sábado, 30 de abril de 2022

Agrishow e o novo normal

Richard Jakubaszko 
Depois de 2 anos sem ser realizada, a maior feira do agronegócio voltou a despontar. Os encontros e reencontros dos amigos, parceiros e conhecidos de longa data, e não foram poucos, mostraram-se emocionantes. Muita gente, depois dessa pandemia (que ainda não acabou...), retornou ao nosso convívio gregário com algo a mais, mais amigo, mais gente, como um ser humano mais lapidado e mais fraterno. São pessoas que deixam a vida da gente mais leve.

Outros retornaram mais hipócritas e imbecis, mais ambiciosos e mais vaidosos do que nunca, exacerbando as diferenças. A beleza e o encantamento do convívio humano, para aqueles que a sentem, foi inesquecível. Aos que já eram pessoas avinagradas a pandemia parece ter acelerado esse processo. Alguns lances e episódios mostro aqui nesse rápido descritivo, evitando ao máximo revelar os autores, porém denunciando alguns feitos episódicos que comprovam a natureza humana de ser também um predador de sua própria espécie.

De uma forma geral a Agrishow foi a mesma de sempre. Tudo é superlativo nessa feira, palco de exibição de muita tecnologia para a agricultura.

Excetuando os grandes expositores, as empresas maiores fabricantes de tratores, porque difícil a gente falar com os diretores responsáveis, todos os amigos que contatei reclamaram das condições impostas pela Agrishow aos expositores e aos visitantes. Condições que são melhores em outras feiras, mais bem estruturadas, como o Show Coopavel ou a Cotrijal.

Ora, na Agrishow tem muita gente, mais de 35 mil pessoas por dia, que é um público de clássico de futebol, e isso traz encrenca de tudo o que é jeito, a começar pelo acesso por automóvel, seja no início do dia, desde antes das 8 da manhã ou no fim do dia depois das 18 horas. Entrar ou sair da feira é um enorme pesadelo. Os que deveriam ajudar o fluxo do tráfego parecem receber ordens para complicar ainda mais o visitante da feira, seja expositor ou visitante. Houve muitos casos de gente que ficou mais de 3 horas em filas de carros à procura de uma vaga para estacionar. Debaixo de um sol escaldante... Para sair do parque, eu mesmo, depois de um dia cansativo, por volta de 19:00 horas, demorei mais de duas horas para ter a sorte de entrar na rodovia, num trânsito que na feira era afunilado, parece que propositalmente. Na segunda, em dia de visita do presidente Bolsonaro, o caos foi perfeito, provocado pela segurança. Cheguei de São Paulo na feira menos de 9h00, mas só consegui entrar no parque 11h40. Bolsonaro entrou a cavalo na feira, e provocou tumultos de toda ordem, evidentemente, porque pensa de forma urbana, e acredita que aquilo lá é um imenso rodeio de peões.

A queixa acima foi observada e vi relatos mil comprovando que os administradores da Agrishow (a Informa) não estavam num bom ano, ou, o mais provável, contrataram gente com pouca prática pra gerenciar um evento daquela magnitude. Se a gente diagnostica mal um problema, qualquer solução será paliativa e pode até piorar o problema.

O trânsito a pé na feira é perverso, pois apenas a avenida central é asfaltada, e a praça central é coberta com blocos de concreto, cerca de uns 500 m2, as demais ruas (95% da feira) são de terra com brita. A caminhada na brita é penosa, cansativa, até mesmo perigosa. Destruí, este ano, literalmente, um par de sapatos e uma botina, ambos ainda de pouco uso, por conta do piso. A poeira chega a ficar sem importância no final do dia, ou mesmo o calor e a baixa umidade da atmosfera, típicos da época em Ribeirão Preto. A brita esgota os visitantes.

Outra reclamação, bastante antiga, foram os banheiros, sempre cheios, e cujas equipes de limpeza parecem ser incapazes de manter os locais sempre limpos. É muita gente, isso é verdade, mas a administração parece ignorar as reclamações dos expositores quanto a isso. E pior, o incompetente ou pouca prática que estava mandando este ano, mandava fechar os banheiros a partir de 19h00, provocando um fenômeno de descartes de urina a céu aberto na Agrishow, de gente que ficava nos estandes tomando uma cervejinha e conversando, esperando o trânsito amainar e quando queria ir ao banheiro não tinha nada aberto. Na emergência os apertados faziam xixi em qualquer grama por perto, deixando por conta do sol quente do dia seguinte ferver os líquidos indevidos e disseminando esses odores aos nossos narizes. 

Queixas contra os organizadores da Agrishow sempre existiram. Que era uma feira muito mais cara que as outras, que os hotéis e restaurantes exploravam com preços até 10 ou 20 vezes maiores, além da arrogância típica daqueles que possuem o monopólio de algum mercado ou segmento. Críticas de que os expositores não podiam, por exemplo, usar um guindaste próprio dentro do espaço da feira, porque devem usar - e pagar - por um guindaste de alguém de dentro da feira, e um serviço desses de R$ 200,00 reais ou 300,00 num mercado normal, dentro da feira saia sempre por R$ 2.000,00 ou mais, deixando raiva e indignação em quem era obrigado a pagar por isso. Muitas outras queixas sempre existiram pelo excesso de burocracia, altíssimo volume de normas - só se pode entrar na feira, no período de montagem, equipado com botas, capacete e óculos especiais -, e que este ano incentivou aos "fiscais" da feira a ameaçarem e cobrarem multas de alguns expositores que "transgrediam" essas normas e regras. Há queixas mais graves, de que alguns funcionários causavam dificuldades propositalmente, durante o período de montagem da feira, para depois aparecer com uma solução, um dia depois, desde que o expositor pagasse 2, ou 5 mil, conforme o caso. Os relatos de alguns expositores indicavam cobranças até maiores de 8, 10 mil reais, ou mais. A coisa, ou exploração, como queira o leitor, tinha até nota fiscal para oficializar o achaque, em forma de prestação de serviços. Como é prática, ao que parece generalizada, pode ser que algumas empresas expositoras tenham essas notas fiscais para mostrar à empresa organizadora a pilantragem que andam fazendo.

A maior queixa, entretanto, foi generalizada, e concentrou-se no wi-fi, porque só aqueles que pagaram muito caro tinham internet na feira. Como cliente fui reclamar no estande da Vivo, também uma das expositoras da feira, e eles também reclamaram que o wi-fi deles era insuficiente para as necessidades deles. Compraram mais de 500 megabytes por segundo e recebiam menos de 30, ou nem isso em alguns momentos.

A questão do sinal fraco, apontavam todos os analistas, seria para uma decisão administrativa equivocada dos organizadores da feira, que optaram por conceder exclusividade de mercado dentro da feira a um único provedor. Este cobrava o que queria, e conforma a cara do freguês. Tive relatos de gente que estava pagando 32 mil, mas a pedida original tinha sido de 55 mil reais, por apenas 5 dias de uso; típico caso de exploração de um fornecedor exclusivo. Ou seja, se alguém descobre um grupo de 200 pessoas com sede no meio de um deserto, o copinho de água mineral geladinha pode custar uns 5 mil reais, quem sabe 20 mil se o cliente tiver cara de rico. Com certeza alguns seres humanos são predadores de outros, e na Agrishow 2022 isso não foi diferente na questão da internet.

Foram generalizadas as queixas, e críticas. Teve empresa expositora de pequeno porte que sujeitou-se a pagar 5 mil reais pelos 5 dias para ter internet para uso exclusivo de 5 pessoas, diretores e gerentes. Dá para entender que a região é de baixa demanda (é área rural) de uso de internet nos demais 360 dias do ano, o que não incentiva nenhuma empresa a investir lá apenas para o período da Agrishow, o que torna a encrenca mais difícil de resolver. Isso deve piorar com a chegada da internet 5G, porque as antenas do 5G possuem envio de sinal com menor distância do que a do 4G. Me parece, entretanto, que conceder o privilégio de exclusividade a apenas um fornecedor incentiva a prática da exploração. O que se observou na prática é que alguns expositores mais espertos conseguiram pagar "preços até que razoáveis" de 10 ou 12 mil reais por 5 dias, enquanto que outros pagaram o dobro ou o triplo disso, mas o provedor não conseguiu entregar a todos o que tinha vendido. Com isso, ninguém tinha internet, e, sem celular, a alegria da vida, dos encontros e negócios fechados, chegou a entrar em colapso em alguns momentos. Conforme a Vivo, mediram picos de 1.200 acessos por segundo, e o sistema - parece que ainda provisório, depois de 27 anos - tem capacidade máxima para um pico de 200 / 300 acessos.

Venderam a mãe, bem caro, e não entregaram, o que provocou mais irritação ainda dos expositores, que se sentiram explorados. Conversei em público - mais de 5 pessoas ao redor - com um dos altos dirigentes da feira. Apresentei as queixas de forma resumida, especialmente a de custos, internet, e ele me disse que só via um grupo de pequenos / médios empresários descontentes e críticos, e que as empresas de tratores e outras grandes até concordavam que alguns preços estavam caros, mas não iriam abandonar o barco por causa disso, porque entendiam as dificuldade do gigantismo e das distâncias da feira. Afora isso, me informou ele que há uma fila de 200 empresários esperando para entrar na Agrishow. Fechou a conversa esclarecendo que os incomodados é que se mudam. Não contestei publicamente meu interlocutor, até porque é um amigo, mas acho que mentiram para ele, a Agrishow 2022 tinha alguns espaços nobres vazios na feira, um deles até mesmo na avenida principal, e mais ainda, alguns amplos espaços nas avenidas G e H. A não ser que esses 200 ansiosos expositores candidatos queiram espaços ainda melhores.

Fiquei pensando com os meus botões que essa é a resposta de quem não quer resolver os problemas. Argumenta que o problema não existe. Minimiza, sem nenhuma empatia, o problema dos outros. É um sintoma também do "novo normal". no pós pandemia. O processo de liderança, no caso de omissão, permite as distorções e barbaridades que acontecem na feira, tornando a questão muito desagradável.

 

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sexta-feira, 22 de abril de 2022

A 3ª edição do livro “CO2 aquecimento e mudanças climáticas: estão nos enganando?” segue mudando opiniões.

Richard Jakubaszko

Com 410 páginas o livro continua a provocar debates sobre a maior mentira do século XXI, o propalado aquecimento que nos ameaçam pelas mudanças climáticas. Os seguidores do IPCC – Intergovernmental Panel Climatic Changes agora nos informam da urgência de zerar as emissões de CO2 para permitir uma elevação de no máximo 1,5ºC na média do aquecimento sob pena de o planeta derreter.

Ora, quantas mentiras estão embutidas nas afirmações acima, repetidas por quase todos os repórteres quando fazem qualquer reportagem sobre os problemas causados pela mais recente chuva tropical? Um desabamento de terras em morro com mau uso do solo, ou um alagamento de água em áreas de baixadas provoca escandalosas manchetes, anunciando o início do fim do mundo.

São as seguintes:
1 – aumento de 1,5ºC ou 2ºC na temperatura média não significam nada, pois temperatura média não provoca nenhum problema. Nesta época do ano a temperatura de São Paulo, capital, amanhece com 19ºC e chega no período da tarde a mais de 30ºC, com diferença de 10ºC e nada acontece quando à noite cai para 20ºC.

2 – o CO2 é o gás da vida, pois é o principal elemento da nossa atmosfera que provoca a fotossíntese quando as plantas ficam expostas ao Sol. O CO2 não é poluente, quem polui é o dióxido de Carbono emitido pelos automóveis e fábricas, ou as queimadas.

3 – É uma utopia a pretensão de zerar a emissão de CO2, porque as atividades humanas provocam a emissão de apenas 3% do CO2 existente na atmosfera, e os 97% “restantes” são emissões da própria natureza, como as florestas tropicais, vulcões, e, especialmente, pelas algas marinhas existentes nos mares. Lembro que estes representam 71% da superfície do planeta.

4 – o CO2 não controla o clima, e sem ele a humanidade desapareceria. O CO2 é parte do CHONSP, a fórmula “secreta” da vida (representada na sigla pelas letras iniciais de Carbono, Hidrogênio, Oxigênio, Nitrogênio, S de Enxofre e P de Fósforo), que, somados ao Sol, representam o suporte para a vida no planeta. A inexistência de qualquer um desses elementos, mais o Sol, significaria o fim imediato da vida no planeta, na forma como a conhecemos. O CO2 está presente na nossa atmosfera com meros 0,038%, ou 380 ppm – partes por milhão - e um percentual com essa magnitude não altera o todo.

5 – O CO2 é um ridículo e insignificante gás de efeito estufa (GEE), com 10% de importância no aquecimento do ar de uma estufa, pois a água é a grande responsável, com mais de 60% de relevância como causa do aquecimento. Atente-se que GEE é fator relevante dentro de uma estufa, e não é um efeito possível de ser registrado na atmosfera aberta e livre em que vivemos, pois não existem janelas, muros ou paredes para limitar a circulação dos elementos atmosféricos. Há apenas a troca de energia na atmosfera, de calor e frio, fatores que provocam ventos e outras consequências na atmosfera, pois o clima é, por natureza, caótico e incontrolável, apesar de previsível com até uma semana de antecedência. Prever o clima com antecedência de 50 ou 80 anos é piada de mau gosto, sem nenhuma base científica, temperada com interesses econômicos, políticos e geopolíticos.

6 – Outra questão é a impossibilidade física de se aplicar o GEE na atmosfera livre e sem fronteiras em comparação com a atmosfera de uma estufa, limitada pelas paredes fechadas, por plástico ou vidro, que aprisionam o ar interno, aquecido pelo Sol. Daí que houve a necessidade de os agentes e seguidores do IPCC criarem a ameaça das “mudanças climáticas”, pois esta traria o suposto aquecimento. Parece lógico, mas é uma falsa afirmação científica, porque mudanças climáticas acontecem, mas levam décadas ou séculos para serem registradas. E até mesmo para serem reconhecidas. Prova é que nos anos 1970 e 1980 afirmava-se que o planeta estava esfriando, e entre outras coisas provocaram as geadas no Brasil, no Sul e Sudeste, que erradicaram o plantio de café no Paraná e parte de São Paulo. Essas ameaças foram registradas em várias capas da revista Time, num período de 10 anos.
  

7 – ler o livro “CO2 aquecimento e mudanças climáticas: estão nos enganando?”, confirmará as questões acima, que são inquestionáveis na ciência, e permitirá a existência de debates, hoje inexistentes.

8 - para comprar o livro envie e-mail para co2clima@gmail.com que informaremos como fazer o pagamento de R$ 50,00 (inclusas as taxas postais) e pedimos dados de endereçamento: você receberá o livro em casa, autografado pelo autor.

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quinta-feira, 21 de abril de 2022

Os 4 cavaleiros do Apocalipse

Richard Jakubaszko 
Qualquer coisa que se diga é desnecessária. Quem sabe possamos imaginar os cavaleiros do Apocalipse tropical brasileiro como o imbecil que nos governa, e seus zero quatro filhos como comunistas. Ainda bem que teremos eleições neste ano, pois nem o STF nos poderia salvar dessas pragas do fim dos tempos, como acabou de fazer com o merdinha do já ex-deputado federal Daniel Silveira...

ET: menos de 24 horas após o STF condenar o deputado em questão, o presidente (?) Bolsonaro usa as prerrogativas do cargo para afrontar o STF e concede a graça de perdão ao deputado condenado. Tenho a impressão de que isso pode dar em uma enorme merda. O indulto do presidente é uma cusparada na cara de 10 dos ministros que condenaram e na Justiça. A Justiça, especialmente a suprema corte no Brasil, não tem o respeito do Executivo.

 



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quarta-feira, 13 de abril de 2022

O aumento da miséria nos últimos anos

Richard Jakubaszko 
As nossas calçadas no Brasil, quando comparadas com as calçadas da maioria das grande cidades do mundo não são nada boas, quem já viajou sabe muito bem.

No Brasil de hoje em dia, no Brasil de Bolsonaro (e Temer), é um ato de terrorismo caminharmos por nossas calçadas. Para nós e, especialmente, aos seres humanos jogados como lixo nessas áreas. Concordo que as tecnologias estão desempregando muita gente, mas as políticas públicas erráticas ainda desempregam muito mais, colocando nas ruas ainda mais gente, famílias inteiras, que se desagregam, pela fome, pela bebida, pelas drogas, pela insensibilidade dos governos. Há muitas grandes cidades mundo afora com essa mesma problemática, mas no Brasil somos campeões insuperáveis.

Se a tela de vídeo que aparece aí embaixo estiver mal enquadrada, aparecendo apenas parte da tela, a responsabilidade é da incompetência do Youtube, que não me permite editar o tamanho da tela a ser mostrada em meu blog. O problema é que o desemprego tecnológico não se dá pela incompetência dessa gente, mas só atinge os mais pobres, sempre mais despreparados. O que foi feito do velho embed?

segunda-feira, 11 de abril de 2022

Exército brasileiro tá cheio de impotentes! E o que é que nós temos com isso?

Richard Jakubaszko 
Quando li essa notícia hoje, estampada em notinhas dos principais jornais do país, cheguei a dar gargalhadas: Ministério da Defesa divulgou a compra de 35 mil comprimidos de Viagra, isso mesmo, a tal da pílula azulzinha para uso dos militares.

Ora, se os militares estão tendo que usar tal incentivo farmacêutico, é porque houve recomendação médica, em decorrência de estarem impotentes, porque esse remédio, ao que me consta, só serve para quem está com sinais de impotência. Pois um deputado federal pediu explicações ao Ministério da Defesa, e a resposta foi de que será para tratar de "hipertensão arterial pulmonar", sem explicar qual o efeito colateral desejado do uso.

Sei não, essas explicações aí não me convencem, acho que os militares estão mesmo é estressados com tantos colegas atuando no governo federal e só fazendo bobagem, jogando pra baixo a boa imagem das Forças Armadas. Diante dessas alegorias em ano eleitoral, melhor prevenir, né não?

ET. Hoje, 12 de abril, leio nas redes sociais e nos sites de notícias dos jornais que o Ministério da Defesa autorizou a compra de 5 mil e poucas próteses penianas, o que, convenhamos, pode ser pouco para o tanto de gente que as nossas Forças Armadas aglutinam, mas é revelador de que nem usando Viagra a situação deve melhorar.

 

 

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domingo, 10 de abril de 2022

São as entranhas brasileiras

Janio de Freitas
na Folha SPaulo

Nenhum presidente legítimo, desde o fim da ditadura de Getúlio em 1945 — e passando sem respirar sobre a ditadura militar — deu tantos motivos para ser investigado com rigor, exonerado por impeachment e processado, nem contou com tamanha proteção e tolerância a seus indícios criminais, quanto Jair Bolsonaro. Também na história entre o nascer da República e o da era getulista inexiste algo semelhante à atualidade. Não há polícia, não há Judiciário, não há Congresso, não há Ministério Público, não há lei que submeta Bolsonaro ao devido.

As demonstrações não cessam. Dão a medida da degradação que as instituições, o sistema operativo do país e a sociedade em geral, sem jamais terem chegado a padrões aceitáveis, sofrem nos últimos anos. E aceitam, apesar de muitos momentos dessa queda serem vergonhosos para tudo e todos no país.

Nessa devastação, Bolsonaro infiltrou dois guarda-costas no Supremo Tribunal Federal. Um deles, André Mendonça, que se passa por cristão, na pressa de sua tarefa não respeita nem a vida. Ainda ao início do julgamento, no STF, do pacotaço relativo aos indígenas, Mendonça já iniciou seu empenho em salvá-lo da necessária derrubada.

São projetos destinados a trazer a etapa definitiva ao histórico extermínio dos indígenas. O pedido de vista com que Mendonça interrompeu o julgamento inicial, “para estudar melhor” a questão, é a primeira parte da técnica que impede a decisão do tribunal. Como o STF deixou de exigir prazo para os seus alegados estudiosos, daí resultando paralisações de dezenas de anos, isso tem significado especial no caso anti-indígena: o governo argumentará, para as situações de exploração criminosa de terras indígenas, que a questão está subjudice. E milicianos do garimpo, desmatadores, contrabandistas e fazendeiros invasores continuarão a exterminar os povos originários desta terra.

Muito pouco se fala desse julgamento. Tanto faz, no país sem vitalidade e sem moral para defender-se, exangue e comatoso. Em outro exemplo de indecência vergonhosa, nada aconteceu à Advocacia-Geral da União por sua defesa a uma das mais comprometedoras omissões de Bolsonaro. Aquela em que, avisado por um deputado federal e um servidor público de canalhices financeiras com vacinas no Ministério da Saúde, nem ao menos avisou a polícia. “Denunciar atos ilegais à Polícia Federal não faz parte dos deveres do presidente da República”, é a defesa.

A folha corrida da AGU é imprópria para leitura. Mas, com toda certeza, não contém algo mais descarado e idiota do que a defesa da preservação criminosa de Bolsonaro a saqueadores dos cofres públicos. Era provável que a denúncia nada produzisse, sendo o bando integrado pela máfia de pastores, ex-PMs da milícia e outros marginais, todos do bolsonarismo. Nem por isso o descaso geral com esse assunto se justifica. Como também fora esquecido, não à toa, o fuzilamento de Adriano da Nóbrega, o capitão miliciano ligado a Bolsonaro e família, a Fabrício Queiroz, às “rachadinhas” e funcionários fantasmas de Flávio, de Carlos e do próprio Bolsonaro. E ligado a informações, inclusive, sobre a morte de Marielle Franco.

Silêncio até que o repórter Italo Nogueira trouxesse agora, na Folha, duas revelações: a irmã de Adriano disse, em telefonema gravado, que ele soube de uma conversa no Planalto para assassiná-lo. Trecho que a Polícia Civil do Rio escondeu do relatório de suas, vá lá, investigações. O Ministério Público e o Judiciário estaduais e o Superior Tribunal de Justiça não ficam em melhor posição, nesse caso, do que a polícia. São partes, no episódio de implicações gravíssimas, de uma cumplicidade que mereceria, ela mesma, inquérito e processo criminais. O STJ determinou até a anulação das provas no inquérito das “rachadinhas”, que, entre outros indícios, incluía Adriano da Nóbrega.

Desdobrados nas suas entranhas, os casos aí citados revelariam mais sobre o Brasil nestes tempos militares de Bolsonaro do que tudo o mais já dito a respeito. Mas não se vislumbra quem ou que instituição os estriparia.

 

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sábado, 2 de abril de 2022

Nobel da Física 2021 afirma: "A ideia de que podemos impedir alterações climáticas é absurda"

Richard Jakubaszko  
Vem de além mar, lá da terrinha lusitana, o texto abaixo, que me foi enviado pelo amigo Luis Amorim, cético do aquecimento.

Uma parte cada vez mais importante da ciência moderna não se baseia na realidade e sim em modelos simplificados da mesma.

Syukuro Manabe
Mas um modelo não é uma prova científica. Não demonstra nada; é algo que está para ser demonstrado.
Concederam o Prêmio Nobel 2021 a Syukuro Manabe por ter concebido em 1964 um modelo sobre o clima [1], que é o utilizado pelo IPCC nos seus relatórios. Tal como tantos outros, o referido modelo fundamenta-se no “efeito estufa”, como se na atmosfera houvesse muros transparentes capazes de isolar umas regiões de outras, em vez de correntes de ar.

Se a teoria de Manabe fosse correta, o “efeito estufa” seria mais intenso nas regiões baixas da estratosfera, a uns dez quilômetros de altura, onde ficaria “retido” o calor.

Décadas depois de expor o seu modelo foram postos em órbita satélites meteorológicos que forneceram medições de temperatura nas regiões baixas da estratosfera onde Manabe esperava que o calor se houvesse acumulado.

Mas isso não estava a ocorrer. Ano após anos os resultados não deixavam dúvidas: desde 1993 não se observou nenhuma mudança significativa na temperatura à referida altura. O modelo de Manabe não superou a prova.

A constância da temperatura na referida altura era ainda mais significativa pelo fato de que as emissões de CO2 na atmosfera haviam aumentado substancialmente desde 1993.

O tempo continuou a decorrer inexoravelmente. O modelo de Manabe cumpriu mais de meio século e, contudo, é agora que lhe concedem o Prêmio Nobel, o que é como ganhar as 500 milhas de Indianápolis com um Simca 1000. Não é possível sem uma transformação importante no motor e na carroceria. O Prêmio Nobel agora concedido a Manabe foi mais por razões políticas do que científicas: aproxima-se a cimeira climática de Glasgow.

Em 2011 o próprio Manabe teve de corrigir o seu modelo a fim de adaptá-lo a essa evidência. “Modelos frente a observações” intitulava-se o artigo publicado pela Geophysical Research Letters [2] que, em 2016, declarou numa entrevista surpreendentemente lúcida [3].

“Não entendemos o clima, o clima é muito complicado e só estamos começando a entender quais podem ser os efeitos do dióxido de carbono. Pode ser que sejam bons ou pode ser que sejam maus”, salientava Manabe. O CO2 não é um poluente. É bom para nós, é bom para as plantas e bom para a comida. Na realidade é um fertilizante, acrescentava.

“O dióxido de carbono permite diretamente o crescimento de todo tipo de plantas. Assim, mais dióxido de carbono significa que é bom para a vida silvestre, é bom para os bosques e é bom para os alimentos, para a agricultura de todo o mundo. Salva um grande número de pessoas de morrer de fome. Os efeitos são mais graves que os efeitos do dióxido de carbono no clima. E isso é o que nunca se diz em público”, dizia também o geofísico.

Além de produzir diretamente o crescimento das plantas, o CO2 “torna-as mais resistentes à seca. Porque o dióxido de carbono é um substituto da água. Veja a forma como uma planta realmente respira. Tem pequenos buracos na superfície da folha que se podem abrir e fechar. E cada vez que a molécula de dióxido de carbono entra na planta a partir do ar, uma centena de moléculas de água escapa. Isso acontece, não se pode evitar. Assim, absorver dióxido de carbono implica sempre perda de água. Mas se o ar externo for mais pobre em dióxido de carbono, a planta perderá mais água para poder respirar. Assim, de fato, está-se a fazer com que a planta seja mais susceptível à seca. E esse é o grande assassino das plantas, naturalmente. Desta maneira, convertem-se terras verdes em desertos”.

“Durante a história da Terra, na maior parte do tempo o CO2 na atmosfera era muito mais elevado do que agora. O mundo neste momento está como meio morto de fome por não ter dióxido de carbono suficiente. A vegetação preferiria que houvesse três vezes mais” CO2 na atmosfera.

“Por que não vemos isso nos meios de comunicação? Por que só vejo anúncios apocalípticos? Não sei muito bem a resposta. Por alguma razão os meios de comunicação sempre amam os desastres. As catástrofes vendem jornais. Também vendem a televisão e as boas notícias não”.

“A ideia de que podemos travar as alterações climáticas é absurda. Não sabemos o suficiente nem sequer para imaginar como fazê-lo”. Estamos de acordo com Manabe. Se alguém acredita que por reduzir a concentração atmosférica de CO2 ficará mais fresco, equivoca-se. E se acredita que o termómetro subirá por reduzi-la, também se equivoca.

[1] https://www.gfdl.noaa.gov/bibliography/related_files/sm6401.pdf
https://journals.ametsoc.org/view/journals/atsc/24/3/1520-0469_1967_024_0241_teotaw_2_0_co_2.xml
[2] https://agupubs.onlinelibrary.wiley.com/doi/full/10.1029/2011GL048101
[3] https://www.marijnpoels.com/single-post/2019/03/05/we-don-t-understand-climate-its-very-complicated-and-were-only-at-the-beginning-to-unders

Ver também:
http://resistir.info/climatologia/impostura_cientifica.html artigo do Prof. Marcel Leroux
https://resistir.info/climatologia/entrev_leroux.html entrevista do Prof. Marcel Leroux
Global Warming - Myth or Reality? : The Erring Ways of Climatology, livro do Prof. Marcel Leroux
https://resistir.info/v_carvalho/descarbonizacao_30mai21.html artigo de Daniel Vaz de Carvalho
https://resistir.info/climatologia/impostura_global.html artigo de Jorge Figueiredo
http://mitos-climaticos.blogspot.com/ O mito do aquecimento global explicado em pormenor pelo Eng. Rui Moura
http://wattsupwiththat.com/page/3/ Sobre a religião do "aquecimento global", agora rebatizada como "alterações climáticas".
https://agfdag.wordpress.com A grande farsa do aquecimento global.
http://www.co2science.org Os efeitos do CO2, expurgados da sua demonização.
https://pcc15.org The Paris Climate Challenge.
http://www.skyfall.fr L’association des climato-réalistes
https://jddomingos.tecnico.ulisboa.pt/#2a Página do Prof. J.J. Delgado Domingos
https://pt.wikipedia.org/wiki/Milutin_Milankovitch Verbete acerca de Milutin Milankovitch.

O original encontra-se em https://mpr21.info/




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