terça-feira, 29 de novembro de 2011

Movimento Contra o Movimento Gota D'Água

Richard Jakubaszko
Meus Amigos / Minhas Amigas,
Acabei de ler e assinar o abaixo-assinado online: Movimento Contra o Movimento Gota D'Água

http://www.peticaopublica.com.br/?pi=P2011N16979

Eu concordo com esse abaixo-assinado e acho que você também poderá concordar. Devemos apoiar a construção da Usina Belo Monte.
Vejam as razões no vídeo abaixo.
Assine a petição pública e divulgue para seus contatos. Vamos juntos fazer a democracia!
Obrigado a todos!

Já se arrasta por mais de 20 anos a discussão sobre a Usina de Belo Monte.
Este vídeo postado no Youtube dá explicações simples, com números, e que todo mundo pode entender, e você leitor poderá tirar muito mais proveito, além de conhecimentos, sobre o embate que acontece.

Assim, na próxima vez em que estiver num grupo, e alguém falar que é contra ou a favor de Belo Monte, você poderá usar ou não a lógica e os números que você verá nesse vídeo, e, desta forma, se manifestar a favor da hidrelétrica, ou a favor das usinas nucleares, porque não há opções, e sem precisar ficar repetindo como papagaio o que alguns dizem por aí sem ter o mínimo conhecimento de causa...
O primeiro movimento é o do Tempestade em Copo D'Água, que foi produzido por alunos da Unicamp (Campinas,SP).
Ufa! Que tal?






segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Fim do Mundo News


Fim do Mundo News
Tutty Vasques
Como toda conferência sobre o clima que se preza, a tal COP-17 de Durban, na África do Sul, começou hoje anunciando seu fracasso.
Parece que ainda não há clima no planeta para se discutir o problema.

Publicado em O Estado de São Paulo, de 28-11-2011 http://blogs.estadao.com.br/tutty/fim-do-mundo-news-14/
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sábado, 26 de novembro de 2011

Tem alguma coisa muito errada...

Richard Jakubaszko
Leio por aí, na grande mídia, como sempre acrítica, e também na internet, que "o Ministério Público pode contestar na Justiça o novo texto do Código Florestal".
De acordo com o subprocurador-geral, "caso os temas mais sensíveis não sejam atendidos", existe o "risco" de o Ministério Público entrar com ações. (!!!) (grifos do blogueiro)

Realmente, tem alguma coisa muito errada neste país!!! Eis que, agora que o STF também legisla (e proibir algemas não é legislar, por exemplo?), agora que a grande mídia demite ministros por supostos malfeitos, pois o Ministério Público (MP) resolveu atacar de poder judiciário, e julga, ele próprio, se um projeto de lei ainda em discussão no Senado, que ainda será votado por lá, e depois deve voltar à Câmara dos Deputados, e aí vai à sanção (ou veto) presidencial, pois o Ministério Público anda pré-julgando as coisas e agora também quer legislar...
Na minha ignorância constitucional e modestíssima opinião, o Ministério Público anda extrapolando funções, e ainda faz ameaças ao Poder Legislativo, e chantageia, na base do "muda essa merreca aí ou nóis vai complicar ôceis"!!!

Reproduzo abaixo a notícia distribuída pela Agência Brasil, em 22/11/2011:
(negritos e grifos do blogueiro)
BRASÍLIA - O Ministério Público Federal acredita que o relatório do Código Florestal lido na segunda-feira, 21, no Senado ainda precisa de ajustes. De acordo com o subprocurador-geral Mário Gisi, caso os temas mais sensíveis não sejam atendidos, existe o risco de o Ministério Público entrar com ações para cobrar a preservação do meio ambiente por via judicial. 

“O projeto da Câmara dos Deputados saiu com inúmeras imperfeições e no Senado já teve uma melhora, mas, todavia, vemos como insuficiente para atender àquele delineamento que a Constituição estabelece em relação ao meio ambiente”, disse Gisi, ao comentar o parecer apresentado pelo senador Jorge Viana (PT-AC) na Comissão de Meio Ambiente do Senado.

Na segunda o procurador presidiu uma audiência pública para tratar do assunto na Procuradoria-Geral da República (PGR). A ideia é enviar sugestões ainda nesta terça, 22, para emendas ao projeto. De acordo com Mário Gisi, a abertura para debate no Senado tem sido melhor que na Câmara.

Uma questão que merece reparos, segundo ele, é a tolerância para o desmatamento em reservas legais, como a anistia de multas para quem atuou irregularmente. Outro ponto criticado foi a liberação das atividades agrossilvipastoris, de ecoturismo e turismo rural em áreas rurais consolidadas até 2008 dentro de áreas de preservação permanente (APPs).

Em uma série de observações contrárias ao texto, o procurador Rodrigo Lines, do Rio de Janeiro, refutou o tratamento privilegiado que o documento dá a proprietários de terrenos com até quatro módulos rurais na recuperação de desmatamentos ilegais. Ele acredita que a dispensa de recomposição tem base em critério “que não tem nenhum sentido”. “Nem todos aqueles que têm propriedades até quatro módulos terão característica de agricultura familiar para justificar a isenção.” Lines criticou ainda a manutenção da regra que permite consolidação de ocupação em áreas de preservação dentro do limite urbano.

COMENTÁRIO ADICIONAL DO BLOGUEIRO:
Ora, realmente, tem alguma coisa muito errada neste país. Vejam o que diz o próprio Ministério Público em seu site, sobre as suas funções e atribuições:

( http://www.pgr.mpf.gov.br/conheca-o-mpf/sobre-a-instituicao )
Sobre a Instituição O Ministério Público Federal no contexto do Ministério Público
(grifos do blogueiro)
O Ministério Público Federal (MPF) integra o Ministério Público da União (MPU), que compreende também o Ministério Público do Trabalho, o Ministério Público Militar e o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT). O MPU e os ministérios públicos estaduais formam o Ministério Público brasileiro (MP).
A cada dia cresce o grau de confiança e respeito em relação ao Ministério Público, em decorrência do correto e independente desempenho das suas atribuições constitucionais. Cabe ao MP a defesa dos direitos sociais e individuais indisponíveis1, da ordem jurídica e do regime democrático.
As funções do MP incluem também a fiscalização da aplicação das leis, a defesa do patrimônio público e o zelo pelo efetivo respeito dos poderes públicos aos direitos assegurados na Constituição.

O Ministério Público tem autonomia na estrutura do Estado: não pode ser extinto ou ter atribuições repassadas a outra instituição. Seus membros (procuradores e promotores) têm liberdade para atuar segundo suas convicções, com base na lei. São as chamadas autonomia institucional e independência funcional do Ministério Público, asseguradas pela Constituição.

As atribuições e os instrumentos de atuação do Ministério Público estão previstos no artigo 129 da Constituição Federal, dentro do capítulo "Das funções essenciais à Justiça". As funções e atribuições do MPU estão dispostas na Lei Complementar nº 75/93.
1. São indisponíveis os direitos dos quais a pessoa não pode abrir mão, como o direito à vida, à liberdade e à saúde. Por exemplo: o rim é da pessoa, mas ela não pode vendê-lo.


Pra finalizar:
O Ministério Público (MP) extrapola suas funções, conforme comentei na abertura deste post. A continuar assim, no futuro breve, toda e qualquer lei a ser votada pelo Congresso Federal poderá, no entendimento e julgamento de um procurador ou de qualquer sub-procurador, ter sua validação discutida na justiça. Esta, como sabemos, no Brasil, é ágil, é justa, e barata, né não? Temos aí, em discussão no Judiciário, por exemplo, a Lei do Ficha Limpa...
Alguém aí já parou pra pensar por que o Governo Federal enfrenta tantos problemas na execução das obras do PAC, e em pelo menos 1/3 delas, em especial a Usina de Belo Monte, conforme relata a imprensa, paradas ou com problemas com o Ministério Público?
Outra coisa: o Código Florestal, como diz o nome, é lei para áreas rurais e naturais, não vale para o uso do solo urbano, função que é da atribuição autônoma de cada município com mais de 20 mil habitantes, conforme Lei Federal. Por que um procurador do Rio de Janeiro dá "sua opinião" errática sobre um problema que nada tem a ver com a legislação federal? Ou foi a Agência Brasil que misturou as coisas? E que a mídia reproduziu, de forma acrítica?
O Ministério Público foi criado com o "espírito" de ser "o bispo" do cidadão, aquele a quem qualquer cidadão recorreria em caso de ver seus direitos desrespeitados. Mas na prática, o que se faz no MP, tem sido bem diferente. Tem ou não tem alguma coisa muito errada neste país?
Então, cadê o bispo?
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quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Começou a era do mundo finito

Richard Jakubaszko
Reproduzo abaixo um interessante e-mail que recebi hoje de Ralph Wehrle, diretor do Axial Participações, a propósito da matéria de capa da revista DBO Agrotecnologia de set/out/2011: http://richardjakubaszko.blogspot.com/2011/11/na-pesquisa-o-grande-desafio-do-seculo.html que discorre sobre alguns temas insistentemente debatidos aqui no blog, entre eles a produção de alimentos para 7 bilhões de bocas (e em breve para 9 bilhões), aliado à questão ambiental., onde estão embutidas as questões do aquecimento, ou mudanças climáticas. No embalo, Ralph anexou artigo do jornalista Washington Novaes, publicado em O Estado de São Paulo (18/11/2011), e que coloquei como título deste post, na verdade uma frase do filósofo Paulo Valéry: "Começa a era do mundo finito", conforme esclareceu Novaes.
Ao final do comentário de Ralph Werhle reproduzo o artigo de Washington Novaes, e, mais adiante, faço rápidos comentários sobre o tema, e espero que seja um debate produtivo.

Diz Ralph Wehrle:
Richard: 
o problema não é a discussão em torno do efeito específico do CO2 e outros gases de (potencial) efeito estufa (sem sombra de dúvida gerados pelas atividades industrial e mesmo biológica do homem) sobre o aquecimento global, mas sim dos efeitos de uma necessidade cada vez maior de alimentar uma populacão que vai acabar dinamitando o planeta: ou por fome e invasões e migrações, como já as estamos presenciando, ou por causa da utilizacão puramente agrícola de qualquer canto que puder alimentar-nos! Até quando?
O mais curto dos dias não vai ser um apocalipse, vai ser uma morte lenta, inexorável, como as civilizacões Maias e Aztecas sofreram, quando super-exploraram os seus ecossistemas imediatos.

Nos dias de hoje começamos a falar de uma ecossistema globalizado, interligado, intrincado, que ainda nem entendemos e, portanto, em bases históricas curtas ou premissas inadequadas, pretendemos extrapolar e procuramos tomar ou justificar decisões políticas ou econômicas ou ambientais a respeito desse ecossistema, com toda a arrogância que como seres humaos nos caracterizam: somos não somente donos da verdade, mas sobretudo, podemos controlar tudo! Até quando?

A defasagem entre efeitos produzidos potencialmente pelo homem, a partir da industrialização, revolução que sem duvida permitiu uma vida mais digna à humanidade como um todo, e os reflexos a nível mundial nos dias de hoje, estes na sua maior parte sem medições confiáveis quanto aos seus impactos ambientais, ninguém pode determinar. Não há registros históricos confiáveis e com a devida periocidade de registros sob os mesmos critérios, para estabelecer uma série histórica, que possa refletir ou contrapor uma influência antropogênica dos efeitos observados ultimamente: os extremos têm-se tornado mais extremos e sobretudo mais frequentes e fora de época.

O princípio da precaução impõe que adotemos princípios não de maximização de produção de alimentos, mas sim de eficientização: qual o verdadeiro balanço energético (energia vai ser a cruz, na qual o mundo vai ser sacrificado) para produzir, distribuir e consumir um kg de determinado alimento??? Vamos fazer a conta de A-Z, com suas derivadas: não se trata de produzir mais com supostos ganhos de produtividade, mas na conta da eficiência têm de entrar, além da produtividade por ha, os custos dos serviços chamados ambientais, que mal entendemos e muito menos sabemos como custear. Portanto, precaução, o seguro morreu de velho é o primeiro remédio a ser adotado.

O segundo, para mim, sem dúvida, é investir mundialmente em educação. Em vez de gastar com remediação ambiental e guerras por interesses geopoliticos = energia “barata” enquanto der, e contabilizar isto na Conta do “PIB” que pretende quantificar o “crescimento” de um país, deveremos ter pessoas mais qualificadas, que por esta razão se sentirão mais valorizadas, com maior possibilidade de um dinheirinho bem merecido, e, portanto, com maior poder de decisão pessoal.

Resumir a questão à produção de alimentos para os bilhões que vêm além dos 7 bilhões atuais, é um equação que não tem mínimo divisor comum!
Um forte abraço,
Ralph Wehrle

Começou a era do mundo finito
Washington Novaes (jornalista)
Mesmo as mudanças inevitáveis só começam a acontecer, realmente, quando a dor por não mudar (resistir à ideia de que o mundo é limitado, finito) se torna muito maior do que a dor da mudança (dobrar-se ao fato de que o mundo não é infinito, como se pensava que fosse ou - melhor dizendo - nem se perdia tempo pensando nisso!).
A grande questão é saber quando isso vai acontecer!
Mesmo porque, os responsáveis pelos governos e organizações de maior poder econômico vão passar todo o tempo que puderem à base de analgésicos e anestésicos (já deve ter gente cogitando apelar até para coisas do tipo morfina) cada vez mais fortes para tentar aplacar a dor, retardando a caída de ficha de que não adianta tratar o efeito (dor) e - sim - a sua causa!

Alguns analgésicos e anestésicos imaginados lembram mais é parasitas, que para continuarem viçosos, começam a roubar a seiva de outros parasitas da mesma árvore. Árvore essa que já está totalmente debilitada pelo excesso de parasitas em relação aos nutrientes disponíveis no solo. Como não dá para aumentar os nutrientes (posto que o mundo é finito), a única solução é reduzir os parasitas ou amenizar o seu voraz e insaciável apetite!

A perplexidade é geral, depois da queda do sétimo governo na Europa (Islândia, Reino Unido, Irlanda, Portugal, Eslováquia, Grécia e Itália) e já com a Espanha na alça de mira, com uma dívida pública insustentável e uma taxa de desemprego de 21,5% (48% entre os jovens). E tudo acontece simultaneamente com a crise política que se alastra nos países árabes e a expansão do movimento "Ocupem o mundo", dos jovens norte-americanos que protestam sentados nas ruas, diante da casa dos poderosos. Para onde vamos?

"Quem não estiver confuso está mal informado", já diagnosticou o ex-ministro Delfim Netto (Conjuntura Econômica - FGV, setembro de 2011). (Nota do blogueiro: a entrevista aludida, com Delfim Netto, foi publicada aqui no blog, em outubro/2011: http://richardjakubaszko.blogspot.com/2011/10/quem-nao-estiver-confuso-esta-mal.html  De fato, quando Brasil, Índia e China se dizem dispostos a ajudar - via Fundo Monetário Internacional (FMI) - a Europa a sair da crise, chega-se a um ponto inconcebível há menos de uma década. Pois ao mesmo tempo se torna claro que "a Europa se prepara para uma década perdida" (Agência Estado, 16/10) e se chega ao "fim do sonho americano" (Celso Ming, Estado, 19/10).

"Vai sair um mundo diferente", prevê Delfim. A seu ver, "a crise que está aí resulta de governos incompetentes, míopes, e de uma disfunção do sistema financeiro, que em vez de servir ao setor real acaba servindo-se dele. Os derivativos podem estimular uma melhoria de funcionamento do sistema, mas também podem tornar-se armas de destruição em massa, porque os bancos centrais - na verdade, os governos - não conseguiram entender aonde eles deveriam nos levar". Certamente é uma visão que tem que ver com números pouco citados, de um giro financeiro de US$ 600 trilhões anuais, para um produto bruto mundial de US$ 62 trilhões por ano, dez vezes menos. Isto é, especulação cada vez mais afastada do real, das coisas concretas.

Agora, parece inescapável. A Comissão Europeia prevê recessão para o continente em 2012, que, segundo o FMI, é um alerta para todos os países desenvolvidos (Folha de S.Paulo, 12/11). Mesmo no Brasil a Confederação Nacional da Indústria revê sua previsão para o crescimento do PIB interno, de 3,8% para 3,4% este ano (Agência Estado, 12/11). E até a China parece retrair seu ritmo, enquanto os Estados Unidos chegam a um déficit anual do governo de US$ 1,299 trilhão, quase tanto quanto todo o PIB anual brasileiro. Mas quase todos os países continuam a recusar o que os relatórios do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) vêm propondo desde o início da década de 1990: uma taxa de 0,5% sobre as transações cambiais e financeiras no mundo - para conter a especulação e ajudar a diminuir a pobreza -, uma ideia que surgiu do economista James Tobin.

Estranho que pareça, num quadro como esse pouco se discute na área econômica o que já é óbvio no diagnóstico de organismo da ONU e outros: a questão do impasse na área dos recursos naturais e sua tendência ao agravamento. Mais uma vez, o ex-ministro Delfim Netto, que em outras épocas parecia fechado à questão: "Estamos caminhando para instituições em que a cooperação, o altruísmo e as preocupações com o meio ambiente são maiores, enquanto a restrição ao crescimento é um pouco mais aguda, porque pela primeira vez se tem consciência de que não cabem na Terra 10 bilhões de pessoas com renda per capita de US$ 20 mil". Ou seja, o consumo atual já é insustentável e será cada vez mais com o crescimento inevitável da população.

Os diagnósticos da ONU já nos mostram consumindo mais de 30% além da capacidade de reposição da biosfera terrestre; se tivermos de aumentar a produção de alimentos em 70% nas próximas décadas para atender à população crescente e à redução da pobreza, agravaremos a situação, pois a "pegada ecológica" (área necessária para atender às necessidades de um ser humano) também já está mais de 30% além da disponibilidade - e seu crescimento significará mais degradação do solo, mais desertificação, mais crise da água, mais perda da biodiversidade, etc., etc. Sem falar em agravamento das mudanças climáticas. Mas como se fará se 1,44 bilhão de pessoas no mundo ainda não dispõem de energia elétrica e em sua maior parte terão de ser abastecidas com mais queima de carvão e petróleo, principalmente na China e na Índia, como adverte a Agência Internacional de Energia? E como tirar do âmbito da fome crônica quase 1 bilhão de pessoas?

Outros padrões de consumo terão de ser observados. Nossos modos de viver terão de ser repensados. Até porque em muitos setores a crise aguda já bate à porta. Como observa o professor Maurício Waldman, pós-doutorando em Geografia pelo Instituto de Geociências da Unicamp, a situação já é insustentável em muitos setores. No século 20 a população multiplicou-se por 4; o consumo de carvão, por 6; o de cobre, por 25; o de metais em geral chegou, em 2008, a 1,4 bilhão de toneladas, o dobro dos anos 70, sete vezes mais que em 1950; o consumo de alumínio passou de 2 milhões de toneladas em 1950 para 40 milhões em 2008; o de plásticos multiplicou-se por 18 em 34 anos. Como já se comentou neste espaço em outros artigos, a disponibilidade de muitos dos metais usados nas tecnologias mais abrangentes de hoje (telefones, computadores, etc.) está gravemente ameaçada. Por tudo isso, lembra o professor Waldman a frase do filósofo Paulo Valéry: "Começa a era do mundo finito".

E como começa, ainda uma vez é preciso insistir: o Brasil tem de pensar uma estratégia fundada nessas visões, já que tem posição privilegiada no mundo em matéria de território, água, biodiversidade, possibilidade de plantios, matriz energética limpa e renovável - tudo o que é fator escasso no mundo e já foi dito e repetido neste espaço. A essa estratégia - em substituição à ideia de crescimento econômico puro e simples, desatento ao quadro mais amplo - é que se poderá chamar de uma verdadeira modernidade. Não precisamos esperar que a crise de recursos e consumo insustentáveis nos atinja mais a fundo.

COMENTÁRIOS DO BLOGUEIRO:
Caros leitores, e meu caro amigo Ralph Werhle, vou ser breve, para não cansar, pois a leitura do texto anterior é pesada, reconheço.

1 - o CO2 só entra nesse debate porque os seus "inventores" o colocaram como culpado e responsável pelo "aquecimento", que anda esquecido, é chamado agora de mudanças climáticas. Estou escrevendo um livro, com título provisório de "CO2: a grande mentira do século XXI", onde terei a companhia de gente como o climatologista e professor Dr. Luiz Carlos Baldicero Molion, da Universidade Federal de Alagoas, para tentar desmascarar essa enorme fraude. Enquanto o livro não sai, previsto para 2012, recomendo a leitura do livro "A fraude do aquecimento global", CAPAX DEI Editora, de 2010, do geólogo Geraldo Luís Lino, cuja obra está nas minhas leituras atuais. O livro tem prefácio do Molion. 

2 - Quem desejar conhecer minha opinião a esse respeito, encontrará nos textos publicados aqui no blog, como "CO2: a unanimidade da mídia é burra", de out/2009: http://richardjakubaszko.blogspot.com/2009/10/co2-unanimidade-da-midia-e-burra.html - escrito com o agrônomo Odo Primavesi, um dos signatários do malfadado relatório do IPCC, de fev/2007, em que ele denuncia a "forçada de barra" do IPCC para apontar os gases de efeito estufa - GEE, como responsáveis. Ou ainda, o "CO2, discussão de bêbados", também publicado no blog, em que aponto os responsáveis pela criação desse monstro chamado de "mudanças climáticas": http://richardjakubaszko.blogspot.com/2010/03/discussao-de-bebados.html
Tenho ainda, aqui no blog, o artigo "A mídia e os biodesagradáveis só gostam de má notícia": http://richardjakubaszko.blogspot.com/2010/11/midia-e-os-biodesagradaveis-so-gostam.html e todos esses textos mostram minha visão sobre os entraves que os ambientalistas causam à produção de alimentos, especialmente no Brasil, com as limitações que o Código Florestal trará ao setor rural para a produção de alimentos.

3 - Compactuo com Ralph Werhle na questão sobre a superpolução planetária. Entretanto, acho a posição dos defensores do catastrofismo como pró malthusiana, para dizer o mínimo, pois nunca colocam em debate a redução de crescimento demográfico, este, na verdade, o grande problema do planeta. Malthus recomendava aos governantes, em sua época, que deixassem os pobres à mercê de sua sorte, pois se aniquilariam como fazem as formigas, quando em excesso populacional nos formigueiros.

4 - Inclusive em petróleo, e especialmente em fertilizantes, acredito que são "argumentos comerciais" de seus produtores a projeção de finitude, simplesmente para poder cobrar hoje mais caro, e agregar valor. Nunca se descobriram tantos novos poços de petróleo planeta afora, inclusive o pré-sal no Brasil, e não existem poços secos. Alguém já viu um? Petróleo não é feito de matéria orgânica em decomposição, mas do calor do magma que temos no centro do planeta. A ciência nos deve essa comprovação, ou no mínimo um debate honesto.

5 - O problema planetário já é de energia, sem ela tudo vai para trás, e o planeta regride. Os "criadores" das mudanças climáticas, os produtores de usinas nucleares, sabem disso, por isso espalharam esse terror ambiental. Eles apenas pensaram com ótica nortista, onde não há rios para hidrelétricas.

6 -Água não acaba, não é finita, temos a mesma quantidade hoje do que tínhamos há 4 ou 5 milhões de anos atrás. A água vive seus estágios, seja líquido, sólido ou gasoso, e ela é o GEE verdadeiro, não o CO2. E o problema de água, a potável, é de poluição, assim, é problema das concessionárias, de captar água à longas distâncias, tratar e distribuir às populações urbanas altamente concentradas. Água não vai faltar, mas vai custar mais cara ainda.

7 - Entendam: são emitidos 200 bilhões de toneladas/ano de CO2 equivalente, estimativa que tem um viés de 20% para mais ou para menos. A natureza (mares, vulcões, matéria orgânica em decomposição, solos degradados etc.) é responsável por 97% das emissões e o homem por 3%, mesmo considerando queimadas, indústrias/automóveis urbanos, flatulências bovinas, lixões urbanos e arrozais orientais. Não há o que economizar nessa contabilidade catastrofista.

8 - Sou otimista, paradoxalmente. Acho que, ou a humanidade acorda para o problema populacional, e trata de reduzir o crescimento, como já faz a China, ou haverá uma catástrofe sem proporções, seja natural (gripe suína, ou equina, ou canina), seja provocada (guerras?), em que pelo menos 2 a 2,5 bilhões de pessoas perecerão. Seria a única salvação.

9 - Os cientistas nos devem explicações. Raros deles são exceções como Luiz Carlos Molion, Geraldo Lino, e ainda Evaristo Eduardo de Miranda ou Odo Primavesi, estes da Embrapa, que se apresentam ao debate e criticam a culpabilidade do CO2, um mero instrumento comercial de interesses difusos. Mesmo em pleno século XXI a maioria dos cientistas preserva certas posições de zona de conforto ao aderir à opinião da maioria (IPCC), isolam os cientistas de opiniões contrárias, pois em outros tempos estes seriam atirados às fogueiras da inquisição.

10 - Tão difícil como provar a existência de um Criador, é provar sua inexistência. Da mesma forma parece ser esse debate sobre o futuro planetário, se será de aquecimento e com mudanças climáticas, como querem os catastrofistas, se será de continuidade como sempre foi, como querem os céticos, entre os quais me incluo.
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terça-feira, 22 de novembro de 2011

Tem herança a deixar ou a receber?

Richard Jakubaszko

Livro aborda sucessão e herança no agronegócio
Lançado em outubro de 2011, o livro "Meu filho, um dia tudo isso será teu", de autoria do jornalista Richard Jakubaszko, juntamente com o advogado Fábio Lamônica Pereira, mostra os caminhos de como se estabelecer a continuidade do negócio na área rural, e, principalmente, como transmitir a vocação e a aptidão, o carinho para se trabalhar com a terra. Conforme comenta Richard "levei quase 10 anos para escrever o livro, mas isso é menos tempo do que levam alguns inventários para serem concluídos, por isso a leitura do livro é recomendada, para se resolver a sucessão enquanto as mãos estão quentes".

Editado pela Editora UFV (Universidade Federal de Viçosa, MG), o livro tem 145 páginas, com ótimas ilustrações, custa R$ 30,00 (mais tarifa postal) e pode ser adquirido no site http://www.editoraufv.com.br/produtos/meu-filho-um-dia-tudo-isso-sera-teu

Demétrio Costa registrou no prefácio: "Felizes daqueles que podem deixar muito mais que bens, mas felizes também aqueles que, possuindo patrimônio a legar, tenham sorte, justiça e sabedoria para comandar em vida a transferência do que conservaram e ampliaram ou construíram.
Esta obra é um convite à reflexão sobre um tema raramente tratado fora da literatura jurídica, mesmo na imprensa. É uma espécie de tabu tanto para quem tem patrimônio a deixar, e considera que este não é um problema seu e sim de seus herdeiros, quanto para os herdeiros que, por pudor ou respeito, evitam mais ainda o assunto, arrastando-o para o momento inevitável, quando as coisas terão que ser definidas nem sempre tão bem quanto poderiam em hora mais oportuna.

O autores abordam a questão de forma original ao tratá-la do ponto de vista dos costumes e estimulam a ação, sobretudo nos casos que envolvem não apenas bens e outros valores de mais fácil quantificação e divisão, mas principalmente negócios e empreendimentos cuja continuidade seria a coroação de todo o esforço e talento realizador de quem tem o patrimônio a transferir.
Além de definir princípios fundamentais para uma sucessão bem conduzida, como a vocação e aptidão de um ou mais herdeiros para a condução do negócio da família, os autores ressaltam a importância de herdeiros e doadores igualmente terem em conta os fundamentos de qualquer processo de mudança e os riscos inerentes
".

O livro pode ainda ser adquirido com o autor através do fone 11 3879.7099 (hor.com.) ou pelo e-mail richardassociados (sinal de arroba) yahoo.com.br

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domingo, 20 de novembro de 2011

A ARCA DE NOÉ (versão tupiniquim)

Richard Jakubaszko
Circula afoita pela internet, tal e qual um buscapé alucinado, uma versão contemporânea adaptada do texto original bíblico, que explica porque o Brasil sempre foi, digamos, assim...

A ARCA DE NOÉ (versão tupiniquim)
O Senhor chamou Noé, que morava no Brasil, e ordenou-lhe:
- Farei chover ininterruptamente durante 40 dias e 40 noites, até que o Brasil seja coberto pelas águas.

Os maus serão destruídos, mas quero salvar os justos e um casal de cada espécie animal. Vai e constrói uma arca de madeira.
No tempo certo, os trovões deram o aviso e os relâmpagos cruzaram o céu.

Algum tempo se passou, e Noé chorava, ajoelhado no quintal de sua casa, quando ouviu a voz do Senhor soar furiosa, entre as nuvens:

- Onde está a arca, Noé?
- Perdoe-me, Senhor, suplicou o homem. Fiz o que pude, mas encontrei dificuldades imensas, intransponíveis.

- Primeiro, tentei obter uma licença da Prefeitura, mas para isto, além das altas taxas para obter o alvará, me pediram ainda uma contribuição para a campanha de reeleição do prefeito.

- Precisando de dinheiro, fui aos bancos e não consegui empréstimo, mesmo aceitando aquelas taxas de juros...
- O Corpo de Bombeiros exigiu um sistema de prevenção de incêndio, mas consegui contornar, subornando um funcionário.

- Começaram então os problemas com o IBAMA e a FEPAM para a extração da madeira. Eu disse que eram ordens SUAS, mas eles só queriam saber se eu tinha um "Projeto de Reflorestamento" e um tal de "Plano de Manejo Sustentável".

- Aí eles descobriram também uns casais de animais silvestres guardados em meu quintal... Além da pesada multa, o fiscal falou em "Prisão Inafiançável" e eu acabei tendo que matar o fiscal, porque, para este crime, a lei é mais branda.

- Quando resolvi começar a obra, na raça, apareceu o CREA e me multou porque eu não tinha um Engenheiro Naval responsável pela construção.

- Depois apareceu o Sindicato exigindo que eu contratasse seus marceneiros com garantia de emprego por um ano. Veio em seguida a Receita Federal, falando em "sinais exteriores de riqueza" e também me multou.

- Finalmente, Senhor, quando a Secretaria do Meio Ambiente exigiu o "Relatório de Impacto Ambiental" sobre a zona a ser inundada, mostrei o mapa do Brasil. Aí, quiseram me internar num Hospital Psiquiátrico!
- Sorte minha que o INSS estava em greve...
- Dizem que isto é o "custo Brasil", Senhor...

Noé terminou o relato chorando, mas notando que o céu clareava perguntou:

- Senhor, então não irás mais destruir o Brasil?
- Não! - respondeu a Voz entre as nuvens.
- Pelo que ouvi de ti, Noé, cheguei tarde!
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sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Educação à moda francesa

Richard Jakubaszko
Uma sugestão de um pai francês para o filho “relaxar”.
É o seguinte:
O garoto vai esquiar com a turma da escola.
No ônibus a professora pergunta se todos trouxeram dinheiro para pagar as aulas de esqui.
O garoto se dá conta de que não pediu dinheiro.
Gesticula para o pai, imitando o andar de esqui, mas o pai entende outra coisa!!! E recomenda o que entendeu... E ainda impôs limites ao filho...
Comercial da TV francesa, estimulando aos pais que imponham limites aos filhos.
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quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Dona Marisa corta cabelo e barba de Lula.

Richard Jakubaszko
Dona Marisa corta cabelo e barba do ex-presidente Lula
Na tarde de hoje (16), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva raspou a barba e o cabelo, antecipando a queda causada pela quimioterapia usada em seu tratamento contra o câncer de laringe. Dona Marisa Letícia cortou o cabelo e fez a barba do ex-presidente.
Nem Lula lembrava mais como era a sua cara sem barba...

FORÇA LULA!
 
Foto: Stuckert