segunda-feira, 20 de julho de 2020

Aldo Rebelo fala sobre queimadas e desmatamento na Amazônia


Richard Jakubaszko  
A mídia publica fake news e tanta abobrinha sobre a Amazônia que chega a dar arrepios.

Me causou surpresa o ex-ministro da defesa e relator do Código Florestal, Aldo Rebelo, que falou à CNN dia 15 de julho último, sobre o desmatamento da Amazônia.

Na contramão das críticas internacionais sobre a destruição da floresta, Rebelo afirmou que "não há desmatamento descontrolado na Amazônia" e que as modalidades ilegais dessa prática devem ser reprimidas, mas o que acontece na floresta é "uma tragédia de erros e equívocos". Entrevista do programa CNN Novo Dia, apresentado por Elisa Veeck e Rafael Colombo.

Só faltou Rebelo criticar a hipocrisia europeia que importa madeira da gente e nos acusa de desmatar... 
Quem me enviou o vídeo foi o amigo e engenheiro agrônomo Odo Primavesi, lá de São Carlos (SP), terra que tem mais doutores por m2 neste nosso Brasil.


domingo, 19 de julho de 2020

Desculpas, de quem e para quem?


Francisco Celso Calmon
Se Gilmar Mendes precisa pedir desculpas será a Dilma e ao Lula, pois com sua liminar açodada, apoiada em vazamentos ilegais do lavajatismo para a mídia, impediu Lula de assumir a chefia da casa Civil e mudou a história.

Essa responsabilidade carregará para sempre e a história também o julgará quando a democracia for recomposta e uma nova Comissão da Verdade for criada.

Se militares ficaram raivosos com as colocações do Gilmar Mendes, deve ser por ter dito a verdade. Só isso justifica as respostas agressivas e o peso na consciência que nublou não terem compreendido que o ministro do STF estava alertando por zelo à instituição militar, evitando sua associação com o genocídio que está em curso. A reação corporativa dos fardados evidenciou o quanto estão envolvidos com a política.

Os que detêm o uso oficial das armas não devem e não podem fazer política!

Quem deve desculpas à nação brasileira e a todos os atingidos pela ditadura militar, que vigeu de 1964 a 1985, são as Forças Armadas. Enquanto não pedirem perdão pelos crimes que cometeram, não têm moral de exigir desculpas de ninguém.

Desde o primeiro dia do golpe, primeiro de abril de 1964, pessoas foram presas, torturadas e mortas: 50 mil só de abril a agosto, 500 mil sob suspeição, 200 mil investigadas, 11 mil acusadas e 5 mil condenadas, inclusive à pena de morte, mais de 11 mil torturadas, 10 mil exiladas, 9540, incluindo camponeses e indígenas, mortas pela repressão; 243 ainda desaparecidas, 7500 militares perseguidos, expulsos de suas corporações e alguns torturados pelos seus próprios colegas, segundo pesquisadores; já a CNV aponta as perseguições por instituição militar: 3340 da Aeronáutica; 2214 da Marinha; 800 do Exército; 237 das polícias.

Violaram correspondências de toda ordem, sigilos bancários e grampos telefônicos, pregaram o ódio e a delação até entre familiares.

A nação foi estuprada, vilipendiada e colocada no pau de arara.

Os militares nacionalistas e democratas foram expurgados das Forças, por isso, muitos ficam incrédulos perguntando onde eles estão que não reagem ao bolsonarismo entreguista do patrimônio e da soberania nacional. Não existem mais! Foi um trabalho que a linha dura fez durante os 21 anos da cruel ditadura.

O Relatório da CNV revela verdades que chocam: 95 crianças/adolescentes presas, além dessas, 19 crianças foram sequestradas e adotadas ilegalmente por militares; fetos abortados, bebês e crianças usadas como torturas aos pais, adolescentes torturadas com cumplicidade de magistrados, sevicias sexuais perversas. Cabeças cortadas e penduradas, à semelhança dos cangaceiros, de guerrilheiros no Araguaia, corpos serrados, napalm jogado em área de camponeses e indígenas.

Onde enterraram os nossos mortos!?

As FAs estiveram 21 anos no comando da nação e com poderes ilimitados, pois era uma ditadura, e entregaram o país com inflação altíssima, 178%, desemprego elevado, o poder de compra do salário mínimo caíra 50%, a dívida externa nos valores atuais de 1,5 trilhão, e muito mal vista no exterior, por conta das graves violações aos direitos humanos – um rastro de barbárie e incompetência. A ditadura foi corrupta e promíscua com a contravenção e com o “esquadrão da morte”.

A título de combater a corrupção, o golpe produziu uma ditadura de falcatruas, as quais trouxeram prejuízos insonháveis e ainda incalculáveis ao Estado brasileiro.

Foi esse o quadro econômico final da ditadura, sem apoio popular interno, nem mesmo das forças políticas de direita, só contava com o desespero da extrema direita, militar e civil, e entre os seus adeptos lá estavam, à época, os tenentes Bolsonaro e Hamilton Mourão e o capitão Augusto Heleno, ajudante de ordens do linha dura Silvio Frota ministro do Exército.

Ao não extirpar por completo as raízes daquela ditadura, voltamos a um Estado de exceção com o golpe de 2016. A partir de 2019 o Brasil está sendo governado por militares e punitivistas: ex-capitão, ex-juiz até há alguns meses, ex-policiais, militares aposentados e muitos corruptos, de 22 ministros, 9 estão envolvidos com a justiça, segundo noticiado pela mídia.

Sem a justiça de transição não haverá a reconciliação da história e a impunidade continuará como marca desta “democracia”.

O atual governo bolsonarista, com aproximadamente três mil militares, é um governo militarizado e só assim se explica que o Ministério da Saúde, diante de uma pandemia jamais vista, está repleto de militares sem um titular e sem experiência de saúde pública.

É um ministério precário como a vida do povo é considerada precária e de pouco valor pelo Bolsonaro – Eu não sou coveiro, tá?… E daí? Lamento. Quer que eu faça o quê?

Renuncie já, poupe a nação antes de ser impichado!

Francisco Celso Calmon é Advogado, Administrador, membro do grupo Resistência Carbonária, Coordenador do Fórum Memória, Verdade e Justiça do ES; ex-coordenador nacional da RBMVJ; autor dos livros Sequestro Moral e o PT tenham com isso? e Combates pela Democracia (2012), autor de artigos nos livros A Resistência ao Golpe de 2016 (2016) e Comentários a uma Sentença Anunciada: O Processo Lula (2017).

Publicado em https://jornalggn.com.br/artigos/desculpas-de-quem-e-para-quem-por-francisco-celso-calmon/







sábado, 18 de julho de 2020

Quem quer ter um ministério?


Fernando Brito *  

O anúncio de que Jair Bolsonaro vai manter dois mortos-vivos – Ricardo Salles e Eduardo Pazuello – nos ministérios do Meio Ambiente e da Saúde não tem relação, apenas, com o fato de considerá-los “ministros excepcionais”, porque ambos seguem, sem questionar, as políticas absurdas desejadas pelo presidente em suas áreas.

Há – e basta olhar os episódios recentes – outra questão: onde achar personagens que, a esta altura, aceitem integrar um governo que para a maioria das pessoas com algum senso, é e só poderá ser um fracasso e um desastre?

Tenho dito aqui que assumir um posto na administração (se é que podemos chamar assim) Bolsonaro significa transitar da condição de nulidade para a de vilania. Ou, quando não, já ser uma nulidade vilã.

Quem é que pode aceitar ser ministro da Saúde, por exemplo? Já precisa entrar se indispondo com toda a comunidade médico-científica pela aceitação bovina da poção mágica da cloroquina. Depois, deve aceitar a tutela, inclusive verbal, de qualquer medida de apoio a restrições de aglomeração, algo tornado tabu pelo próprio presidente que, mesmo infectado e em quarentena, ontem defendeu o “abre tudo” mais irresponsável.

Francamente, não consigo ver quem aceitaria isso muito longe do padrão Osmar Terra.

Na Educação não foi fácil, até encontrar alguém que fosse “blindado” dos extremistas por ser evangélico e cuja maior virtude, segundo os elogios da mídia, foi a de não falar coisa alguma senão obviedades banais. Nenhuma formulação, nenhum projeto, nenhuma ideia sobre o MEC ser o reitor do processo de retomada das atividades escolares, rigorosamente nada.

Na área da Cultura, se Regina Duarte foi um desastre prático, ainda contava com certo sucesso de público, se não fosse o fato de que, ao lado do ridículo de sua atuação, também teve de engolir ”olavológicos” que seu inexpressivo sucessor, um ilustre desconhecido, afinal, não sem problemas em aceitar para executar sua plataforma do nada.

Também duvido que pudesse achar alguém minimamente respeitável para o Meio Ambiente, porque ninguém vai, como faz Ricardo Salles, assumir o cargo para liquidar definitivamente o Ibama e o ICMBio para liberar garimpos, madeireiros e turismo predatório, que são a menina dos olhos do presidente.

Ter cargo no governo Bolsonaro, para usar a linguagem da moda, não agrega valor à biografia de ninguém. Embora, é claro, sempre seja uma gazua para aumentar a pecúnia.

* o autor é jornalista e editor do blog Tijolaço.
Publicado em http://www.tijolaco.net/blog/quem-quer-ter-um-ministerio/




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sexta-feira, 17 de julho de 2020

Planeta terá menos habitantes em 2100

Richard Jakubaszko    
Sim, o mundo terá uma população menor do que hoje no final deste século. O Brasil, por exemplo, terá menos 50 milhões de habitantes em 2100, a China cairá para o 3º lugar como país mais populoso, e o 1º lugar será ocupado pela Índia, seguido pela Nigéria.

Estas são algumas das previsões e projeções de cientistas sociais, divulgadas pela BBC Brasil, e que no vídeo abaixo revela outras situações, além de mostrar as causas da redução da população mundial no final deste século.



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