sábado, 13 de fevereiro de 2021

Lamentavelmente, Deus não é brasileiro

Richard Jakubaszko  

Ao contrário do que afirma o dito popular, definitivamente, Deus não é brasileiro, caso contrário não permitiria um sujeito como Jair Bolsonaro na Presidência da República.

Alguém poderá argumentar que Deus já permitiu uma ditadura dura e sangrenta (1964-1985), e mesmo assim Sua nacionalidade não teria sido contestada. Mas constato diferente, pois não foi da vontade popular o golpe militar, enquanto que Bolsonaro chegou lá pelo voto do povo. Se outro alguém disser como réplica que isso faz parte do livre arbítrio Divino a nós outorgado, diria a este que o povo foi influenciado pelas fake news do coisa ruim.

Não apenas Bolsonaro é muito ruim como presidente. Seu governo é o pior que já aconteceu na história brasileira, pelo acúmulo de incompetência, da qual a pandemia do coronavírus é só um exemplo que diariamente lemos nas manchetes dos jornais e ouvimos nos telejornais. Falta planejamento, falta competência na logística de compra e na distribuição das vacinas. Seu governo mal entrou e desmontou no Ministério da Saúde a equipe que tinha como trunfo um dos melhores programas de vacinação do planeta, copiado por muitos países. Não há intenção política do governo federal em comprar vacinas contra o covid-18, porque Bolsonaro não acredita em vacinas. Bolsonaro tem mais fé na cloroquina do que na vacina. Teimoso como mula no cio, estamos a ponto de completar 1 ano de pandemia, e Bolsonaro mantém as mesmas opiniões estapafúrdias de antes.

Enquanto isso, a pandemia começa a arrefecer no mundo, chegaremos logo logo ao segundo lugar em número de infectados, vejam o quadro abaixo, e vamos ultrapassar a Índia em infectados, um país que tem 1,38 bilhões de habitantes, mais de 6 vezes a nossa população, e temos mais mortos do que a Índia, um país que foi tão eficiente no controle dos doentes que nem segunda onda teve. Que Deus nos livre desse vice-campeonato mundial!

Israel, Inglaterra, vários países da Europa e do mundo começam a ver a redução de novos infectados e mortes pelo covid-10. O Brasil mantém esse horror em crescimento, graças ao genocida Jair Bolsonaro.
Confiram neste link: www.worldometers.info/coronavirus/
 


Deus não é brasileiro, portanto, ao permitir que tenhamos um presidente que joga contra o povo, e que ainda insiste em chamar o povo de vagabundo e maricas, e que o povo tem de sair de dentro de casa, para que a economia volte a crescer... É estarrecedor saber que 30% do povo brasileiro ainda ache que Bolsonaro faz um bom governo!

Não é necessário apontar todas as demais ações erráticas de Bolsonaro, sejam por atos de seus filhos, uns estrupícios ambulantes, seus ministros incompetentes (salvam-se 2 ou 3, entre os quais Teresa Cristina, da Agricultura), seja pelos seus apoiadores políticos no Congresso e na Câmara dos Deputados, que votaram pelo nova previdência, que vai impossibilitar a aposentadoria de todos os brasileiros que não sejam funcionários públicos.

Espero, ansiosamente, que Deus nos convença de que há brasilidade em seus pensamentos, e nos livre de todo o mal, ajudando aos brasileiros de boa vontade para que um impeachment possa ocorrer o mais breve possível.

Rezo, todos os dias, para que Deus nos livre de todo mal. Amém!!!

 

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terça-feira, 9 de fevereiro de 2021

A Sibéria já não tem mais fronteiras

Paulo Nogueira Batista Jr.
Publicado na Folha de São Paulo

O debate econômico nos principais órgãos de comunicação brasileiros quase desapareceu nos anos recentes. Com poucas exceções, lê-se e ouve-se um único ponto de vista.

Só recebe grande veiculação o que eu costumo chamar de “ortodoxia de galinheiro”, uma versão empobrecida da ortodoxia econômica ensinada (mas nem sempre praticada) nos EUA. Em geral, repete-se por aqui o que os ortodoxos de lá consideraram verdadeiro em décadas passadas.

Um debate pobre e unilateral, como o que temos, tem consequências perigosas para um país, pois é da contraposição de ideias que surge o progresso. Sem esse debate livre e aberto, sem as fricções que ele produz, não há avanços, e nem se pode falar propriamente em democracia.

A estagnação ou semiestagnação da economia nos últimos 40 anos é, em parte, resultado da estagnação do debate de ideias entre nós. Com um debate livre, dificilmente teriam prosperado políticas econômicas antinacionais, inconsistentes com os interesses da maioria da população. Dificilmente o Brasil teria importado “consensos” que nos levaram a seguir políticas temerárias em diversos períodos, tais como o excessivo de endividamento em moeda estrangeira, a liberalização prematura dos movimentos de capital, a apreciação exagerada do câmbio e o abandono do investimento público em infraestrutura.

A pregação de “reformas” é sempre muito seletiva. Quase nunca são lembradas reformas fundamentais como a do sistema financeiro, a “estatização” do Banco Central (para torná-lo independente de interesses privados) e a redistribuição ampla da renda, inclusive da tributação, para que ela possa ser socialmente justa.

Uma curiosidade é que o responsável pela lista dos excluídos era um ex-stalinista, que reproduziu comportamento encontradiço em pessoas com esse passado político: usava, na defesa dos interesses do capital, os métodos e vícios aprendidos na escola do venerável Joseph Stalin, grande especialista em apagar o presente e o passado. O mais destacado dos integrantes da lista era Leonel Brizola, que foi quem lançou o mote que estou recuperando agora. Em entrevista à época, Brizola ironizou: “Mandaram-me para a Sibéria”. A alusão era ao passado stalinista do executivo da Globo.

Hoje, o quadro é pior. Na mídia brasileira, a Sibéria quase não tem mais fronteiras. As suas imensas e lívidas paisagens se alastraram por toda a parte — televisão, rádio, jornais, revistas e canais de internet. Além disso, a lista dos exilados inchou e passou a incluir, com exceções ocasionais, a centro-esquerda e a esquerda inteiras. A Sibéria está ficando “​crowdeada”.

Fora da mídia alternativa —basicamente sites, canais e blogs independentes—, quase não há mais espaço para visões críticas ao “consenso do mercado”. Esta Folha, com limitações, é uma das poucas exceções. O brasileiro desavisado haverá de pensar que não existem mais dúvidas sobre os pilares da ortodoxia de galinheiro.

É espantoso, leitor, o que passa por sabedoria econômica no Brasil! Um estágio de curta duração no FMI já faria bem aos economistas do mercado tupiniquim. É que o Fundo, desde a crise de 2008, empreendeu considerável revisão da sua macroeconomia. Hoje, por exemplo, é difícil encontrar na instituição uma defesa radical da austeridade fiscal, que não leve em conta seus efeitos sobre a atividade, o emprego e a distribuição da renda. É verdade que o braço operacional, mais conservador, ainda se mostra relutante em abandonar a abordagem fiscalista. Mas é difícil encontrar algum economista do FMI que elogie, com sinceridade, um teto que congela em termos reais a maior parte do gasto público primário por 20 anos — e ainda por cima inscrito na Constituição.

Como é sintomático do nosso atraso que se possa invocar até o FMI, velho de guerra, para criticar a ortodoxia brasileira!

 

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segunda-feira, 8 de fevereiro de 2021

Ia esfriar, mas depois mudou para vai esquentar...

Geraldo Luís Lino *

Foto de uma notícia de jornal de 1972, época da Conferência de Estocolmo, com uma declaração do nosso conhecido Maurice Strong, ótima para ilustrar palestras. A manchete em sueco diz: "temos 10 anos para deter a catástrofe" - claro, o cataclisma, já naquele ano. Ou seja, estamos sempre a 10, 20, 30 anos do desastre climático, apocalipse até hoje aguardado...

Como diria um Bussunda sueco, var allvarlig!


Nota do blogueiro:

Em 1972, saiba você, a "catástrofe" anunciada era a iminência de uma nova era glacial, ia congelar tudo... Veja fotos abaixo, capas da revista Time que registravam nos anos 1970 que estávamos congelando... Só no final dos anos 1980 mudaram para aquecimento, e a fake news continua até hoje... Mas em 1945 havia previsão de um outro aquecimento, que não ocorreu...



* o autor é geólogo, autor do livro "A fraude do aquecimento global: como um fenômeno natural foi convertido numa falsa emergência mundial", Editora Capax Dei, Rio de Janeiro, 2009. Geraldo Lino é também coautor, com este blogueiro e diversos cientistas, do livro "CO2 aquecimento e mudanças climáticas: estão nos enganando?"

 

 

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domingo, 7 de fevereiro de 2021

Palmeiras tropeça, mais uma vez...

Richard Jakubaszko 
Tô com a galera, definitivamente o Palmeiras é o Guarani da capital...
Que papelão verde hoje, né não? Perder pro Tigres...



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sexta-feira, 5 de fevereiro de 2021

Notas torpes sobre um quase adeus ou até breve ao GGN

Armando Coelho Neto *
Não há luta entre esquerda e direita, mas sim luta da civilização contra a barbárie.

Quando comecei a escrever neste espaço não trouxe grandes novidades, exceto quanto mergulhava um pouco nas entranhas da Polícia Federal, sobre o desserviço dela à Nação, seu papel de capitã do mato nos golpes de 1964 e 2016, e, mais recentemente na vergonhosa formação de seus novos jagunços… “Mito mito! ”

Minhas palavras geraram revolta dentro da PF e seus calhordas, enquanto os policiais sérios quedavam amordaçados sujeitos a um regime jurídico decadente, com regras de valas comuns nos quais seus servidores são enquadrados, conforme humores administrativos. Aos inimigos a lei é a regra número zero.

Por conta delas (minhas palavras), sofri interpelações, já que para a PF é mais fácil conviver com mentiras e hipocrisia do que com a verdade. Ela nega até mesmo os bons préstimos da gestão petista em seu favor e que lhe deram projeção. Entre eles, mais autonomia, instrumentos legais, recursos materiais e humanos (1).

Segui o desafio de dizer algo às segundas-feiras, quando já se havia dito tudo sobre tudo, e com muita propriedade, na verve de jornalistas, juristas, cientistas políticos… a respeito das escrotices promovidas pela elite sabuja, com a proteção do Supremo Tribunal Federal e das covardes Forças Armadas – pátria amada raio que o parta!

Ao começar a escrever nos primórdios do golpe de 2016, tinha ilusão de mostrar o reduzido contingente na PF ávido por justiça social, honesto, preocupado com direitos humanos. Gente séria para quem direitos humanos protegem o cidadão contra a tirania do Estado. Mas, para a maioria é mesmo proteção de bandidos.

Para se ter ideia, a unidade que trata do meio ambiente é chamada de “Delebambi” (2). A ambientalista mirim Greta Thunberg só perde para Lula em termos de ironias. Isso mostra o sentimento retrógrado sobre uma importante questão mundial. É coisa para inglês ver, com as ressalvas obrigatórias quanto às honrosas exceções.

Assim era, assim é, mas era preciso dizer que havia gente refletindo na instituição. Desse modo, à exceção das particularidades da PF, tudo o quanto mais registrei neste GGN repercutia muito mais em razão de quem (um delegado federal) estava dizendo, escrevendo, do que mesmo pelo ineditismo ou contribuição ao debate.

É como se um delegado federal dizendo “é golpe, foi golpe” fizesse alguma diferença. Sempre chamei de Farsa Jato a maior tramoia jurídica da história, urdida por entreguistas, corruptos, por capitães do mato da elite do atraso. Parecia fazer a diferença chamar o herói da TV Globo de Zé Roela, hoje a serviço de corruptos.

Se fez ou não fez diferença, não se sabe. Mas, já deu. Bateu o cansaço, parecido com o de Álvaro de Campos (“O que há em mim é sobretudo cansaço — Não disto nem daquilo; Nem sequer de tudo ou de nada: Cansaço assim mesmo, ele mesmo, Cansaço… infecundo, cansaço; Um supremíssimo cansaço, Íssimo, íssimo, íssimo”).

Ocupar nossa precária massa cefálica com histrionices, macaquices, pouca vergonha, com a horda de assassinos e ladrões da gangue do Planalto é demais. Chega de reverberar a hemorroida do Bozo, o pinto mal lavado dos adolescentes, gripezinha, ambientalistas maricas, e daí (?), não sou coveiro, jacaré…

Basta de o … da tua mãe, enfia no… fdp, ela quer dar o furo, chicletes, leite Moça, alfafa, o compromisso diário com a podridão aplaudida por insanos. Às favas o culto ao ódio, à família nepotista, o processo de imbecilização de uma sociedade doente, programada para sê-la, por que a alienação é a galinha dos ovos de ouro deles.

Não há luta entre esquerda e direita, mas sim luta da civilização contra a barbárie. Esquerda, já o disse, é concessão da direita para que ela, a direita, apareça limpinha e cheirosa na fita, como quem dá direito de defesa num processo aberto para condenar. O “golpichimam” de Dilma e o justiçamento de Lula falam por si (3).

A imprensa bate de mentirinha no Bozo, pois sabe que vitimizando Bozo ele ganha apoio popular. Enquanto reverbera sandices e maldades do Bozo, Paulo Guedes passa a boiada. Alimenta o embate futuro entre Bozo e Dória (o cocô puro contra o cocô com chantili) com Supremo, FFAA, Transparência Internacional et caterva.

A rigor, cansei de falso “Brazil quebrado”, de ver ladrão chamando Lula de ladrão, farsas jurídicas no Supremo, bandidos julgando inocentes (como a gangue de Eduardo Cunha), juízes larápios com “juridiquês” empolado livrando a barra das elites, com autoridades querendo furar a fila da vacina. Vão todos às favas!

Sob silêncio sepulcral das exceções, grassa a covardia e sabujice das Forças Armadas sempre a serviço do sistema, e que só apareceram na história para derrubar governos populares e pintar meio-fio. Aos quintos dos infernos também!

Acho que já deu. Por certo farei como Adriana Calcanhoto, e escreverei “cartas pra ninguém”, já que o inverno no Leblon é quase glacial.

Aliás, não só no Leblon. Na Praça Roosevelt também, onde a inútil e assassina Polícia Militar de S. Paulo, na cara de pau, cínica e autoritariamente rouba centímetro a centímetro o espaço público, com a cumplicidade de sua omissa “corregedoria” e do Ministério Público.

São essas minhas notas torpes de um quase adeus ou até breve ao GGN. É possível que eventualmente, reapareça por aqui, talvez em razão do que se diz ou se possa dizer, e, não mais em razão de quem diz… É possível que me dedique a um livro ou a uma saudade intensa que dói, dói, dói por que ser nervo exposto é fo…

* Armando Rodrigues Coelho Neto é jornalista, delegado aposentado da Polícia Federal, ex-representante da Interpol em São Paulo.

Publicado no Jornal GGN: https://jornalggn.com.br/artigos/notas-torpes-sobre-um-quase-adeus-ou-ate-breve-ao-ggn-por-armando-coelho-neto/

Referências citadas pelo autor:

1- https://jornalggn.com.br/artigos/desculpas-delegados-da-pf-mas-foi-dilma-quem-fortaleceu-voces-por-armando-coelho-neto/
2- https://www.youtube.com/watch?v=hI2WnEPXAFY
3- https://jornalggn.com.br/crise/e-o-golpe-da-maconha-intrujada-lewandowski-por-armando-coelho-neto/

 

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segunda-feira, 1 de fevereiro de 2021

Crescem ilhas que o mar deveria ter engolido

Luis Dufaur *   
Certas ilhas de baixo nível de altura são os territórios mais vulneráveis ao crescimento do nível do mar.

Se o mar em volta delas está subindo, como trombeteia o alarmismo ecológico, elas estariam condenadas a desaparecer, se é que já não sumiram do mapa.
 

A ilha de Jeh está crescendo. Limites de 1943 em vermelho. Fonte. USDA 


Mas, para surpresa do alarmismo e para alegria de todas as pessoas de bem, muitas ilhas da Terra que atendem aos requisitos fatais da propaganda verde, no entanto, nos últimos 100 anos experimentaram um notável crescimento.

Crescimento que é inexplicável segundo os boatos, mas que está sendo estudado e explicado pelos cientistas.

De extremo mal gosto, aliás, foi induzir injustificado apavoramento nos islenhos de Tuvalu, Kiribati e da Micronésia. Cfr.: Ilhas do Pacífico crescem em altura e extensão e desmentem alarmismo climático 

Essas ilhas em crescimento estão localizadas principalmente no Pacífico e desafiam todas as “lógicas” das mudanças climáticas, ou melhor dito, desmentem os enganosos alarmismos climáticos.

Por exemplo, a ilha Jeh, localizada no Atol Ailinglaplap, um dos 29 atóis de recife de coral que compõem a República das Ilhas Marshall, e fica a meio caminho entre o Havaí e a Austrália, descrita por “Clarín”.
 
Em vermelho, atuais limites da ilha de Jeh. Em cinza como era em 1943. Fonte: USDA

Jeh estava entre as mais ameaçadas do mundo pelo fantasma verde de uma elevação do nível do mar atribuída à atividade humana.

Mas, felizmente, Jeh não para de crescer.

Um novo estudo liderado pelo geomorfologista costeiro Murray Ford, da Universidade de Auckland, Nova Zelândia, e publicado na Geophysical Research Letters, diz que:

“ao contrário das previsões, da cobertura da mídia populista e reivindicações políticas, estudos recentes têm mostrado que a maioria das ilhas de recife estudadas se mantiveram estáveis ou aumentaram de tamanho desde meados do século XX”.

As ilhas de atol, como as Ilhas Marshall, se apoiam em sedimentos derivados de recifes depositados nos últimos 5.000 anos ou menos.

Apesar do aumento do nível do mar, os cientistas observaram um crescimento na área terrestre da maioria dos atóis desde meados do século XX, sugerindo que eles podem acumular os sedimentos necessários para se expandir.

Até agora, estudos sobre esse processo de agregação de sedimentos eram escassos e não se sabia se esses sedimentos eram resultado de depósitos recentes ou acumulações ao longo de décadas.

Em termos nossos, a propaganda ambientalista vem alarmando sem saber do que fala.

O especialista Murray Ford, junto com o professor Paul Kench da Simon Fraser University, no Canadá, comparou fotografias aéreas de 1943 e usou imagens de satélite e datação por radiocarbono dos depósitos de sedimentos na Ilha Jeh. Sabe, portanto, do que fala.
 
Ilhas de Tuvalu cresceram de 1971 a 2014

As fotografias e imagens de satélite mostram que a ilha, pouco povoada com cerca de 40 residências, aumentou sua área territorial em 13% desde 1943.

Ela cresceu de 2,02 quilômetros quadrados para 2,26 quilômetros quadrados, chegando a 2,28 quilômetros quadrados em 2015.

Também Jeh resultou de uma fusão de pelo menos duas ilhas anteriormente separadas onde o sedimento se acumulou o suficiente para formar uma área de terra contínua maior.

Além disso, imagens de satélite de 2010, 2015 e 2019 revelam que uma língua na ponta oeste continua a se espalhar, aumentando a área total da terra acima do nível do mar.

Na tentativa de rastrear de onde veio o sedimento e há quanto tempo ele foi se acumulando na ilha, as amostras foram datadas por radiocarbono.

A equipe testou fragmentos de corais, conchas de moluscos e organismos marinhos microscópicos chamados foraminíferos na ponta oeste da ilha.

No total, 28 datas de radiocarbono de sedimentos insulares foram analisadas, mostrando que a acumulação de depósitos de sedimentos veio de material mais recente, geralmente após 1950.

 

Kiribati, outra ilha que o alarmismo
condena ao desaparecimento, mas cres
“Esse estudo descobriu que a expansão das ilhas é possível por meio da geração de sedimentos em condições de elevação do nível do mar”, disse o especialista.

“Os recifes de coral que circundam essas ilhas são a casa das máquinas para o crescimento das ilhas, produzindo sedimentos que são arrastados pela costa da ilha. Recifes de coral saudáveis são essenciais para que esse processo continue no futuro”, explicam os pesquisadores.

Num estudo publicado na revista científica WIREs em outubro de 2018, de 30 atóis de coral nos oceanos Pacífico e Índico, totalizando 709 ilhas no total, verificou-se que 88,6% das ilhas permaneceram estáveis ou aumentaram de área nas últimas décadas.

Melhor ainda: em geral nenhum dos atóis perdeu superfície terrestre.

“Neste trabalho e em estudos anteriores, descobrimos que as ilhas são resistentes ao aumento do nível do mar e que o fornecimento de sedimentos para alguns atóis está ultrapassando o aumento do nível do mar”.

“Não sabemos como isso vai se desenrolar nas próximas décadas, mas os estudos da formação de ilhas de recife de baixa altitude devem levar essas descobertas em consideração”, concluem os especialistas, acenando a parcialidade do terrorismo midiático.

* o autor é escritor, jornalista, conferencista de política internacional, sócio do IPCO, e webmaster de diversos blogs.
Publicado em https://ecologia-clima-aquecimento.blogspot.com/2021/01/crescem-ilhas-que-o-mar-deveria-ter.html



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sexta-feira, 29 de janeiro de 2021

Herbert Bartz: vai-se o homem, fica o seu legado

Ondino Cleante Bataglia

Nesta madrugada do dia 29 de janeiro de 2021 temos a triste notícia do falecimento de Herbert Bartz em Rolândia, no estado do Paraná.

Herbert foi um pioneiro na adoção do plantio direto no Brasil que, juntamente com outros companheiros naquele Estado do Paraná, muito contribuíram para esse novo tipo de agricultura hoje praticada em grande parte do nosso país. Pessoalmente, ele buscou na Europa e nos EUA as ideias que levariam a solução de seus próprios problemas na agricultura com criatividade e muita dedicação.

Como dizia nosso saudoso Dirceu Gassen no prefácio do livro "O Brasil possível" - a biografia de Herbert Bartz - “A energia de sua alma, que conduzia a força de seu corpo para realizar, pensar diferente, romper a barreira do convencional, das práticas que todos faziam e eram recomendadas, determinou mudanças profundas na conservação de solos e na evolução da agricultura brasileira”.

Herbert Bartz teve em vida o devido reconhecimento por seu esforço de cultivar o solo sem que as chuvas levassem embora seu precioso patrimônio, mantendo resíduos, não revolvendo, cultivando diversas espécies vegetais, enfim, praticando a nova receita chamada de plantio direto. Não será esquecido nunca por tudo isso.

Fora da sua participação no desenvolvimento tecnológico, quem teve o privilégio de conviver com o Bartz vai lembrar sempre de momentos agradáveis com aquele que se auto denominava “alemão louco” que, na verdade, de louco só tinha um pouco. Tinha mesmo é uma alma viva, vibrante, amiga e dominadora por convencimento.

A Agrisus sempre teve uma forte parceria com ele graças à grande interação do dr. Fernando Penteado Cardoso, seu fundador, e de sua família, apoiando as diversas atividades de difusão promovidas por Bartz durante toda a existência da Fundação, o que sempre trouxe grande orgulho para todos nós que participamos dessas ações.

Nossa homenagem ao grande Herbert Bartz. Vai-se o homem, fica o seu legado.

 

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quinta-feira, 28 de janeiro de 2021

Por no gráfico em dó maior com outros desaforos e entropias.

Carlos Eduardo Florence *
  

Desde sempre, em que gente me fui por sendo, não prospero acompanhar os pensamentos próprios que me infernizam, saltitam. Aferem e pontuam, em vez do explicito, paradoxos pensantes em colcheias dodecafônicas, pererês-sacis como tresandados e minúcias artimanhas preparadas em alquímicas mentais que se fazem desacopladas, desfeitas ou prematuras, sem que eu entenda o porquê de se darem a se dar. Tudo embola enrolando os ajuntados no voo furtivo mesclado de demências, minhas e em que quando vejo já o era, adeus.

Sei que não é fácil entender, pois para mim é impossível, mas no cangote, como de touro xucro, me excita, apavora, fecunda, implode. Quando devaneio neste vento pela popa em brios e solidões, como agora, acordo sim, e já me fui ao orgasmo do indelével sem sentidos e estou pensando o que não queria pensar e não penso o que desejava. Ontem estava eu hoje fantasiando pedir desculpas pelo que não havia cometido e hoje estou matutando e corrigindo a estupidez que ontem cometi de verdade.

O galopar das minhas imaginações são donas absolutas das estrofes redomonas das prerrogativas do cavaleiro que me pretendo. Sou o que não penso e penso o que não sou. Não ria, ajude-me. Ele, pensar, me dirige, estupra, abusa. E transitam as ideias do meu cosmos emocional caleidoscópico, garimpando detalhes de pepitas fúteis entre sermões ininteligíveis, íntimos, do meu inconsciente fóbico até a esperança de andar nu em Paris ou transcender ao infinito como Monge Cartuxo nos Alpes. É como me descambo em ser um raciocino bruto, sem lapidar, para tentar conseguir esclarecer, sem explicar. Ainda assim sempre perdurou certa dose de petulância por eu pensar que medito o incompreensível do explicável. Impávido idiota, promulgo, prospero, falho sempre. Resta-me, assim, o amém, ermo.

Mentiroso, cínico, um tanto estroina, finjo entender-me e comandar, mas qual o que. Mas isto é detalhe de conversa só com a alma adoidada do fígado meu que nunca escuta as doze badaladas para se desencantar ao ludibriar o caos. Para concluir, não param estes refluxos endiabrados, a título de se dizer pensar, sem começos, mas principiam pelo fim do meu delírio previsto sem sentidos, de preferência por fingir segurança, até sem mais marcas na memória a se fazerem acarinhar, encerrando pelo absurdo predileto que é sonhar acordado, bolinar o inatingível ou mesclar as cores amarelas, azuis e vermelhas que se confundem para sumirem ou brincarem de arco-íris quando agitadas. Desmioladas estas tessituras intimas, dentro destas entropias, põem-me a arrastar para a delícia imponderável ou para o inferno sofrer, onde me perco para sempre nas ideias soltas.

Não atracam, os conceitos, depois de partidos como naus-sem-rumo, sem portos tidos ou tais vezes, para as fantasias que crio, pois transcendem pelas hipérboles imprevisíveis e nem se dão a acostar sequer em algum impenetrável. Tudo então que fique muito claro, para que eu não entenda nada ou continue a chorar. Macon, meu vizinho e parceiro de cachaça, nem ameia há muito o pretérito destas esquizoides inconveniências, acho eu, mas tanto também que nunca desbraguei perguntar. Ele amorfa calado, sem apaziguar mesmo se houvesse uma sutil metamorfose grávida sendo infiltrada em seus desejos carnais e seria capaz de enxamear comigo pelos desnecessários. Calo-me como tanto não escuto, pois não perguntei e assim o advérbio de modo tornou-se peça de antiquário e outras demências afrodisíacas que procrio.

Relembro que estou só falando da reflexão, minha. Mastigo de boca aberta, babando, um pedaço de esperança com dúvida para ver se alguém me acompanha, segue e ou entende como igual. Quem dera. Mas considero que sou normal e outros até me tratam meio assim, ou quase, pois não ouvem meus ruminantes símbolos da cabeça assemelhados a uns pares de roupas velhas que bailam, sem procederes ou rotinas, ficando penduradas em um aleatório inexplicável para eu escutar o som de suas cores sem certeza de que me entenderei comigo antes da alma se despedir. Minto? Para quem? Lógico, só a mim. Azul ou trinca de azes vem à cabeça? Por quê? Todos me desconsideram, me engano ao verberar que me faço entender.

O além se aproxima covarde e traiçoeiro, sequer percebo ou creio, tanto que a sinfonia se tornou inacabada. Escuto o silêncio, ninguém me concede e nem faz sinal para o desvario parar na primeira volta depois da esquina das paralelas pedindo infinitesimais inacabamentos, sofreguidões, antes do nada e eu saltarmos de mãos dadas no vácuo. Pergunto, místico ou alegre, mas como os verbos são mais indecorosos na voz passiva fica melhor abordar o tema com certa relatividade imponderável quântica. Deus me acuda.

A vida, a que eu não pedi para me enloucar em suas entranhas, é mais voltada ao incompreensível, anotei, e um dia morrerei, mas no momento não dá para descer e andar por outras sarjetas tão tropeçadas ou desconhecidas, pois o inexplicável, ainda mais robusto, virá pela retaguarda para me atropelar sorrindo em delírios e solfejos guturais. Peço socorro ao ser, ao consciente, infinito, ao psiquiatra, à mulher grávida, ao faminto que se desarticula com seu desatino, profecia e obrigação de viver, ao dentista, bem como ao engraxate, plataforma do metrô atopetada, mutirão de angústias, aos desatinos. Estendo ainda o interrogar ao coitado que carrega a compra do que sobrou do salário, à criança que morreu de desinteria no cortiço da rua sem esgoto, para uma vela vermelha de Ogum, acesa para enfeitar a superstição ou a mentira, à boa ou má fé, à dúvida da encruzilhada, pão nosso de cada dia que não sei se ganharei jamais. Chega.

Estes simbólicos desencantados somem pelas entranhas do meu pensamento com a mesma porosidade com que eu os crio. Não crês? Sofro ou deliro? Escuto, por hábito ou descuido, a fêmea entrar no cio e eu a desejar, mas ela me enxota. Mereço, logo penso, assim insisto ou desisto? Existo ou penso? Puta merda. Pois só sei que o beija-flor e o Pandêncio, casado com a filha do monsenhor, não se preocupam com estas estrofes minimalistas. Um por ser de sina amorosa pescadora ao ver o rio se estreitar para o além, carregar suas fantasias e aquecer as preguiças e o colibri por delicadeza de mascar o imponderável do invisível entre os perfumes abstratos da sutileza. Pois veja, é assim que a mente escapa para o lado mais incisivo do azul e fica encantada com o choro infantil ensinando a mãe a amá-lo para aliviar os seios e não o descartar do Complexo de Édipo e adjacências.

Freud deveria ter criado o complexo com adjacências. Nunca entendi; por que não o fez? Isto tudo me veio surdinado, de forma muito inútil para eu tirar o melhor proveito, quando acompanhei um dia em Carepá das Agruras os eventos miúdos escalando as paredes preguiçosas dos casarios centenários vendo os melindres furtivos olhando por trás das janelas que se recusavam a mentir. Conto, reconto mesmo a tal não chego satisfeito ao definitivo ou ao recado, mas lanço:

Bem assim se foi como se deu, por não serem santas nem mundanas, embora o azul estivesse em sintonia com o imprevisível dos astros, eram sete as moças casadoiras, lembranças ficaram. A missa fazia-se começar e uma solidão, sem más intenções ou preconceitos religiosos, atravessou a rua subindo no sentido da esperança para encontrar uma senhora pedindo esmola no sopé da escada da Matriz. Não conseguiu ajudá-la, não obstante o sacristão tenha mandado todos se sentarem para compartilharem a solidariedade. As sete moças casadoiras comungaram uma só vez para repor pequenos desejos com os quais iriam infringir a meia virgindade na semana do carnaval. Olhei pela janela e uma mosca mal informada batia-se ao vidro à cata de seu destino entre umas mangas podres caídas ao acaso na calçada fronteira ou morrer no bico de um sabiá, sem metodologia ou preconceito darwinista, tentando seduzi-la.

Encantei- me com a mosca ansiosa e hesitada em seus dilemas existenciais. Sabia manter as asas delicadamente sincopadas entre uma angústia ainda em formação, bipolar, atazanando o vidro que impedia seus desejos. Ocorreu-me, inclusive, se o vidro teria também tanto o desejo de atazaná-la, sadicamente, para tentar uma ejaculação vitral. Metaforicamente esta dialética ocorreu-me no momento, pois trazia como ponto central esta única opção que ofereci e que poderia, fatalmente, sem dúvida, descambar em fatalidade. Como poderia eu dialogar com a exuberância e prepotência do vidro que, indiferente, ironizava a mosca perplexa clamando pelo seu existir em outro abstrato preferido de seu imponderável e futuro.

Mas volto à cabeça idiota para perguntar-me, sem ter resposta, se estes manejos envidraçados do proceder mosqueado entretecido de volteios belos, mas inexplicáveis, estas altivezes melodramáticas da mosca atormentada e atormentando, este vidro prepotente e submisso, são obras reais da criação e da criatura ou desta mente tresloucada que carrego e acredita que existe por que penso, sem me informar se sou a coisa ou o imaginário é que me é? Drama existencial implantado.

Fiz uma análise regressiva de desejos, sublimei dois preconceitos entrosados de linhas lacanianas e kardecistas de um inexplicável passado da complexidade da transferência psicológica e cuja alma, simultaneamente, teve a ousadia de reencarnar como mosca, com a devida perda da memória e das motivações sexuais mais sofisticadas humanoides. Talvez fosse a solução cartesiana mais factível, pois a alma não morre, transmuda de matéria e corpos pelos aléns dos infinitos.

Nisto, o sermão da igreja, voltando ao sopé da escadaria da pedinte, constatou que o demônio fora instruído para ocupar os corpos dos porcos e liberar os loucos para serem aproveitados só mais tarde pela escravidão, pelas cruzes, catecismo, depois pela inquisição e por último pela imprensa livre, a novela e o celular. Voltei à minha existência sadomasoquista, onde a esperança da espiritualização reencarnada da mosca liberta sobre o futuro inexplicável do vidro sádico teria a potência de desestabilizar o infinito, pois eu não teria com que me entreter mais e ficaria deprimido. Como cheguei a este ponto contornando meus delírios, duvidando de meus raciocínios, tomando este café requentado, horroroso, da estação do trem e perguntando; “penso, logo existo, para que existo? Basta, atinei, pensei ou desisti?”

O trem deu sinal de partida e o adeus não conseguiu chegar nas pontas dos pés de uma moça chorando por ... (a palavra fugiu). Os moços se enfeitaram de absurdos, o vento pediu aos telhados e aos silêncios um minuto de loucura para o nada se instalar na minha mente à cata de suas entropias. Corri atrás do meu raciocínio que os lixeiros, enganados, jogaram na caçamba do caminhão. Pedi mais uma pinga, que alegria, estou livre, nunca fizeram falta mesmo as ideias atrapalhadas que sempre foram lixos.

Sábado é dia de ... esqueci! Ainda bem. Livre dos compromissos, dos sisos e dos omissos, suicidei-me.

* o autor é economista, blogueiro, escrevinhador, e diretor-executivo da AMA – Associação dos Misturadores de Adubos

Publicado em http://carloseduardoflorence.blogspot.com/2021/01/por-no-graficoem-do-maior-com-outros.html

 

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quarta-feira, 27 de janeiro de 2021

Dieta presidencial inclui leite condensado, chicletes e alfafa?

Richard Jakubaszko  

Degustar pãozinho francês com leite condensado pela manhã, apesar de inusitado e exótico, até dá para entender. É uma idiossincrasia que a gente aceita. Consumir chicletes durante o dia, olha só, mostra muita tensão, né não, afinal, o cargo deve exigir muito autocontrole do ex-capitão, coisa que ele já mostrou não possuir e não sabe controlar bem. Os memes pipocaram ontem nas redes sociais, e até uma lista das compras foi divulgada, que inclui água de coco, bombons, vinhos, pizzas, tudo em quantidades exorbitantes, mesmo sendo para consumo do ano inteirinho de 2020.

As compras, feitas em fornecedores atípicos, com endereços incomuns para empresas que atendem o governo federal em concorrências que a gente imagina serem acirradas, levam a suspeitas de muita treta, até porque, uma lata de leite condensado, no supermercado da esquina daqui de casa, custa algo por R$ 8,00 uma latinha, mas o governo pagou R$ 162,00 por cada uma. Tem treta ou não tem? A Presidência da República que se explique.

Agora, o que será que se faz com tanta alfafa na dieta presidencial? É tudo junto e misturado, ou é consumido de outras formas? Sugestões podem ser colocadas na seção dos "comentários" aí embaixo.



 




 

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terça-feira, 26 de janeiro de 2021

Ciência e cooperação para superar adversidades

Maurício Antônio Lopes *

Poucos sabem da influência da ciência no pensamento político dos líderes que moldaram a maior potência global, os Estados Unidos da América. Os chamados “fundadores” da nação americana consideravam que a ciência era parte integrante da vida - incluindo da vida política. Historiadores nos contam que Thomas Jefferson era um estudioso do legado científico de Isaac Newton, Benjamin Franklin foi um cientista ilustre que se dedicou ao estudo da eletricidade, John Adams teve a melhor educação científica que o novo país oferecia e James Madison, o arquiteto-chefe da Constituição americana, salpicou seus famosos “Artigos Federalistas” com referências às ciências da vida, à física e à química.

Ao se tornar fonte de inspiração que ajudou a moldar a Constituição americana, a ciência ganhou visibilidade e status e certamente marcou a evolução do pensamento, das leis e das instituições que consolidaram aquele país como potência científica e tecnológica - o que ajudou a definir a forma, a evolução e a competitividade da sua pujante economia. Após a Segunda Guerra Mundial, as universidades americanas, estimuladas por financiamento governamental para pesquisa e ensino superior, se expandiram em tamanho, número e diversidade de alunos, produzindo não apenas profissionais bem treinados, mas também um arsenal de novos conhecimentos que deram origem ao mais poderoso ecossistema de inovação do planeta.

O sucesso da ciência americana ajudou também a inspirar o investimento global em inovação e a fortalecer a cooperação científica e tecnológica ao redor do globo. Suas universidades se tornaram referência em capacitação de alto nível, se abrindo para treinar cientistas de todas as partes, incluindo o Brasil. Milhares de pesquisadores da Embrapa, de institutos estaduais de pesquisa e de universidades brasileiras foram treinados nas melhores universidades americanas, onde adquiriram conhecimentos e construíram redes de cooperação que ajudaram o Brasil a superar a insegurança alimentar e a se tornar um grande exportador de alimentos em apenas quatro décadas.

O fato é que os líderes preparados e pragmáticos sabem que aqueles que geram novos conhecimentos e os transformam em inovações tecnológicas são os donos do futuro. O recém eleito presidente americano Joseph Biden tem repetido que sua administração será "construída sobre um alicerce de ciência". E países que almejam posição de destaque no mundo investem em políticas científicas e tecnológicas robustas e de longo prazo, ao mesmo tempo que fortalecem suas estratégias de cooperação. Este é o caso da China, que em poucos anos se tornou um dos maiores produtores globais de conhecimento científico. São países cujos líderes compreendem que a superação de adversidades, como mudanças climáticas, riscos sanitários, poluição e escassez de recursos só poderá se dar com pesados investimentos em ciência, tecnologia e cooperação.

Ainda assim, a última década foi notável por um aumento nas atividades anticientíficas, com destaque para o movimento contra a vacinação - uma das maiores conquistas da saúde pública no século 20. Esse é um dos tristes exemplos da desinformação que ganham força nas redes sociais, trazendo de volta riscos considerados já superados e comprometendo a credibilidade da ciência, em momento em que a sociedade se mostra cada vez mais dependente de conhecimento. É por isso que precisamos de dirigentes esclarecidos, atentos aos riscos da ignorância científica, capazes de compreender e comunicar que vivemos em uma sociedade absolutamente dependente do conhecimento. Impossível não perceber essa realidade, imersos que estamos em uma pandemia, que nos traz exemplos cristalinos do enorme poder da ciência e da cooperação para superação de adversidades.

Exemplo como o rápido sequenciamento do genoma do vírus Sars-CoV-2, na China, em janeiro de 2020, dias após o seu primeiro isolamento. Quando a cidade de Wuhan registrou a primeira morte devido à Covid-19 a sequência genômica do vírus foi rapidamente postada em um site de acesso aberto a cientistas em todo o mundo. As 28.000 letras do código genético do vírus permitiram que universidades e empresas farmacêuticas ao redor do globo projetassem, em poucos dias, diversos protótipos de vacinas, alguns testados com sucesso ao longo do ano. Responder a um novo vírus letal desconhecido com vacinas aprovadas em prazo tão exíguo foi um feito extraordinário que atestou de maneira inequívoca a essencialidade da ciência e da cooperação para o progresso e o bem estar da sociedade.

É por isso que, mais que em qualquer outro momento da sua história, o Brasil precisa cuidar com grande atenção da sua ciência. A falta de planejamento estratégico, de investimento e de formação de cientistas poderá nos colocar em situação de perigo ou nos arrastar para posições de menor importância no cenário mundial. É evidente a emergência de riscos de grande impacto – como as mudanças climáticas e as crises sanitárias, assim como é evidente a reconfiguração nas cadeias de valor globais, cada vez mais intensivas em conhecimento. Por isso o Brasil precisará elevar de forma substancial sua capacidade de resposta a crises, além de ampliar a criatividade e a produtividade da sua economia, o que só ocorrerá com formação de talentos, fortalecimento da capacidade de cooperação e grande investimento em políticas científicas e tecnológicas robustas e de longo prazo.

* o autor é engenheiro agrônomo, pesquisador da Embrapa.

 


segunda-feira, 25 de janeiro de 2021

“Terra perde gelo mais rapidamente hoje do que nos anos 1990, indica estudo.”

Richard Jakubaszko  
O UOL publicou hoje matéria sobre mudanças climáticas e aquecimento que foi escrita, com certeza, por um(a) foca (jornalista aprendiz) fora de foco.

A matéria tem por título “Terra perde gelo mais rapidamente hoje do que nos anos 1990, indica estudo.” E ilustra a reportagem com foto de pequenos blocos de gelo boiando à beira da praia, certamente foto de arquivo.

Cheia de atrozes ameaças, a reportagem é um libelo ambientalista e informa que "O derretimento do gelo terrestre - na Antártica, Groenlândia e geleiras de montanha - adicionou água suficiente ao oceano durante o período de três décadas para elevar o nível médio do mar global em 3,5 centímetros"... 

Êpa! O "mar global" elevou-se "em média" 3,5 centímetros? Grande novidade! Merecia o prêmio Pulitzer pelo furo jornalístico!

Mais adiante, sem citar fonte nenhuma, o(a) jornalista engajado(a) afirma que "Ao todo, estima-se que 28 trilhões de toneladas métricas de gelo derreteram do gelo marinho, mantos de gelo e geleiras do mundo desde meados da década de 1990. Anualmente, a taxa de derretimento é agora cerca de 57% mais rápida do que era há três décadas, relatam os cientistas".

Usando a linguagem panfletária dos biodesagradáveis pessimistas a matéria registra que "Usando dados de satélite de 1994-2017, medições do local e algumas simulações de computador, a equipe de cientistas britânicos calculou que o mundo estava perdendo uma média de 0,8 trilhão de toneladas métricas de gelo por ano na década de 1990, mas cerca de 1,2 trilhão de toneladas métricas anualmente nos últimos anos".

Ora, publiquei no livro "CO2 aquecimento e mudanças climáticas: estão nos enganando?", 2019, DBO Editores, 384 pgs., 2 edição, de minha autoria, e tendo a participação de vários cientistas, todos os desmentidos sobre essas barbaridades publicadas pela mídia engajada, que tem explícito vício no alarmismo em espalhar o pânico. Dediquei o livro para os jornalistas, especialmente os iniciantes, mas não adiantou nada, a nova geração dos jovens não acredita em nada que não seja um zap, e não lê mais livros, inclusive os jornalistas.

Quem desejar conhecer esses desmentidos terá de ler o livro, o que é bom como cultura geral e também entretenimento nesses tempos de pandemia e reclusão que vivemos. Escreva e-mail para co2clima@gmail.com que enviaremos informações sobre como depositar o valor de R$ 40,00 - incluso taxa de postagem, e você recebe o livro em casa, autografado pelo autor. Se desejar, pode comprar na Amazon, é um dos livros mais vendidos na categoria de livros técnicos / jurídicos / sobre questões ambientais, faz 18 meses, com média de 4,4 estrelas de avaliação por mais de 3 dezenas de leitores/clientes.

Entretanto, apesar das barbaridades publicadas pelo UOL, que sempre me irritam profundamente, a leitura da matéria me proporcionou a alegria de ler 12 comentários, sendo 10 deles absolutamente contrários ao alarmismo, acusando o UOL de fake news. Acesso hoje, 18h00.

Confira outras barbaridades publicadas pelo UOL em:
https://noticias.uol.com.br/meio-ambiente/ultimas-noticias/redacao/2021/01/25/terra-pede-gelo-mais-rapidamente-agora-do-que-nos-anos-1990-indica-estudo.htm

 

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domingo, 24 de janeiro de 2021

Livro: Climatologia Dinâmica: Conceitos, Técnicas e Aplicações

Richard Jakubaszko   

Intitulado Climatologia Dinâmica: Conceitos, Técnicas e Aplicações, a obra é uma reflexão sobre o estudo do clima nas últimas décadas no Brasil. Segundo Neves, que também foi um dos responsáveis pela produção, “o livro atende a uma lacuna dentro da climatologia brasileira ao trazer conceitos teóricos e algumas técnicas e aplicações das ferramentas”, afirma. Ainda segundo o professor, por se tratar de um material didático, a publicação pode ser utilizada na graduação em cursos que trabalham com a ciência climática.

O prefácio é do físico Luiz Carlos Baldicero Molion, coautor do livro "CO2 aquecimento e mudanças climáticas: estão nos enganando?", junto a este blogueiro e inúmeros outros cientistas.

Link do livro, em formato PDF, para download gratuito:
https://sites.usp.br/climatologia/wp-content/uploads/sites/267/2020/07/CLIMATOLOGIA-DIN%C3%82MICA_Conceitos-T%C3%A9cnicas-e-Aplica%C3%A7%C3%B5es.pdf