sábado, 30 de junho de 2018

Estórias de Amandácio e outros percalços

Carlos Eduardo Florence *  

Quem deu por cadenciar moroso e dolente os proseados, como era das suas temperanças, arribado sobre a mula alazã passarinheira como preferia aleguar nas trilhas encarrilhadas tropeando burrada xucra pelas serras e sertões, foi o muladeiro renomado Amandácio do Catadeu no restado dos dias antes de prover morrer muito amasiado com a tranquilidade e o destino, pois iria bater quase cem, desfeito de remorso por jamais ter matado ou castigado um cristão, mesmo de má catadura, sem as estritas justiças e os modos condizentes nos respeitos às regras do senhor. Amoldado às vontades de contar seus casos, mas por carente das regras das ciências das leituras e das letras não se atreveu a deixar de refazer nas lembranças nenhum diminutivo ou atrevimento e no contra-verso me mandou atentar nas memórias para depois recontar como desse e assim ficou o que sobrou das catas.

Pelo que salvei das falas de Amandácio, enquanto comíamos poeira atrás da tropa, deduziu ele muito justo como sempre que, das contradições carecidas de serem grafadas sobre as desavenças ou as premonições, nem se sustentaram nas crendices ou se atiçaram esclarecidas de todo, mas isto não desmereceu serem contadas e vão agora devagarosas, paciencientadas, como era do seu jeito para apaziguar o verbo como quem lambesse a palha de milho para o cigarro cheiroso ou para bajular as fantasias. Achegada a hora mais caberia começar a aurora depois das doze derradeiras estrelas escolhidas pelas luas agraciadas pelos sonhos e seresteiros chorarem em seus recantos de silêncios para começarem a se recolher. Por conta das rotinas coube ao sol já ir se preparando atrevido para espionar por trás das torres da matriz beijadas pelos ventos e desventuras. Era assim o anseio para se converter em madrugada, carrilhões da praça atenderam os recados engraçando embalos coloridos para os primeiros fiéis compartilharem achegos aos serviços em tempo justo dos portais da catedral abertos, pois nos pêndulos das artimanhas entre o fim da noite e o parir do dia acalantariam os aninhos das meretrizes e dos proxenetas des-abnegarem escaldados das agruras que enfrentaram para merecerem seus repousos.

Antes de as luzes serem recolhidas, a garoa lacrimou nos ombros das mágoas, os pecados sem arrependimentos não se persignaram frente aos vitrais abençoados da matriz e os desatinos procuraram achego nas solidões. Pairava um azul acabrunhado e dolente envolvendo os achegos, coisas dos imprevistos e das solidões. Nisto, por justo dos caminhos, as torpezas foram escapando dos dentes da boca da noite fechando e o ranço do tráfego agitando a tristeza de cada desgraçado portando suas desavenças com os próprios destinos, destinos que só os deuses adivinhariam os traçados e procurariam seus aconchegos, para deixar o dia começar. Nos palpites jogados tais búzios para interpretarem os rancores não atinavam mais se haveria motivos de serem recontados, mesmo até porque os preceitos e os provérbios não foram vistos com os mesmos olhos entre os enfeitiçados, que lambiam uns os sovacos do demônio e os outros demais, desprovidos de alentos, assuavam de deus os ranhos, fingindo arrependimentos cínicos. Amandácio estirou a mula para a canhota e se fez de solidão.

* o autor é economista, blogueiro, escrevinhador, e diretor-executivo da AMA – Associação dos Misturadores de Adubos.
Publicado no https://carloseduardoflorence.blogspot.com.br/
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quinta-feira, 28 de junho de 2018

O que acontece quando envelhecemos?

Richard Jakubaszko 
Interessante vídeo que me foi enviado por Odo Primavesi, engenheiro agrônomo aposentado da Embrapa, e que deve andar preocupado com o envelhecimento. Mas o vídeo dá resposta apropriada ao tema.

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quarta-feira, 27 de junho de 2018

Os 10 menores países do mundo

Richard Jakubaszko
Recebi de Gerson Machado, cidadão mineiro que anda por este mundão afora, o vídeo abaixo que nos revela uma curiosidade sobre os 10 menores países do mundo, alguns com população menor até mesmo do que a da residência de uma família de porte médio no Brasil.



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terça-feira, 26 de junho de 2018

Verso em pé de serra

Carlos Eduardo Florence *
De tratos e tempos não se formam os verbos, pois, a desandarem as ideias solteiras em cabeça de viajante infernado nas rasteiras das poeiras e tropas de muladas axucradas, nunca se deu de apaziguar as mágoas, só pela cadência da viola andejadeira. Atente moço, se quiser saber os definitivos quando o sermão coruscar pelos lados das maldades e dos verdes com os ventos corriqueiros trazendo notícias das coisas bravas, não se arremede ou acanhe de perguntar. Aquelas foram igualadas às mesmas pragas que zangavam entre as pedras miudicas, por onde sapecavam as cismas mais entranhadas de ver o saci enrodilhado nos roda-moinhos das encruzilhadas. Ali havia sido assassinado homem de descrença nas fés e matador por conta de mandado de terceiros, mas merecera cruz por ordens dos mandantes. Coisas dos sertões e outras tangentes sem explicação. Deus me perdoe se desfalo despropositados sem melindres, mas é como sei verbar no desacato quando a corruíra canta em sustenido solfejando esconditiva na beiradinha da mata fechada.

Coisas nem do tinhoso retrucar nos sovados. Foi assim, por desconjuro; o azul veio rodeando pelos cantos dos horizontes, cambaleando sem saber como pousar nas desforras, mas o grilo calou no fundo da capoeira rala, até a serra ser atravessada pelos pesadelos e liberou por aqueles cantos tristes o sombreado do sol que se punha para amoitar na preguiça. Ameaçou de chover, mas o remédio não se deu e nem proveio de imediatamentes como o vento sabia caminhar, pois não desaprendeu sozinho andar devagoroso como se pedia, mas cuspia carrancudo do lado da refrega. Prosa mole, sem destinado? Talvez. Aquilo era um esturvião de indecências e motivados des-explicados. Apaziguou o cavalo passarinheiro na porta da venda, fez gesto de proseador e coragem e amorteceu o rabo-de-tatu no sovaco da retranca. Por desmotivo, cambaleou as pernas hirtadas e se fez de indiferente, apeando do animal suado. Coisas de nem se acreditar de tão tinhoso. Prosa de deus com o demônio em roda de truco, lugar onde as coisas não se fazem por varejo mesmo para quem não tem destino certo.

Os que já estavam não descreram de suspender a pinga, menos ainda o truco, a retaguarda do amedrontado nem se fala e olharam de soslaio como se fossem carenciados dos perjúrios mais salgados a ser pedido nos palmeados do catira que continuou travado ou desameaçaram de desfazer os sinais das cruzes corretas por desmotivos das intempéries que ameaçavam, mas não vinham. Mas não se deu nem por justiça e não foi merecido de serventia adjacente. O homem abençoou refrega e apaziguou no desmonte. Coisa de não prevenir.

Foi como chegou a conversa na boca da noite, cada um se calou de si para ficar sem falar e o lampião de querosene continuou fumegando, pois ninguém teve coragem de sair da retranca com medo de que a desforra viesse no encalço da solidão.

* o autor é economista, blogueiro, escrevinhador, e diretor-executivo da AMA – Associação dos Misturadores de Adubos.
Publicado no https://carloseduardoflorence.blogspot.com.br/

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domingo, 24 de junho de 2018

O CO2 não controla o clima global

Richard Jakubaszko   
Fiz um debate ao vivo através de um hangout no Youtube com o biólogo e professor Igor Maquieira sobre questões políticas e econômicas que envolvem essa polêmica do aquecimento e das mudanças climáticas. Acredito que o resultado final apresentado no vídeo abaixo esclareça alguns fatos políticos e de interesse comercial que são desconhecidos do grande público. As coisas estão todas definitivamente interligadas, isto não podemos negar. O vídeo é uma conversa integral, sem edições.

Deixe seu comentário, debata, são seja omisso, essa história afeta a todos nós e a tendência é de que a situação vai piorar muito no futuro breve.

Quem acessar via celular, clique neste link: https://www.youtube.com/watch?v=rWvUOSij7wg
 
Aqui no blog o internauta tem vários artigos e vídeos a esse respeito
OBS. Clique no logotipo do Youtube, no rodapé do vídeo, para poder assistir ao vídeo, pois a exibição em outros locais foi desautorizada pelo proprietário do vídeo.


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sexta-feira, 22 de junho de 2018

Memes do dia a dia

Richard Jakubaszko 
Convenhamos, a criatividade continua em alta, apesar dos desastres do cotidiano, vejam exemplos:
  
O agro é tech, mas não é pop...

Eu quero a minha picanha, mas serve um filet com alho...
Foto histórica, não é meme, será de 1998?
 
Fora Temer, já é um clássico!!!

quarta-feira, 20 de junho de 2018

Bichos lindos

Richard Jakubaszko 
Bicho é tudo de bom, natural e espontâneo, bem melhor que muita gente hoje todo mundo dissimulado, politicamente correto e pré-fabricado. Cada vez mais, gosto mais de bicho do que de gente, a relação é muito mais honesta.
Coelho na carona...

Gatão, ou melhor, tigre branco asiático, e folgadão.
Vai ver é só tamanho, e nem bravo é...
4 simpatias felizes...
Puma negro, lindo e perigoso, um gatão!
Olhos bicolores, além de lindo, o bicho é peculiar.
Coruja sempre tem um ar de bicho inteligente, né?
Gato esperto, atravessa o rio sem se molhar...
Solidariedade no reino animal, é o que falta nos humanos...
Amigo, ou dama de companhia?
Esquilos, sempre espertíssimos.x