quarta-feira, 30 de março de 2022

Para Carta Capital, revista de esquerda e engajada na mentira

De Richard Jakubaszko
29/03/2022

Tomei conhecimento somente hoje da matéria da revista Carta Capital, de autor(a) anônimo(a) (https://www.cartacapital.com.br/sustentabilidade/youtube-ganha-dinheiro-e-desobedece-as-proprias-regras-com-negacionismo-climatico/ ), sobre o tema aquecimento global, em que sou citado algumas vezes e qualificado genericamente como negacionista. Peço, como jornalista e escritor, com a devida vênia, a resposta abaixo da matéria injuriosa e engajada, e dos equívocos nela apontados. Parece que nos novos tempos, o novo normal, nos revela e nos traz preconceitos radicais, só pela simples razão de que pensar diferente do outro é algo abjeto e odioso. Chegamos aos tempos de perguntar o que seria do amarelo se todos fossem vermelhos. Nada mais bolsonarista do que isso, que é aterrador para quem pensa. E sofre, por causa da perseguição e patrulhamento, até mesmo de uma revista de esquerda, como Carta Capital, que reproduziu matéria da Agência Pública. Se vocês têm certeza do aquecimento, por que não me ouviram, para tentar derrubar minhas ideias?

Sou cético, não um negacionista, pois acredito em Deus, acredito nas vacinas (todas elas), tenho comprovações científicas de que o planeta é um globo de terra quase esférico que orbita ao redor do sol, e de que os seres humanos nascem em dois gêneros, ou é feminino ou é masculino. O resto é mentira, seja ideológica ou não.

Sim, sou o autor, conforme cita Carta Capital, do livro “CO2 aquecimento e mudanças climáticas: estão nos enganando?”, que a partir de abril de 2022 entra em 3ª edição ampliada e atualizada, com 410 pg, onde tenho a companhia de diversos cientistas brasileiros e internacionais que são também céticos do aquecimento e de que este seja provocado pelo homo sapiens. Claro, mudanças climáticas sempre existiram, a mentira é só do aquecimento. Entre os brasileiros está Odo Primavesi, engenheiro agrônomo, ex-pesquisador da Embrapa, signatário do Relatório IV do IPCC de 2007, e que pediu para seu nome ser retirado como tal, pois não apenas o relatório final (mais de 4 mil pg) distorce fatos, assim como a sua sinopse (cerca de 40 pg). Da mesma forma, presente em meu livro, Richard Lindzen, meteorologista e professor emérito (isso não é pouca coisa) do MIT – Massachusetts Institute of Tecnology, que precisou entrar na Justiça americana para ter seu nome retirado dos chamados signatários do relatório do IPCC, daquilo que ficou conhecido como “a maior mentira do século XXI”, o famigerado aquecimento global.

Se o autor da matéria da Agência Pública, reproduzida na Carta Capital tivesse tido a curiosidade profissional de ler meu livro, ou de me ouvir, saberia do fato acima apontado. Saberia também que essa questão nada tem de ideológica, mas envolve interesses comerciais, políticos e, especialmente, objetivos geopolíticos. Porque o mundo quer roubar a nossa Amazônia.

O que os autores do livro buscam é um debate. Isso tem sido negado de várias formas. No livro mostro uma polêmica provocada pelo jornal O Estado de SP, na seção Estadão verifica, conteúdo que contestamos, mas o jornalão não teve a dignidade profissional de publicar minha carta, escrita junto ao professor Ricardo Felício. Este sim, um perseguido, e sabem por que não dá mais aulas na USP? Porque cortaram 90% do salário dele, corte feito pelo pessoal aquecimentista, e essas perseguições não acontecem somente no Brasil. Isso mostra a maioria dos cientistas absolutamente calada, com medo de represálias, e com receios de ter verbas cortadas para pesquisas que não sejam para confirmar o interesse de seus financiadores.

Simplesmente porque em ciência não há “consenso” como opina de forma unilateral e equivocadamente Carta Capital e a Agência Pública. Ciência é debate, ciência é evolução, é contraditório, é somatório de crescimento intelectual, científico e cultural. A questão do aquecimento é um milenarismo que poderíamos, no máximo, qualificar como hipótese, degrau inferior ao status da teoria, em se tratando de ciência. Vejam que a teoria da Relatividade (Einstein) ainda é uma teoria, bem como a da Evolução das Espécies (Darwin), e são tratadas como tal pelos cientistas, sobre elas não há consenso, nunca houve, mas a hipótese do aquecimento, que nem é teoria, atinge na revista Carta Capital, e em toda a mídia engajada, o status de lei, como a Lei de Newton sobre Gravidade. Por isso, e só por isso, a matéria de Carta Capital tem a autoria de um jornalista engajado, e que não disfarça essa parcialidade, fato que, em jornalismo, como sabemos, é vital para se obter credibilidade. Não apenas engajado, mas ignorante de várias questões da ciência. Sou jornalista há 55 anos, e dedicado estudioso do tema ambiental desde 2007.

Em meu livro, que demorei 4 anos escrevendo, solicito, com procuração de minha única neta: cadê as provas, ou melhor, que nos apresentem uma única prova científica de que esteja acontecendo o aquecimento. Basta de mentiras, chega de falsificações como as confessadas pelos cientistas da Universidade de East Anglia (Inglaterra), ou admitidas pela Austrália, que falsificaram dados primários de medição de temperatura para comprovar o falso aquecimento. Isso redundou no famoso e malfadado gráfico apelidado Taco de Hóquei, mostrado por Al Gore em suas Verdades inconvenientes (e mentirosas...). Consenso científico é mentira. Consenso é coisa de políticos mal-intencionados e de mafiosos. Como está em meu livro, o IPCC convidou cerca de 2.500 cientistas em todo o mundo, no início dos anos 2 mil, de todas as áreas do conhecimento humano, médicos, advogados, agrônomos, sociólogos, jornalistas, físicos, economistas, e lamentavelmente apenas 3% deles eram meteorologistas ou climatologistas. Esses “cientistas” estudaram os dados durante mais de 3 anos, contestaram as conclusões do IPCC. E hoje, cerca de 90% daqueles cientistas, pediram a retirada de seus nomes, por discordar das ações e do discurso do IPCC. A imprensa, engajada na questão ambiental, nada fala sobre isso. O ex-diretor geral do IPCC, Rajendra Pachauri, morto há alguns anos, foi processado em seu país, a Índia, como corrupto e também como estuprador, mas a mídia dava apenas notinhas a respeito, ignorando e menosprezando o fato de como uma pessoa com esse curriculum pudesse ter tido tão alto cargo.

Sim, o CO2 é o gás da vida. Sem ele não haveria vida no planeta, Trata-se de uma imbecilidade (imbecilidade é termo médico que indica um adulto que pensa igual a um garoto de 12 anos) humana contestar isso e afirmar a busca do zero carbono. CO2 não é poluente, ele é a base para a fotossíntese. 97% do carbono existente no planeta é emitido pela natureza (vulcões, algas marinhas) e apenas 3% pelas atividades humanas (automóveis, fábricas, queimadas, navios). Nada vai mudar, meus caros não cientistas da Carta Capital, se reduzirem a zero a atividade humana emissora de CO2. O Brasil e o mundo precisam de mais cientistas, e de menos jornalistas engajados, sejam eles de esquerda ou de direita.

Disponho-me a debater, a confrontar ideias, com quaisquer cientistas e com qualquer colega da Carta Capital, em debate aberto, sério, científico, para comprovar de N maneiras a grande mentira do século XXI, a do aquecimento, que só trará energia elétrica e aquecimento de ambientes gerada através da energia nuclear, a única que pode substituir a eletricidade eficiente e barata das hidrelétricas, pois a solar e a eólica ainda são ineficientes e muito caras. Estas são as patrocinadoras da grande mentira, apoiadas desde Ronald Reagan e Margareth Thatcher, ícones da extrema direita americana e europeia, conforme relato em meu livro, obra que tem 89% de 4 e 5 estrelas de aprovação entre os leitores e compradores da Amazon. Meu livro não é o 41º livro mais vendido, a posição é randômica e muda de hora em hora. Tivesse o repórter de Carta Capital voltado por lá algumas horas depois, o livro poderia estar em 1º ou 5º lugar como mais vendido.

Vocês não sabem, mas foi Thatcher, a dama de ferro, quem cometeu assassinato de reputação com o CO2 e com os carvoeiros do UK, pois todo pré-inverno entravam em greve por melhores salários, porque os donos das minas incentivavam a greve para subir os preços do carvão. Thatcher e Reagan iam para a marca do pênalti, mas ganhavam dinheiro das usinas nucleares para financiar suas campanhas políticas de reeleições.

Então, o que entende Carta Capital de esquerda ou de direita? Eu era um moleque da esquerda, há 50 anos, quando vi Cuba ser amaldiçoada por Kennedy e seus sucessores, e Fidel por falta de opção se aliou aos soviéticos, e estes chegaram a Cuba para instalar mísseis e foram rechaçados sob ameaça nuclear pelos americanos, nada diferente do que a Otan e EUA fazem hoje contra Putin e a Rússia, na guerra contra a Ucrânia, e estes que nem defendem o tal do comunismo, pois João Paulo II, que era da terra de meu pai, a Cracóvia, derrubou os muros da cortina de ferro com um simples sopro.

Como Carta Capital, que se considera de esquerda, explica que Al Gore, ex-vice-presidente americano, neoliberal, bilionário, acionista da AES americana, ex-dona da nossa Eletropaulo, seja do grupo dos ambientalistas? Ele dividiu o Nobel da Paz, com o IPCC, ganhou Oscar de melhor documentário, e ainda comprou uma nada desprezível mansão de US$ 7,5 milhões dólares à beira-mar em Malpacito, Califórnia. Ele, que anunciou a elevação de 7 metros no nível dos mares, não acredita nas mentiras dos biodesagradáveis.

Nem podia, faz mais de 40 anos que essa mentira roda por aí, de jornal em jornal, de revista em revista, de TV em TV. A direita acusa a esquerda de ser ambientalista, ecochata e biodesagradável. A esquerda acusa a direita de ser do agronegócio, quando foi a direita que plantou a fake news do ambientalismo através de James Lovelock, em 2006; Lovelock, hoje com mais de 100 anos, já se desmentiu, em 2015, pediu desculpas, mas ninguém, inclusive Carta Capital, noticiou isso. E o meio ambiente, que é defendido pela esquerda, no final das contas uma hipótese não científica e não comprovada, inventada pela direita para conquistar votos, poderes políticos e ganhar dinheiro. Vocês sabem por que estão brigando? Acho que os seres humanos deveriam abominar esses rótulos de esquerda e direita e procurar conhecer a verdade, ela não está no meio, não, ela está fora das imbecilidades e dos padrões moralistas de julgamento que ambos, esquerda e direita usam a seu próprio favor, num Fla-flu ou Gre-nal, de importância medíocre.

Desafio Carta Capital para que escale alguém com bom senso para ler meu livro e depois aplauda ou desminta o seu conteúdo. Isso é debate construtivo, positivo, o resto é politicalha esquerdopata ou direita neurotizada. Será que é isso que vai prevalecer no novo normal? Quanta mediocridade!

 

ET. Fui obrigado a responder e contestar neste espaço sobre a matéria da Carta Capital, pois em seu site não há espaço para comentários ou debates, muito menos para contestações. Os jornais Estadão e Folha de S.Paulo agem da mesma forma.

 

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terça-feira, 29 de março de 2022

Agora a Nasa vem: STF vai discutir a qualidade futura do ar no Brasil

Richard Jakubaszko  
Diante de uma ADI - Ação Direta de Inconstitucionalidade, a nossa suprema corte terá de julgar dia 30 de março próximo, amanhã, portanto, o futuro da qualidade do ar no Brasil. Aparentemente trata-se de uma ADI interposta pelo ISS - Instituto Saúde e Sustentabilidade, depois de uma provável querela conflituosa com o Conama - Conselho Nacional do Meio Ambiente, e que teve guarida em nosso Ministério Público que interpôs o assunto para decisão do STF. O ISS afirma que a OMS determina níveis de segurança de qualidade do ar não cumpridas pelo Brasil.

Ora, não custa e não ofende ninguém a gente perguntar: o que é que os doutos juízes entendem de qualidade do ar? Se até os cientistas mais juramentados da OMS, ISS e Conama possuem divergências sobre isso, como querem que os ministros, que são advogados, decidam sobre uma matéria tão técnica e ao mesmo tempo tão polêmica? Em minha opinião o STF nem deveria ter aceito a ADI. Entretanto, como é matéria constitucional, função primordial do STF, deve ser discutida pelos ministros.

Fiquei pensando com meus botões que deve haver algum interesse econômico muito forte, e/ou político, para se interpor uma ADI, uma questão importante, porém como guarda-chuva de um assunto absolutamente estranho ao STF, como a qualidade do ar.

Não precisa nem ser alfabetizado para reconhecer ou saber que a poluição do nosso ar anda horrorosa. Mas o que o STF vai fazer? Vai mandar o Conama trocar o nosso ar? Vai determinar que todo mundo ande de máscaras especiais acopladas a tanques de oxigênio? Pode ser que o STF mande a Petrobras refinar o óleo diesel com presença de enxofre a menos de 3%, o que seria louvável, mas saibam que existe lei determinando isso e que não é obedecida pela estatal, e fica tudo por isso mesmo. Ou esperam que o STF determine uso de filtros especiais nos escapamentos dos automóveis?

Para confirmar o refrão, o Brasil vai de mal a pior, e com esse assunto, não sei não, mas acho que dessa vez a Nasa vem e toma conta disso daqui.

 

segunda-feira, 28 de março de 2022

Oscar com tapa na bochecha

Richard Jakubaszko  
Quando dois brigam, nenhum deles tem razão, e ambos são culpados. Ou seja, deu barraco na festa, com ti-ti-ti pra ninguém botar defeito e olha que era festa black tie, cheia de grã-fino metido a besta. Entretanto, a polêmica permanece, pois os apoiadores de Will Smith aplaudem o tapa na cara que ele deu em Chris Rock, e afirmam que fariam a mesma coisa se estivessem no lugar de Will. De outro lado, que Chris demonstrou ser um panaca juramentado ninguém tem dúvidas, merecia ter levado a cacetada, o problema é que o ato em si é de fato altamente politicamente incorreto. 

Tá certo que Will poderia simplesmente ter levantado e ido embora. Mas perderia a festa, logo ele indicado e ganhador do troféu de melhor ator do ano, um dos quatro mais importantes da premiação do Oscar, junto com o de melhor filme, melhor diretor e melhor atriz. Ou Will poderia simplesmente ter dito em alto e bom som ao Chris Rock que ele era um péssimo apresentador, humorista horroroso e ser humano desprezível, e com isso acabaria com a carreira do deselegante, sem nenhum piedade e com o aplauso de toda a galera.

Como herança, fica a lição de que nunca se diga impropriedades como fez Chris com a alopécia de Jada Pinkett Smith, a mulher de Will, porque um tabefe bem dado na bochecha pode estar a caminho...

Evidentemente que estou com Will Smith, eu faria a mesma coisa, mesmo sendo um ato politicamente incorreto.

Definição de politicamente correto: "Pegar um pedacinho de merda pela parte mais limpinha da coisa".

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sexta-feira, 25 de março de 2022

Agrishow 2022 confirmada, será presencial

Richard Jakubaszko 
 
Confirmada hoje em coletiva de imprensa a realização da Agrishow 2022 a partir de 25 de abril, em Ribeirão Preto (SP). Será a 27ª mostra desde que se iniciou em 1994, mas que teve cancelados os eventos de 2020 e 2021 por causa da pandemia do coronavirus.

Vai ter chuva de novidades e tecnologias, com muitos lançamentos represados também por causa da pandemia nesses 2 anos. 

Um dos principais assuntos da feira será a incógnita do abastecimento de fertilizantes para a safra de inverno e da safra 21/22 por causa da guerra da Rússia e Ucrânia. Eduardo Daher, diretor executivo da Abag, chegou a sugerir aos produtores rurais que fizessem orações, além de cálculos, sobre as compras de fertilizantes. O produtor brasileiro, efetivamente, terá de ser bom nas duas coisas, nas orações e nas contas, porque os preços já andam estourando a boca do balão.

Francisco Matturro, presidente da Agrishow, e ainda diretor executivo da Secretaria de Agricultura e Abastecimento de São Paulo demonstrou enorme otimismo com a próxima Agrishow. Não foi comentado na coletiva de imprensa, mas ele deve ser confirmado como secretário da Agricultura de São Paulo a partir da próxima semana, substituindo Itamar Borges, que sai candidato nas eleições de 2022.

Os organizadores pediram aos interessados que entrem no site da feira - www.agrishow.com.br e comprem seus ingressos antecipadamente para evitar tumultos. 

Participei de todas as Agrishows anteriores, e esta poderá ser a primeira feira que deixarei de participar.

 

segunda-feira, 21 de março de 2022

Verão acabou ontem, estamos no Outono

Richard Jakubaszko  
O Equinócio aconteceu ontem, logo após o meio dia. O verão aqui no Sul e Sudeste do país terminou com frio anormal para esta época do ano, a ponto de esta primeira noite do Outono exigir uso de uma colcha, ou edredom/cobertor leve, que usei a partir de metade da noite, pois acordei com frio.

Ou seja, as ameaças do ambientalismo engajado, de que teremos eventos extremos cada vez mais frequentes, mostram-se avisos vazios. Tudo isso me incentiva a prosseguir na luta contra a grande mentira do século XXI sobre o aquecimento do planeta, provocado pelas mudanças climáticas, que seria supostamente causado pelo ser humano.

A partir desta semana entra em gráfica a 3ª edição do livro "CO2 aquecimento e mudanças climáticas: estão nos enganando?", com versão ampliada e atualizada. Um dos capítulos, assinado pelo físico e meteorologista Luiz Carlos Baldicero Molion, tem o título revelador de "Perspectivas de invernos rigorosos nos próximos 15 anos".

Outro capítulo do livro, autoria do jovem biólogo Jamil Soni Neto, mostra que não há espécies com perigo de extinção no planeta, conforme apregoam alarmistas ambientais. Há um capítulo novo de minha autoria que vai arrepiar os adeptos da energia nuclear, em que mostro a maior imbecilidade coletiva da humanidade com o que aconteceu em Chernobyl. E tem muito mais, além de um brilhante posfácio do ex-ministro da Agricultura Roberto Rodrigues, ex-professor, por isso mesmo um homem adepto de debates, que recomenda aos cientistas que discutam sobre a controvertida polêmica do aquecimento.

Quando sair o livro de gráfica avisarei todo mundo.

 

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terça-feira, 15 de março de 2022

Hoje, no dia do consumidor, o UOL mostra que vale a pena fazer picaretagem

Richard Jakubaszko  
Assinei o serviço "Estádio", do UOL, em abril ou maio do ano passado. Trata-se de transmissão pela internet de jogos de futebol do mundo inteiro. Paguei em suaves prestações de R$ 13,90 através do cartão de crédito, num contrato que venceria em dezembro. O que me chamou a atenção eram os jogos a serem transmitidos de meu time, o Internacional, cerca de 5 jogos do brasileirão 2021, apenas no primeiro semestre. A partir do início do segundo semestre, sem explicações, os jogos do meu time pararam. Imaginei que viriam mais adiante. Não ocorreu. Em final de setembro, por telefone e pela internet, por diversas vezes, tentei cancelar o serviço, mas não obtive sucesso, em nenhum dos canais aparece essa alternativa como opção. Deixei vencer o contrato, e paguei as mensalidades até dezembro.

Em dezembro apareceu uma cobrança no boleto do cartão de crédito, de R$ 180,00. Em contato com o banco não reconheci a cobrança e pedi cancelamento. Isso me gerou um problema paralelo, pois ao não reconhecer o débito o banco cancelou o cartão e emitiu outro cartão com outro número, pois poderia se tratar de uma clonagem, mas não foi isso que houve.

A partir de janeiro recebi telefonemas de cobrança, primeiro da UOL e depois de um escritório especializado de cobranças, e não adiantava dizer que nada devo, porque não renovei. Os telefonemas se tornaram mais "agressivos" e repetitivos, e embutem ameaças de envio do meu nome e CPF ao Serasa e protesto em cartório.

Semana passada dei queixa no Procon - SP, relatando a cobrança indevida, o assédio agressivo e ameaçador. Como foi denúncia virtual, via internet, estou acompanhando o seu desenrolar. Mas hoje recebi nova cobrança telefônica, de pendência em aberto. Liguei para um serviço do UOL, como cliente, digitando meu CPF. Nada, fiquei 45 minutos ouvindo uma gravação, sem ser atendido.

De uma coisa tenho certeza: jamais voltarei a comprar qualquer produto UOL, seja livros ou serviços de TV, pois a empresa não é séria, não respeita os direitos do consumidor, e ainda faz ameaças. Ando até torcendo para que o UOL envie meu nome ao Serasa, ou que faça o protesto da "dívida". Vão receber um processo por difamação moral, dos bons, e terão de me garantir uma suplementação financeira adicional em minha aposentadoria.

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sexta-feira, 11 de março de 2022

Aparece a 3ª via nas pesquisas

Richard Jakubaszko   
Desiderato da TV Globo e de todos os anti-petistas, e dos que desembarcaram da aventura bolsonariana, a terceira via mostra sua cara na nova pesquisa de intenção de votos para presidente em 2022, divulgada nesta quinta-feira:

HÁ UM EMPATE TÉCNICO ENTRE BOLSONARO E ÓLEO DIESEL
 

LULA  42%
BOLSONARO  27%
Óleo diesel  24,9%
Gasolina  18,8%
Gás de cozinha  16%
MORO  7%
CIRO  6,7%

 

 

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terça-feira, 8 de março de 2022

Feliz Dia da Mulher

Richard Jakubaszko  
Para todas as minhas amigas, colegas, conhecidas, desejo um Feliz Dia da Mulher. Lembro que argumentos exegetas em defesa de uma causa podem prejudicar o objetivo desejado do bem maior. Desideratos são sempre válidos, mas não sonhem utopias, são perigosas e desnecessárias. Portanto, Feliz Dia da Mulher, ressalvadas as questões colocadas.
  



 

segunda-feira, 7 de março de 2022

Ucrânia rejeita corredor humanitário

Richard Jakubaszko 
Essa é uma novidade em guerras contemporâneas, a da Ucrânia rejeitar a oferta russa de criar um corredor humanitário para que civis possam sair do front de guerra e até mesmo imigrar para um país vizinho. O presidente da Ucrânia era humorista antes de se eleger, a gente sabe disso, mas acho que anda com saudades da sua antiga profissão e tem falado muitas imbecilidades.
Enfim, em termos de guerra essa já superou todas as anteriores com as tais sanções e punições ocidentais propostas pelos EUA, especialmente na área econômica. Nessa guerra parece que o mais importante, para a Ucrânia e os EUA/ONU, é o índice de rejeição do ibope midiático divulgado pelas TVs. Até as guerras, sempre sangrentas e desumanas, e bestiais, as novas gerações conseguiram superar e chega-se ao estado máximo de hipocrisia do politicamente correto.

Obs. Definição de hipocrisia: "Pegar um pedacinho de merda pela parte mais limpinha da coisa".

segunda-feira, 28 de fevereiro de 2022

A estupidez russa e ucraniana

Daniel Strutenskey de Macedo

As causas dos conflitos entre Rússia não são étnicas, nem religiosas, pois ambos são russos e de maioria católica e ortodoxa. Não são de origem, pois a Rússia foi fundada por um príncipe viking chamado Russ no ano 900 dc em Kiev. Kiev significa cidade do rei, na época do rei Russ, por isto o nome Ruski dado ao povo desta região.

Então, quais são as causas?

Desde vários séculos anteriores houve disputas comerciais envolvendo o domínio de terras para cultivo, fontes minerais e a exploração dos mercados das cidades russas. Estas disputas envolviam elites das diferentes regiões da Rússia, conflitos e pequenas guerras. Quando o Kublai Khan, filho de Gengis Khan, invadiu a região de Moscou, conhecida como a Grande Rússia, os moscovitas fizeram uma aliança com os mongóis (também chamados de tártaros).

Na região ocidental da Rússia, da Pequena Rússia ou Ukraína, o Rei Danilo, que governava em Lviw (cidade dos Leões, região vizinha à Polônia) não aceitou o acordo proposto pelos mongóis, mas a seguir foi obrigado a aceitá-lo. A partir desta época, ano de 1.200, Moscou, que era ainda pequena, se fortaleceu econômica e militarmente e sua elite passou a dominar o comércio e a exploração das terras e dos mercados. Este domínio prejudicou os interesses das elites que dominavam a Pequena Rússia (a Ucrânia).

A Pequena Rússia ou Ucrânia foi invadida pela Lituânia, mas depois os lituanos deram o controle da região ucraniana para a Polônia. Outra elite, a polonesa, passou a disputar a produção e os mercados ucranianos. Na época a Ucrânia era o maior produtor de trigo, centeio e cevada do mundo. Os poloneses passaram a ser dominados pelo Império austríaco e outras duas elites, a austríaca e a alemã, passaram a explorar a Ucrânia. Vários conflitos e guerras aconteceram entre os ucranianos e os poloneses. Não aconteceram guerras contra os austríacos e alemães, pois os ucranianos se tornaram empregados das usinas de álcool e açúcar de beterraba que os alemães instalaram na Ucrânia. Muitos ucranianos, todos os anos, iam trabalhar nas minas de carvão e outras instalações alemãs semelhante ao que vemos hoje os nordestinos virem para o Sudeste trabalhar nas grandes fazendas. É claro que havia grandes proprietários ucranianos de trigo, centeio e cevada, mas eles dependiam da comercialização feita pelos austríacos e alemães. Como estes ucranianos do ocidente, divisa com a Polônia, estiveram separados de Kiev e de Moscou por vários séculos, a elite ucraniana criou outros laços comerciais e financeiros, tornaram-se aliados ocidentais. O povo ucraniano, todavia, continuou tendo que ir trabalhar nas mineradoras alemãs para ganhar algum dinheiro.

Na Segunda Grande Guerra, a Rússia ganhou a guerra e tomou esta região da Ucrânia de volta. A elite ucraniana ficou em situação ainda mais difícil, pois foi considerada traidora da pátria, já que tinham se aliado aos nazistas e facilitado a entrada dos alemães na Rússia através da Ucrânia. Boa parte do povo ucraniano foi obrigado a seguir os alemães e lutar contra os russos e por isto se tornaram também traidores, foram obrigados a fugir, a emigrar para a América. Os ricos ucranianos, a elite, já tinha depósitos nos bancos europeus e foram viver bem na Europa e de lá ficaram alimentando os que ficaram na Ucrânia a lutarem contra o domínio moscovita.

Parte dos ucranianos, no entanto, aderiram aos bolchevistas, e se tornaram pessoas importantes para os russos administrarem a Ucrânia e por isto Lenin fez da Ucrânia uma república. Ela nunca tinha sido um estado antes, mas apenas uma região da Rússia.

Na perestroika a União Soviética perdeu força e a Ucrânia tornou-se independente pela primeira vez na história. A elite ucraniana não comunista ganhou as eleições, pois o partido comunista não se interessou por elas. Os líderes comunistas acharam que por dominarem o comércio, as indústrias, as escolas e as repartições ganhariam facilmente.

Perderam! A elite ucraniana não comunista se aproveitou do momento e do poder para fazer várias mudanças no sentido de dominar de fato as repartições, o comércio, as indústrias e tudo mais. Mudou até a língua. Todos falavam russo, mas a partir daí foi estabelecido que passariam a falar o russo e o ucraniano. Língua ucraniana que tinha sido inventada por um poeta a partir dos sotaques e algumas palavras regionais, cuja diferença do russo é mínima.

Os comunistas reagiram nas eleições seguintes e devido ao poder comercial e econômico que tinham ganharam as novas eleições, mudando as regras que a elite não comunista tinha estabelecido. Além destas elites, havia e continua a haver a influência das elites europeias, pois durante o regime tzarista vários empresários europeus investiram na Rússia e a Guerra contra a Rússia, a Primeira, se deu porque o Tzar resolveu que devido os altos juros, ele tinha pagado tudo e mais um pouco e assim justificou que não iria mais honrar o que devia contratualmente.

A Ucrânia é hoje, como foi anteriormente, uma região onde os empresários estrangeiros podem investir e explorar. Daí o interesse deles hoje, neste momento, pela independência da Ucrânia. Se ela ficar com a Rússia eles não poderão explorá-la.

Não faz sentido os países europeus incentivarem a Ucrânia a lutar. Menos ainda enviar armas para ela, pois a Rússia responderá com maior força se houver maior resistência e isto destruirá as cidades. O que faz sentido é apoiar a Ucrânia a negociar para que ela consiga uma boa negociação e não fique totalmente refém da Rússia.

Quando a União Soviética colocou armas em Cuba a reação americana foi imediata e com a ameaça de guerra atômica. Agora os EUA colocam armas nos países vizinhos da Rússia e pretendem tornar a Ucrânia uma aliada militar. É óbvio que a Rússia reaja. Um dos motivos da reação russa é que os EUA e a Europa são comercial e financeiramente poderosos e se os russos não impedirem o ingresso dos capitais na Rússia ela será paulatinamente tomada pelos investidores como é o caso do Brasil. Nós brasileiros vendemos a Cica, vendemos a Bom Bril, vendemos as empresas que produziam pistões para motores, vendemos várias empresas de mineração, vendemos a Siderúrgica Nacional, vendemos as empresas de aviação, vendemos a Embraer, vendemos as empresas de produtos de limpeza e outras tantas. Agora pretendemos vender a Petrobras, a Eletrobras e outras. Já somos um país onde a maioria dos produtos com tecnologia são de propriedade de estrangeiros, até um simples hamburger paga royalties. Estamos voltando à época em que importávamos tudo e exportávamos café e açúcar. Agora estamos nos tornando um país exportador de soja, frutas e outras comodities agrícolas. A elite russa sabe que se deixar, a Rússia será, aos poucos, tomada pelos investidores estrangeiros, pois eles têm capitais, eles controlam a moeda mundial, o dólar. Controlam as bolsas de valores. Por isto, a posição dos países europeus não é pela liberdade e pela soberania da Ucrânia, mas, sim, pela conquista de uma nova fronteira a ser explorada.

A ONU faz maioria devido seu número de países filiados, mas se somarmos a Europa, as Américas e alguns países da África, todos juntos somam um terço da população mundial, cuja maioria é formada pela Federação Russa, China, Paquistão, Índia, Indonésia, Vietnã e outros países da Ásia. Atualmente, com o crescimento da China, o mundo asiático passa a ocupar uma posição que ameaça a hegemonia comercial dos EUA. O dólar é controlado por bancos particulares americanos. As bolsas, por empresários americanos. Esta situação desfavorece os preços e as condições de comercialização dos países asiáticos e é obvio que estes pretendem uma mudança, um novo contrato mundial para o comércio e as finanças.

A estupidez da Ucrânia é insistir em lutar com um inimigo muitas vezes maior que ela. A da Rússia é ter permitido que as elites comunistas que se tornaram capitalistas continuassem a explorar os ucranianos, pois se sabia que uma nova ordem teria que ser estabelecida.

Portanto, a guerra atual não diz respeito à Crimeia (que nunca foi ucraniana), nem às regiões separatistas, as quais são de maioria russa. A guerra atual é motivada pelas ambições das diferentes elites capitalistas, as russas, as da Ucrânia, as dos países europeus e dos EUA.

Os europeus nunca ajudaram a Ucrânia. Os ucranianos têm sido vítimas de preconceito nos países europeus, são contratados apenas para serviços de pouca qualificação e baixos salários, as mulheres bonitas e fragilizadas exploradas na prostituição. Nos EUA, onde vivi por algum tempo, a colônia ucraniana sempre foi sistematicamente explorada. Meus tios, que eram profissionais aqui no Brasil, conseguiram apenas serviços de limpeza de escritório durante a madrugada e serviços pesados e perigosos na indústria. Meus primos também não conseguiram progredir profissionalmente, permaneceram operários. Os que ficaram aqui se tornaram médicos, dentistas, advogados, engenheiros, comerciantes. Meus primos ucranianos que ficaram na Ucrânia durante o período soviético se tornaram engenheiros.

A ajuda europeia e americana é uma farsa! Imagine os EUA iniciar uma guerra conosco e os países amigos nos incentivarem a lutar. Seria um absurdo, pois seriamos derrotados. Quanto maior a nossa resistência, maior o ataque do inimigo e maior o nosso prejuízo. Países amigos nos ajudariam a negociar bem e não a arriscar a nossa destruição.

 

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domingo, 27 de fevereiro de 2022

As guerras mentem, por Eduardo Galeano

Richard Jakubaszko  
Vivemos neste momento uma abominável guerra de conquistas de espaços geopolíticos, tanto por parte da Rússia, ao invadir a Ucrânia, como por parte da OTAN - Organização do Tratado do Atlântico Norte, comandada pelos EUA. Já estamos no século XXI e guerras desse tipo já deveriam ter sido compactuadas de que não seriam aceitas pela ONU. Mas não, o jogo político e a farsa continuam, a hipocrisia prevalece, com amplo apoio da mídia internacional. A falta de lideranças reais no mundo contemporâneo acentua esse vazio, prevalecendo as fake news.

Ora, a OTAN foi criada nos anos 1940, ao final da II Grande Guerra, pelos países europeus, mas com a liderança dos EUA, para conter o avanço da então União Soviética, que era liderada pela Rússia comunista e com os países da chamada cortina de ferro, no Leste europeu, como Polônia, Ucrânia, Hungria, Geórgia, Checoslováquia, Croácia, Afeganistão, Iugoslávia, e muitos outros. Em 
1989 o papa polonês João Paulo II, apoiado pelo mundo ocidental, entenda-se os EUA e Europa, negociou o fim da União Soviética e do socialismo na região. A grande maioria dos países citados, a partir de então, optou por ser democracia, com eleições regulares, a começar pela própria Rússia. Esses fatos, com o passar do tempo, justificariam a eliminação da OTAN, mas esta já tinha "nova direção" e começava a conquistar aliados entre os antigos países da União Soviética, o que provocou enormes conflitos entre a Rússia e a OTAN, sendo que a Ucrânia é a última novidade. Contrariedades postas e discutidas, ninguém deu passo para trás e a guerra começou.
 
As imbecilidades estão postas, especialmente a guerra, do ponto de vista humano de Eduardo Galeano, que afirma que as guerras mentem.
 

sábado, 26 de fevereiro de 2022

Bolsonaro edita sanções contra Putin e a Rússia

Richard Jakubaszko    
Por mais incrível que possa parecer, apesar da amizade de Bolsonaro com Putin, o presidente brasileiro optou por impor sanções a Putin e contra a Rússia comunista depois que a Ucrânia foi atacada, deixando claro que a presença de Bolsonaro em Moscou semanas atrás foi apenas uma coincidência e não provocou qualquer desistência de Putin em relação ao que discutira com Bolsonaro, matérias de insignificâncias da pauta de exportações dos russos. 

As sanções de Bolsonaro foram:



 

 

 

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terça-feira, 22 de fevereiro de 2022

Você sabe o que é Ataxia?

Richard Jakubaszko  
Uma doença rara que não se sabe quais as causas, e ainda não tem cura, a Ataxia é um processo degenerativo que acaba por levar à morte de forma precoce a maioria de seus portadores. Tenho um amigo, o engenheiro agrônomo Odo Primavesi, que reside em São Carlos(SP), que aposentou-se antes do previsto na Embrapa, junto com sua esposa, Ana, para tratar da filha Camila, que apresentou sintomas iniciais de uma doença degenerativa. Demoraram a descobrir o nome do problema, a Ataxia, que apareceu quando Camila era mais jovem. Correram médicos e especialistas durante muitos anos, no Brasil e mundo afora, em busca de respostas. Mais recentemente chegaram ao conhecimento do que se passava.

No vídeo o relato de um processo de um jovem americano que tem Ataxia de Friedreich e briga pela divulgação do problema e em busca de recursos que incentivem a cura da doença. A luta é feita com criatividade, e muita dignidade humana. O vídeo abaixo é um documentário sobre a equipe FARA, que pedalou 3.005 milhas (+- 5.000 quilômetros de bicicleta na maior corrida das Américas / Estados Unidos) para ajudar a aumentar a conscientização sobre a Ataxia e encontrar tratamentos

O vídeo tem legendas em português, traduzidas por Camila Primavesi.


segunda-feira, 21 de fevereiro de 2022

As aventuras de Bolsonaro

Márcio Coimbra


Bolsonaro orienta sua política externa pela mesma visão primária que aplica na política nacional. Os resultados são erros, desacertos e isolamento. O episódio mais recente está na inoportuna viagem à Rússia em meio a uma crise internacional. Não será o último. De lá, a comitiva segue para Budapeste, epicentro de um populismo autoritário que aos poucos perde força, mas ainda encontra eco em alguns lugares do mundo.

O oportunismo eleitoral fala mais forte do que as oportunidades de negócios entre as duas nações. O objetivo desta viagem está mais dentro do Brasil do que fora. Bolsonaro busca registros de reconhecimento internacional para sua tentativa de reeleição e também para mobilizar sua tropa populista no rumo de assegurar uma vaga no segundo turno presidencial. Um movimento que diminui o tamanho da presidência do país.

Mais do que isso, a presença de Bolsonaro na Rússia neste momento torna a situação do Brasil ainda mais delicada na esfera internacional. Moscou busca tutelar seu antigo satélite da época soviética, a Ucrânia, que deseja integrar a OTAN e a União Europeia. O Brasil, entretanto, é um aliado preferencial extra-OTAN dos Estados Unidos e estamos em fase de ratificação do acordo Mercosul-União Europeia. Adentrar neste imbróglio diplomático pode fazer nosso país perder de todos os lados.

É preciso pensar de forma estratégica. O Brasil acaba de dar mais um passo na direção da OCDE e uma aproximação com a Rússia somente deixa nosso país mais longe de alcançar este objetivo. A opinião vem do próprio governo. Segundo Guedes, “a agenda (na Rússia) é uma fria e um gol contra o projeto do Planalto de entrar na OCDE”. Como vemos, além de inoportuna, a visita é também indesejada por parte do governo.

Na verdade, esta viagem é mais um capítulo do modo Bolsonaro de governar. Orienta-se pela base radical, despreza os interesses do Brasil e pensa, acima de tudo e de todos, em seu projeto de reeleição. Talvez esteja vivendo seu derradeiro passeio internacional antes de entregar a presidência ao sucessor, um giro por nações classificadas por ele de conservadoras, mas que na verdade são apenas versões mais bem acabadas de uma nova vertente de um populismo autocrático que ele admira.

Do ponto de vista comercial, os resultados devem ser pífios. Sem um plano estruturado e de longo prazo e sem escritórios comerciais que forneçam apoio aos empreendedores brasileiros, qualquer movimento ficará perdido no tempo. No período que dirigi a Apex, desenhamos uma ousada estratégia de presença na Ásia Central e no Leste Europeu. Mais uma iniciativa que deve estar perdida entre outros planos e novas gestões. Fato é, se não pensarmos em longo prazo, não serão viagens presidenciais que funcionarão para solucionar nossos problemas.

Estamos diante de uma viagem que nada mais é do que um capítulo antecipado de um processo eleitoral que já começou. Uma jornada que pode trazer muitos problemas em outras frentes onde precisamos avançar. Infelizmente Bolsonaro deixa o país a reboque de suas aventuras, enquanto precisamos de forma urgente resgatar nossa economia. Uma viagem inadequada, inoportuna e indesejada que passa longe de nossas prioridades, necessidades e realidade como nação.

* o autor é Presidente da Fundação da Liberdade Econômica, cientista Político e mestre em Ação Política pela Universidad Rey Juan Carlos (2007). Ex-Diretor da Apex-Brasil e do Senado Federal

 

 

 

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sexta-feira, 18 de fevereiro de 2022

Bolsonaros optam pelo comunismo

Richard Jakubaszko 
No início os Bolsonaros achavam que a Rússia era comunista, talvez pelo passado da União Soviética, ou porque a bandeira deles era vermelha, apesar de ser hoje branca, azul e vermelha. Como descobriram que o Putin nada tem de esquerda, aderiram ao comunismo marxista...