Richard Jakubaszko
Quem me mandou a notícia foi o agrônomo aposentado da Embrapa, Odo Primavesi, que ficou muito satisfeito com a decisão do Maurício de Souza, cartunista e criador da Turma da Mônica, em fazer do personagem um engenheiro agrônomo estudante da gloriosa Esalq.
Leia a notícia abaixo.
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segunda-feira, 29 de junho de 2020
segunda-feira, 1 de junho de 2020
Parceria Brasil-China para a segurança alimentar
Pei Guo **
Silvia H. G. de Miranda ***
Nos anos 1970 o Brasil e a China, as maiores economias da América Latina e da Ásia, iniciaram reformas que colocaram os dois países entre os quatro maiores produtores e exportadores mundiais de produtos agropecuários e alimentos.
Em 1978 Deng Xiaoping iniciou reformas que levaram mais de 200 milhões de chineses a deixar a zona rural para trabalharem nas novas manufaturas do país, formando a maior classe média emergente do planeta. Isso permitiu que a agricultura chinesa se modernizasse, incorporando tecnologia, insumos modernos e escala de produção. Ao mesmo tempo, sabiamente o país decidiu se especializar em atividades intensivas em mão de obra, como aquicultura (pescados) e hortifrutigranjeiros, hoje os setores mais dinâmicos da pauta de exportações agrícolas da China. Mais tarde, o impacto da chamada indústria 4.0 sobre as cadeias agroalimentares chinesas ficou evidente, levando digitalização, drones, estufas flexíveis, inteligência artificial, robótica e comércio eletrônico para o campo.
Nesse mesmo período o Brasil descobriu a fórmula para vencer as dificuldades da produção agrícola em regiões tropicais dominadas por solos pobres e pragas abundantes. A solução veio da combinação de tecnologias inovadoras e agricultores capacitados que migraram para os cerrados do Centro-Norte do País, ganhando produtividade e combinando economias de escala (grandes propriedades) e de escopo (duas safras por ano, integração lavoura-pecuária). O Brasil especializou-se em atividades intensivas em terra e capital, a exemplo do complexo integrado de produção de grãos e carnes e da produção eficiente de açúcar, etanol e bioeletricidade de cana-de-açúcar.
As profundas transformações do Brasil e da China se casaram em 2000, quando a demanda explosiva por proteína animal (carnes, pescados e lácteos) da classe média emergente chinesa se encontrou com a imensa oferta de soja do cerrado brasileiro. A soja, uma planta originária da China, é a principal fonte de proteína da alimentação animal.
De 2000 a 2020 as importações chinesas saltaram de 2% para 35% da pauta exportadora do agronegócio brasileiro, tornando a China, de longe, a principal cliente global do Brasil. O agronegócio responde por metade das exportações totais do Brasil para a China.
No sentido inverso, o Brasil tornou-se o principal fornecedor de produtos agropecuários para a China, respondendo por 20% das importações do país asiático e ocupando o primeiro lugar nas importações chinesas de soja, celulose, açúcar, algodão e carnes bovina e avícola.
O comércio do agronegócio decolou entre os dois países, mas muito ainda pode ser feito para ampliá-lo nos dois sentidos, aumentando volumes e diversificando e diferenciando os produtos comercializados. Mas o comércio não é tudo. Há imensas oportunidades para maior cooperação entre os dois países em áreas como investimentos, infraestrutura, sustentabilidade, ciência e inovação.
A China poderia beneficiar-se dos conhecimentos sobre tecnologia tropical brasileira na agropecuária e em bioenergia, principalmente em etanol combustível. O Brasil poderia conectar-se à revolução digital, de drones e do comércio eletrônico da China. O Brasil carece de capital e investimentos na agricultura e de melhorias na infraestrutura de apoio ao setor. Os dois países enfrentam grandes desafios no tema da sustentabilidade: o Brasil, nas questões ligadas a desmatamento ilegal, biodiversidade e uso da terra; a China, em temas como falta de água, degradação de solos, poluição do ar e mau uso de pesticidas.
O tema da sanidade e segurança do alimento tornou-se central neste momento de pandemia global. As cadeias da proteína animal dos dois países poderiam estar mais integradas, com a construção de uma sólida parceria estratégica de longo prazo no setor.
Os temas acima listados fazem parte do livro Parceria Brasil-China para a Agricultura e a Segurança Alimentar (China-Brazil Partnership on Agriculture and Food Security), que será lançado na próxima semana pela Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiróz (Esalq-USP) e pela China Agricultural University (CAU), sob a nossa coordenação.
São 12 capítulos em inglês que trazem análises e perspectivas chinesas e brasileiras de 24 especialistas ligados às duas universidades. O livro analisa a evolução da agricultura e das políticas agrícolas nos dois países, os casos de maior sucesso internacional e uma ampla discussão sobre temas-chave da relação bilateral, como comércio, infraestrutura, investimentos, inovação e sustentabilidade.
O lançamento será feito por meio de um debate virtual organizado pela Esalq no dia 3 de junho às 10 horas, em seguida será posta à disposição a versão eletrônica do livro para download gratuito. Trata-se provavelmente da mais completa obra já produzida sobre as relações Brasil-China no agronegócio.
* Marcos Sawaya Jank é professor de agronegócio global do Insper e titular da Cátedra Luiz de Queiroz da Esalq-USP.
** Pei Guo é professor titular e ex-reitor da Faculdade de Economia e Administração da China Agricultural University (CAU).
*** Silvia H. G. de Miranda é professora associada e vice-diretora do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (CEPEA) da Esalq-USP.
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sexta-feira, 29 de setembro de 2017
EsalqShow: um farol para o futuro da agricultura
Richard Jakubaszko
Entrevistei para o Portal DBO o diretor da Esalq/USP, Luiz Gustavo Nussio, quando ele falou sobre a EsalqShow, uma feira de ideias que a universidade vai organizar em outubro próximo, dias 10 e 11, no campus de Piracicaba/SP.
Ideia interessante, recomendo que assistam o vídeo:
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Entrevistei para o Portal DBO o diretor da Esalq/USP, Luiz Gustavo Nussio, quando ele falou sobre a EsalqShow, uma feira de ideias que a universidade vai organizar em outubro próximo, dias 10 e 11, no campus de Piracicaba/SP.
Ideia interessante, recomendo que assistam o vídeo:
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quinta-feira, 15 de outubro de 2015
Rankings internacionais confirmam liderança global da ESALQ em Ciências Agrárias

A publicação de dois rankings internacionais destaca a posição de liderança mundial da Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” (USP/ESALQ) na área de Ciências Agrárias. Na semana passada, a U.S. News and World Report classificou a Universidade de São Paulo em 5º lugar no mundo em Ciências Agrárias, em uma avaliação que apontou as 97 principais instituições de ensino superior em Ciências Agrárias. De acordo com o ranking, as atividades consideradas nesta área incluem horticultura, ciências dos alimentos e nutrição, produtos lácteos e agronomia.
“A divulgação recente da posição destacada da USP e da ESALQ em rankings internacionais qualificados, confirma a visibilidade institucional e que a busca por excelência continuará como prioritária em nosso plano de metas”, declarou o diretor da ESALQ, professor Luiz Gustavo Nussio.
Fundada em 1933 como jornal semanal, a U.S. News and World Report, com sede nos Estados Unidos, também produz o Best Global Universities, que classifica as 750 melhores universidades do mundo. Neste ranking geral das universidades, que considera 10 indicadores que medem o desempenho da pesquisa acadêmica e suas reputações globais e regionais, a USP obteve a 117ª posição entre as melhores instituições de nível superior do mundo e a primeira na América Latina.
Segundo o presidente da Comissão de Pesquisa da ESALQ, professor Francisco Mourão, a posição de destaque da USP nos rankings internacionais relacionados a Ciências Agrárias é mais um reconhecimento da excelência desta Universidade, em especial da própria ESALQ, na atuação na formação de recursos humanos e desenvolvimento de pesquisa de alto nível nesta área. “Sem dúvida, a alta capacitação do corpo docente e de seus servidores não docentes, em associação com o desenvolvimento de projetos envolvendo forte atuação de alunos de Pós-Graduação e de grupos de pesquisa no exterior, têm resultado em maior visibilidade internacional nos anos recentes”.
Taiwan – Outra listagem recém divulgada foi o National Taiwan University Ranking, publicado desde 2007 e que tem sua metodologia de avaliação focada na performance de publicações científicas. As instituições são classificadas a partir avaliação de dados extraídos do Science Citation Index (SCI) e Social Sciences Citation Index (SSCI). Em Ciências Agrárias, a USP subiu uma posição em relação a 2014 e hoje encontra-se na 6ª colocação no geral e 3ª entre as instituições do continente americano (Norte e América Latina).
Para o presidente da Comissão de Cultura e Extensão da ESALQ, professor Pedro Valentin Marques, estar entre as 10 melhores escolas de Agricultura e Ciências Agrárias é sem dúvida uma grande honra e motivo de orgulho para nossa a instituição. “Nossos alunos estão muito bem preparados para a vida pessoal e profissional, estamos sempre oferecendo o melhor ensino e as melhores oportunidades de formação técnica e humana com estudos no Brasil e intercâmbios no exterior”.
ESALQ em números – Fundada em 1901, a ESALQ já formou 14.361 profissionais na graduação e titulou 8.753 mestres e doutores. Oferece sete cursos de graduação (Administração, Ciências Biológicas, Ciências dos Alimentos, Ciências Econômicas, Engenharia Agronômica, Engenharia Florestal e Gestão Ambiental) e 16 programas de pós-graduação. A ESALQ está configurada em 12 departamentos e possui 130 laboratórios. Atualmente, a ESALQ possui cerca de 2.000 alunos da graduação e 1.150 na pós-graduação, 246 professores e 520 técnicos administrativos.
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segunda-feira, 12 de outubro de 2015
Desafios e demandas para o agronegócio: o engenheiro agrônomo do futuro
Antonio Roque Dechen *
Qual seria o cenário politico e econômico do Brasil se não tivéssemos a produção de alimentos que temos hoje? A agricultura e a agroindústria formam um dos segmentos mais complexos e dinâmicos da nossa economia. A recente crise mundial e, principalmente a brasileira, evidenciam a importância do agronegócio em nossa sustentabilidade e estabilidade econômicas. Este ano a produção de grãos deverá superar a marca de 200 milhões de toneladas, colocando o Brasil no seleto grupo de países que produzem uma tonelada de grãos por habitante (segundo dados da Agrocunsult/2015).
Nos acostumamos tão rapidamente com o sucesso do agronegócio brasileiro que temos a impressão de que sempre foi assim. Não nos lembramos de como era a nossa agricultura nos anos 70, época em que 35% população era rural e 65% urbana. Hoje a população rural é de 13% e a urbana 87%, e a produção de alimentos aumentou consideravelmente. A que devemos o desenvolvimento, sucesso e eficiência da agricultura brasileira?
O ensino e pesquisa agrícola no Brasil tiveram inicio com a inauguração da Escola Imperial de Agronomia da Bahia em 1877 e da Estação Agronômica de Campinas em 1887 pelo Imperador D. Pedro II, instituições essas pioneiras em ensino e pesquisa e ainda jovens, 138 e 128 anos, respectivamente.
A revolução verde de Norman Borlaug nos anos 70, com o desenvolvimento de novas variedades de milho, com respostas a adubação, mudaram o cenário mundial de produção de alimentos. No Brasil, a conquista dos cerrados, uma das últimas fronteiras agrícolas, graças à transferência dos resultados de pesquisa, estabeleceu com sucesso a integração lavoura e pecuária. A adoção do sistema de plantio direto no Paraná mudou os paradigmas da agricultura brasileira. Hoje a agroenergia e os avanços da biotecnologia estão transformando e ampliando as oportunidades na agricultura e na bioindústria.
O Brasil, pela sua extensão territorial, disponibilidade de água, biomas diversos e condições climáticas favoráveis para a produção agrícola com grande diversidade de culturas, tem merecido atenção internacional, tornando-se referência na geopolítica da produção agrícola mundial.
Hoje o mundo exige a produção agrícola com sustentabilidade e rastreabilidade associadas à adequação ambiental. Portanto, para o Brasil se firmar nas posições de lideranças da produção agrícola será necessário também que seja líder na adoção de ações de sustentabilidade.
A Associação Brasileira de Agribusiness (ABAG), em recente congresso, adotou o tema “Sustentar é integrar”. Na abertura do evento, o presidente da Embrapa, Maurício Antonio Lopes, fez uma brilhante abordagem do “Futuro sob a lente do agronegócio”. A sustentabilidade será uma ação imperativa, sem ela não teremos mercados.
Como as nossas universidades, escolas e instituições de pesquisas estão se posicionando para a expressiva demanda de profissionais capacitados para este cenário futuro de alta tecnologia que nos espera?
Estamos preparados ou nos preparando para os trabalhos em rede de pesquisas e inovação, para a integração das cadeias produtivas, preparados para um sistema agroindustrial moderno, atentos às mudanças de comportamento e de hábitos da população urbana, preparados para a agregação de valor nos produtos agrícolas?
Nossos governantes estão atentos ou são sensíveis a essa novas demandas: apoiam e estimulam os setores de ensino e pesquisa agrícolas?
A economia brasileira só conseguiu destaque internacional graças ao sucesso de nossa agricultura, sucesso alcançado graças às boas práticas de base tecnológica e adoção de manejo sustentável de boas práticas agrícolas. Cabe, portanto, às instituições de ensino e pesquisa, a missão de continuar formando técnicos qualificados, e desenvolver novas tecnologias para cumprirem a nobre missão de semeá-las e garantir a sustentabilidade nos campos deste imenso Brasil.
Estamos em uma era de mudanças aceleradas, são enormes os impactos da revolução tecnológica. O Google, por exemplo, já lançou o carro autônomo. Mas não conseguiremos a autonomia de comida: os drones não trarão automaticamente alimentos do campo para a mesa sem o labor diário do agricultor e sem a participação dos profissionais de ciências agrárias no acompanhamento contínuo da produção agrícola e desenvolvimento de novas tecnologias.
Neste 12 de outubro, quando comemoramos o Dia Nacional do Engenheiro Agrônomo, nossos cumprimentos aos Engenheiros Agrônomos pela nobre missão de produzir alimentos e construir a paz. Norman Borlaug, Nobel da Paz em 1970, dizia: “Não se constrói a paz em estômagos vazios”.
* o autor é Presidente do Conselho Científico para Agricultura Sustentável (CCAS), Professor Titular do Departamento de Ciência do Solo da ESALQ/USP, Presidente da Fundação Agrisus e Membro do Conselho do Agronegócio (COSAG-FIESP).
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Qual seria o cenário politico e econômico do Brasil se não tivéssemos a produção de alimentos que temos hoje? A agricultura e a agroindústria formam um dos segmentos mais complexos e dinâmicos da nossa economia. A recente crise mundial e, principalmente a brasileira, evidenciam a importância do agronegócio em nossa sustentabilidade e estabilidade econômicas. Este ano a produção de grãos deverá superar a marca de 200 milhões de toneladas, colocando o Brasil no seleto grupo de países que produzem uma tonelada de grãos por habitante (segundo dados da Agrocunsult/2015).
Nos acostumamos tão rapidamente com o sucesso do agronegócio brasileiro que temos a impressão de que sempre foi assim. Não nos lembramos de como era a nossa agricultura nos anos 70, época em que 35% população era rural e 65% urbana. Hoje a população rural é de 13% e a urbana 87%, e a produção de alimentos aumentou consideravelmente. A que devemos o desenvolvimento, sucesso e eficiência da agricultura brasileira?
O ensino e pesquisa agrícola no Brasil tiveram inicio com a inauguração da Escola Imperial de Agronomia da Bahia em 1877 e da Estação Agronômica de Campinas em 1887 pelo Imperador D. Pedro II, instituições essas pioneiras em ensino e pesquisa e ainda jovens, 138 e 128 anos, respectivamente.
A revolução verde de Norman Borlaug nos anos 70, com o desenvolvimento de novas variedades de milho, com respostas a adubação, mudaram o cenário mundial de produção de alimentos. No Brasil, a conquista dos cerrados, uma das últimas fronteiras agrícolas, graças à transferência dos resultados de pesquisa, estabeleceu com sucesso a integração lavoura e pecuária. A adoção do sistema de plantio direto no Paraná mudou os paradigmas da agricultura brasileira. Hoje a agroenergia e os avanços da biotecnologia estão transformando e ampliando as oportunidades na agricultura e na bioindústria.
O Brasil, pela sua extensão territorial, disponibilidade de água, biomas diversos e condições climáticas favoráveis para a produção agrícola com grande diversidade de culturas, tem merecido atenção internacional, tornando-se referência na geopolítica da produção agrícola mundial.
Hoje o mundo exige a produção agrícola com sustentabilidade e rastreabilidade associadas à adequação ambiental. Portanto, para o Brasil se firmar nas posições de lideranças da produção agrícola será necessário também que seja líder na adoção de ações de sustentabilidade.
A Associação Brasileira de Agribusiness (ABAG), em recente congresso, adotou o tema “Sustentar é integrar”. Na abertura do evento, o presidente da Embrapa, Maurício Antonio Lopes, fez uma brilhante abordagem do “Futuro sob a lente do agronegócio”. A sustentabilidade será uma ação imperativa, sem ela não teremos mercados.
Como as nossas universidades, escolas e instituições de pesquisas estão se posicionando para a expressiva demanda de profissionais capacitados para este cenário futuro de alta tecnologia que nos espera?
Estamos preparados ou nos preparando para os trabalhos em rede de pesquisas e inovação, para a integração das cadeias produtivas, preparados para um sistema agroindustrial moderno, atentos às mudanças de comportamento e de hábitos da população urbana, preparados para a agregação de valor nos produtos agrícolas?
Nossos governantes estão atentos ou são sensíveis a essa novas demandas: apoiam e estimulam os setores de ensino e pesquisa agrícolas?
A economia brasileira só conseguiu destaque internacional graças ao sucesso de nossa agricultura, sucesso alcançado graças às boas práticas de base tecnológica e adoção de manejo sustentável de boas práticas agrícolas. Cabe, portanto, às instituições de ensino e pesquisa, a missão de continuar formando técnicos qualificados, e desenvolver novas tecnologias para cumprirem a nobre missão de semeá-las e garantir a sustentabilidade nos campos deste imenso Brasil.
Estamos em uma era de mudanças aceleradas, são enormes os impactos da revolução tecnológica. O Google, por exemplo, já lançou o carro autônomo. Mas não conseguiremos a autonomia de comida: os drones não trarão automaticamente alimentos do campo para a mesa sem o labor diário do agricultor e sem a participação dos profissionais de ciências agrárias no acompanhamento contínuo da produção agrícola e desenvolvimento de novas tecnologias.
Neste 12 de outubro, quando comemoramos o Dia Nacional do Engenheiro Agrônomo, nossos cumprimentos aos Engenheiros Agrônomos pela nobre missão de produzir alimentos e construir a paz. Norman Borlaug, Nobel da Paz em 1970, dizia: “Não se constrói a paz em estômagos vazios”.
* o autor é Presidente do Conselho Científico para Agricultura Sustentável (CCAS), Professor Titular do Departamento de Ciência do Solo da ESALQ/USP, Presidente da Fundação Agrisus e Membro do Conselho do Agronegócio (COSAG-FIESP).
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quarta-feira, 5 de agosto de 2015
60 anos da República Jacarepaguá (Esalq/USP)
Richard Jakubaszko
Entrevistei dois jacarepaguanos no Portal DBO, os jovens Xavier e Egito, para falar do evento Desafios do Agronegócio, que vai acontecer dia 14 de agosto próximo (sexta-feira) no anfiteatro da Esalq, em Piracicaba/SP.
Aos esalqueanos fica o convite: participem do evento, vai ser divertido e produtivo. Até o ex-ministro Roberto Rodrigues (esalqueano da turma de 1965) estará presente: vai fazer a palestra de abertura, e vai encerrar o evento.
Veja a programação no link, onde você poderá se inscrever:
Inscrições e mais informações em www.desafiosagronegocio.com
Abaixo a entrevista, onde o Xavier, apesar de ser a primeira vez que enfrenta uma câmera, saiu-se muito bem como entrevistado.
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Entrevistei dois jacarepaguanos no Portal DBO, os jovens Xavier e Egito, para falar do evento Desafios do Agronegócio, que vai acontecer dia 14 de agosto próximo (sexta-feira) no anfiteatro da Esalq, em Piracicaba/SP.
Aos esalqueanos fica o convite: participem do evento, vai ser divertido e produtivo. Até o ex-ministro Roberto Rodrigues (esalqueano da turma de 1965) estará presente: vai fazer a palestra de abertura, e vai encerrar o evento.
Veja a programação no link, onde você poderá se inscrever:
Inscrições e mais informações em www.desafiosagronegocio.com
Abaixo a entrevista, onde o Xavier, apesar de ser a primeira vez que enfrenta uma câmera, saiu-se muito bem como entrevistado.
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sexta-feira, 26 de junho de 2015
A semente da vida está em nosso solo
A FAO (Organização das Nações Unidas para a Agricultura) denominou o ano de 2015 como Ano Internacional do Solo. Diante disso, as Instituições de Ensino e de Pesquisa do Brasil voltaram sua atenção para este imenso patrimônio que é o nosso solo.
O Instituto Agronômico adotou o tema: “A semente da vida está em nosso solo”, uma feliz escolha para a Instituição Agronômica pioneira em pesquisas sobre solos no Brasil. O IAC foi criado pelo Imperador D. Pedro II em 1887 em virtude de que, naquela época, a região do Estado de São Paulo enfrentava sérios problemas com a exaustão da fertilidade dos solos, posto que o Brasil não tinha acesso a fertilizantes (A primeira referência à importação de fertilizantes é de 1895, realizada por Pereira Barreto).
Entre os anos de 1876 e 1883 foram plantados 105 milhões de pés de café na região de Campinas, fazendo com que a região produzisse, em 1886, o equivalente a 15% de todo o café produzido no Estado. O cultivo continuo de café sem o manejo adequado estava exaurindo a fertilidade dos solos.
O primeiro diretor do Instituto Agronômico foi o alemão Franz Wilhelm Dafert, discípulo de Justus von Liebig (Lei do Mínimo), qual teve a difícil missão de mudar paradigmas e implementar ações com embasamento técnico científico junto aos produtores para assegurar que os solos fossem manejados de forma correta e possibilitassem cultivos sucessivos na mesma área, ou seja, foi o responsável pela ação pioneira de sustentabilidade em solos brasileiros, merecendo destaque também a visão empreendedora e contribuição de D. Pedro II com a implantação de Institutos de Pesquisas Agronômicas em diversas regiões do Brasil e da criação da primeira Escola de Agronomia do Brasil, na Bahia, em 1877.
O Instituto Agronômico e a Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (fundada em 1901), são pioneiros em estudos dos solos em todas as suas vertentes, e em conjunto com a Embrapa, e as Instituições estaduais de ensino e pesquisas, prestam valiosa colaboração à sociedade brasileira e mundial, já que os solos são a base da nossa produção agrícola. O Brasil tem hoje uma produção agrícola expressiva: neste ano, está ultrapassando a barreira de produção de 200 milhões de toneladas de grãos, fazendo parte de um restrito grupo de países que produzem 1 tonelada de grãos por ano por habitante.
Oportuna a escolha do tema: A semente da vida está em nosso solo, por uma instituição que já lançou 1020 cultivares de plantas das mais variadas espécies e realiza levantamentos detalhados de solos, tem laboratórios de análises químicas e física de solos, de análises de resíduos, todos com ISO 17025, sendo certamente uma das instituições brasileiras que mais contribui para a paz, produzindo alimentos e combatendo a fome. E como já disse John Boyd Orr, primeiro Diretor Geral da FAO, “Não se constrói a paz em estômagos vazios”.
Privilegiado o Estado que tem uma Instituição do porte do Instituto Agronômico, que implantado em Chão Fecundo (Titulo do livro comemorativo do Centenário da Instituição), continua lançando sementes a mãos cheias nos solos brasileiros, e como Instituição Pública tem contribuído de forma significativa para o desenvolvimento do País e qualidade de vida de todos nós.
Parabéns aos Pesquisadores e Funcionários, parabéns Instituto Agronômico por seus 128 anos em pesquisas que vão além dos horizontes do solo.
* o a autor é Professor Titular do Departamento de Ciência do Solo da Esalq/USP, Presidente da Fundação Agrisus, Presidente do Conselho Científico para Agricultura Sustentável (CCAS) e Membro do Conselho do Agronegócio (Cosag-Fiesp) Pesquisador Científico do Instituto Agronômico de 1975 a 1981.
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terça-feira, 16 de junho de 2015
República Jacarepaguá (Esalq) faz 60 anos
Richard Jakubaszko
Para quem não sabe, a República Jacarepaguá fica em Piracicaba (SP), e abriga estudantes da gloriosa Esalq - Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (USP). Ela tem muitas histórias para contar nesses 60 anos, pois abrigou estudantes dos cursos da Esalq que ainda hoje fazem a grandeza do agronegócio brasileiro diante do mundo.
Pois dia 14 de agosto 2015 os estudantes hoje hospedados na República Jacarepaguá vão comemorar a data com um evento supimpa no Anfiteatro da Esalq, quando será organizado o "I Simpósio Desafios do Agronegócio", composto por palestras, homenagens e recordações dos 60 anos da república, mas nem todos, evidentemente...
Se você é ex-aluno, um esalqueano da gema, não deixe de participar desse evento, pois poderá constatar como seus amigos envelheceram bonito nesses anos todos, e irá recordar "causos" inesquecíveis. Vá reviver a história e relembrar momentos bonitos da melhor fase da sua vida, quando estava na universidade, de quando você era muito feliz e nem sabia disso...
Veja detalhes no informe abaixo.
Estarei lá com os garotos da República do Jacarepaguá, dando a força necessária para o evento, que promete fazer história.
Inscrições e mais informações em www.desafiosagronegocio.com
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Para quem não sabe, a República Jacarepaguá fica em Piracicaba (SP), e abriga estudantes da gloriosa Esalq - Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (USP). Ela tem muitas histórias para contar nesses 60 anos, pois abrigou estudantes dos cursos da Esalq que ainda hoje fazem a grandeza do agronegócio brasileiro diante do mundo.
Pois dia 14 de agosto 2015 os estudantes hoje hospedados na República Jacarepaguá vão comemorar a data com um evento supimpa no Anfiteatro da Esalq, quando será organizado o "I Simpósio Desafios do Agronegócio", composto por palestras, homenagens e recordações dos 60 anos da república, mas nem todos, evidentemente...
Se você é ex-aluno, um esalqueano da gema, não deixe de participar desse evento, pois poderá constatar como seus amigos envelheceram bonito nesses anos todos, e irá recordar "causos" inesquecíveis. Vá reviver a história e relembrar momentos bonitos da melhor fase da sua vida, quando estava na universidade, de quando você era muito feliz e nem sabia disso...
Veja detalhes no informe abaixo.
Estarei lá com os garotos da República do Jacarepaguá, dando a força necessária para o evento, que promete fazer história.
Inscrições e mais informações em www.desafiosagronegocio.com
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quarta-feira, 6 de agosto de 2014
A Esalq, em documentário de 1959
Richard Jakubaszko
Abaixo um documentário notável, feito pelo Instituto Histórico e Geográfico de Piracicaba (SP), mostrando a gloriosa Esalq em 1959. Conta sobre as diversas especialidades então aprendidas no curso de agronomia, que incluía até mesmo a cadeira de zootecnia, que ainda não era curso superior como é hoje em dia.
O vídeo é um registro, histórico e nostálgico, e o maior desafio, e também diversão, é tentar identificar alguns dos alunos de então, hoje todos septuagenários, o que não deve ser difícil, porque a agronomia é uma profissão que parece conceder longevidade aos seus adeptos, fato que o Dr. Fernando Penteado Cardoso (e muitos outros) comprova, eis que seu centenário está prestes a acontecer em setembro próximo.
Divulgo o vídeo enviando um abraço a todos os meus amigos agrônomos, formados pela Esalq. Este vídeo foi liberado para divulgação apenas em julho último, portanto, é "inédito" em termos de internet, e me foi enviado pelo amigo e agrônomo Hélio Casale, formado por lá pouco depois desse documentário ser realizado.
Aos saudosistas, boa diversão!
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Abaixo um documentário notável, feito pelo Instituto Histórico e Geográfico de Piracicaba (SP), mostrando a gloriosa Esalq em 1959. Conta sobre as diversas especialidades então aprendidas no curso de agronomia, que incluía até mesmo a cadeira de zootecnia, que ainda não era curso superior como é hoje em dia.
O vídeo é um registro, histórico e nostálgico, e o maior desafio, e também diversão, é tentar identificar alguns dos alunos de então, hoje todos septuagenários, o que não deve ser difícil, porque a agronomia é uma profissão que parece conceder longevidade aos seus adeptos, fato que o Dr. Fernando Penteado Cardoso (e muitos outros) comprova, eis que seu centenário está prestes a acontecer em setembro próximo.
Divulgo o vídeo enviando um abraço a todos os meus amigos agrônomos, formados pela Esalq. Este vídeo foi liberado para divulgação apenas em julho último, portanto, é "inédito" em termos de internet, e me foi enviado pelo amigo e agrônomo Hélio Casale, formado por lá pouco depois desse documentário ser realizado.
Aos saudosistas, boa diversão!
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sábado, 19 de abril de 2014
Filho de Lula ri de histórias sobre fazendas e Friboi
por Gilberto Nascimento
Fábio Luís, acusado de ser dono de grandes áreas de terra e
supostas mansões e aviões, quer punição aos boateiros.
![]() |
Uma
das áreas mostradas em foto
na internet é, na verdade, a Escola Superior de
Agricultura Luiz de Queiroz
(Esalq), de Piracicaba-SP.
|
Agora, ele até trata a questão com bom humor. Mas
Lulinha, que acompanhou a entrevista com o pai no Instituto Lula,
pediu a abertura de um inquérito no 78º. DP, na capital paulista,
para a identificação dos responsáveis por esses comentários.
Seis
internautas já foram chamados a depor. Apenas um, Daniel Graziano,
ainda não compareceu. Daniel é gerente administrativo e financeiro
do Instituto Fernando Henrique Cardoso (iFHC), ligado ao
ex-presidente tucano. É filho de Xico Graziano, coordenador da área
de internet do pré-candidato do PSDB à presidência, Aécio Neves.
Procurado no iFHC, ele não retornou. Os outros intimados - Roger
Lapan, Adrito Dutra Maciel, Silvio Neves, Paulo Cesar Andrade Prado e
Sueli Vicente Ortega - disseram acreditar que os comentários sobre
compra de fazendas e aviões fossem verdadeiros e não teriam
“pensado na hora de fazer as postagens”. O advogado de Lulinha,
Cristiano Zanin Martins, diz aguardar o resultado das investigações
para definir se entrará ou não com processo contra as pessoas que
“macularam a imagem” de seu cliente.
Filho
pop
Lulinha
mora no Paraíso, na capital paulista, numa área de classe média.
No seu prédio, nenhum morador conversa com ele. Por outro lado, diz
ser abordado o tempo todo pelos porteiros, faxineiros, garçons e
frentistas que querem bater papo e perguntar sobre seu pai.
COMENTÁRIOS DO BLOGUEIRO:
Não sei quais as verdades nessa história toda.
Nos últimos meses recebi dezenas desses e-mails com o prédio da Esalq estampado e afirmando ser a sede da milionária fazenda do Lulinha. Esses e-mails vieram de amigos e conhecidos.
Isso é um fato. Respondi aos primeiros que chegaram, apontando a mentira, mas nenhum, que me lembre, reconheceu o erro de estar "repercutindo" mensagens mentirosas. Faz parte da cultura brasileira...
Se houve, de outro lado, denúncia do Lulinha e seu advogado, em queixa-crime na 78ª Delegacia de Polícia, e se são os nomes citados acima os apontados como suspeitos e responsáveis pela mentira espalhada na blogosfera é outra história. Se há um inquérito rolando também é outra coisa, não conferi, apenas registro a mentira da Esalq, essa eu sei que é mentira.
COMENTÁRIOS DO BLOGUEIRO:
Não sei quais as verdades nessa história toda.
Nos últimos meses recebi dezenas desses e-mails com o prédio da Esalq estampado e afirmando ser a sede da milionária fazenda do Lulinha. Esses e-mails vieram de amigos e conhecidos.
Isso é um fato. Respondi aos primeiros que chegaram, apontando a mentira, mas nenhum, que me lembre, reconheceu o erro de estar "repercutindo" mensagens mentirosas. Faz parte da cultura brasileira...
Se houve, de outro lado, denúncia do Lulinha e seu advogado, em queixa-crime na 78ª Delegacia de Polícia, e se são os nomes citados acima os apontados como suspeitos e responsáveis pela mentira espalhada na blogosfera é outra história. Se há um inquérito rolando também é outra coisa, não conferi, apenas registro a mentira da Esalq, essa eu sei que é mentira.
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sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014
Retrospectiva 2013 e o agro
Por
José Otávio Menten *
A
relevância de um assunto ou fato pode ser mensurado pelo destaque
alcançado na mídia. O agro é um dos setores mais importantes do
Brasil, sob os pontos de vista econômico, social e ambiental. O agro
brasileiro foi responsável por cerca de 23% do PIB nacional, por 36%
dos empregos e pelo saldo positivo de nossa balança comercial; o
produtor rural é o maior ambientalista em ação. Entretanto, a
análise de diversas retrospectivas sobre 2013 mostra que pouco
destaque foi dado ao setor. Os "balanços" publicados no
final de 2013 e início de 2014, que destacam as notícias relevantes
do ano passado, mostraram que diversos outros temas prevaleceram.
Relacionada
ao agro foi destacada a responsabilização da inflação pelo custo
do tomate; o fato do valor da cesta básica vir se reduzindo ao longo
dos últimos anos, graças à tecnologia incorporada nos processos
produtivos, que vem possibilitando o acesso a alimentos de qualidade
à população, não foi discutido. Também foi amplamente divulgada
a fila de caminhões na chegada ao litoral paulista, atrapalhando o
trânsito de turistas. Carregados de grãos, tiveram que aguardar
vários dias para despejar a carga no Porto de Santos, trazendo
dívidas para o Brasil.
Um
dos assuntos que mais chamaram a atenção em 2013 no Brasil foram as
manifestações de rua, reivindicando melhores serviços a população
e indicando que "o gigante acordou". O movimento incluiu
ações de black blocks e vandalismo, que influenciaram a
popularidade de governos e de pré-candidatos nas eleições de 2014.
Outro tema que polarizou as atenções foi o julgamento dos
mensaleiros, que culminou com a prisão de personalidades da política
nacional e o surgimento de nova liderança representada por Joaquim
Barbosa, Presidente do STJ. A campanha "onde está o Amarildo?",
envolvendo a polícia do Rio de Janeiro; a derrocada de Eike Batista,
um dos homens mais ricos do mundo e a vitória do Brasil na Copa das
Confederações receberam muita atenção. O incêndio na Boate Kiss,
em Santa Maria/RS, que matou 242 jovens, dominou o noticiário por
muito tempo, assim como a discussão sobre a publicação de
biografias não autorizadas de famosos, principalmente de cantores
muito populares e a depredação do Instituto Royal, em São
Roque/SP, com a liberação de 178 cães da raça Beagle, utilizados
no desenvolvimento de remédios que salvam vidas humanas.
Em
nível internacional, tiveram grande destaque a renúncia do Papa
Bento XVI e a escolha do jesuíta argentino, Jorge Mario Bergolio
como Papa Francisco, e a morte de um dos maiores líderes dos últimos
tempos, o sul-africano Nelson Mandela. Ainda mereceram destaque as
mortes do venezuelano Hugo Chávez e de Margaret Thatcher, ex-premier
britânica. A morte do menino boliviano Kevin Espada em jogo
envolvendo o Corinthians foi destaque no mundo esportivo
internacional. Ainda foram considerados relevantes fatos como a
espionagem dos EUA, revelada por Edward Snowden, culminando com seu
asilo na Rússia; a crise síria e a liberação da maconha no
Uruguai. Também tiveram ampla cobertura a diminuição do poder dos
Estados Unidos; o fortalecimento da primeira ministra da Alemanha,
Angela Merkel; o atentado durante a Maratona de Boston e a morte de
366 imigrantes ilegais da Somália e Eritréia perto da Ilha de
Lampedusa, na Itália, em naufrágio.
Fatos
relevantes para a qualidade de vida das pessoas, como o agro
continuar sendo o "carro chefe" da economia brasileira, não
tiveram o merecido destaque. O PIB do agro cresceu quase 3,5% em 2013
em relação a 2012. O VBP (Valor Bruto da Produção) agropecuária
("dentro da porteira") foi de R$ 430 bilhões, 10% superior
ao de 2012. A safra de grãos em 2012/13 foi de 195,9 milhões de
toneladas, 15% superior a de 2011/12, com destaque para soja, milho e
arroz; a área cultivada aumentou apenas 3,6%. O agro brasileiro
exportou em 2013 cerca de US$ 100 bilhões (4,3% a mais que em 2012),
possibilitando saldo positivo de US$ 83 bilhões (4,4% maior que em
2012). O agro foi responsável por mais de 41% das nossas
exportações, com destaque para o complexo soja, carnes,
açúcar/álcool, produtos florestais, milho, café e couro. O
principal destino das exportações do agro foi a China, seguida pela
União Europeia.
O
ano de 2013 serviu, também, para mostrar os problemas do agro e a
necessidade de investimentos em ensino, pesquisa, extensão e
fiscalização, para que continue sendo a nossa "âncora verde"
da economia. O caso Helicoverpa armigera, praga quarentenária
que se estabeleceu e causou danos de cerca de R$ 3 bilhões, mostrou
a fragilidade da defesa agropecuária e a morosidade em tomar
decisões adequadas para possibilitar o manejo de problema novo. O
assunto foi tema em programas muito populares, como o "Mais
Você" da Ana Maria Braga. Também foram pouco evidenciados os
problemas da legislação trabalhista rural, das terras indígenas e
do licenciamento ambiental para o agro.
O
mundo considera o agro brasileiro como sendo o que mais vem
contribuindo para atender à demanda mundial de alimentos. É
necessário que as realizações e problemas do agro brasileiro sejam
incluídos nas grandes discussões nacionais, alcançando a
relevância que o setor representa.
*
Presidente do Conselho Científico para Agricultura Sustentável
(CCAS), vice-presidente da Associação Brasileira de Educação
Agrícola Superior (ABEAS), Eng. Agrônomo, Mestre e Doutor em
Agronomia, Pós-Doutorados em Manejo de Pragas e Biotecnologia,
Professor Associado da USP/ESALQ.
COMENTÁRIOS DO BLOGUEIRO:
Menten, concordo com algumas observações suas, especialmente em relação ao agro nas notícias comentadas pela imprensa. A não importância do agro para a mídia decorre, provavelmente, de distorções feitas por órgãos governamentais, como o Banco Central e o IBGE, ao mesmo tempo em que a tal da estatística é citada e comentada por todos, mas cada um dos atores tortura os números à sua conveniência, de forma a sustentar seus argumentos.
Veja que, hoje, o Banco Central divulgou uma prévia do PIB de 2013, que teria crescido 2,52%. Acho um número ótimo, mas a imprensa vai chamá-lo de pibinho, mesmo sabendo que o PIB do Mercado Comum Europeu cresceu estrondoso 0,3%. O IBGE deve confirmar os números oficiais até o final do mês.
Ora, o PIB é uma ficção... até porque você fala em PIB do Agro de 3,5% em 2013, e tenho certeza que não foi você que fez os cálculos, mas algum órgão do governo...
O
PIB pode ser calculado de duas maneiras. Uma delas é pela soma das
riquezas produzidas dentro do país, incluindo nesse cálculo empresas
nacionais e estrangeiras localizadas em território nacional. Nesse
cálculo entram os resultados da indústria (que respondem por 30% do
total), serviços (65%) e agropecuária (5%). Entra no cálculo apenas o
produto final vendido. Exemplo: uma geladeira e não o aço utilizado em
sua fabricação. Assim, evita-se a contagem dupla de bens industriais. -
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Sabemos que o
PIB é calculado pela soma das riquezas produzidas no país, e inclui
nesse cálculo empresas nacionais e estrangeiras localizadas em
território nacional. Nesses cálculos entram os resultados da
indústria (que responde por 30% do total do PIB), serviços (65%) e
agropecuária (5%). Nessa conta entra apenas o produto final vendido.
Exemplo: uma geladeira e não o aço utilizado em sua fabricação.
Assim, evita-se a contagem dupla de bens industriais.
Assim, como você afirma acima, "O agro
brasileiro foi responsável por cerca de 23% do PIB nacional, por 36%
dos empregos e pelo saldo positivo de nossa balança comercial", números que são citados e repetidos ad nauseum também por outros líderes do agro brasileiro; então, na minha humilde opinião, tem alguma coisa muito errada nessas estatísticas. Se o agro, para o IBGE, e para o Banco Central, tem peso de 5% na soma do nosso PIB, como é que ele representa 36% dos empregos, e é responsável por 41% nossas exportações, tendo internado US$ 100 bilhões em 2013?
Claro, pode-se explicar que o alimento produzido no campo, quando entra na indústria, para ser processado, deixa de ser computado, deixa de ser agro, e passa a ser indústria, assim como o aço da geladeira, no exemplo acima.
O
PIB é apenas um indicador de crescimento, e não de
desenvolvimento, que deveria incluir outros dados, como distribuição
de renda, investimento em educação, saúde, nível de emprego,
entre outros itens. Entretanto, esses dados só aparecem no Censo do IBGE, que, aliás, é outra peça de ficção, pois o Censo tem sido feito em cima de projeções estatísticas, ou seja, é uma planilha excel atualizada...
Veja que o Censo aponta a existência de 5,5 milhões de propriedades rurais no Brasil, nunca indicando que, dessas, cerca de 3,0 ou talvez 3,5 milhões sejam sítios e chacrinhas de lazer e fim de semana, mas estão registradas como propriedades rurais (e improdutivas...) para pagar ITR, ao invés de pagar IPTU. Algumas cidades próximas a São Paulo, como São Roque, Ibiúna, Indaiatuba, Cotia, já cobram de quem tem sítio por lá um IPTU bem legal...
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domingo, 15 de abril de 2012
"O solo é a pátria, cultivá-lo é engrandecê-la!"

A revista "O Solo", editada pelo Centro Acadêmico Luiz de Queiroz, de 1909 a 1995, tinha como lema a frase “O Solo é a Pátria, cultivá-lo é engrandecê-la!”. Ao buscar a origem desta frase encontramos a referência no discurso de formatura da turma de 1910 da então Escola Agrícola Prática de Piracicaba, proferido por Arthur Torres Filho, e publicado na Revista "O Solo" número 8, ano 1910.
A Escola Prática Agrícola de Piracicaba completava o número de 74 Engenheiros Agrônomos formados no Estado de São Paulo. Ao ler e reler o substancioso discurso proferido para uma turma com 14 formandos, destacam-se as referências à qualidade dos solos, sustentabilidade e qualidade de vida.
Hoje, passados 100 anos, a sustentabilidade como foco ampliado para a temática ambiental, social e econômica continua presente no cotidiano da sociedade. Nas últimas décadas tivemos a oportunidade de vivenciar e acompanhar eventos nacionais e internacionais que possibilitaram a mudança do cenário da agricultura brasileira e, principalmente, inseriram o Brasil como player mundial na produção de alimentos.
Assistimos a Revolução Verde de Norman Borlaug nos anos 70, a segunda revolução verde que foi a conquista do cerrado, graças à transferência dos resultados de pesquisa, o estabelecimento com sucesso da integração Floresta x Lavoura x Pecuária, e adoção do sistema de semeadura direta, a agricultura com ar e água limpos.
Hoje, a sustentabilidade da produção agrícola e a adequação ambiental são indissociáveis, grandes avanços estão ocorrendo na agropecuária brasileira. Para continuarmos crescendo e nos firmarmos nas posições de liderança da produção, o Brasil precisa também posicionar-se na liderança da implantação de ações de sustentabilidade e, para tanto, retomamos a frase do inicio deste texto: "O Solo é a Pátria, cultivá-lo é engrandecê-la", porém para nos ajustarmos às demandas da sustentabilidade, devemos empenhar todos os nossos esforços para que possamos dizer com orgulho que: “O Solo é a Pátria, cultivá-lo e conservá-lo é engrandecê-la e garante a sustentabilidade e a vida”.
* O autor é Engenheiro Agrônomo, Vice-Reitor Executivo de Administação da USP e Professor da ESALQ
Presidente da Fundação Agrisus
Membro do Conselho Cientifico para Agricultura Sustentável - CCAS
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domingo, 13 de setembro de 2009
Morre Norman Borlaug
Richard Jakubaszko
Recebi e-mails do Prof. Antonio Roque Dechen, diretor da ESALQ, e do Dr. Fernando Penteado Cardoso, presidente da Agrisus, comunicando a morte de uma das maiores personalidades do século XX, o engenheiro agrônomo Norman Borlaug, prêmio Nobel da Paz em 1970. Minha profunda admiração por esse cientista se traduziu na publicação de inúmeros textos de sua autoria na revista DBO Agrotecnologia, o mais recente é o texto originalmente publicado no New York Times, em agosto último, sob o título “Os Produtores Podem Alimentar o Mundo”, com tradução do Dr. Cardoso, com chamada de capa, e cuja reprodução está no site da revista: http://www.dboagrotecnologia.com.br/
Abaixo o informe do Prof. Roque e do Dr. Cardoso:
O MUNDO PERDE UM APÓSTOLO DO ALIMENTO
por Fernando Penteado Cardoso
O Brasil Perde um Grande Amigo. Faleceu em Dallas/TX/EUA na noite de 12 de Setembro o insigne agrônomo e cientista, apóstolo mundial do alimento, Dr.Norman Borlaug, vitima de câncer e suas complicações.
Grande amigo do Brasil, visitou o país desde a década de 1940 quando se dedicava ao melhoramento de variedades de trigo e procurava plantas diversificadas por todo o mundo, inclusive no Rio Grande do Sul, onde Beckman e associados se dedicavam à seleção desse cereal. Na década dos anos 1990 viajou diversas vezes para Sete Lagoas/MG para colaborar com a Embrapa na genética da variedade do milho de proteína de qualidade, conhecido por "Opaco 2".
Em 1995, a convite da empresa Manah S.A. percorreu a região do cerrado e pronunciou palestra a funcionários e produtores convidados, ocasião em que emitiu o inédito elogio de que "o que acabava de ver na recuperação do cerrado, transformando terras fracas em solos férteis de alta produtividade, era o maior acontecimento na história da agricultura do século XX, a nível mundial".
Retornou ao Brasil no inicio de 2004 por iniciativa própria, pois queria ver o que havia acontecido no cerrado. Em companhia do Prof. Ed Runge da Universidade Texas A&M e do Presidente da Fundação Agrisus F.Cardoso, percorreu os estados do Paraná, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Goiás, Minas Gerais em S.Paulo, tendo feito palestra na Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz-USP em Piracicaba e visitado o Reitor da Universidade de S.Paulo. Após presenciar a colheita de soja em Sapezal/MT, seguida de plantio de milho, ele confidenciou "este foi um dos dias gratificantes de minha vida".
Esteve presente à cerimônia da outorga do Prêmio Mundial do Alimento (World Food Prize), instituído por sua iniciativa, quando três agrônomos foram distinguidos pelo trabalho de recuperação do cerrado brasileiro: Alysson Paulinelli (ex Ministro da Agricultura, idealizador do Programa do Cerrado-PROCER na década de 1980), Edson Lobato (EMBRAPA-Cerrado, Planaltina/DF) e o americano Colin McClung (IRI, Matão/SP).
Em recente artigo publicado pelo New York Times em Agosto último, sob o título “Os Produtores Podem Alimentar o Mundo” ele volta a manifestar sua confiança na tecnologia ao afirmar que “melhores semente e fertilizantes, não mitos românticos, permitirão que assim o façam”.
Borlaug recebeu o Prêmio Nobel da Paz em 1970 e em seu país foi homenageado com a Medalha Presidencial da Liberdade (1977), a Medalha de Ouro do Congresso (2006) e a Medalha Nacional da Ciência (2007).
O mundo chora a perda de tão distinto agrônomo/cientista, um idealista preocupado com a produção mundial de alimento no presente e no futuro.
Grande amigo do Brasil, visitou o país desde a década de 1940 quando se dedicava ao melhoramento de variedades de trigo e procurava plantas diversificadas por todo o mundo, inclusive no Rio Grande do Sul, onde Beckman e associados se dedicavam à seleção desse cereal. Na década dos anos 1990 viajou diversas vezes para Sete Lagoas/MG para colaborar com a Embrapa na genética da variedade do milho de proteína de qualidade, conhecido por "Opaco 2".
Em 1995, a convite da empresa Manah S.A. percorreu a região do cerrado e pronunciou palestra a funcionários e produtores convidados, ocasião em que emitiu o inédito elogio de que "o que acabava de ver na recuperação do cerrado, transformando terras fracas em solos férteis de alta produtividade, era o maior acontecimento na história da agricultura do século XX, a nível mundial".
Retornou ao Brasil no inicio de 2004 por iniciativa própria, pois queria ver o que havia acontecido no cerrado. Em companhia do Prof. Ed Runge da Universidade Texas A&M e do Presidente da Fundação Agrisus F.Cardoso, percorreu os estados do Paraná, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Goiás, Minas Gerais em S.Paulo, tendo feito palestra na Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz-USP em Piracicaba e visitado o Reitor da Universidade de S.Paulo. Após presenciar a colheita de soja em Sapezal/MT, seguida de plantio de milho, ele confidenciou "este foi um dos dias gratificantes de minha vida".
Esteve presente à cerimônia da outorga do Prêmio Mundial do Alimento (World Food Prize), instituído por sua iniciativa, quando três agrônomos foram distinguidos pelo trabalho de recuperação do cerrado brasileiro: Alysson Paulinelli (ex Ministro da Agricultura, idealizador do Programa do Cerrado-PROCER na década de 1980), Edson Lobato (EMBRAPA-Cerrado, Planaltina/DF) e o americano Colin McClung (IRI, Matão/SP).
Em recente artigo publicado pelo New York Times em Agosto último, sob o título “Os Produtores Podem Alimentar o Mundo” ele volta a manifestar sua confiança na tecnologia ao afirmar que “melhores semente e fertilizantes, não mitos românticos, permitirão que assim o façam”.
Borlaug recebeu o Prêmio Nobel da Paz em 1970 e em seu país foi homenageado com a Medalha Presidencial da Liberdade (1977), a Medalha de Ouro do Congresso (2006) e a Medalha Nacional da Ciência (2007).
O mundo chora a perda de tão distinto agrônomo/cientista, um idealista preocupado com a produção mundial de alimento no presente e no futuro.
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quarta-feira, 3 de junho de 2009
Agribusiness Entrevista: Diretor da Esalq/USP
Richard Jakubaszko
Recebi por e-mail do meu amigo Professor Dr. Antonio Roque Dechen o link para o programa Agribusiness do Canal Rural/RBS, que o entrevistou:
Diretor da Esalq/USP comenta sobre a história e o futuro da ESALQ e também sobre o código florestal.
Recomendo assistir:
http://mediacenter.clicrbs.com.br/templates/player.aspx?channel=99&contentID=61619
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Recebi por e-mail do meu amigo Professor Dr. Antonio Roque Dechen o link para o programa Agribusiness do Canal Rural/RBS, que o entrevistou:
Diretor da Esalq/USP comenta sobre a história e o futuro da ESALQ e também sobre o código florestal.
Recomendo assistir:
http://mediacenter.clicrbs.com.br/templates/player.aspx?channel=99&contentID=61619
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sexta-feira, 27 de março de 2009
Livro dos 75 anos da ESALQ - PDF
Richard Jakubaszko
Esalqueano: PDF do livro dos 75 anos da USP, clique no link abaixo para baixar o livro, seu nome está lá, junto da história dessa magnífica entidade de ensino. http://www.esalq.usp.br/acom/usp75anos.htm
Agradeço ao Prof. Dr. Antonio Roque Dechen pelo envio do link. _
Esalqueano: PDF do livro dos 75 anos da USP, clique no link abaixo para baixar o livro, seu nome está lá, junto da história dessa magnífica entidade de ensino. http://www.esalq.usp.br/acom/usp75anos.htm
Agradeço ao Prof. Dr. Antonio Roque Dechen pelo envio do link. _
quinta-feira, 12 de março de 2009
Medalha ESALQ 2009
Richard Jakubaszko
Recebi o email abaixo da diretoria da ESALQ:
Prezado Richard:
Nesta sexta-feira (13/3/2009, às 19.00 hs), ocorrerá a outorga da Medalha Luiz de Queiroz ao Dr. Fernando Penteado Cardoso.
A cerimônia será transmitida pela Internet
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o prof. Roque pediu para eu checar contigo a possibilidade de divulgar em seu blog, além de incluir o folder da cerimônia (e que está em arquivo PDF no site da Esalq):
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Um abraço
Luciana Joia de Lima
Luciana Joia de Lima
Relações Públicas
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Comentário: não poderei estar presente à cerimônia de entrega da Medalha Luiz de Queiroz, conforme era minha intenção, nem terei a satisfação de dar um abraço pessoalmente no Dr. Fernando Penteado Cardoso, como era de meu desejo, o que vai ficar para uma outra oportunidade.
Registro, entretanto, meus cumprimentos pessoais ao Dr. Cardoso, uma das mais talentosas e brilhantes personalidades do agronegócio brasileiro em todos os tempos, por essa merecida homenagem que a Esalq faz a ele.
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