Brasil reuniu uma série de medidas que poderiam aumentar significativamente a receita da Previdência, equilibrando as contas sem a necessidade de cortar benefícios dos trabalhadores.
Recuperar dívidas com o INSS: R$ 10,3 bilhões
Quase 700 mil empresas devem R$ 301,9 bilhões à Previdência Social, o suficiente para pagar mais de duas vezes o chamado déficit da previdência. Apesar do grande número de devedores, a maior parte da dívida está concentrada em poucos deles: os 10 maiores concentram mais de um terço desse valor, segundo dados da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN).
Infelizmente, não é fácil para o governo recuperar esse dinheiro. A maior parte das empresas faliram antes de pagar as suas contas, caso das duas maiores devedoras: as companhias aéreas Varig e Vasp. Ainda assim, são altas as chances de recuperar 10,3 bilhões de reais, segundo estudo do extinto Ministério do Trabalho e da Previdência Social, realizado em 2015.
O calote ao INSS não ficou em um passado remoto, já que algumas empresas continuam a ignorar esses impostos. Somente em 2015, a Previdência Social perdeu 26,4 bilhões de reais devido à inadimplência e à sonegação fiscal, segundo dados da Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal (Anfip). “É muito difícil recuperar esse dinheiro porque existe um volume de crédito muito alto e um número de procuradores reduzidos, além das dificuldades impostas pela própria lei e o longo processo que ela impõe,” diz o auditor da Receita Federal Décio Bruno Lopes, vice-presidente de Seguridade Social da entidade.
Acabar com isenções ficais: R$ 55 bilhões
Além das empresas que sonegam as contribuições à Previdência Social, há outras que sequer precisam pagar o governo. Com o argumento de que isso aquece o mercado de trabalho, o Governo Federal concede descontos no pagamento do INSS pelos empregadores desde 2011. A estimativa para 2016 é de que esses benefícios retirem R$ 25 bilhões da Previdência Social.
Esse problema parece não ter hora para acabar. O programa de desonerações, batizado de “Brasil Melhor”, foi anunciado como uma medida temporária, que deveria durar três anos. Mas, desde então, o programa vem sendo renovado sob a pressão do setor empresarial.
Além disso, há outras empresas que não precisam contribuir integralmente para a Previdência Social: microempreendedores individuais, entidades filantrópicas e aquelas que aderem ao Simples. Somados, eles devem tirar R$ 55 bilhões da Previdência Social em 2016, segundo estimativas da Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal.
Formalizar trabalhadores: R$ 47 bilhões
Os 18,5 milhões de trabalhadores sem carteira de trabalho assinada no Brasil são 18,5 milhões de contribuintes a menos para a Previdência Social, já que recebem o seu salário informalmente. O rombo para 2013 foi estimado em pelo menos R$ 41,6 bilhões anuais por José Dari Krein e Vitor Araújo Filgueiras, pesquisadores do Centro de Estudos Sindicais e de Economia do Trabalho da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). O número sobe para R$ 47 bilhões quando também são considerados os trabalhadores domésticos, que não recebem desconto na folha de pagamento para a Previdência Social.
O dinheiro pago aos trabalhadores “por fora” do salário também passam ao largo da Previdência. São salários subestimados, horas extras pagas informalmente e até gorjetas que não são incluídas no valor da carteira de trabalho. Ao tirar o valor da folha de pagamento, as empresas sonegam o INSS.
Não existem levantamentos nacionais sobre o assunto, mas estudos pontuais mostram que esse tipo de prática é extremamente comum e danosa. Somente 135 empresas de transporte urbano em Belo Horizonte, por exemplo, causaram um rombo anual de R$ 1 milhão na Previdência Social pagando os funcionários “por fora”, segundo ação do Ministério Público Federal de Minas Gerais em 2015.
Comunicar acidentes e doenças: R$ 8,8 bilhões
Mais de 300 mil trabalhadores são afastados dos seus empregos todos os anos por causa de acidentes ou doenças adquiridas no local de trabalho. Apesar das empresas causarem esses problemas, são os cofres da Previdência Social que pagam os R$ 8,8 bilhões anuais em auxílios a esses doentes e acidentados.
As empresas deveriam pagar por esses auxílios quando elas não seguirem padrões de segurança e higiene determinados pelo governo. Já o INSS tem o dever de pedir esse dinheiro de volta às empresas na Justiça, mas não age com o empenho necessário para recuperar esse dinheiro. Em um ano, o INSS entra em média com 340 ações pedindo o ressarcimento das aposentadorias causadas pelas empresas, um número irrisório perto das centenas de milhares de trabalhadores que são afastados todo ano.
Recentemente, o instituto começou a entrar com ações coletivas contra as empresas. Dessa forma, seria possível recuperar mais dinheiro de uma única vez. A Previdência conseguiu sua primeira vitória em 2015, quando o frigorífico Doux Frangosul foi condenado a pagar um milhão de reais ao governo pelos auxílios dados pelo INSS a 111 ex-funcionários que contraíram doenças no abate de frangos.
Deixar de comunicar acidentes também é uma forma de sonegação. Ao esconder esses registros, elas economizam com uma contribuição que varia de acordo com o número de doentes e acidentados em cada empresa, chamada Riscos Ambientais de Trabalho (RAT).
O número de trabalhadores que relata ter sofrido um acidente ou adoecido no trabalho é sete vezes maior do que o número informado ao INSS, segundo estudo da Fundacentro, fundação de pesquisas ligada ao Ministério do Trabalho. Caso os acidentes não fossem omitidos dessa forma, a arrecadação seria muito maior que os atuais R$ 27 bilhões arrecadados pelo RAT anualmente.
Usar outras fontes para pagar a dívida pública: R$ 63 bilhões
Culpada constantemente pelos problemas do orçamento de todo o governo, a dívida pública também leva sua parte do orçamento da Previdência Social. Para pagá-la em 2015, o governo retirou R$ 63 bilhões da conta da Seguridade Social, uma rubrica que inclui, além da Previdência Social, o Sistema Único de Saúde (SUS), o Bolsa Família e outras políticas.
Isso é possível graças a um mecanismo chamado Desvinculação de Receitas da União (DRU), que até esse ano permitia ao governo gastar 20% da sua arrecadação livremente. Esse valor deve crescer a partir de 2017, graças a uma emenda à Constituição que aumentou a DRU para 30%.
Sem o pagamento da dívida, a Seguridade Social não daria o prejuízo alardeado pelo governo. Considerando todas as fontes de receita da seguridade, o saldo positivo seria de R$ 11 bilhões, segundo levantamento da Anfip. Além dos descontos em folha, uma série de impostos e contribuições, com o Cofins e o CSLL, deveriam servir exclusivamente para bancar a assistência social do governo, de acordo com o texto da Constituição.
FONTE: Repórter Brasil
Piero Locatelli – Jornalista
Eugênia Hanitzsch – Arte
Publicado originalmente no http://www.agrosoft.org.br/br/como-equilibrar-as-contas-da-previdencia-sem-cortar-aposentadorias/economia
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Encrenca na certa à vista, os brasileiros, mais uma vez, vão pagar pela incompetência política dos políticos, especialmente dos privilégios concedidos às aposentadorias especiais de militares, do judiciário e dos legisladores, conforme a matéria abaixo, que não é de minha autoria, mas da Repórter Brasil:
A Reforma da Previdência que o presidente Michel Temer promete enviar ao Congresso esta semana deve ter grande impacto na vida dos trabalhadores. Isso porque o projeto parte de um raciocínio simples para supostamente equilibrar o cofre da Previdência Social: os brasileiros estão vivendo mais, e o número de aposentados só aumenta. Para a conta fechar, eles devem se aposentar mais tarde ou ganhar menos.
O envelhecimento da população é uma realidade, reforçada ontem pelo anúncio da Síntese de Indicadores Sociais 2016, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Mas cortar benefícios dos trabalhadores não é a única forma de sanar as contas da previdência. É possível aumentar a arrecadação simplesmente aplicando a lei em vigor. A Constituição estabelece três fontes de contribuições para a previdência: os trabalhadores, as empresas e o governo.
É possível aumentar as entradas ao sanar os ralos por onde o dinheiro da Previdência Social escapa. Entre elas, a dívida das empresas com o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), que aumenta ano a ano sem que o governo consiga recuperá-la. E as isenções fiscais às empresas, mantidas com o dinheiro da previdência.
A Repórter Brasil reuniu uma série de medidas que poderiam aumentar significativamente a receita da Previdência, equilibrando as contas sem a necessidade de cortar benefícios dos trabalhadores.
Recuperar dívidas com o INSS: R$ 10,3 bilhões
Quase 700 mil empresas devem R$ 301,9 bilhões à Previdência Social, o suficiente para pagar mais de duas vezes o chamado déficit da previdência. Apesar do grande número de devedores, a maior parte da dívida está concentrada em poucos deles: os 10 maiores concentram mais de um terço desse valor, segundo dados da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN).
Infelizmente, não é fácil para o governo recuperar esse dinheiro. A maior parte das empresas faliram antes de pagar as suas contas, caso das duas maiores devedoras: as companhias aéreas Varig e Vasp. Ainda assim, são altas as chances de recuperar 10,3 bilhões de reais, segundo estudo do extinto Ministério do Trabalho e da Previdência Social, realizado em 2015.
O calote ao INSS não ficou em um passado remoto, já que algumas empresas continuam a ignorar esses impostos. Somente em 2015, a Previdência Social perdeu 26,4 bilhões de reais devido à inadimplência e à sonegação fiscal, segundo dados da Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal (Anfip). “É muito difícil recuperar esse dinheiro porque existe um volume de crédito muito alto e um número de procuradores reduzidos, além das dificuldades impostas pela própria lei e o longo processo que ela impõe,” diz o auditor da Receita Federal Décio Bruno Lopes, vice-presidente de Seguridade Social da entidade.
Acabar com isenções ficais: R$ 55 bilhões
Além das empresas que sonegam as contribuições à Previdência Social, há outras que sequer precisam pagar o governo. Com o argumento de que isso aquece o mercado de trabalho, o Governo Federal concede descontos no pagamento do INSS pelos empregadores desde 2011. A estimativa para 2016 é de que esses benefícios retirem R$ 25 bilhões da Previdência Social.
Esse problema parece não ter hora para acabar. O programa de desonerações, batizado de “Brasil Melhor”, foi anunciado como uma medida temporária, que deveria durar três anos. Mas, desde então, o programa vem sendo renovado sob a pressão do setor empresarial.
Além disso, há outras empresas que não precisam contribuir integralmente para a Previdência Social: microempreendedores individuais, entidades filantrópicas e aquelas que aderem ao Simples. Somados, eles devem tirar R$ 55 bilhões da Previdência Social em 2016, segundo estimativas da Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal.
Formalizar trabalhadores: R$ 47 bilhões
Os 18,5 milhões de trabalhadores sem carteira de trabalho assinada no Brasil são 18,5 milhões de contribuintes a menos para a Previdência Social, já que recebem o seu salário informalmente. O rombo para 2013 foi estimado em pelo menos R$ 41,6 bilhões anuais por José Dari Krein e Vitor Araújo Filgueiras, pesquisadores do Centro de Estudos Sindicais e de Economia do Trabalho da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). O número sobe para R$ 47 bilhões quando também são considerados os trabalhadores domésticos, que não recebem desconto na folha de pagamento para a Previdência Social.
O dinheiro pago aos trabalhadores “por fora” do salário também passam ao largo da Previdência. São salários subestimados, horas extras pagas informalmente e até gorjetas que não são incluídas no valor da carteira de trabalho. Ao tirar o valor da folha de pagamento, as empresas sonegam o INSS.
Não existem levantamentos nacionais sobre o assunto, mas estudos pontuais mostram que esse tipo de prática é extremamente comum e danosa. Somente 135 empresas de transporte urbano em Belo Horizonte, por exemplo, causaram um rombo anual de R$ 1 milhão na Previdência Social pagando os funcionários “por fora”, segundo ação do Ministério Público Federal de Minas Gerais em 2015.
Comunicar acidentes e doenças: R$ 8,8 bilhões
Mais de 300 mil trabalhadores são afastados dos seus empregos todos os anos por causa de acidentes ou doenças adquiridas no local de trabalho. Apesar das empresas causarem esses problemas, são os cofres da Previdência Social que pagam os R$ 8,8 bilhões anuais em auxílios a esses doentes e acidentados.
As empresas deveriam pagar por esses auxílios quando elas não seguirem padrões de segurança e higiene determinados pelo governo. Já o INSS tem o dever de pedir esse dinheiro de volta às empresas na Justiça, mas não age com o empenho necessário para recuperar esse dinheiro. Em um ano, o INSS entra em média com 340 ações pedindo o ressarcimento das aposentadorias causadas pelas empresas, um número irrisório perto das centenas de milhares de trabalhadores que são afastados todo ano.
Recentemente, o instituto começou a entrar com ações coletivas contra as empresas. Dessa forma, seria possível recuperar mais dinheiro de uma única vez. A Previdência conseguiu sua primeira vitória em 2015, quando o frigorífico Doux Frangosul foi condenado a pagar um milhão de reais ao governo pelos auxílios dados pelo INSS a 111 ex-funcionários que contraíram doenças no abate de frangos.
Deixar de comunicar acidentes também é uma forma de sonegação. Ao esconder esses registros, elas economizam com uma contribuição que varia de acordo com o número de doentes e acidentados em cada empresa, chamada Riscos Ambientais de Trabalho (RAT).
O número de trabalhadores que relata ter sofrido um acidente ou adoecido no trabalho é sete vezes maior do que o número informado ao INSS, segundo estudo da Fundacentro, fundação de pesquisas ligada ao Ministério do Trabalho. Caso os acidentes não fossem omitidos dessa forma, a arrecadação seria muito maior que os atuais R$ 27 bilhões arrecadados pelo RAT anualmente.
Usar outras fontes para pagar a dívida pública: R$ 63 bilhões
Culpada constantemente pelos problemas do orçamento de todo o governo, a dívida pública também leva sua parte do orçamento da Previdência Social. Para pagá-la em 2015, o governo retirou R$ 63 bilhões da conta da Seguridade Social, uma rubrica que inclui, além da Previdência Social, o Sistema Único de Saúde (SUS), o Bolsa Família e outras políticas.
Isso é possível graças a um mecanismo chamado Desvinculação de Receitas da União (DRU), que até esse ano permitia ao governo gastar 20% da sua arrecadação livremente. Esse valor deve crescer a partir de 2017, graças a uma emenda à Constituição que aumentou a DRU para 30%.
Sem o pagamento da dívida, a Seguridade Social não daria o prejuízo alardeado pelo governo. Considerando todas as fontes de receita da seguridade, o saldo positivo seria de R$ 11 bilhões, segundo levantamento da Anfip. Além dos descontos em folha, uma série de impostos e contribuições, com o Cofins e o CSLL, deveriam servir exclusivamente para bancar a assistência social do governo, de acordo com o texto da Constituição.
FONTE: Repórter Brasil
Piero Locatelli – Jornalista
Eugênia Hanitzsch – Arte
Publicado originalmente no http://www.agrosoft.org.br/br/como-equilibrar-as-contas-da-previdencia-sem-cortar-aposentadorias/economia
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sábado, 3 de dezembro de 2016
Piaf: Hino ao amor, é eterna porque é bela.
Richard Jakubaszko
A música Hino ao amor, composta e interpretada por Edith Piaf é um clássico. Milhões de exibições, gravações e arranjos. Há uma performance nova no mercado, feita em dupla por Saïna Manotte e Maxime Manot, que é deslumbrante e notável, pelas vozes e pela performance.
Vale a pena assistir.
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A música Hino ao amor, composta e interpretada por Edith Piaf é um clássico. Milhões de exibições, gravações e arranjos. Há uma performance nova no mercado, feita em dupla por Saïna Manotte e Maxime Manot, que é deslumbrante e notável, pelas vozes e pela performance.
Vale a pena assistir.
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sexta-feira, 2 de dezembro de 2016
Sinkholes (buracos sumidouros) assustam o mundo
Richard Jakubaszko
Existem muitas teorias da conspiração para os sinkholes (enormes buracos, os sumidouros) que aparecem mundo afora, especialmente em áreas urbanas, sob o asfalto, como aconteceu recentemente no Japão, que tapou o buraco em uma semana, mas que voltou a abrir de novo...
O vídeo abaixo me foi enviado pelo amigo Hélio Casale, e é assustador...
Nas cidades asfaltadas é até fácil entender os buracos, pelas pequenas fissuras que acontecem no asfalto, as chuvas fazem a água minar a terra arenosa sob a camada asfáltica, até que fica só o asfalto, e um dia ele desaba. Mas as valetas e buracos enormes fora da área urbana, como se vê no vídeo, são aterrorizantes...
E isso acontece pelo mundo inteiro.
Já tem gente anunciando o início do fim dos tempos...
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Existem muitas teorias da conspiração para os sinkholes (enormes buracos, os sumidouros) que aparecem mundo afora, especialmente em áreas urbanas, sob o asfalto, como aconteceu recentemente no Japão, que tapou o buraco em uma semana, mas que voltou a abrir de novo...
O vídeo abaixo me foi enviado pelo amigo Hélio Casale, e é assustador...
Nas cidades asfaltadas é até fácil entender os buracos, pelas pequenas fissuras que acontecem no asfalto, as chuvas fazem a água minar a terra arenosa sob a camada asfáltica, até que fica só o asfalto, e um dia ele desaba. Mas as valetas e buracos enormes fora da área urbana, como se vê no vídeo, são aterrorizantes...
E isso acontece pelo mundo inteiro.
Já tem gente anunciando o início do fim dos tempos...
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quinta-feira, 1 de dezembro de 2016
Festa de arromba em Brasília
Richard Jakubaszko
Manifestantes contra a PEC 55, a pec do fim do mundo, que limita o teto dos gastos de saúde e educação, em Brasília, levam cacete da polícia, com bombas de gás lacrimogêneo, em frente ao Congresso Nacional, na última terça-feira, 29.
Já os nobres parlamentares participavam de um comes-e-bebes free pago por todos nós, no Congresso, regado a uísque importado e bons vinhos, e não estavam nem aí para a violência e a repressão; a foto viralizou na internet ontem, e faço o registro. Analisem a foto, o inferno acontecendo lá embaixo, e nenhum dos alegres convivas sequer olha para aquilo...
Quanto descaso, né não? O que é que eles comemoravam?
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Manifestantes contra a PEC 55, a pec do fim do mundo, que limita o teto dos gastos de saúde e educação, em Brasília, levam cacete da polícia, com bombas de gás lacrimogêneo, em frente ao Congresso Nacional, na última terça-feira, 29.
Já os nobres parlamentares participavam de um comes-e-bebes free pago por todos nós, no Congresso, regado a uísque importado e bons vinhos, e não estavam nem aí para a violência e a repressão; a foto viralizou na internet ontem, e faço o registro. Analisem a foto, o inferno acontecendo lá embaixo, e nenhum dos alegres convivas sequer olha para aquilo...
Quanto descaso, né não? O que é que eles comemoravam?
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quarta-feira, 30 de novembro de 2016
Tráfego complicado pelo mundo afora
Richard Jakubaszko
Cada país com suas características de cultura no trânsito, seja nas cidades ou nas estradas, em geral tumultuadas e confusas, quando não são caóticas ou excepcionais. Uma das causas é o excesso de gente e de automóveis, ou melhor, de veículos de todos os tipos. Todo mundo quer levar vantagem, para trafegar ou estacionar. Confira:
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Cada país com suas características de cultura no trânsito, seja nas cidades ou nas estradas, em geral tumultuadas e confusas, quando não são caóticas ou excepcionais. Uma das causas é o excesso de gente e de automóveis, ou melhor, de veículos de todos os tipos. Todo mundo quer levar vantagem, para trafegar ou estacionar. Confira:
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Na China, um chinês ficou preso no trânsito durante 5 dias... |
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Em Nova York, se errar o túnel, retorno só em Detroit... |
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Moscou, aqui a vodka manda no trânsito... |
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Bangladesh, aqui azedou... |
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Tailândia, só táxi resolve... |
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Vietnã, na calçada tem o mesmo trânsito... |
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Índia, a vaca é sagrada, se ela estacionar... |
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Filipinas, não tem moleza... |
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Emirados Árabes, olha o camelo... |
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Itália, estacione conforme o tamanho... |
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Na Indonésia não se usa semáforo (sinal), é mão inglesa... |
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Em Amsterdam, só sai do trânsito se pedalar ou remando |
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Em Paris, travou tudo, mas a cidade continua linda... |
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No Paquistão, pega carona no ônibus... |
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Paris, cada vez mais complicada. É que tem muito turista... |
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Nova York, 5ª avenida, os táxis amarelos mandam no pedaço... |
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Pedalando em Amsterdam... |
terça-feira, 29 de novembro de 2016
Dicionário afro-lusitano
Richard Jakubaszko
Em tempos do “politicamente correto” andam em baixa as piadas e chistes protagonizados pelos irmãos de além-mar, então os humoristas colocam dicionários para traduzir a sua imaginação. Na internet circulam as traduções abaixo, e que recebi hoje de um amigo, informando-me que um amigo português encaminhara a ele alguns exemplos.
Dicionário afro-lusitano
Abreviatura = acto de se abrir um carro
Açucareiro = revendedor de açúcar que vende acima da tabela
Alopatia = dar um telefonema à tia
Amador = o mesmo que masoquista
Barbicha = bar para paneleiros
Caminhão = estrada ou caminho muito grande
Canguru = líder espiritual para cães
Catálogo = acto de se apanhar coisas rapidamente
Combustão = mulher com peitos grandes
Compulsão = qualquer pessoa com pulsos grandes
Depressão = espécie de panela angustiada
Destilado = aquilo que não está do lado de lá
Detergente = acto de se prender indivíduos suspeitos
Esfera = animal feroz amansado
Evento = constatação de que realmente é vento e não brisa, furacão
Fornecedor = empresário do ramo de agradar a masoquistas
Genitália = órgão reprodutor dos italianos
Homossexual = detergente utilizado para lavar as partes íntimas
Leilão = leila com mais de 2 metros de altura
Karma = expressão para evitar pânico
Novamente = diz de indivíduos que renovam a sua maneira de pensar
Obscuro = tampão na variedade de cor preta
Psicopata = veterinário especialista em doenças mentais da pata
Quartzo = partze ou aposentzo de um apartamentzo
Razão = lago muito extenso, porém pouco profundo
Rodapé = aquele que tinha carro, mas agora anda a pé
Sexólogo = sexo apressado
Simpatia = concordando com a irmã da mãe
Talento = característica alentejana
Típica = o que o mosquito te faz
Trigal = cantora baiana elevada ao cubo
Vidente = dentista falando sobre o seu trabalho
Viúva = acto de ver a uva
Zunzum = na fórmula 1, momento em que o espectador percebe que os 2 líderes acabaram de passar na sua frente
Zoológico = reunião de animais racionais
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Acordo ortográfico |
Dicionário afro-lusitano
Abreviatura = acto de se abrir um carro
Açucareiro = revendedor de açúcar que vende acima da tabela
Alopatia = dar um telefonema à tia
Amador = o mesmo que masoquista
Barbicha = bar para paneleiros
Caminhão = estrada ou caminho muito grande
Canguru = líder espiritual para cães
Catálogo = acto de se apanhar coisas rapidamente
Combustão = mulher com peitos grandes
Compulsão = qualquer pessoa com pulsos grandes
Depressão = espécie de panela angustiada
Destilado = aquilo que não está do lado de lá
Detergente = acto de se prender indivíduos suspeitos
Esfera = animal feroz amansado
Evento = constatação de que realmente é vento e não brisa, furacão
Fornecedor = empresário do ramo de agradar a masoquistas
Genitália = órgão reprodutor dos italianos
Homossexual = detergente utilizado para lavar as partes íntimas
Leilão = leila com mais de 2 metros de altura
Karma = expressão para evitar pânico
Novamente = diz de indivíduos que renovam a sua maneira de pensar
Obscuro = tampão na variedade de cor preta
Psicopata = veterinário especialista em doenças mentais da pata
Quartzo = partze ou aposentzo de um apartamentzo
Razão = lago muito extenso, porém pouco profundo
Rodapé = aquele que tinha carro, mas agora anda a pé
Sexólogo = sexo apressado
Simpatia = concordando com a irmã da mãe
Talento = característica alentejana
Típica = o que o mosquito te faz
Trigal = cantora baiana elevada ao cubo
Vidente = dentista falando sobre o seu trabalho
Viúva = acto de ver a uva
Zunzum = na fórmula 1, momento em que o espectador percebe que os 2 líderes acabaram de passar na sua frente
Zoológico = reunião de animais racionais
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