sábado, 29 de novembro de 2014

Barrigadas bolivarianas de Veja e do Constantino

Richard Jakubaszko
Certas notícias publicadas na mídia e na blogosfera brasileira são hilárias, especialmente nos chamados blogueiros da extrema direita, da qual o livre atirador Rodrigo Constantino (O trovão da razão), é um dos mais useiros e vezeiros porta-vozes dos coxinhas. Em meados de novembro deste ano da graça de 2014 o tal do Constantino, que nem jornalista é, publicou em seu blog, ancorado no site da Veja, um desaforado e imbecil de um "post denúncia" sobre crianças brasileiras sendo levadas para a Venezuela para serem treinadas na "ideologia bolivariana". A coluna tinha como fonte um procurador federal de Goiás, de nome Ailton Benedito de Souza, que instaurou sindicância, revoltado com essa situação.

Confiram a coluna de Rodrigo Constantino: http://naofo.de/255e

No final de novembro 2014 a Folha de São Paulo botou os pingos nos “ii” do Constantino, era mais um “boimate” da Veja, e de seu mais novo e festejado colunista, que segue a mesma linha do editor chefe de Veja, Eurípedes Alcântara, o que “criou” o primeiro e único boimate, imbatível até hoje, lá no ano 1983, quando revelou nas páginas de Veja o "cruzamento genético de um boi com tomate", acreditando ser ciência da biotecnologia uma brincadeira de um jornal inglês que festejava o 1º de abril, o conhecido “dia dos bobos”.
 

A Folha de São Paulo registrou a pisada no tomate do procurador goiano, Ailton Benedito de Souza, em matéria sob título “Meu Brasil Venezuelano”: http://www1.folha.uol.com.br/fsp/mundo/197606-meu-brasil-venezualano.shtml

Em resumo, o primeiro boimate não ensinou lições aos colunistas da Veja. Constantino, na marcha em que vai, deve até ganhar promoções na "prestigiada" e decadente revista dos Civita. Se Eurípedes chegou a editor chefe da Veja, tendo cometido a maior barrigada do jornalismo na história nacional, contada em prosa e verso nas faculdades de jornalismo, imaginem o Constantivo, mais jovem, mas já famoso por seu estilo personalista e democrático. Vai longe esse rapaz, tem muito futuro. O procurador também, pois Goiás tem fama de ser "celeiro" de procuradores ínclitos e combativos, por exemplo, o
amigo do "empresário" Cachoeira, o ex-senador Demóstenes Torres, qualificado por Veja como um dos mosqueteiros da corrupção mais ativos da república, a brasileira, não a bolivariana...

O blog O Cafezinho registrou a façanha do “furo” jornalístico de mais um boimate da Veja, e toda a blogosfera suja repercutiu,
com indisfarçável alegria, para mostrar a indignação bolivariana do Constantino: http://www.ocafezinho.com/2014/11/28/mais-um-boimate-da-veja/
Eita gente marvada, essa turma dos blog sujos...


NOTA DO BLOGUEIRO:
1 - Sobre Rodrigo Constantino dos Santos, a Wikipédia (http://pt.wikipedia.org/wiki/Rodrigo_Constantino ) registra: (Rio de Janeiro, 4 de julho de 1976), 38 anos, é um economista e colunista brasileiro. Foi articulista da revista "Voto" e escreve regularmente para os jornais "Valor Econômico" e "O Globo". A partir de agosto de 2013, passou a escrever também para a revista semanal "Veja". Presidente do Instituto Liberal e um dos fundadores do Instituto Millenium, foi considerado em 2012 pela revista Época, como um dos "novos trombones da direita" brasileira. Em outubro de 2013, numa resenha para o livro Esquerda Caviar, a revista Veja alcunhou-o de "o trovão da razão". Meses depois, o apelido despertou uma série de reações bem-humoradas no Twitter.

2 - Boimate, a divina barrigada de Veja, em 1983. A revista demorou 3 meses para desculpar-se com seus leitores.
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quinta-feira, 27 de novembro de 2014

As bruxas

segunda-feira, 24 de novembro de 2014

Um novo paradigma científico para uma era de transformações

Geraldo Luís Lino *

Palestra proferida no Foro de Guadalajara, em Guadalajara, México, em 22 de outubro de 2014. Por motivos de espaço, apenas alguns dos slides mostrados foram incluídos nesta transcrição. Subtítulos agregados pela editoria.

Rio, novembro/2014 - Antes de começar, quero advertir-lhes de que algumas coisas que ouvirão aqui poderão parecer ficção científica, mas lembrem-se de que a ficção de ontem é a realidade de hoje e, em alguns casos, nem mesmo os ficcionistas mais imaginativos conseguiram antecipar avanços tecnológicos como a internet.

O meu tema desta manhã é o novo paradigma científico que se apresenta como candidato a se impor nessa era de transformações rápidas que vivemos, em substituição ao existente, que já se mostra tão disfuncional como os outros paradigmas que temos discutido nestes dois dias do nosso foro, o político e o econômico, que também já não respondem às aspirações e necessidades da maior parte da humanidade.

Como, talvez, nem todos estejam familiarizados com o conceito de paradigma, uma explicação. Um paradigma é um padrão de crenças, um conjunto de parâmetros que orienta a nossa visão do mundo. Os encontramos em todas as áreas das atividades humanas – política, economia, ciência etc.

Na política, o paradigma prevalecente é o da democracia, que se baseia nos conceitos de uma pessoa, um voto, liberdade de organização política e partidária e possibilidade de alternância de poder. Na prática, como sabemos os mexicanos, brasileiros e outros povos, não funciona exatamente assim, mas o conceito é este.

Na ciência, o paradigma prevalecente se chama mecanicismo. Em linhas gerais, é uma visão que considera o Universo como um gigantesco mecanismo, como um relógio colossal, e todos os seus fenômenos, inclusive as formas de vida, como mecanismos menores. Este modelo se impôs a partir do século XVII, com as ideias de Francis Bacon, Galileu Galilei, René Descartes, Isaac Newton e outros, e substituiu a visão do mundo anterior, que favorecia uma concepção “orgânica” do Universo, considerando-o uma espécie de “organismo vivo” criado por Deus. Gradativamente, o mecanicismo se impôs, virtualmente, em todos os campos da ciência – física, química, biologia e, até mesmo, em áreas como a medicina e a psicologia.

Inicialmente, os mecanicistas mantiveram Deus, como o criador que dava corda ao relógio e se afastava da sua criação; depois, Deus foi, simplesmente, excluído do esquema, pelos mecanicistas posteriores, e o Universo ficou por conta das interações aleatórias dos seus elementos constituintes – ou seja, de um deus bastante caprichoso, o “Deus Acaso”.

O paradigma mecanicista se baseia no princípio do reducionismo, ou seja, ele supõe que o funcionamento do sistema estudado pode ser entendido se o sistema for reduzido às suas partes constituintes e estas partes forem estudadas e entendidas; a soma do entendimento das partes levaria ao entendimento do sistema integral. Esta abordagem funciona para fenômenos não muito complexos e, principalmente, para os sistemas tecnológicos, o que foi uma das razões pelas quais o mecanicismo ganhou tanta proeminência, nos últimos séculos. Atualmente, a grande maioria dos cientistas é mecanicista.

Um bom exemplo de aplicação do reducionismo pode ser visto nos badalados modelos climáticos computadorizados, usados para justificar a hipótese do aquecimento global supostamente causado pelas atividades humanas (antropogênico). Na Fig. 1, vemos um esquema de como funcionam esses modelos. Os climatologistas dividem a atmosfera da Terra em “caixas” de ar, cada uma com muitas centenas de quilômetros de comprimento, algumas centenas de quilômetros de largura e algumas dezenas de quilômetros de altura, e tentam estimar as trocas de energia entre as “caixas”, para detectar o que pensam ser a ação humana na dinâmica climática, que atribuem, principalmente, às emissões de carbono dos combustíveis fósseis – petróleo, gás natural e carvão mineral.

Fig. 1 – Diagrama conceitual de um modelo climático.


Evidentemente, as coisas não são tão simples, pois, como se pode ver na figura, cada “caixa” abarca áreas com muitas diferenças de relevo, vegetação, cobertura de solo, corpos líquidos e muitos outros fatores que afetam os fluxos de energia. Os resultados podem ser vistos na Fig. 2, que mostra uma comparação dos resultados dos mais de 40 modelos climáticos existentes, com as temperaturas atmosféricas registradas no período desde 1975 e projeções até 2025. Observem que nenhum deles conseguiu prever que, depois de subirem desde 1975, as temperaturas estacionariam, a partir do final do século passado. Isso sugere que a dinâmica do clima é complexa demais para ser avaliada com o método reducionista – claramente, um novo enfoque é necessário.

Fig. 2 – Comparação da evolução das temperaturas atmosféricas projetadas por 44 modelos climáticos, para o período 1975-2025, com as temperaturas reais registradas entre 1975-2012 (linhas azul e vermelha).



De qualquer maneira, o sucesso do mecanicismo reducionista foi de tal ordem que, no final do século XIX, um cientista como o físico William Thompson, mais conhecido como Lorde Kelvin, chegou a dizer: “Já não há nada novo a ser descoberto na física. Tudo o que resta são medições cada vez mais precisas.”

Isso foi apenas alguns anos antes que a chamada Mecânica Quântica virasse todo o mundo da Física pelo avesso.

Apesar deste e de outros exemplos, a lição da humildade não foi aprendida. Quase um século depois, em 1997, o jornalista científico John Horgan escreveu um livro com o emblemático título de “O fim da ciência”, em que faz a seguinte afirmativa: “Se se acredita na ciência, deve-se aceitar a possibilidade de que a grande era dos descobrimentos científicos terminou. (…) As pesquisas adicionais podem não mais produzir grandes revelações ou revoluções, mas apenas resultados incrementais e decrescentes.”

Bem, parece que não é exatamente assim. Por exemplo, o genoma humano contém cerca de 20 mil genes, que são os modelos de “codificação” para todas as proteínas do corpo humano. O problema é que os genes “codificadores” são apenas 3%, sendo que as funções dos 97% restantes não são conhecidas.

Olhando para a Cosmologia, os astrofísicos estimam que somente 4% do Universo é constituído por energia e matéria como as conhecemos; o restante é representado por “energia escura” e “matéria escura”, de origem desconhecida.

Ou seja, ainda temos bastante o que descobrir e aprender sobre o nosso Universo e a vida.

As limitações do mecanicismo também se mostram em novas tecnologias, como um novo sistema de propulsão estudado pela NASA, que diz que ele pode gerar empuxo sem o uso de propelentes, para manobrar satélites em órbita (Fig. 3). Segundo uma reportagem publicada no sítio tecnológico Gizmag.com, em 2 de agosto último, o motor é capaz de captar a radiação de microondas cósmicas e transformar eletricidade em impulso mecânico. Não há detalhes, mas não creio que a NASA correria o risco de anunciar algo assim, se não fosse sério (Dario Borghino, “NASA says puzzling new space drive can generate thrust without propellant”, Gizmag.com, 2/08/2014).

Fig. 3 – Concepção artística de um satélite dotado do sistema de propulsão Cannae (NASA).

Ou essa experiência, relatada pelo jornal Daily Mail, em 6 de setembro, com a manchete: “Cientistas afirmam êxito com ‘telepatia’ depois de enviar mensagem mental de uma pessoa a outra a 4 mil milhas de distância”. Trata-se de um estudo que foi publicado na revista PLOS One, que é uma revista científica das mais sérias. Os cientistas envolvidos estavam em Mumbai, na Índia, e Paris, e usaram audifones eletromagnéticos de alta tecnologia, conectados via internet. Um enviou uma saudação “telepática” ao outro, que informou ter registrado umas “manchas luminosas”, no mesmo instante.

Para explicar fenômenos como esses, se faz necessário um novo paradigma científico.

O paradigma “holístico/quântico”
O candidato mais qualificado para isso ainda não tem nome oficial. Alguns o chamam paradigma “holístico”, nome que vem do grego holos, que significa todo ou inteiro. Outros preferem chamá-lo paradigma “quântico”. Mas não nos preocupemos em batizá-lo e vejamos algumas das suas características fundamentais.

O paradigma holístico/quântico considera que todas as partes do Universo estão interconectadas entre si e, ao contrário do reducionismo, o sistema como um todo é quem determina o funcionamento das partes. Essa interconexão abrange até mesmo os processos vivos e conscientes, ou seja, inclusive a mente humana (ao contrário do que sugeria Descartes, que separava mente e matéria).

Nesse paradigma, o tecido fundamental do Universo é constituído por um oceano de energia pulsante, que os físicos chamam “campo do ponto zero” ou “vácuo quântico”. O nome vem do fato de que a sua energia continua se manifestando até mesmo na temperatura do zero absoluto (273oC negativos), quando a vibração dos átomos cessa e não há mais conversão de energia cinética em calor. Numerosas experiências têm demonstrado que, mesmo nesta condição, ainda existe uma energia fundamental, a “energia do ponto zero”.

Outro nome usado para qualificar o “campo do ponto zero” é o “éter”, conceito que não se assemelha ao éter luminífero passivo dos físicos do século XIX, que servia apenas como meio de propagação das radiações eletromagnéticas, como a luz, mas se parece mais com o “éter” ou “quintessência” dos indianos e gregos antigos, do qual também se originavam os elementos constituintes do Universo.

Toda a energia e a matéria do Universo provêm das “flutuações” dos fótons reais e virtuais do “campo do ponto zero”, assim como as forças fundamentais da natureza – eletromagnetismo, gravidade, energia nuclear fraca e energia nuclear forte.

Nessa concepção, a matéria não tem existência própria, mas é “energia condensada”.

No paradigma “holístico/quântico”, o Universo e seus fenômenos mostram características de “autoorganização”, e o Universo pode ser comparado a um holograma, em que todo o seu funcionamento se mostra em todos e cada um dos seus elementos.

Pioneiros do novo paradigma
Como o tempo disponível não permite um detalhamento maior e o objetivo é apenas apresentá-los a esses novos conceitos, vejamos alguns dos pioneiros dessa nova visão do Universo.

Talvez, o mais importante de todos seja o engenheiro e inventor sérvio-estadunidense Nikola Tesla (1856-1943), um dos maiores gênios da História da Humanidade, que, entre muitas outras coisas, inventou o sistema de geração de eletricidade em corrente alternada, responsável pela eletrificação do mundo em grande escala, a partir das primeiras décadas do século XX. Em experiências feitas já no final do século XIX, ele afirmava ter descoberto o que chamava “energia radiante” (o que hoje chamamos “energia do ponto zero”) e a possibilidade de extraí-la diretamente do “éter”. Infelizmente, todos os seus esforços de desenvolver esta linha de pesquisas esbarraram na incompreensão da maioria dos cientistas e pesquisadores da época e, até mesmo, na sabotagem deliberada de grandes financistas que investiam na exploração comercial da eletricidade, como John Pierpoint Morgan.

Outro pioneiro foi Thomas Henry Moray (1892-1974), um engenheiro elétrico estadunidense que levou décadas aperfeiçoando um processo de extração da “energia radiante”. Ele construiu um equipamento que gerava 55 quilowatts de eletricidade, aparentemente, a partir do nada, o qual foi examinado por vários engenheiros e cientistas, que não detectaram qualquer indício de fraude. Entretanto, assim como ocorreu com Tesla, ele sofreu todo tipo de oposição, inclusive, atentados contra a sua vida e a sua família, e morreu sem conseguir comercializar o seu invento.

Thomas Townsend Brown (1905-1985) foi um físico experimental estadunidense, que descobriu um vínculo entre o eletromagnetismo e a gravidade, um efeito “eletrogravitacional”. Em uma série de experiências, iniciadas ainda na década de 1920, ele observou que, quando se aplica uma voltagem alta (da ordem de dezenas de quilovolts para cima) a um corpo dielétrico (que se torna condutor a partir de uma certa voltagem), as cargas elétricas positivas se acumulam de um lado do corpo e as negativas, do lado oposto. Mas o mais interessante é que se observa um empuxo na direção das cargas positivas, capaz de movimentar o corpo. Uma de suas demonstrações foi feita em discos metálicos ligados a uma fonte elétrica superior a 100 kV, que giravam na direção das cargas positivas acumuladas em suas extremidades (Fig. 4). Segundo alguns autores, o superbombardeiro “invisível” Northrop B-2, da Força Aérea dos EUA, incorpora este princípio no seu sistema de propulsão, embora este fato tenha sido negado pelas autoridades militares estadunidenses.

Fig. 4 – Dispositivo criado por Thomas Townsend Brown para demonstrar o efeito eletrogravitacional. Quando ligados a uma fonte de alta tensão (superior a 100 kV), os discos giravam no sentido da acumulação das cargas positivas dentro deles (no caso, no sentido anti-horário).



Royal Raymond Rife (1888-1971) foi um engenheiro ótico estadunidense, que, na década de 1930, inventou um microscópio com resolução suficiente para identificar vírus causadores de certos tipos de câncer, façanha que, até hoje, é difícil, mesmo com os atuais microscópios eletrônicos. Além disto, ele e seus colaboradores descobriram que podiam reverter certos tipos de tumores cancerígenos com radiações eletromagnéticas. Como isto contrariava – e ainda contraria – a concepção da medicina sobre o câncer, ele foi acusado de charlatanismo, processado e perseguido, e sua linha de pesquisas, simplesmente, abandonada, em lugar de investigada de acordo com critérios científicos rigorosos.

Karl Pribram é um neurocientista austríaco, nascido em 1919, que emigrou para os EUA e, durante décadas, desenvolveu pesquisas sobre a memória. Uma de suas conclusões, feita após muitas experiências com ratos, foi a de que a memória não se situa totalmente no cérebro, encontrando-se espalhada em outros órgãos. Uma das possibilidades levantadas pelo seu trabalho é o de que pelo menos parte do processo da memória tenha algum vínculo com o “campo do ponto zero”. Imaginem as perspectivas que isto abriria para a neurologia e o tratamento de certas doenças cerebrais.

Outro pioneiro, que influenciou o trabalho de Pribram, é o físico estadunidense, depois radicado no Reino Unido, David Bohm (1917-1992), que Einstein considerava como um dos seus mais sucessores mais promissores. Além de aportar importantes contribuições à física dos plasmas, dos quais foi um dos primeiros a reconhecer características de autoorganização, criou o conceito da “ordem implícita”, da qual emergiriam os fenômenos “explícitos” da energia, matéria, espaço e tempo. Ele sintetizava assim o seu pensamento: “Em última análise, todo o Universo (com todas as suas ‘partículas’, inclusive as que constituem os seres humanos, seus laboratórios, instrumentos de observação etc.) tem que ser entendido como um todo indivisível, no qual a análise em partes existentes separadas e independentes não tem qualquer status fundamental.”

Harold Puthoff, físico estadunidense nascido em 1936, é um pioneiro que tem desenvolvido pesquisas, tanto sobre a fundamentação teórica do novo paradigma “holístico/quântico”, como sobre as suas aplicações, na física energética e no campo da consciência, na área da transmissão de pensamentos.

Evgeny Podkletnov é um físico russo nascido em 1955, que tem trabalhado em pesquisas numa área que parece ficção científica, a da anulação da gravidade, em que já obteve resultados bastante interessantes.

John Bedini é um engenheiro elétrico e empresário estadunidense, que, desde a década de 1980, tem construído numerosos modelos de geradores eletromagnéticos que, por incrível que pareça, produzem mais energia do que a utilizada para movimentá-los. Vocês dirão: e como fica a lei da conservação de energia, que impediria tal coisa? Pois este é um dos numerosos aspectos do conhecimento prevalecente que, provavelmente, terão que ser revistos com o advento do novo paradigma científico.

Finalmente, embora esta pequena lista indique apenas alguns dos pioneiros mais relevantes, vale citar o biólogo inglês Rupert Sheldrake, nascido em 1942 e autor da hipótese dos “campos morfogenéticos”, que orientariam a formação da matéria e dos sistemas biológicos. Ele tem sido um prolífico defensor do novo paradigma científico, ao qual tem dedicado vários livros.

Novas perspectivas científicas e tecnológicas
Algumas das promessas dos entendimentos proporcionados pelo novo paradigma já constituem realidade, para numerosos pesquisadores que têm estudado fenômenos conhecidos sob uma nova ótica. Na sismologia, uma grande atenção tem sido dada às pesquisas para a detecção antecipada de terremotos, envolvendo conceitos que vão além do entendimento dos terremotos como fenômenos estritamente mecânicos, provocados pelo alívio de tensões ao longo de certas estruturas geológicas. Em vários terremotos recentes, têm sido observadas emanações de radiações eletromagnéticas, nos dias anteriores a eles, que, futuramente, talvez, permitam que a sua ocorrência seja antecipada com certa precisão. Na Fig. 5, por exemplo, podemos observar padrões de emissão de radiações infravermelhas, antes do sismo, que ocorreu em 26 de janeiro de 2001. Observem que as radiações aumentaram e diminuíram, quase na véspera do terremoto, e ainda não se sabe explicar as causas exatas, mas o avanço das pesquisas oferece perspectivas bastante promissoras, que, talvez, venham a permitir futuramente uma considerável redução no número de vítimas dos terremotos.


Fig. 5 – Detecção de radiação infravermelha em imagens de satélite (dentro das elipses vermelhas), nos dias anteriores ao terremoto em Gujarat, Índia, ocorrido em 26 de janeiro de 2001.



Na área da geração de energia, no Brasil, há uma empresa chamada Evoluções Energia ( http://energiauniversal.eco.br/ ), criada por dois técnicos de eletricidade, que inventaram e patentearam o que chamam “gerador captor de elétrons”. O aparelho já foi testado por engenheiros independentes e, em um dos testes, produziu 169 kW (797 A a 212 V), a partir de uma entrada de 1,65 kW (7,5 A a 220 V), aparentemente, sem qualquer truque, ou seja, um fator de eficiência superior a 100 vezes. Segundo eles, o aparelho é capaz de captar a “energia da Terra”, que, suspeito, tenha algo a ver com a energia do vácuo quântico. Esperemos que o gerador seja mesmo o que afirmam que é – apesar de, aparentemente, também contrariar a lei da conservação de energia – e possa vir a ser comercializado regularmente. Imaginem as perspectivas, para a geração de eletricidade para comunidades afastadas das grandes redes de distribuição de energia elétrica.

E para que vejam que essas considerações não são oriundas de mentes delirantes, apresento-lhes uma lista de potenciais aplicações da exploração das “tecnologias quânticas”, descritas por um analista estratégico estadunidense, de nome MK Matai, em um artigo publicado recentemente no sítio de investimentos inglês Market.Oracle.com.uk (7/10/2014):

relógios quânticos;
sensores quânticos;
componentes de precisão quânticos;
criptografia quântica;
telecomunicações quânticas;
computação quântica;
medicina quântica;
energia quântica.

Analistas de investimentos costumam ser pessoas bastante pragmáticas e, para que considerem oportunidades como essas, certamente, têm bons motivos.

Quanto às consequências gerais da “Revolução Holístico-Quântica” – ou outro nome que venha a receber -, não é difícil imaginá-las. O fato é que terá impactos tremendos em praticamente todas as áreas das atividades humanas, com destaque para a possibilidade de geração de eletricidade de uma forma praticamente ilimitada, superando, de vez, as restrições energéticas ao desenvolvimento de todos os povos e países.

Evidentemente, poderemos esperar um grande impacto geopolítico, na medida em que colocará em xeque a base econômica das grandes potências globais, especialmente, o controle que exercem sobre os fluxos energéticos e de matérias-primas.

Da mesma forma, a educação, em particular, terá que se reciclar bastante para fazer frente ao desafio de entender e traduzir o novo paradigma científico e sua revolução tecnológica, principalmente, aos jovens que viverão em meio a eles.

Aliás, os jovens terão um papel fundamental na emergência e na consolidação do novo paradigma, pois, como dizia o grande físico alemão Max Planck, um dos pioneiros da Física Quântica: “Uma verdade científica não triunfa porque convence os seus adversários e os faz ver a luz, mas porque os seus adversários morrem, paulatinamente, e surge uma nova geração familiarizada com a nova verdade.”

Para concluir, quero ressaltar que, para os países ibero-americanos, em particular, a “Revolução Holístico-Quântica” representa uma oportunidade histórica para que deixemos de largar atrás na corrida da evolução do conhecimento e possamos sair quase juntos com os centros mais avançados. De forma especial, este é um campo que oferece inúmeras oportunidades de cooperação entre países como o México, Brasil, Argentina e outros, que dispõem de centros avançados de pesquisas, pesquisadores e técnicos qualificados, em número suficiente para desenvolver quase todo tipo de pesquisas referentes ao novo paradigma científico. Portanto, tratemos de por as mãos à obra.

Bem-vindos à “Revolução Holístico-Quântica”!

Publicado originalmente em
http://www.alerta.inf.br/um-novo-paradigma-cientifico-para-uma-era-de-transformacoes/?utm_source=rss&utm_medium=rss&utm_campaign=um-novo-paradigma-cientifico-para-uma-era-de-transformacoes

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Aprenda a fazer cálculos

Richard Jakubaszko 
É muito fácil aprender a fazer cálculos de multiplicação, por exemplo, seguindo o método que os japoneses ensinam as crianças. Veja a simplicidade no vídeo abaixo.

Depois de se acostumar, nunca mais você vai precisar de uma calculadora. No início, o que vai ser difícil é entender a língua portuguesa, em sotaque de Portugal, mas é só prestar a atenção...
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sábado, 22 de novembro de 2014

Devolve, Gilmar!


Jean Wyllys, na Carta Capital:
A Operação Lava Jato poderia ser uma oportunidade excepcional, dessas que quase nunca ocorrem, para discutir seriamente o problema da corrupção no Brasil e a forma com que ela prejudica a democracia. Pela primeira vez, as principais empreiteiras estão sendo investigadas e 21 executivos foram presos pela Polícia Federal, entre eles os presidentes de algumas delas. Não estamos falando de quaisquer empresas, mas daquelas que realizam as mais importantes obras públicas, financiadas pelos governos federal, estaduais e municipais de diferentes partidos e que, ao mesmo tempo, são as principais financiadoras das campanhas eleitorais que elegeram esses governantes.



Os grandes esquemas de corrupção — que sempre são apresentados pela cobertura jornalística, de forma falaz, como se fossem apenas uma espécie de degeneração moral de determinadas pessoas — geralmente associada ao partido que está no governo, revelam-se no caso da Lava Jato como o que realmente são: um componente fundamental de um sistema econômico e político controlado não por funcionários corruptos, mas pelas empresas corruptoras.



Repassemos alguns dados.



As empreiteiras investigadas são nove: OAS, UTC, Queiroz Galvão, Odebrecht, Camargo Corrêa, Iesa, Galvão Engenharia, Mendes Junior e Engevix. Juntas, elas têm contratos com a Petrobras de 59 bilhões de reais. Só no Rio de Janeiro, três dessas empreiteiras (OAS, Camargo Corrêa e Odebrecht) participam, associadas em diferentes consórcios, das dez maiores obras da Copa do Mundo e das Olimpíadas (linha 4 do metrô, Maracanã, Parque Olímpico, Transcarioca, Transolímpica, Porto Maravilha etc.) por um valor total de 30 bilhões. Elas têm contratos com governos de quase todas as cores. Várias delas também participam da privatização dos aeroportos e das obras do PAC, do governo federal, mas também das obras do metrô de São Paulo, envolvidos num caso de corrupção pelo qual é investigado o governador Geraldo Alckmin, que também recebeu dinheiro de empreiteiras para sua campanha.



Com negócios diversificados e participação em diferentes escândalos de corrupção, a lista das empreiteiras mais importantes do País é liderada pela Odebrecht que, segundo o ranking da revista O Empreiteiro, tem um faturamento de 5.292 bilhões de reais. Você sabe quanto dinheiro “doou” essa empresa para diferentes partidos e candidatos nas últimas eleições? Mais de 30 milhões de reais! A Odebrecht doou para todos os seguintes partidos: PSDB, PT, PSB, PMBD, PP, DEM, PCdoB, PV, Solidariedade, PROS, PRB, PSD, PPS, PSC, PCdoB, PTC e PSL. Eles doaram 2,95 milhões para a campanha da Dilma, 2 milhões para a campanha do Aécio e 500 mil para a campanha de Eduardo Campos (depois somou quase 50 mil a mais para a campanha da Marina), mas também para candidatos a governador e deputado e para os comitês financeiros e as direções nacional e estaduais de diferentes partidos.



De todos os partidos que elegeram representantes para o Congresso Nacional, o único que não recebeu dinheiro de nenhuma das empreiteiras investigadas (aliás, de nenhuma empreiteira!) foi o PSOL. Sim, foi o único!



A segunda maior empreiteira do ranking, com um faturamento de 5.264 bilhões, é a Camargo Corrêa, que doou, por exemplo, 1,5 mi para o DEM. A empreiteira Queiroz Galvão fez doações de campanha por mais de 50 milhões, beneficiando candidatos de 15 partidos, entre os quais o PT, o PSDB, o PMDB, o DEM e o PSB. Também doaram 200 mil reais para a campanha do nanico pastor Everaldo. Outra campeã das doações foi a OAS, com uma generosidade política de mais de 52 milhões que beneficiou Aécio, Dilma, Marina e candidatos de 12 partidos. A UTC fez doações de 34 milhões e também foi ampla na distribuição, beneficiando a 11 partidos, entre os quais estavam os mais importantes da situação e da oposição. E por aí vai. Todas elas estão envolvidas na investigação da Polícia Federal.



Alguns candidatos não recebem dinheiro de uma determinada empresa de forma direta, mas essa empresa doa para o comitê do partido, ou para sua direção nacional ou estadual, que por sua vez faz uma doação ao candidato. Ou então a empresa pode doar para um candidato a deputado, que depois faz uma doação para o candidato a presidente, ou vice-versa. Algumas empresas têm diferentes denominações, cada uma com um CNPJ distinto. Mas a quantidade de dinheiro que sai da União, dos Estados e dos municípios e vai para as empreiteiras mediante contratos para obras públicas, e que sai das empreiteiras e vai para os candidatos e seus partidos, é imensa. E essa promiscuidade entre política e mundo dos negócios produz enormes prejuízos para a democracia.



O problema não é apenas a corrupção direta, a propina e a lavagem de dinheiro. É também o poder que essas empresas têm para desbalancear o sistema democrático, apoiando determinados candidatos e candidatas com quantias absurdas de dinheiro que fazem com que os e as concorrentes de outros partidos tenham pouquíssimas chances de vencer, a não ser que entrem no esquema.



Nas últimas eleições, 326 parlamentares tiveram suas campanhas financiadas por empreiteiras (nenhum do PSOL!). E, entre eles, 255 receberam dinheiro das envolvidas na operação Lava Jato. Façamos as contas. Os candidatos das empreiteiras são maioria no Congresso! Dentre eles, 70 deputados e 9 senadores são citados nas investigações. E há governistas e opositores — inclusive petistas e tucanos (mas alguns jornais e revistas citam apenas os petistas).



O financiamento empresarial das campanhas favorece esse esquema e prejudica os que não querem fazer parte dele. Eu fui o sétimo deputado federal mais votado do estado do Rio de Janeiro, com 144.770 votos, e a receita total da minha campanha foi de 70.892,08 mil reais em doações físicas, sendo que, destes, 14 mil correspondem a trabalhos de voluntários. Não recebi (e nem quero!) um centavo das empreiteiras.



Agora vou dar um exemplo contrário: deputado Eduardo Cunha, que teve 232.708 votos e foi o terceiro mais votado do estado, declarou uma receita de mais de 6,8 milhões de reais! Sim, você leu bem: quase 7 milhões. Os diretórios nacional e estadual do PMDB, seu partido, que também doou dinheiro para ele, receberam “ajuda” da OAS (3,3 milhões), da Queiroz Galvão (16 milhões), da Galvão Engenharia (340 mil) e da Odebrecht (8 milhões). O PMDB governa o estado que dá a algumas dessas empreiteiras obras públicas milionárias. Isso sem falar dos bancos, empresas de mineração, shoppings e outros empreendimentos que depositaram na conta de Cunha.



Vocês percebem como o é injusto e antidemocrático que um candidato honesto, que conta apenas com doações de amigos, militantes e simpatizantes, contra outro que recebe quase 7 milhões de bancos e empreiteiras? Vocês percebem como isso faz com que nosso poder, eleitor, seja cada vez menor, e com que o poder da grana se imponha cada vez mais?



Agora pense no seguinte: Eduardo Cunha pode ser o próximo presidente da Câmara dos Deputados! Ele é um dos cérebros da bancada fundamentalista, foi o grande articulador da presidência da CDHM para o pastor Marco Feliciano e é o porta-voz do que há de mais reacionário, retrógrado, conservador e antipopular no Congresso. Algumas pessoas acham que o grande vilão da direita é Jair Bolsonaro, mas na verdade, ele é apenas um personagem caricato, bizarro, que tem mais holofotes do que merece. O verdadeiro poder radica em personagens menos conhecidos, como Cunha, que se mexem nas sombras. E as doações milionárias entram na conta dele.



Mas eu comecei dizendo que tudo o que está acontecendo em torno da operação Lava Jato poderia ser uma oportunidade excepcional para discutir seriamente o problema da corrupção no Brasil e a forma com que ela prejudica a democracia. Poderia ser, mas não está sendo. A maioria da imprensa, e alguns líderes da oposição com espaço na mídia, está tentando passar a impressão de que se trata, apenas, de um novo “escândalo de corrupção do PT”.



Delegados e fontes do judiciário ligadas a partidos de direita vazam de forma seletiva informações que envolvem apenas os corruptos petistas, mas escondem as que poderiam prejudicar os corruptos tucanos ou de outros partidos. Tudo passa a ser “culpa da Dilma, do Lula e dos petralhas”. E o PSDB e seus aliados da direita tentam se apropriar da operação e se apresentar como os paladinos da moral e da honestidade que querem nos livrar dessas mazelas. Hipócritas!



É claro a corrupção na Petrobras durante os governos petistas que tem que ser investigada — mas também durante os governos tucanos e os governos anteriores aos tucanos! É claro que temos que investigar todos os funcionários e parlamentares envolvidos nos esquemas, seja do partido que forem. O PT e seus aliados têm uma enorme responsabilidade nisso tudo. Mas enquanto pensarmos na corrupção apenas como uma sucessão de casos particulares e olharmos para ela apenas como um problema moral seremos como aquele personagem da publicidade “Sabe de nada, inocente!”. O escândalo está sendo instrumentalizado por uma parte da imprensa não apenas para atacar o governo, mas também para colocar a Petrobras no alvo de discursos privatizadores! Ou seja, a questão é muito mais complexa!



Por isso, e se realmente quisermos fazer algo que tenha impacto real contra a corrupção, o primeiro passo é acabar com o financiamento empresarial de campanha. A OAB apresentou no Supremo Tribunal Federal uma ADIN (ação direta de inconstitucionalidade) para proibi-lo, e tem todo o apoio do PSOL. Seis dos onze ministros já votaram favoravelmente, mas o ministro Gilmar Mendes, Advogado Geral da União durante a presidência de Fernando Henrique Cardoso, pediu vistas do processo em abril desse ano e, desde então, nada fez a respeito.



Diversos movimentos sociais e políticos lançaram a campanha #devolvegilmar, para que o ministro conclua suas vistas e permita que ela seja julgada. O fim do financiamento empresarial de campanhas deveria ser também um dos principais eixos da reforma política que o Brasil precisa. Porque com um Congresso cujos integrantes foram financiados pelas principais empreiteiras envolvidas nesses esquemas, não haverá “CPI das empreiteiras”, da mesma forma que não avançará a CPI da Petrobrás. Tudo será tratado como mais um escândalo.



Se quisermos que a corrupção deixe de ser, apenas, o tema favorito das manchetes de jornal, e passe a ser combatida de forma realista e eficaz, sem hipocrisia, precisamos produzir reformas estruturais no sistema político e econômico e não apenas fazer julgamentos morais partidarizados. Precisamos cortar um dos principais rios de dinheiro que corrompe a política e, ao mesmo tempo, diminui o poder dos eleitores, transformando os governos e o Congresso em reféns dos interesses de um pequeno grupo de empresários com negócios bilionários.



Devolve, Gilmar! Vamos falar sério dessa vez!
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