quarta-feira, 30 de novembro de 2016

Tráfego complicado pelo mundo afora

Richard Jakubaszko
Cada país com suas características de cultura no trânsito, seja nas cidades ou nas estradas, em geral tumultuadas e confusas, quando não são caóticas ou excepcionais. Uma das causas é o excesso de gente e de automóveis, ou melhor, de veículos de todos os tipos. Todo mundo quer levar vantagem, para trafegar ou estacionar. Confira:
Na China, um chinês ficou preso no trânsito durante 5 dias...
Em Nova York, se errar o túnel, retorno só em Detroit...

Moscou, aqui a vodka manda no trânsito...
Bangladesh, aqui azedou...
Tailândia, só táxi resolve...
Vietnã, na calçada tem o mesmo trânsito...
Índia, a vaca é sagrada, se ela estacionar...
Filipinas, não tem moleza...
Emirados Árabes, olha o camelo...
Itália, estacione conforme o tamanho...
Na Indonésia não se usa semáforo (sinal), é mão inglesa...

Em Amsterdam, só sai do trânsito se pedalar ou remando
Em Paris, travou tudo, mas a cidade continua linda...
No Paquistão, pega carona no ônibus...
Paris, cada vez mais complicada. É que tem muito turista...
Nova York, 5ª avenida, os táxis amarelos mandam no pedaço...

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Pedalando em Amsterdam...

terça-feira, 29 de novembro de 2016

Dicionário afro-lusitano

Richard Jakubaszko
 
Acordo ortográfico
Em tempos do “politicamente correto” andam em baixa as piadas e chistes protagonizados pelos irmãos de além-mar, então os humoristas colocam dicionários para traduzir a sua imaginação. Na internet circulam as traduções abaixo, e que recebi hoje de um amigo, informando-me que um amigo português encaminhara a ele alguns exemplos.
 

Dicionário afro-lusitano

Abreviatura = acto de se abrir um carro

Açucareiro = revendedor de açúcar que vende acima da tabela

Alopatia = dar um telefonema à tia

Amador = o mesmo que masoquista

Barbicha = bar para paneleiros

Caminhão = estrada ou caminho muito grande

Canguru = líder espiritual para cães

Catálogo = acto de se apanhar coisas rapidamente

Combustão = mulher com peitos grandes

Compulsão = qualquer pessoa com pulsos grandes

Depressão = espécie de panela angustiada

Destilado = aquilo que não está do lado de lá

Detergente = acto de se prender indivíduos suspeitos

Esfera = animal feroz amansado

Evento = constatação de que realmente é vento e não brisa, furacão

Fornecedor = empresário do ramo de agradar a masoquistas

Genitália = órgão reprodutor dos italianos

Homossexual = detergente utilizado para lavar as partes íntimas

Leilão = leila com mais de 2 metros de altura

Karma = expressão para evitar pânico

Novamente = diz de indivíduos que renovam a sua maneira de pensar

Obscuro = tampão na variedade de cor preta

Psicopata = veterinário especialista em doenças mentais da pata

Quartzo = partze ou aposentzo de um apartamentzo

Razão = lago muito extenso, porém pouco profundo

Rodapé = aquele que tinha carro, mas agora anda a pé

Sexólogo = sexo apressado

Simpatia = concordando com a irmã da mãe

Talento = característica alentejana

Típica = o que o mosquito te faz

Trigal = cantora baiana elevada ao cubo

Vidente = dentista falando sobre o seu trabalho

Viúva = acto de ver a uva

Zunzum = na fórmula 1, momento em que o espectador percebe que os 2 líderes acabaram de passar na sua frente

Zoológico = reunião de animais racionais

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segunda-feira, 28 de novembro de 2016

Por que FHC correu para abraçar Temer

Janio de Freitas *
O que será do Juiz e do Delegado que humilharam o Garotinho?

É ao menos original, para não dizer que é cômico. O país derrete, com as atividades econômicas se desmilinguindo, o desemprego crescendo, cai até a renda dos ricos, a maior empresa do país é vendida em fatias, pouco falta para trocarem de donos os trilhões do pré-sal – e o presidente da República passa a semana ocupando-se com um apartamento que nem existe. Ou só existe no tráfico de influência de um (ex)ministro e na advocacia administrativa do próprio presidente.

Se Dilma foi processada por crime de responsabilidade, como quiseram os derrotados nas urnas, Michel Temer é passível de processo, no mínimo, por crime de irresponsabilidade. É o que explica a pressa de Aécio Neves e Fernando Henrique para cobri-lo com uma falsa inocência. "Isso [a ação de Geddel] não atinge Temer nem de longe", diz Aécio, que na presidência da Câmara foi o autor de algumas das benesses mais indecentes desfrutadas pelos deputados.

Fernando Henrique define os atos de Geddel e de Temer como "coisas pequenas". Comparados à entrega, por ele, do Sistema de Vigilância da Amazônia à multinacional Raytheon, ou confrontados com as privatizações que manipulou até pessoalmente (e com gravação), de fato as ordinarices atuais são "coisas pequenas". Mas se "o importante é não perder o rumo", só isso, Temer, Geddel, Moreira e outros não o perderam. Nem desviam o país do rumo desastroso, único que lhe podem dar com sua incompetência e leviandade.

O comprometimento de Michel Temer com a manobra de Geddel não precisaria ser mais explícito. Sua acusação a Marcelo Calero, de que "a decisão do Iphan criou dificuldades ao [seu] gabinete" porque "Geddel está bastante irritado", diz o que desejava de Calero: a ilegalidade de uma licença incabível, para não "criar dificuldades" ao gabinete e, portanto, ao próprio Michel. Apresentar a ilegalidade como a forma correta de conduta, quando está em causa um interesse contrário à responsabilidade e à lei, é um comprometimento inequívoco com o interesse e com o tráfico de influência que o impulsiona.

Tem a mesma clareza a igualdade de ideia, e até de palavras, que Calero ouviu de Temer, de Eliseu Padilha e do secretário de Assuntos Jurídicos, Gustavo Rocha, em ocasiões diferentes. Todos lhe falaram em "construir uma saída", mandando "o processo para a AGU", a Advocacia-Geral da União. Lá, como disse Temer a Calero, "a ministra Grace Mendonça tem uma solução". A igualdade demonstra a combinação de uma estratégia para afinal impor a ilegalidade. Fosse por já terem a concordância de Grace Mendonça, como sugere a afirmação de Temer, fosse por a verem como maleável.

Michel Temer não poderia mesmo ser "atingido nem de longe". Está chafurdado na manobra de Geddel, a quem buscou servir em autêntica advocacia administrativa em nível presidencial. Corrupção, nada menos.

(...)

Por seis a um, Anthony Garotinho foi liberado pelo Tribunal Superior Eleitoral até de prisão domiciliar.

De um ponto de vista acima do resultado pessoal, há grave problema institucional em sua prisão: se existirem, são mínimas as dúvidas de que Garotinho foi vitima de represália de um delegado da PF e é provável que também de um juiz. No início do mês, o delegado Paulo Cassiano foi objeto de uma representação do ex-governador à Corregedoria da PF, por abuso de autoridade e violência em Campos. O juiz Glaucenir Silva decretou a prisão pedida pelo delegado, sem base para essa decisão. O projeto sobre abuso de autoridade deve ser votado nos próximos dias, caso Sergio Moro e um batalhão de procuradores federais não conseguirem impedi-lo. E, para o bem dos cidadãos em geral, é difícil que consigam.
(...)

* o autor é jornalista.

Republicado do Conversa Afiada, que republicou da Folha de São Paulo: http://www.conversaafiada.com.br/politica/janio-por-que-fhc-correu-para-abracar-temer

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domingo, 27 de novembro de 2016

O cheque de um milhão e as delações em "nuvem"

Mauro Santayana *

Otávio Marques de Azevedo
Nunca aceitamos - e consideramos execrável - a tese - um dos pilares da Operação Lava Jato - da transformação retroativa, automática, proposital, de doações de campanha em "propina".

Se à época era legal e foi registrada, a doação foi doação e ponto final, mesmo que eventualmente tenha sido feita por meio de "Caixa 2", que - a exemplo das tais "pedaladas fiscais" que justificaram a derrubada de Dilma - se à época também não era crime, só pode passar a sê-lo depois que for criada uma lei para regulamentar o assunto.

Considerando-se isso, não se pode negar que essa retroatividade seletiva, presente na mudança do depoimento do ex-presidente da Andrade Gutierrez, Otávio Marques de Azevedo, divulgada pela imprensa, ontem, transformou-se em uma das principais características da situação em que se encontra, hoje, a justiça brasileira.

Pressionado a produzir uma delação "premiada" o "delator" em questão acusou a campanha da ex-presidente da República, Dilma Rousseff, de ter recebido um milhão de reais - por si só uma quantia irrisória nesse contexto - em "propina".

Disseminado ruidosamente o factoide, e com a apresentação de provas, pelo PT, de que o dinheiro chegou à campanha por meio do PMDB, ou seja, de que a doação estava em princípio destinada ao então candidato a vice e atual Presidente da República, Michel Temer, os advogados do "premiado" delator - mais um fantoche que se distorce e retorce ao sabor desse sórdido jogo de pressão de fundo descaradamente político - recuaram e disseram que ele havia se "enganado", e que, na verdade, não teria ocorrido nesse caso particular, nenhuma irregularidade ou ilícito.

Esse é o mal da tal "delação premiada", tão festejada pela atual Magistratura e o Ministério Público.

Como quase nunca existem provas cabais que as sustentem, pode-se fazer com esse sórdido e abjeto "instrumento", de grande "plasticidade" inerente, o que se quiser que seja como se fosse - nas mãos de um bando de crianças - um pacote de massinha de modelar.

Além da possibilidade de "editar" seletivamente as transcrições dos depoimentos, vide O MINISTÉRIO PÚBLICO E AS "CENAS PROIBIDAS" DA OPERAÇÃO LAVA JATO, pode-se acusar a torto e a direito (mais a "direitos" que a "tortos" e quase nunca à direita, convenhamos) e adaptar a mentira, já que de mentiras produzidas sob pressão se tratam, na maioria das vezes, relacionadas a ilações de caráter altamente subjetivo.

A bem da verdade, a mídia faria um grande favor ao público e à realidade, se passasse a chamar essas delações - típicas de regimes fascistas e autoritários - nos processos stalinistas os réus também delatavam, oficialmente, "voluntariamente" - de delações "chiclete", "bombril" ou "massinha".

Em tempos de computação em "cloud" – elas poderiam ser chamadas também de "delações-em-nuvem", não apenas por sua banalizadora quantidade - o sujeito delata até a mãe do Papa para se livrar de prisões arbitrárias que podem ser "esticadas" indefinidamente e para não correr o risco de desagradar a "pessoa" errada – quanto pela possibilidade que têm, como as nuvens, de trocar de formato ao sabor das circunstâncias.
 

O comunicado dos advogados do ex-presidente da Andrade Gutierrez prova que, apertadas entre os dedos, as "acusações" dos delatores podem mudar, sempre que for preciso, bastando que alterem o seu "depoimento".

Assim, o que era, no início, uma "bola" de massinha pode se transformar em uma cobra, em um porquinho, ou, em poucos minutos, horas ou dias, em um simpático cachorrinho.

Um verdadeiro acinte, neste país de faz de conta, sem nenhum respeito ou consideração pela inteligência dos cidadãos e da população brasileira.

* o autor é jornalista



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sábado, 26 de novembro de 2016

Denominação de origem: o diploma de qualidade do café do Cerrado de MG

Richard Jakubaszko
Com enorme alegria recebi da Federação dos Cafeicultores do Cerrado o vídeo abaixo que divulga a "Denominação de Origem Região do Café do Cerrado Mineiro", uma espécie de diploma de qualidade do café produzido nessa região.

Sinto-me gratificado, por ter sido participante dessa história positiva, por ter incentivado e divulgado de forma pioneira, desde 2003, o que seria esse "trem" da Denominação de Origem", atitude não apenas de marketing, mas de união e profissionalismo na produção, no associativismo e no cooperativismo, que possibilitaria agregar valor ao produto final produzido pelos cafeicultores da região.

Acreditei, naquela época, no sonho de idealistas como Ensei Neto e Aguinaldo José Lima, e do saudoso amigo Luiz Hafers, de que os produtores rurais brasileiros, inclusive os cafeicultores, poderiam viver com dignidade produzindo commodities de qualidade, a exemplo do que fazem produtores de vinho ou azeite na Europa, por exemplo. Hafers tinha uma expressão inteligente para exemplificar quando o café tinha qualidade: era quando o visitante pedia outra xícara de café. Era o diploma de qualidade daquele cafezinho.

Registrei isso tudo sobre o café em 2 capítulos no livro "Marketing da Terra" (Universidade Federal de Viçosa, 2005), mostrando os caminhos e mecanismos de como seria possível a conquista dessa vitória coletiva, não apenas para o café, mas para outras commodities agrícolas, e dei inúmeros exemplos de como isso poderia ser feito, a começar pelas histórias do genial Popeye, personagem que vendeu e dignificou o espinafre, e que hoje tem mais de uma dezena de estátuas erigidas pelos produtores em sua homenagem, EUA adentro.

Parabéns aos cafeicultores do Cerrado Mineiro!

Estes foram os primeiros passos, os próximos serão "a maratona da vida", de manter a qualidade do café para honrar a denominação de origem. Como diz o povo, chegar ao topo pode até ser fácil, mais difícil ainda é se manter lá.


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quinta-feira, 24 de novembro de 2016

Conhecer mais as plantas para aumentar a produtividade

Richard Jakubaszko 
Entrevistei para o Portal DBO o engenheiro agrônomo Roberto Berwanger, diretor da Microquímica, que fez uma série de considerações interessantes sobre o conhecimento em profundidade de como funcionam as plantas, para que possamos fazer crescer a produtividade da agricultura brasileira.
Confira:


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terça-feira, 22 de novembro de 2016

Prêmio “Vergonha alheia 2016”


Richard Jakubaszko
A blogosfera não perdoa as imbecilidades e idiossincrasias de coxinhas e engajados em causas ideológicas ou camufladas pela falta de cultura política dos brasileiros que só entendem de futebol.

Sinto imensa vergonha por quem pensa assim, daí surgiu o “Prêmio Vergonha alheia 2016”, obra prima da criatividade tupiniquim. Tem de humilhar quem é burro, ignorante político ou puxa saco. Dou todo meu apoio ao galardão da vergonha. Nem precisa votar, são todas opiniões campeoníssimas!




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