sábado, 30 de setembro de 2017

Paulo Herrmann disse tudo que precisava

Richard Jakubaszko


Numa entrevista para um canal de internet, em julho último, após uma palestra num evento de Gramado (RS) o repórter, despreparado para a função, pergunta para Paulo Herrmann, presidente da John Deere, “qual a mensagem que ele tem a enviar aos produtores rurais, com os preços que estão (sic), com as mudanças climáticas (?) que a gente está enfrentando, com toda essa difusão de tecnologia...”.
 

Diante da quase obrigação de ter de fazer nova palestra frente a uma câmera de TV, ele não teve dúvidas em afirmar: “a mensagem é, olhar menos televisão, ler menos jornais, e acreditar muito mais na nossa vocação, competência, capacidade, e honestidade, para fazer as coisas acontecerem. Esse país que está na TV 24 horas por dia, não nos pertence, não somos nós, não nos representa. Nós somos farinha de outro saco, nós somos gente de outra estirpe.”

Na mosca! Assistam o vídeo, Paulo Herrmann ainda faz comentários adicionais sobre o que os políticos andam aprontando...

A verdade é que a mídia nem sabe, depois, porque perde audiência...

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sexta-feira, 29 de setembro de 2017

EsalqShow: um farol para o futuro da agricultura

Richard Jakubaszko  
Entrevistei para o Portal DBO o diretor da Esalq/USP, Luiz Gustavo Nussio, quando ele falou sobre a EsalqShow, uma feira de ideias que a universidade vai organizar em outubro próximo, dias 10 e 11, no campus de Piracicaba/SP.
Ideia interessante, recomendo que assistam o vídeo:

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quinta-feira, 28 de setembro de 2017

Agroinformática nas nuvens é o futuro da agricultura

Richard Jakubaszko  
Entrevistei para o Portal DBO o engenheiro agrônomo e especialista em informática, Manfred Schmid, diretor da Agrotis, de Curitiba-PR. Ele nos revela um assustador e desafiador mundo que está se descortinando através da informática, que vai propiciar a "agricultura nas nuvens". Manfred será colunista da revista Agro DBO a partir da edição de outubro/17, onde mensalmente escreverá sobre o tema.
Recomendo assistir a entrevista, vale a pena:

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terça-feira, 26 de setembro de 2017

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Emendas parlamentares
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Crédito com garantia de Habeas Corpus
  




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segunda-feira, 25 de setembro de 2017

TV, a máquina que vai nos deixar loucos

Richard Jakubaszko  
A TV parece que é uma máquina destinada a nos fazer de loucos e imbecis. É por essas e outras que não assisto TV. Lá, tudo é movimento, agitação, e nada é concluído, nada é aprofundado, não há a intenção de informar, mas de passar uma percepção de que o mundo existe, de que a vida se passa lá fora, mas que a telinha registra tudo.

No vídeo abaixo, um trecho de um programa noticioso da TV portuguesa, de 2007, quando o então ministro Santana Lopes dava uma entrevista para a âncora do programa, e esta nunca o deixava completar uma frase, pois sempre entravam imagens de uma notícia qualquer, sem nenhuma importância naquele contexto de entrevista, sobre futebol, cinema antigo, agitos culturais, e que interrompiam o raciocínio do entrevistado, até que o cara se encheu de coragem e mandou a âncora pros quintos dos infernos. Hilário! Muito mais do que uma grande piada portuguesa, é um fac-símile da vida, ou melhor, da imbecilidade da televisão...
Guardadas as devidas proporções, foi o que a TV Cultura fez comigo numa entrevista que concedi ao Jornal da Cultura em 13/9/17, sobre as mentiras do aquecimento, vejam neste link: https://richardjakubaszko.blogspot.com.br/2017/09/jornalismo-engajado.html 
É uma máquina de loucos, ou não é?

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domingo, 24 de setembro de 2017

Velórios-Atracanças-Desalmas

Carlos Eduardo Florence *

Velórios-Atracanças-Desalmas
Nos exato do tiro golpeando o peito, o trançador das benções, rezador dos couros, cantador dos improvisos, jogador de truco, meeiro das almas foi despachando a vida no intuito de livrar as dúvidas, se imiscuiu torto ao florido do maracujá assustado e atreveu a achar o caminho para beijar a morte. O morcego nem esperou a coruja para voar pelos cantos a procura do desespero. Camiló depositou o espírito na formosura da flor de maracujá, desanimou de proceder.

A flor mimosa do maracujá recebeu o último beijo, boca sangrando, Camiló esvaindo, arrepio de começo, desatino de fim. Subia da Várzea da Malita uma tristeza salobra por ordens das maritacas alvoroçando suas sintonias. Amealhou a flor chorando, machucada com o sangue pingado, compartilhando destino com a brisa soprada da capoeira pela seriema acabrunhando condolências. Tramando cortar caminho pela trilha da capela a flor se persignou nos ensejos dos respeitos, insinuando por dentro do cemitério. Derivou a graça nos atinos calados dos cantos pausados dos pintassilgos voejando entre as quiçaças e atendendo a tristura da morte, subiu serra longa, a flor, para notícia da triste sina chegar. Enquanto entumecia angústia envolvida no vento manso, mudo, a flor rodamoinhou a moita de bacuri e espiou Inhazinha, mulher, enxaguando as roupas, ninando as tristezas, proseando, só sozinha, suas lamúrias, no córrego e se fez de silêncio aquietado até a coragem parir a vaza. Caminhou a flor pelo sítio nas pontas dos caules, assomou a meninada dormicando uns restos de noites.

Não afoitou o maracujá florido de achegar Inhazinha amargando prosa sozinha com as roupas, cantarolando ladainha de muxoxo no ribeirão, cismando previsões de desajustes sem a chegada, na véspera, de Camilo e trançados. Aguardou a flor, quietada de melindres, lacrimosa, amuada de silêncio, ajuizando cisma, encimando o pé da aroeira madrugando seu olhado sobre os vazios. Atinou as conversas de Inhazinha consigo mesma e mais deus, água correndo por baixo das roupas enxaguando. Bambeou a flor do maracujá, desabonada de promessas, pela picada miúda, arrodeando as taboas e desflora arroxeada de dessabores no pé da tábua de peroba molhada das roupas sovadas. Inhazinha nem destina, emudece, desestorva a angústia para saber que já sabia o recado correto do maldito feito pela flor portado, enroscando desgraças e carregadas do ranço forte de morte tida. Notícias recebidas, no rodopio do vento, seguem em passos de amaldiçoadas infelicidades a família em fila de índios calados na sequência das agonias. E seguiram a flor voltando mesmos passos da vinda convicta de suas prerrogativas de testemunha de sofrimento, os destinados a encontrarem Camiló ainda abeirando mesmo lugar onde atirado fora pela garrucha na Bica das Putas e gente muita acoitando o corpo desprovido de vida aguardando as soluções.

Misturou na fartura de gente de todos conhecidos amigos e sinceros respeitosos, em sendo Camiló, chorando povos se puseram para sofrer ausência por morte. Amizade debulhava no atento, cada afeto sempre acatado, sendo o velório atendido por boiadeiro comprador de trançados, puta carente de carinhos, massagens e premonitórios, jogador de truco, aparceirados nas refregas das jogatinas requentadas, criançada mole de sorriso farto embalada alegre nos cantos macios, nas estórias silvadas, nas delongas fantasiadas.

A roda se formou e a família acercou na precisão da carência. Fim de Camlió que Oitão desviu para sempre e saudosa por morte desmerecida.

Publicado originalmente em: http://carloseduardoflorence.blogspot.com.br/2017/09/velorios-atracancas-desalmas-nos-exato.html

* o autor é economista, escrevinhador, e diretor-executivo da AMA - Associação dos Misturadores de Adubos.
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sexta-feira, 22 de setembro de 2017

Agricultura e ambiente: lá e cá

Ciro Antonio Rosolem *

Lá no Reino Unido os agricultores estão muito preocupados, pois com o tal do Brexit, ou seja, a saída do Reino Unido da União Europeia, vão perder uma parte do subsídio ambiental que recebem. Isso mesmo: não só o Reino Unido, mas toda a União Europeia contribui para a manutenção da vegetação nativa, ou de áreas re-vegetadas, mantidas pelos agricultores em cada um dos países membros. A sociedade paga por um bem fornecido pelos agricultores. Nada mais justo.

Cá, nesta semana o Supremo Tribunal Federal julga Ações Diretas de Inconstitucionalidade (ADIs), impetradas por membros do Ministério Público, PSOL, PV e ONGS, contra alguns artigos do Código Florestal Brasileiro. Cá, certos promotores, partidos políticos e ONGs se julgam os arautos protetores do ambiente. Serão mesmo? O fato é que o Código Florestal, aprovado por imensa maioria após exaustivos debates públicos, foi reconhecido internacionalmente na Conferência do Clima, em Paris, inclusive por algumas ONGs internacionais. O Cadastro Ambiental Rural e os Programas de Regularização Ambiental, filhotes do Código, têm sido ferramentas fundamentais no controle e ampliação da preservação ambiental. Então estes “do-contra” são contra quem? Contra o agronegócio brasileiro que mantém este país em pé? A invalidação do Código Florestal como vigente trará, novamente, insegurança jurídica para o campo, além de estimular novas ondas de desflorestamento.

Lá, o valor que os agricultores recebem para conservar um hectare de vegetação é maior que o lucro da criação de ovelhas. E, note, criação de ovelhas é uma atividade tradicional por lá. É mais ou menos assim, produzir trigo é bom, logo em seguida vem preservação ambiental e, daí, criar ovelhas. Dá pra viver disso. Daí a grande preocupação: quem assumirá este custo.

Cá, os produtores rurais mantêm preservados, em propriedades privadas, mais de 20% do território nacional. O que recebem por isso? A pecha de desmatadores. O governo tem sob sua responsabilidade, 13% do território nacional em áreas preservadas, e gasta bilhões com isso. Ou seja, a sociedade brasileira paga, por meio dos impostos, a conservação dos 13% do território. Vale lembrar que a administração pública é ineficiente, cara. Se já pagamos pelos 13%, por que não pagar pelos 20% que estão em propriedades privadas? Esta área tem um valor de mercado muito grande e, além disso, a preservação tem custos. Se estivesse em produção, estas terras estariam gerando renda, aportando dinheiro nas pequenas cidades, gerando empregos e impostos. Não é injusto que os produtores rurais paguem sozinhos esta conta? Será que o resto do mundo está errado?

Cá, é fundamental a proteção e aperfeiçoamento do Código Florestal (já prevista), mas é também fundamental o estudo e implementação do pagamento por serviços ambientais. É bom para a natureza, é bom para a população e, acima de tudo, é justo.

* o autor é vice-presidente de Estudos do Conselho Científico Agro Sustentável (CCAS) e Professor Titular da Faculdade de Ciências Agrícolas da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” (FCA/Unesp Botucatu).

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quarta-feira, 20 de setembro de 2017

Fernando Penteado Cardoso, 103 anos de muitas paixões

Richard Jakubaszko  
Fascinante ser contemporâneo, mais do que isso, tenho o orgulho e honra de poder dizer, amigo fraternal desse grande brasileiro, o engenheiro agrônomo Fernando Penteado Cardoso. Ontem, 19 de setembro, FPC completou 103 anos, e mandei a ele e-mail parabenizando-o pela data. Hoje, voltou um e-mail, claro, lúcido, consciente, de um homem de seu tempo, e compartilho com os internautas a inteligência de FPC:

Muito obrigado Richard por suas amáveis palavras.
Quis o destino que testemunhasse o convívio com grandes amigos, com numerosa família e com fantástica evolução da profissão. Passo pela vida com a sensação de uma grande e emocionante viagem que está se aproximando do destino final. Valeu a pena.
Grande abraço
Fernando Cardoso

From: Richard Jakubaszko
Sent: Tuesday, September 19, 2017 5:36 PM
To: AGRISUS - Fernando Penteado Cardoso
Subject: PARABÉNS, 103 está próximo de muitos recordes

Dr Fernando,
quase redundância dizer "muitos anos de vida", mas tenho a certeza que serão batidos muitos recordes ainda.
Saúde! Porque o resto a gente corre atrás, não é?
Grande abraço!
Richard Jakubaszko

 
FPC e o blogueiro, Congresso Fertilizantes ANDA - agosto/2017 - SPAULO

segunda-feira, 18 de setembro de 2017

Los Angeles terá ruas pintadas de branco para conter aquecimento global

Richard Jakubaszko 
Os americanos descobriram – só agora – aquilo que os gregos já fazem há milênios com suas casas pintadas de branco: usar o branco para amenizar o calor no ambiente local. A matéria publicada no Yahoo, entretanto, de forma simplista, vai mais longe, acredita que a atitude vai “conter o aquecimento global”, como está no título. Ou seja, matérias sobre o assunto, para elogiar ou criticar questões ambientais, estão sempre desfocadas da realidade. É o que tenho chamado de “jornalismo engajado”, mas que o leitor também pode chamar de desiderato, ou de “sustentabilidade”, ai!, ui!, não! que palavra horrorosa, é melhor “imbecilidade midiática sustentável”, porque agora até os vendedores de tintas vão faturar um troco em cima da neurose aquecimentista.

Não há quem não tire uma casquinha no assunto, até o Papa Francisco mete sua colher nesse angu. Enquanto isso, o fabricante de tintas mandou ver um press release, e elogia o prefeito de LA, que encontrou uma forma diferenciada de gastar a grana dos impostos arrecadados dos munícipes. Ainda bem que o Trump cortou boa parte das verbas destinadas a esses chupins ambientalistas... Em meu livro "CO2 aquecimento e mudanças climáticas: estão nos enganando?" denuncio outras imbecilidades do gênero.
 

Vejam o que o Yahoo publicou:
Uma pequena mudança nas ruas de Los Angeles pode ajudar a reduzir a temperatura na região, nos próximos 20 anos, em 16 graus. O prefeito Eric Garcett decidiu pintar as ruas da cidade de branco para deixar as ruas mais geladas e reduzir, assim, a sensação de calor.

Quanto mais populosa é uma cidade, maior a chance de calor. Isso acontece porque as cidades sofrem com a chamada “ilha de calor urbana”, um fenômeno potencializado pela falta de árvores grandes que oferecem sombra, além da presença de pavimentação na cor preta na maior parte dos espaços. A cor absorve o calor, deixando o espaço mais quente e aumentando a sensação de “abafamento”. O branco, pelo contrário, reflete a luz do sol.

A tinta escolhida para colorir as ruas de Los Angeles é chamada de CoolSeal. Segundo os criadores, o material foi desenvolvido pata o uso em bases aéreas militares, com o objetivo de manter os aviões mais frios enquanto eles estavam na pista. A medida evitava que as aeronaves fossem detectadas no satélite por câmeras infravermelhas, que localizam objetos de acordo com seu calor. A pintura é capaz de manter as ruas até 10 graus mais geladas.

Na cidade, o uso da CoolSeal vai ajudar na economia de energia elétrica e dinheiro, consequentemente, já que deve reduzir o uso de aparelhos de ar condicionado ao longo do dia. Outra vantagem é a melhora na qualidade do ar. Tradicionalmente, o calor intensifica a poluição, piorando o estado de quem possui doenças respiratórias. A novidade foi revelada pela PopScience
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Publicado originalmente no Yahoo: https://br.yahoo.com/financas/noticias/los-angeles-tera-ruas-pintadas-de-branco-para-conter-aquecimento-global-195313993.html
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domingo, 17 de setembro de 2017

Furacão ladra, a caravana passa.

Richard Jakubaszko  
Leio num fac-símile de jornal, enviado por Luis Amorim, lá da terrinha, uma crônica saborosa sobre os furacões que andam a atormentar o Caribe e que quando chegam aos EUA afinam e tornam-se tempestades tropicais. Há 12 anos não se via um furacão naquelas paragens, e a mídia brasileira na falta de assunto dava pancadas no Tio Trump, uma espécie de cético ambientalista que eles na mídia tupiniquim abominam.

Já o jornalista português, José Diogo Quintela, na crônica que reproduzo abaixo, faz uma análise de fina sintonia, sobre a fuga dos carros de Miami, gastando gasolina para fugirem do furacão, justamente a gasolina que os ambientalistas desejam proibir o uso para evitar o aquecimento que causa furacões... Fina ironia, até porque o próprio IPCC já reconheceu que o suposto aquecimento que eles alegam que está acontecendo não é causado pelo aquecimento, e nem pelos inocentes GEE.

Mas a ironia do cronista lusitano vai mais longe, e replica um hipotético diálogo de Noé com o Criador, que lhe autorizara a construção de uma arca, e diz: "EH PÁ, SENHOR, CONSTRUIR UMA ARCA? E A DESFLORESTAÇÃO? PREFIRO APANHAR UMA CHUVINHA". Evidentemente que o jornalista lusitano não nos revela, mas Noé estaria receoso de enfrentar os biodesagradáveis, que já naquele tempo deviam existir, não tenhamos dúvida, pois gente assim sempre existiu.

Se não conseguirem ler no blog a crônica abaixo, baixem a foto, vale a pena ler o saboroso texto, estilo herdado do genial Fernando Pessoa.
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sexta-feira, 15 de setembro de 2017

Jornalismo engajado

Richard Jakubaszko
Concedi entrevista para o Jornal da Cultura (13/8/17) sobre o tema do aquecimento e das mudanças climáticas, por conta de ser o autor do livro “CO2 aquecimento e mudanças climáticas: estão nos enganando?”. Como cético das mudanças climáticas, e por ser um suposto especialista no assunto, conforme o jornalismo da TV Cultura me informou, eu deveria contestar a opinião emitida pelo Papa Francisco divulgada no dia anterior sobre a necessidade de empresas e cidadãos do mundo tomarem iniciativas para conter o processo ambiental do aquecimento.

Procurado pela repórter Mayana Leocádio, junto com a equipe de vídeo e áudio, gravei a entrevista, durante 25 minutos, sobre várias questões que considero relevantes, e que desmentem ou colocam em xeque as afirmações do grupo de ambientalistas ligados ao IPCC (International Panel Climatic Changed), que é subordinado à ONU, e especialmente o desafio de que não existe uma única prova científica de que esteja acontecendo o tal aquecimento propalado por toda a mídia.

À noite, o Jornal da Cultura foi ao ar, demonstrando um jornalismo engajado na questão ambiental, em que deixava transparecer um objetivo paralelo, não revelado antes, de praticar um assassinato de reputação deste escritor e jornalista. Pelo menos essa é a minha "teoria conspiratória" para explicar o jornalismo distorcido feito pela TV Cultura com a referida matéria sobre clima.

A repórter, na abertura da matéria, informa mostrando seu celular que tivemos 31º Celsius de temperatura naquele dia, mesmo estando em pleno inverno. As imagens mostravam ventanias de furacões, enchentes, secas, geleiras desabando, e a repórter registrava que, mesmo assim, havia quem era cético, como este autor, e que foi mostrado folheando um exemplar do livro, e logo na sequência uma meia frase de meu longo depoimento. É evidente que eu não esperava que todos os 25 minutos fossem publicados, mas pelo menos duas ou três frases.

Dos 25 minutos de gravação de minha entrevista, utilizaram apenas uma frase, mesmo assim cortada em seu conteúdo, onde assinalei que o aquecimento e as mudanças climáticas são um prosaico milenarismo, propagado com entusiasmo exagerado pela mídia nacional, assim como foram milenarismos as campanhas de divulgação de fatos ou notícias como o clima que congelaria o planeta lá nos anos 1970 (assunto que deu quatro capas da revista Time), depois a Aids, depois a camada de Ozônio, o bug do milênio, e já neste século XXI o calendário Maia, o Ebola, as gripes suínas e avícolas, todos eventos divulgados sempre com estardalhaço pela mídia, e que em meu entender foram, todos eles, meros milenarismos.

Como o programa tem um formato diferenciado, com um âncora e dois comentaristas, estes comentaram a minha “meia frase”. Iniciou o médico da USP, Paulo Saldiva, diretor do Instituto de Estudos Avançados, dizendo que não contestaria minha posição de cético, mas destacou a seguir que fez 26 autópsias, de gente que morreu por causa da gripe suína, e que viu sangue. Depois, comentou como formam-se os vulcões, dando uma explicação simplória de como são formados, e registrou o fato de que eles sempre existiram. O outro comentarista, Gaudêncio Torquato, que é um consultor político, assinalou que um artigo que havia lido na revista Science dava conta de que entre os anos 1995 e 2000 aconteceram na bacia Atlântica mais furacões, exatamente o dobro, do que nos 24 meses anteriores. Fiz as contas, e vi que teria de ser o dobro, pois 5 anos é igual a 60 meses... A partir daí ficou clara a intenção de que fariam um assassinato de reputação deste blogueiro e escritor. Talvez pela irrelevância do comentário de Torquato, Paulo Saldiva animou-se a dar mais uma traulitada neste ingênuo escritor e jornalista, dizendo, no embalo de uma contrariedade que demonstrava fisicamente em suas expressões faciais, que eu praticava um desserviço, que isto provocaria as pessoas a desacreditarem de vacinas, e que eu não poderia negar o Ebola, pois este devastou Serra Leoa.

Ora, se o leitor assistir a entrevista, que postei abaixo, em vídeo, poderá constatar que a matéria do clima, de 4 e poucos minutos, foi um gancho para alguém do jornalismo atropelar um cético como este incauto escritor e jornalista e praticar uma desqualificação em regra, porque Paulo Saldiva, mal informado, interpretou que eu neguei o Ebola e as gripes suínas e avícolas. Não neguei, Saldiva, apenas chamei as gripes, assim como o Ebola e o aquecimento, de milenarismos, ou modismos. E frisei isso no meu depoimento, de apenas meia frase, de que vivemos essa neurose ambientalista planetária, sob a égide da comunicação e da mídia.

E dai? Daí que o Papa Francisco (neste assunto, ele é “mal assessorado”, como fala meu amigo Evaristo de Miranda, da Embrapa), sumiu da matéria, ficou só na chamada, e nem foi citado, porque ficou mais importante ao editor da matéria me colocar folheando um livro do que mostrar a opinião do Papa.

Resumindo: desconheço a razão de a TV Cultura fazer uma matéria sobre clima e cair de pau em cima de um cidadão que apenas deu sua contribuição a debates técnicos ao escrever um livro contestando a mentira do aquecimento. Estudei o assunto profundamente, nestes últimos 10 anos, e demorei 4 anos escrevendo o livro, na companhia de vários cientistas, inclusive, um deles (Odo Primavesi) ex-signatário do relatório IV do IPCC em 2007, e que pediu para que seu nome fosse retirado depois que o sumário executivo de 30 páginas desmentiu o relatório completo, de quase duas mil páginas. Dos 2.500 “cientistas” que assinaram aquele relatório do IPCC (onde constam da lista menos de 3% de climatologistas), cerca de 2.050 solicitaram a retirada de seus nomes como coautores. Destes, cerca de 50, como o Dr. Richard Lindzen, climatologista, professor emérito do MIT (Massachussets Institute Tecnology), e isso não é pouca coisa, ser professor emérito do MIT, teve de fazer cumprir essa sua exigência por intermédio da justiça americana, pois o IPCC negava-se a cumprir o pedido formal.

Os comentaristas do Jornal da Cultura desconhecem que, entre 2005 e 2017 os EUA não tiveram a “visita” de nenhum furacão, depois do Katrina, e por desconhecerem centenas de outros fatos científicos e políticos que relato em meu livro, mesmo assim, não posso perdoá-los, nem ao editor do programa que editou de forma farsesca minha fala de 25 minutos em menos de 30 segundos, e ainda assim conseguiu cortar a frase, colocando minha cabeça de bandeja para que os comentaristas cometessem seu assassinato de reputação.


Em qualquer emissora de TV séria e responsável, em outros países dariam direito de resposta ao difamado, mas aqui no Brasil, esquece, meus colegas jornalistas acham que fazem desse jornalismo engajado algo que os leve a merecer o paraíso depois que morrerem.

Mais importante que tudo, as pessoas, e os cientistas também, nesse nosso maluco mundo contemporâneo, desaprenderam a regra de ouro do debate. Pois é o debate, meus amigos, é no contraditório que as pessoas enriquecem o saber e o conhecimento. Não leram meu livro, mas são contra. Não me darão, e nem vou pedir, porque inútil, o direito de resposta. Ficou clara a intenção de apenas desqualificar alguém que pensa diferente.

Jornalistas, editores e comentaristas, acham que não têm culpa de sempre ter razão. Porque têm a convicção de que estão certos. Como nos revela um quase filósofo contemporâneo, o ex-ministro Delfim Netto, "se você tem certezas sobre o que está acontecendo, é porque você está mal informado".



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quarta-feira, 13 de setembro de 2017

Roberto Rodrigues: propõe um inédito plano de governo para o Brasil

Richard Jakubaszko 
Entrevistei o engenheiro agrônomo Roberto Rodrigues para o Portal DBO, onde ele faz uma proposta inédita de governo. É o agronegócio, com alimentos para todos, a autêntica vocação nacional, diz o ex-ministro da Agricultura.

"Todos os produtores rurais - e especialmente os cidadãos urbanos - serão beneficiados; a sociedade em conjunto pode nos tirar da crise", argumenta Roberto Rodrigues, ex-ministro da Agricultura no governo Lula e coordenador do GV Agro, centro de inteligência do agronegócio da Fundação Getúlio Vargas.

Por sua estrutura e propósito, o GV Agro posiciona-se como um think tank voltado ao agronegócio brasileiro e seu desenvolvimento. Como tal pretende participar da discussão da agenda de políticas públicas e privadas pertinentes ao setor.


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