domingo, 26 de abril de 2009

DEFICIÊNCIAS

Richard Jakubaszko

Recebi com grata satisfação a colaboração para o blog do meu amigo Antônio Augusto Borges, agrônomo gaúcho, diretor do Portal Agrolink, do qual tenho orgulho de ser um de seus colunistas: www.agrolink.com.br

DEFICIÊNCIAS
Mário Quintana (escritor gaúcho 30/07/1906 - 05/05/1994)

"Deficiente" é aquele que não consegue modificar sua vida, aceitando as imposições de outras pessoas ou da sociedade em que vive, sem ter consciência de que é dono do seu destino.

"Louco" é quem não procura ser feliz com o que possui.

"Cego" é aquele que não vê seu próximo morrer de frio, de fome, de miséria, e só tem olhos para seus míseros problemas e pequenas dores.

"Surdo" é aquele que não tem tempo de ouvir um desabafo de um amigo, ou o apelo de um irmão. Pois está sempre apressado para o trabalho e quer garantir seus tostões no fim do mês.

"Mudo" é aquele que não consegue falar o que sente e se esconde por trás da máscara da hipocrisia.

"Paralítico" é quem não consegue andar na direção daqueles que precisam de sua ajuda. "Diabético" é quem não consegue ser doce.

"Anão" é quem não sabe deixar o amor crescer.

E, finalmente, a pior das deficiências é ser miserável, pois:

"Miseráveis" são todos que não conseguem falar com Deus.

"A amizade é um amor que nunca morre."




A laranja azedou

Richard Jakubaszko 
O que fazer agora? A caixa de laranja de 40,8 kg anda sendo comercializada a R$ 5,50 em plena entressafra, apesar dos preços internacionais do suco em alta, e enfrenta custos de produção dessa mesma caixa na ordem de R$ 17,00.

O título deste artigo bem que poderia ser “um tiro no pé”. Talvez viesse a representar melhor a situação dos citricultores, em especial os de Bebedouro, SP, e municípios vizinhos, que viram no último mês de fevereiro a Citrosuco fechar a sua unidade esmagadora de frutas (adquirida da Cargill, em 2004), com a dispensa de mais de 200 trabalhadores, o que deixou a todos na cidade em situação de autêntica polvorosa. A imprensa, sem entender o drama dos citricultores, deu manchetes à dispensa dos funcionários, e culpou a crise pelo problema. 

Poucos entenderam que os produtores com contrato firmado de entrega ficam reféns, a produção da futura safra deverá ser recebida pela Citrosuco nas unidades de Limeira ou Matão, com 100 ou 250 km de acréscimo no custo do frete. O que significa dizer que, se a citricultura estava ruim, agora é que pode piorar se os preços não melhorarem. 

Mas há notícias, não confirmadas pela Citrosuco, de que continuaria a receber laranja na unidade desativada. O que fazer? Reclamar para o Governo? É muito pouco provável que saiam soluções rápidas e eficientes. Reclamar ao bispo, como sempre, nunca dá bons resultados também. Rezar para que ocorram nevascas na Flórida é tarde, o inverno está acabando por lá, resta esperar pelos furacões a partir da entrada do verão. 

Triste sina dos produtores rurais
Planejar, praticar união, e tomar decisões drásticas podem ser boas saídas. Diversificar a produção e reduzir o tamanho dos pomares para resistir à crise é outro caminho, ajudaria a reduzir a oferta, e isso faria os preços melhorarem. 

Deve-se preparar bem para resistir melhor aos ciclos de crise do setor. Os investimentos poderiam ser direcionados também para um melhor controle sanitário e a melhoria na produtividade do restante do pomar que sobrar. 

Por algum tempo os citricultores terão de conviver com preços baixos e com o greening no contra-pé. As crises em culturas perenes nunca duram menos de 5 a 7 anos, é cíclico. Numa rápida olhada pela região citrícola observa-se que os extensos pomares que caracterizavam as regiões tradicionais em citros, como Araraquara, Limeira e Bebedouro, dão lugar a pomares menores, intercalados por outras culturas.
Há um processo de migração da zona da laranja em direção às regiões de clima mais temperado, como o sudoeste paulista. Percebe-se que o mapa agrícola de São Paulo, marcado pelo binômio laranja-cana, começa a se alterar. 

O fechamento da unidade da Citrosuco foi como um alerta para os citricultores. A agricultura é como montanha russa, sobe e desce rapidamente, por isso não se deveriam colocar todos os ovos num balaio só. Quem desobedeceu esta premissa não poderia estar bem. Nos últimos anos alguns citricultores derrubaram parte dos pomares e os transformaram em canaviais, pois a cana ia bem, hoje se arrependem em razão da retração no mercado do etanol, e agora também da laranja, e tudo ficou pior do que já estava, nada está bem. Se tivessem optado pela diversificação maior, o risco de perdas seria menor. Não adianta ficar numa cultura só, ou em duas. É necessário mudar o conceito. 

Precisa diversificar, no mínimo para três atividades. Além disso, há que se buscar a melhoria da produtividade, através do uso de melhores tecnologias, de uma adequada adubação e controle fitossanitário, que se tenha por objetivo um patamar sempre acima de 2,5 a 3,5 caixas por planta. É uma produtividade que remunera o produtor, pelo menos não dá prejuízo mesmo quando os preços estão baixos. 
Tiro no pé 
Sobre a Citrosuco, pode-se entender que tomou uma decisão empresarial discutível, isto para quem está do lado de fora, ou errada para quem é parceiro e fornecedor. Como o Grupo Fischer, segundo maior processador de suco de laranja do mundo, e maior acionista da Citrosuco, também é produtor de frutas, como laranja e maçã, entre outras, preferimos afirmar que deu um tiro no próprio pé, pois irrigou outras áreas de interesse do grupo para investimentos, em detrimento da parceria com os citricultores, seu negócio tradicional. 

Inegavelmente, nada como um dia após o outro. No futuro saberemos quem agiu certo, se o produtor que agora terá de repensar o plantio e a continuidade da sua atividade, ou a indústria que acredita ser o elo mais forte da corrente e impõe regras que causam prejuízos aos parceiros, com a desculpa de que precisa reduzir custos. 

Quando alguns milhares de pés de laranja forem derrubados a oferta se equilibrará, e os preços também. É duro, mas sempre foi assim, o que precisa é união dos produtores, planejar e partir para as ações necessárias. Para se agregar valor ao que se planta, para organizar o sistema produtivo e comercial. Não é diferente de outros produtos da terra, nem é impossível. É necessário, mais do que nunca, iniciar a profissionalização dos produtores.
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sábado, 25 de abril de 2009

Talento exacerbado

Richard Jakubaszko

Tem gente que nasce com excesso de talento. É um dom, digamos, divino. Ou será que aprendemos e desenvolvemos, e depois aprimoramos?

Nos casos de excesso de talento, aquilo a que se chama de exacerbado, os desenhos abaixo mostram um talento desse quilate. Não se enganem, não são fotos, são desenhos, a lápis, é grafite em puro talento. Desconheço o nome do autor, estão jogados de forma anônima nessa prostituída e liberal internet, que é igual a coração de mãe, ou estribo de trem, a todos acolhe...

Se alguém souber a autoria, por gentileza, indique.






Concordam comigo, quando falo em talento exacerbado?
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quarta-feira, 22 de abril de 2009

EXTRA! URGENTE! MINISTROS DO STF EM BATE-BOCA!

Richard Jakubaszko

Para quem acompanha as notícias do Brasil esta tem sabor especial: ministros do STF entraram em acalorada discussão, hoje, 22 abril 2009, e o ministro Joaquim Barbosa lavou a alma de muitos brasileiros que assistem as impropriedades existentes no judiciário e na política nacional. Veja vc o bate-boca, caro leitor deste blog, através do Youtube, em cores, e tire suas conclusões. São apenas 3 minutos de bate-boca, mas contundentes!
Não se esqueça que foi FHC quem nomeou o advogado Gilmar Dantas (óps!) Mendes para ministro do STF, sem que ele tenha sido juiz uma única vez na vida. Foi esse Gilmar quem deu 2 habeas corpus para o banqueiro dono do Oportunity, foi ele quem proibiu as algemas em bandidos, e quem, mais recentemente, livrou todos os condenados de colarinho branco de não serem presos enquanto o processo não transitar em julgado em todas as instâncias (com isso, os crimes de colarinho branco, todos eles, caem no decurso de prazo, morrem de velhice, atingem a prescrição. Ou seja, viva a impunidade!).
Veja lá, e me diga se o ministro Joaquim Barbosa não tem razão:

Lula, de novo da Newsweek

Richard Jakubaszko

Interessante a matéria publicada pela revista americana Newsweek desta semana. Ao contrário do que a grande mídia brasileira apregoa, o Brasil vai muito bem, com ou sem crise, e é uma potência mundial. Talvez por isso Lula recomende a gente ler a imprensa internacional quando queremos ter notícias reais sobre o Brasil. Ou explica porque ele tem azia quando lê jornais brasileiros...
Diz a Newsweek, sobre o Brasil e Lula, que “Isso pode ser política de risco. Mas as apostas estão nos brasileiros. Sem um manual para se tornar uma potência global, o Brasil de Lula parece estar escrevendo o seu próprio manual”. Importante lembrar que Lula foi matéria de capa da Newsweek menos de um mês atrás. Para quem deseja ler no original a nova matéria clique no link:

http://www.newsweek.com/id/194604

Vai faltar suco de maracujá e lexotan nos arredores do bairro Higienópolis, em São Paulo, onde mora um certo ex-presidente.
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domingo, 19 de abril de 2009

quinta-feira, 16 de abril de 2009

Humor de grego

Richard Jakubaszko
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Dor de cotovelo?
Circula pela internet, de autor anônimo, e apresentada como o melhor do humor grego:
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"Para curar um amor platônico, nada melhor do que uma trepada homérica."
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domingo, 12 de abril de 2009

O TOCADOR DE ATABAQUE

Richard Jakubaszko 
O delegado da Polícia Federal Protógenes Queiróz leu o poema abaixo antes de prestar seu depoimento de mais de 8 horas à CPI - Comissão Parlamentar de Inquérito, na Câmara Federal, em 8 de abril de 2009, diante de deputados e da imprensa. Para bom entendedor meia palavra basta, quanto mais um poema... Independentemente do poema, muita hipocrisia se ouviu durante a tarde - e parte da noite -, em que o delegado falou. Somos um país politicamente correto, delegados e juízes são suspeitos por investigarem gente da elite. 

O TOCADOR DE ATABAQUE de Eduardo Alves da Costa  
Querem o meu verso  
De nariz para o ar,  
Equilibrando a esfera,  
Enquanto alguém bate com a varinha  
Para me por no compasso. 
Pedem-me que não seja violento  
E me mantenha equilibrado  
Entre a forma e o fundo, 
Porque a platéia não deve sofrer  
Emoções fortes.  
Mas eu, nascido num tempo de sussurros,  
Tenho a voz contundente  
E por mais que me esforce  
Não sirvo para cantar no coro.  
Sei apenas tocar meu atabaque. 
Assim, que me perdoem  
Os amantes dos saraus 
E os arquitetos de labirintos,  
Que as senhoras se protejam com o xale  
E os corações delicados  
Se encostem à parede  
Para fugir às correntes de ar.  
Bato no atabaque
Até estourar os tímpanos fracos  
E chamo num grito de gozo  
As almas bravias 
Para dançarmos juntos  
Mordidos pela mentira do mundo  
Com os nervos envenenados  
E a jugular aos pinotes.  
Escutem, eu vou lhes contar a história  
Do leão que tinha um espinho na pata…  
Bato no atabaque e me consumo  
Como se o sangue fugisse  
Por um rio subterrâneo.  
Vamos, o senhor não pode enganar todos  
Durante todo o tempo.  
Bato no atabaque  
Quem quiser cantar  
Que me dê um tom.  
Por que ao sair do trabalho 
A gente não volta para casa  
De montanha-russa?
Bato no atabaque…  
Matou o patrão com cinco tiros  
Porque foi despedido Sem aviso prévio.
Bato no atabaque… 
Izabel, acho que meu pai,  
Quando souber,  
Vai me bater.  
Bato no atabaque… 
Moço, compra uma flor Pra namorada? 
Bato no atabaque…  
Você acha que eles bombardeiam a China? 
Bato no atabaque e o furacão me arranca pela raiz 
e eu sou um baobá atravessando os céus da Flórida 
para cair em Nova York,  
sacudindo a bolsa de valores como um enfarte.  
Não sei… prá mim Quem matou Kennedy Foi a reação. 
Bato, bato, bato no atabaque  
Até consumir o terceiro estágio de minha alma de astronauta e ficar girando, fora de órbita, para sempre. _

sexta-feira, 10 de abril de 2009

Do mundo virtual ao espiritual

por Frei Betto

(Enviado ao blog por Heidi Charlotte H. Gärtner, do Axial Participações

Ao viajar pelo Oriente, mantive contatos com monges do Tibete, da Mongólia, do Japão e da China. Eram homens serenos, comedidos, recolhidos em paz em seus mantos cor de açafrão. Outro dia, eu observava o movimento do aeroporto de São Paulo: a sala de espera cheia de executivos com telefones celulares, preocupados, ansiosos, geralmente comendo mais do que deviam. Com certeza, já haviam tomado café da manhã em casa, mas como a companhia aérea oferecia um outro café, todos comiam vorazmente. Aquilo me fez refletir: 'Qual dos dois modelos produz felicidade?'

Encontrei Daniela, 10 anos, no elevador, às nove da manhã, e perguntei: 'Não foi à aula?' Ela respondeu: 'Não, tenho aula à tarde'.

Comemorei: 'Que bom, então de manhã você pode brincar, dormir até mais tarde'.
- 'Não', retrucou ela, 'tenho tanta coisa de manhã...' ' Que tanta coisa?', perguntei. 'Aulas de inglês, de balé, de pintura, piscina', e começou a elencar seu programa de garota robotizada... Fiquei pensando: 'Que pena, a Daniela não disse 'tenho aula de meditação'!

Estamos construindo super-homens e super-mulheres, totalmente equipados, mas emocionalmente infantilizados. Por isso, as empresas consideram agora que, mais importante que o QI, é a IE, a Inteligência Emocional. Não adianta ser um super-executivo se não consegue se relacionar com as pessoas. Ora, como seria importante os currículos escolares incluírem aulas de meditação! Uma progressista cidade do interior de São Paulo tinha, em 1960, seis livrarias e uma academia de ginástica; hoje, tem sessenta academias de ginástica e três livrarias! Não tenho nada contra malhar o corpo, mas me preocupo com a desproporção em relação à malhação do espírito. Acho ótimo, vamos todos morrer esbeltos: 'Como estava o defunto'? 'Olha, uma maravilha, não tinha uma celulite'! Mas como fica a questão da subjetividade? Da espiritualidade? Da ociosidade amorosa? Outrora, falava-se em realidade: análise da realidade, inserir-se na realidade, conhecer a realidade. Hoje, a palavra é virtualidade. Tudo é virtual. Pode-se fazer sexo virtual pela internet: não se pega Aids, não há envolvimento emocional, controla-se no mouse. Trancado em seu quarto em Brasília, um homem pode ter uma amiga íntima em Tóquio, sem nenhuma preocupação de conhecer o seu vizinho de prédio ou de quadra!

Tudo é virtual, entramos na virtualidade de todos os valores, não há compromisso com o real! É muito grave esse processo de abstração da linguagem, de sentimentos: somos místicos virtuais, religiosos virtuais, cidadãos virtuais. Enquanto isso, a realidade vai por outro lado, pois somos também eticamente virtuais. A cultura começa onde a natureza termina. Cultura é o refinamento do espírito. Televisão, no Brasil com raras e honrosas exceções , é um problema: a cada semana que passa temos a sensação de que ficamos um pouco menos cultos. A palavra hoje é 'entretenimento' ; domingo, então , é o dia nacional da imbecilização coletiva. Imbecil o apresentador, imbecil quem vai lá e se apresenta no palco, imbecil quem perde a tarde diante da tela. Como a publicidade não consegue vender felicidade, passa a ilusão de que felicidade é o resultado da soma de prazeres: 'Se tomar este refrigerante, vestir este tênis, usar esta camisa, comprar este carro, você chega lá!' O problema é que, em geral, não se chega! Quem cede, desenvolve de tal maneira o desejo que acaba precisando de um analista. Ou de remédios. Quem resiste, aumenta a neurose. Os psicanalistas tentam descobrir o que fazer com o desejo dos seus pacientes. Colocá-los aonde? Eu, que não sou da área, posso me dar o direito de apresentar uma sugestão. Acho que só há uma saída: virar o desejo para dentro. Porque para fora ele não tem aonde ir! O grande desafio é virar o desejo para dentro, gostar de si mesmo, começar a ver o quanto é bom ser livre de todo esse condicionamento globalizante, neoliberal, consumista. Assim, pode-se viver melhor. Aliás, para uma boa saúde mental três requisitos são indispensáveis: amizades, auto-estima, ausência de estresse.

Há uma lógica religiosa no consumismo pós-moderno. Se alguém vai à Europa e visita uma pequena cidade onde há uma catedral, deve procurar saber a história daquela cidade - a catedral é o sinal de que ela tem história. Na Idade Média, as cidades adquiriam status construindo uma catedral; hoje, no Brasil, constrói-se um shopping center. É curioso: a maioria dos shopping centers tem linhas arquitetônicas de catedrais estilizadas; neles não se pode ir de qualquer maneira, é preciso vestir roupa de missa de domingo. E ali dentro sente-se uma sensação paradisíaca: não há mendigos, crianças de rua, sujeira pelas calçadas...

Entra-se naqueles claustros ao som do gregoriano pós-moderno, aquela musiquinha de esperar dentista. Observam-se os vários nichos, todas aquelas capelas com os veneráveis objetos de consumo, acolitados por belas sacerdotisas. Quem pode comprar à vista, sente-se no reino dos céus. Se deve passar cheque pré-datado, pagar a crédito, entrar no cheque especial, sente-se no purgatório. Mas se não pode comprar, certamente vai se sentir no inferno... Felizmente, terminam todos na eucaristia pós-moderna, irmanados na mesma mesa, com o mesmo suco e o mesmo hambúrguer do McDonald's.

Costumo advertir os balconistas que me cercam à porta das lojas: 'Estou apenas fazendo um passeio socrático.' Diante de seus olhares espantados explico: 'Sócrates, filósofo grego, também gostava de descansar a cabeça percorrendo o centro comercial de Atenas. Quando vendedores como vocês o assediavam, ele respondia: 'Estou apenas observando quanta coisa existe de que não preciso para ser feliz'.
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quinta-feira, 9 de abril de 2009

Só Deus para inspirar esse Carpete de Begônias

enviado por José Maria Fernandes dos Santos
(engenheiro agrônomo com alma de poeta...)

Só Deus para inspirar o homem a fazer esse Carpete de Milhares de Begônias.




Páscoa é tempo de Recomeço, de Esperança e de muita Garra.
É o momento em que nos é dada a oportunidade de nos aperfeiçoarmos.
Para que possamos realizar todos os nossos sonhos.

LEMBRE- SE.....
SE VOCÊ PODE SONHAR, VOCÊ PODE SER, E VOCÊ PODE FAZER.
Feliz Páscoa!

José Maria
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Comentário do blogueiro: obrigado Zé, bom pros olhos e ótimo pra alma.
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quarta-feira, 8 de abril de 2009

Dia Internacional do Homem

Richard Jakubaszko

Colaboração do Carlos M. Wallau, lá de Porto Alegre, sugere a criação do Dia Internacional do Homem, provocação ao qual este blog considera que tem razão de ser, afinal, por que não? Os que forem contrários que se manifestem. O que não tem valor é gremista achar que deveria ser Dia do Grêmio do Homem, pois essas coisas não combinam...

Vocês acham que é fácil ser Homem?
Estamos iniciando uma campanha para a instauração do Dia Internacional do Homem.

Já existe dia da mulher, dia do cachorro, dia do gay, até dia do advogado!
Por que não o... Dia Internacional do Homem?

Algumas razões para a criação do Dia Internacional do homem:

1) Quem é obrigado a erguer os pés quando ela está fazendo faxina?
R: O prestativo homem!

2) Quem se veste como pingüim no dia do matrimônio?
R: O humilde homem!

3) Quem é que, apesar do cansaço e do stress, jamais poderá fingir um orgasmo?
R: O sincero homem!

4) Quem é obrigado a sustentar a amante esbanjadora?
R: O abnegado homem!

5) Quem se expõe ao estresse por chegar em casa e não encontrar a comida quentinha, as crianças com o banho tomado, a roupa lavada, a cozinha limpa e o drink já posto sobre a mesa?
R: O doce homem!

6) Quem corre o risco de ser assaltado e morto na saída da boate, cada vez que participa dessas reuniões noturnas com os amigos, enquanto a mulher está bem segura em casa na sua caminha quentinha?
R: O desprotegido homem!

7) Quem é o encarregado de matar as baratas da casa?
R: O valente homem!

8) Quem segura a 'cauda do rojão' quando chega em casa com marca de batom na camisa e é obrigado a dar explicações que nunca são aceitas?
R: O incompreendido homem!

9) Quem é que toma banho e se veste em menos de vinte minutos?
R: O ágil homem!

10) Quem é que gasta consideráveis somas em dinheiro comprando presentes para o dia das mães, da esposa, da secretária e outras festas inventadas para satisfazer à mulher?
R: O dadivoso homem!

11) Quem jamais conta uma mentira?
R: O ético homem!

12) Quem é obrigado a ver a mulher com os rolinhos nos cabelos e a cara cheia de cremes?
R: O compreensivo homem!

13) Quem tem que passar por uma TPM calado todo mês?
R: O calmo homem!

E mais:

* A tortura de ter que usar terno no verão...
* O suplício de fazer a barba todo dia...
* O desespero de uma cueca apertada...
* Viver sob o permanente risco de ter que entrar numa briga.
* Pilotar a churrasqueira nos fins de semana enquanto todos se divertem.
* Ter sempre que resolver os problemas do carro...
* Ter a obrigação de ser um atleta sexual...
* Ter que notar a roupa nova dela...
* Ter que notar que ela mudou de perfume...
* Ter que notar que ela trocou a tintura do cabelo de Imédia 713 para
731 louro bege salmon plus up light forever.
* Ter que notar que ela cortou o cabelo, mesmo que seja somente um centímetro.
* Ter que jamais reparar que ela tem um pouco de celulite.
* Ter que jamais dizer que ela engordou, mesmo que isto seja a pura verdade.
* Trabalhar pra cacete em prol de uma família que reclama que você
trabalha pra cacete!

Depois elas ainda acham que é fácil, só porque nós não parimos e nem menstruamos...

'DEUS ABENÇOE O SANTO HOMEM'!!!

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terça-feira, 7 de abril de 2009

Ai! Cai na Biotecnologia

por Roberto Barreto, de Catende
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Plantei Um pé de maçã 
Deu pitomba 
Ora bolas!  
Semeei 
Maniva em roçado 
Nasceu ervilha 
Barbaridade! 
Cheirei 
A dama-da-noite
Fede a enxofre 
Diabos! 
Quebrei 
O casco do coco 
Deu em ovo 
Socorro! 
Assei 
O galo caipira 
Tem gosto de pato 
Cruzes! 
Provei 
O milho cozido 
Puro tremoço 
Arreda! 
Cozi 
O fubá mimoso 
Virou talco 
Chi! 
Tomei 
A vacina em banana 
Perdi a memória 
Ai de mim! 
Provei 
Um leite integral
Fiquei alto 
Oba! 
Desisto 
Com a biotecnologia 
Não acerto uma 
CTNBiôôôôôô! 
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domingo, 5 de abril de 2009

A ditabranda

Richard Jakubaszko
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ENTREVISTA:
Aos 19, 20 anos, achava que eu estava salvando o mundo...
Dilma Roussef diz não ter a mesma cabeça da época em que era guerrilheira, mas se orgulha de não ter mudado de lado, e sim de métodos.
A repórter Fernanda Odilla publicou matéria na Folha de SP de hoje sobre a guerrilha, a VAR-Palmares, e fez entrevista com Dilma Rousseff, sobre a questão da tortura e os supostos planos para sequestrar (essa é novidade!) o então ministro da Fazenda Delfim Netto. É um material obrigatório de leitura.



FOLHA - A sra. faz algum mea-culpa pela opção pela guerrilha?
DILMA - Não. Por quê? Isso não é ato de confissão, não é religioso. Eu mudei. Não tenho a mesma cabeça que tinha. Seria estranho que tivesse a mesma cabeça. Seria até caso patológico. As pessoas mudam na vida, todos nós. Não mudei de lado não, isso é um orgulho. Mudei de métodos, de visão. Inclusive, por causa daquilo, eu entendi muito mais coisas.
FOLHA - Como o quê?
DILMA - O valor da democracia, por exemplo. Por causa daquilo, eu entendi os processos absolutamente perversos. A tortura é um ato perverso. Tem um componente da tortura que é o que fizeram com aqueles meninos, os arrependidos, que iam para a televisão. Além da tortura, você tira a honra da pessoa. Acho que fizeram muito isso no Brasil. Por isso, minha filha, esse seu jornal não pode chamar a ditadura de ditabranda, viu? Não pode, não. Você não sabe o que é a quantidade de secreção que sai de um ser humano quando ele apanha e é torturado. Porque essa quantidade de líquidos que nós temos, o sangue, a urina e as fezes aparecem na sua forma mais humana. Não dá para chamar isso de ditabranda, não.
(Grifos em itálico do blogueiro)

Para ler na íntegra clique no link a seguir: http://www.google.com/notebook/public/03904464067865211657/BDSIxSwoQx8m2sYck
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sexta-feira, 3 de abril de 2009

A longa noite da República

por Mauro Santayana *
(publicado em 1º abril 2009, no Jornal do Brasil. Enviado pelo sempre atento engenheiro agrônomo Paulo Brandão)
Hoje (não ontem) o golpe militar de 1964 faz 45 anos. Foi na primeira madrugada de abril que o presidente do Congresso declarou vaga a Presidência da República, com Jango em território nacional. A ditadura foi longa, perversa e sangrenta mentira, que prometia a ordem democrática e trouxe a tortura, os assassinatos, o medo e a corrupção. A mentira no poder por mais de duas décadas tornou-se uma vacina política. É quase impossível que haja outro golpe militar em nosso país.

A República fora uma aspiração civil a partir da Inconfidência Mineira, mas não seria proclamada em 1889 sem os militares. A Guerra do Paraguai e o Abolicionismo haviam reunido, em 1870, na mesma causa antimonárquica, paisanos e fardados. Até o golpe de 64, o poder de fato sobre a República foi disputado pelos bacharéis e militares. Depois de Deodoro e Floriano, os civis se revezaram na Presidência, sempre sob a pressão militar, até 1910, quando exerceram a Presidência com o marechal Hermes da Fonseca. No quatriênio seguinte, o mineiro Wenceslau Braz iniciou o processo de afirmação civil, que a morte de Pinheiro Machado, em 1915, facilitaria. Como assinalam historiadores do período, os levantes militares, pouco ou nada tinham de ideológicos. Foram, a partir de 22, manifestações corporativas contra a predominância do poder civil, que a eleição de Arthur Bernardes iria consolidar. O corporativismo é infecção crônica no Brasil. O pretexto para o levante dos 18 do Forte de Copacabana, foram cartas falsas, atribuídas a Bernardes, nas quais o marechal Hermes era chamado de "Sargentão".
Os tenentes só viriam a ter visão social do Brasil com a Coluna Prestes. Essa visão inverteria a razão dos tenentes de 22, levando-os à posição de esquerda da Aliança Liberal no movimento de 30. Os tenentes queriam o poder, certos de que só a força resolveria a questão social. Assim surgiu o movimento de 1935, que foi tipicamente militar, embora se identificasse com reduzido grupo de civis de esquerda. Frustrada a rebelião, continuou a tensão entre militares e políticos do Estado Novo, que só se entendiam no campo da direita mais reacionária. Continuou em 1945, com o putsch de 29 de outubro, contra Vargas, amainou-se no governo híbrido e chocho do marechal Dutra e se rearticulou contra o segundo governo de Vargas, levando-o ao suicídio em 54.
O setor legalista dos militares, nascido da II Guerra Mundial, conteve os golpistas em 11 de novembro de 55, assegurando a posse de Juscelino em janeiro do ano seguinte. O mineiro conseguiu driblar as tentativas golpistas de Jacareacanga e Aragarças, e entregou, sem tropeços maiores, o poder a seu sucessor. Depois da renúncia de Jânio, os militares voltaram a articular-se, para tentar impedir à aliança PTB-PSD (nascida do varguismo) de exercer o governo com Jango. Ao assumir diretamente o governo, o que não faziam, de forma explícita, desde a eleição de Prudente de Moraes (Hermes governara sob forte influência civil), os militares levaram quase 20 anos para descobrir que a realidade não lhes permitia continuar no poder.
O fim do regime de exceção, em 1985, não foi o fim do entulho autoritário. O STF julga, hoje, a constitucionalidade ou não de uma lei da ditadura, de 1967, que limitou a liberdade profissional, intelectual e política dos cidadãos, exigindo dos novos jornalistas licença universitária. Para o nosso constrangimento, isso se fez a pedido de jornalistas, que fechavam os olhos à censura e à perseguição a seus colegas, em troca de falso status social, e do "fechamento" do ingresso na categoria aos pobres, em benefício da classe média.
Fora o argumento de que a liberdade de expressão, por todos os meios, é o mais exigido dos direitos humanos, cabe a indagação lógica, se o jornalismo é técnica ou manifestação ética e política. Na experiência de 57 anos de trabalho, estou certo de que o jornalismo é tanto mais autêntico quanto mais distanciado for dos esquemas técnicos, e mais próximo estiver do compromisso ético, só assumido nos embates do cotidiano. Para o resto, basta conhecer a língua pátria, que muitos professores de jornalismo - e seus discípulos - desconhecem. Poderão objetar que minha posição se deve ao fato de ser autodidata, como tantos outros de minha geração. É uma opinião respeitável.
* jornalista, autodidata.
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quarta-feira, 1 de abril de 2009

OSHO - Além das fronteiras da mente

Richard Jakubaszko
Contribuição ao blog de Heidi Charlotte H. Gärtner, do Axial Participações.
É longo, mas vale a leitura, principalmente se levar você para uma profunda reflexão.

OSHO
Fonte: Osho - livro: Além das fronteiras da mente (1º capítulo)
Ego, o falso centro
O primeiro ponto a ser compreendido é o ego.
Uma criança nasce sem qualquer conhecimento, sem qualquer consciência de seu próprio eu. E quando uma criança nasce, a primeira coisa da qual ela se torna consciente não é ela mesma; a primeira coisa da qual ela se torna consciente é o outro. Isso é natural, porque os olhos se abrem para fora, as mãos tocam os outros, os ouvidos escutam os outros, a língua saboreia a comida e o nariz cheira o exterior. Todos esses sentidos abrem-se para fora. O nascimento é isso.

Nascimento significa vir a este mundo, o mundo exterior. Assim, quando uma criança nasce, ela nasce neste mundo. Ela abre seus olhos, vê os outros. O "outro" significa o tu.

Ela primeiro se torna consciente da mãe. Então, pouco a pouco, ela se torna consciente de seu próprio corpo. Este também é o outro, também pertence ao mundo. Ela está com fome e passa a sentir o corpo; quando sua necessidade é satisfeita, ela esquece o corpo. É desta maneira que a criança cresce.

Primeiro ela se torna consciente do você, do tu, do outro, e então, pouco a pouco, contrastando com você, tu, ela se torna consciente de si mesma. Essa consciência é uma consciência refletida. Ela não está consciente de quem ela é. Ela está simplesmente consciente da mãe e do que esta pensa a seu respeito. Se a mãe sorri, se ela aprecia a criança, se diz: "Você é bonita", se ela a abraça e a beija, a criança sente-se bem a respeito de si mesma. Agora um ego está nascendo.

Através da apreciação, do amor, do cuidado, ela sente que é boa, ela sente que tem valor, ela sente que tem importância. Um centro está nascendo. Mas esse centro é um centro refletido. Ela não é o ser verdadeiro. A criança não sabe quem ela é; ela simplesmente sabe o que os outros pensam a seu respeito.

E esse é o ego: o reflexo, aquilo que os outros pensam. Se ninguém pensa que ela tem alguma utilidade, se ninguém a aprecia, se ninguém lhe sorri, então, também, um ego nasce - um ego doente, triste, rejeitado, como uma ferida; sentindo-se inferior, sem valor. Isso também é o ego. Isso também é um reflexo.

Primeiro a mãe - e mãe, no início, significa o mundo. Depois os outros se juntarão à mãe, e o mundo irá crescendo. E quanto mais o mundo cresce, mais complexo o ego se torna, porque muitas opiniões dos outros são refletidas.
O ego é um fenômeno acumulativo, um subproduto do viver com os outros. Se uma criança vive totalmente sozinha, ela nunca chegará a desenvolver um ego. Mas isso não vai ajudar. Ela permanecerá como um animal. Isso não significa que ela virá a conhecer o seu verdadeiro eu, não.

O verdadeiro pode ser conhecido somente através do falso, portanto, o ego é uma necessidade. Temos que passar por ele. Ela é uma disciplina. O verdadeiro pode ser conhecido somente através da ilusão. Você não pode conhecer a verdade diretamente. Primeiro você tem que conhecer aquilo que não é verdadeiro. Primeiro você tem que encontrar o falso. Através desse encontro, você se torna capaz de conhecer a verdade. Se você conhece o falso como falso, a verdade nascerá em você.

O ego é uma necessidade; é uma necessidade social, é um subproduto social. A sociedade significa tudo o que está ao seu redor, não você, mas tudo aquilo que o rodeia.
Tudo, menos você, é a sociedade. E todos refletem. Você irá para a escola e o professor refletirá quem você é. Você fará amizade com outras crianças e elas refletirão quem você é. Pouco a pouco, todos estão adicionando algo ao seu ego , e todos estão tentando modificá-lo, de tal forma que você não se torne um problema para a sociedade.

Eles não estão interessados em você.
Eles estão interessados na sociedade.
A sociedade está interessada nela mesma, e é assim que deveria ser. Eles não estão interessados no fato de que você deveria se tornar um conhecedor de si mesmo. Interessa-lhes que você se torne uma peça eficiente no mecanismo da sociedade. Você deveria ajustar-se ao padrão.
Assim, estão tentando dar-lhe um ego que se ajuste à sociedade.
Ensinam-lhe a moralidade. Moralidade significa dar-lhe um ego que se ajustará à sociedade. Se você for imoral, você será sempre um desajustado em um lugar ou outro.

É por isso que colocamos os criminosos nas prisões - não que eles tenham feito alguma coisa errada, não que ao colocá-los nas prisões iremos melhorá-los, não. Eles simplesmente não se ajustam. Eles criam problemas. Eles têm certos tipos de egos que a sociedade não aprova. Se a sociedade aprova, tudo está bem.

Um homem mata alguém - ele é um assassino.
E o mesmo homem, durante a guerra, mata milhares - e torna-se um grande herói. A sociedade não está preocupada com o homicídio, mas o homicídio deveria ser praticado para a sociedade - então tudo está bem. A sociedade não se preocupa com moralidade.

Moralidade significa simplesmente que você deve se ajustar à sociedade.
Se a sociedade estiver em guerra, a moralidade muda.
Se a sociedade estiver em paz, existe uma moralidade diferente.
A moralidade é uma política social. É diplomacia. E toda criança deve ser educada de tal forma que ela se ajuste à sociedade; e isso é tudo, porque a sociedade está interessada em membros eficientes. A sociedade não está interessada no fato de que você deveria chegar ao autoconhecimento.

A sociedade cria um ego porque o ego pode ser controlado e manipulado. O eu nunca pode ser controlado e manipulado. Nunca se ouviu dizer que a sociedade estivesse controlando o eu - não é possível.
E a criança necessita de um centro; a criança está absolutamente inconsciente de seu próprio centro. A sociedade lhe dá um centro e a criança pouco a pouco fica convencida de que este é o seu centro, o ego dado pela sociedade. Uma criança volta para casa - se ela foi o primeiro aluno de sua classe, a família inteira fica feliz. Você a abraça e a beija, e você coloca a criança no colo e começa a dançar e diz: "Que linda criança! Você é um motivo de orgulho para nós." Você está dando um ego a ela. Um ego sutil. E se a criança chega em casa abatida, fracassada, um fiasco - ela não pode passar, ou ela tirou o último lugar - então ninguém a aprecia e a criança sente-se rejeitada.
Ela tentará com mais afinco na próxima vez, porque o centro se sente abalado. O ego está sempre abalado, sempre à procura de alimento, de alguém que o aprecie. É por isso que você está continuamente pedindo atenção.

Ouvi contar:
Mulla Nasrudin e sua esposa estavam saindo de uma festa, e Mulla disse: "Querida, alguma vez alguém já lhe disse que você é fascinante, linda, maravilhosa?"
Sua esposa sentiu-se muito, muito bem, ficou muito feliz. Ela disse: "Eu me pergunto por que ninguém jamais me disse isso."
Nasrudin disse: "Mas então de onde você tirou essa idéia?"
Você obtém dos outros a idéia de quem você é.
Não é uma experiência direta.
É dos outros que você obtém a idéia de quem você é. Eles modelam o seu centro. Esse centro é falso, porque você contém o seu centro verdadeiro. Este, não é da conta de ninguém. Ninguém o modela, você vem com ele. Você nasce com ele. Assim, você tem dois centros. Um centro com o qual você vem, que lhe é dado pela própria existência. Este é o eu. E o outro centro, que lhe é dado pela sociedade - o ego. Ele é algo falso - e é um grande truque. Através do ego a sociedade está controlando você. Você tem que se comportar de certa maneira, porque somente então a sociedade o aprecia. Você tem que caminhar de certa maneira: você tem que rir de certa maneira; você tem que seguir determinadas condutas, uma moralidade, um código.
Somente então a sociedade o apreciará, e se ela não o fizer, o seu ego ficará abalado. E quando o ego fica abalado, você já não sabe onde está, quem você é. Os outros deram-lhe a idéia. Essa idéia é o ego.
Tente entendê-lo o mais profundamente possível, porque ele tem que ser jogado fora. E a menos que você o jogue fora, nunca será capaz de alcançar o eu. Por estar viciado no centro, você não pode se mover, e você não pode olhar para o eu.

E lembre-se, vai haver um período intermediário, um intervalo, quando o ego estará despedaçado, quando você não saberá quem você é, quando você não saberá para onde está indo, quando todos os limites se dissolverão. Você estará simplesmente confuso, um caos. Devido a esse caos, você tem medo de perder o ego. Mas tem que ser assim. Temos que passar através do caos antes de atingir o centro verdadeiro. E se você for ousado, o período será curto. Se você for medroso e novamente cair no ego, e novamente começar a ajeitá-lo, então, o período pode ser muito, muito longo; muitas vidas podem ser desperdiçadas.

Ouvi dizer:
Uma criancinha estava visitando seus avós. Ela tinha apenas quatro anos de idade. De noite, quando a avó a estava fazendo dormir, ela de repente começou a chorar e a gritar: "Eu quero ir para casa. Estou com medo do escuro."
Mas a avó disse: "Eu sei muito bem que em sua casa você também dorme no escuro; eu nunca vi a luz acesa: Então por que você está com medo aqui?"
O menino disse: "Sim, é verdade - mas aquela é a minha escuridão. Esta escuridão é completamente desconhecida."
Até mesmo com a escuridão você sente: "Esta é minha."
Do lado de fora - uma escuridão desconhecida.
Com o ego você sente: "Esta é a minha escuridão."
Pode ser problemática, pode criar muitos tormentos, mas ainda assim, é minha. Alguma coisa em que se segurar, alguma coisa em que se agarrar, alguma coisa sob os pés; você não está em um vácuo, não está em um vazio. Você pode ser infeliz, mas pelo menos você é. Até mesmo o ser infeliz lhe dá uma sensação de "eu sou". Afastando-se disso, o medo toma conta; você começa a sentir medo da escuridão desconhecida e do caos - porque a sociedade conseguiu clarear uma pequena parte do seu ser...
É o mesmo que penetrar em uma floresta. Você faz uma pequena clareira, você limpa um pedaço de terra, você faz um cercado, você faz uma pequena cabana; você faz um pequeno jardim, um gramado, e você sente-se bem. Além de sua cerca - a floresta, a selva. Aqui tudo está bem; você planejou tudo. Foi assim que aconteceu.

A sociedade abriu uma pequena clareira em sua consciência. Ela limpou apenas uma pequena parte completamente e cercou-a. Tudo está bem ali. Todas as suas universidades estão fazendo isso. Toda a cultura e todo o condicionamento visam apenas limpar uma parte, para que você possa se sentir em casa ali.
E então você passa a sentir medo.
Além da cerca existe perigo.
Além da cerca você é, tal como dentro da cerca você é - e sua mente consciente é apenas uma parte, um décimo de todo o seu ser. Nove décimos estão aguardando no escuro. E dentro desses nove décimos, em algum lugar, o seu centro verdadeiro está oculto.
Precisamos ser ousados, corajosos.
Precisamos dar um passo para o desconhecido.
Por certo tempo, todos os limites ficarão perdidos.
Por certo tempo, você vai sentir-se atordoado.
Por certo tempo, você vai sentir-se muito amedrontado e abalado, como se tivesse havido um terremoto.
Mas se você for corajoso e não voltar para trás, se você não voltar a cair no ego, mas for sempre em frente, existe um centro oculto dentro de você, um centro que você tem carregado por muitas vidas.
Esta é a sua alma, o eu.
Uma vez que você se aproxime dele tudo muda, tudo volta a se assentar novamente. Mas agora esse assentamento não é feito pela sociedade. Agora, tudo se torna um cosmos e não um caos; nasce uma nova ordem. Mas esta não é a ordem da sociedade - é a própria ordem da existência.
É o que Buda chama de Dhamma, Lao Tzu chama de Tao, Heráclito chama de Logos. Não é feita pelo homem. É a própria ordem da existência. Então, de repente tudo volta a ficar belo, e pela primeira vez, realmente belo, porque as coisas feitas pelo homem não podem ser belas. No máximo você pode esconder a feiúra delas, isso é tudo. Você pode enfeitá-las, mas elas nunca podem ser belas.

A diferença é a mesma que existe entre uma flor verdadeira e uma flor de plástico ou de papel. O ego é uma flor de plástico, morta. Não é uma flor, apenas parece com uma flor. Até mesmo linguisticamente, chamá-la de flor está errado, porque uma flor é algo que floresce. E essa coisa de plástico é apenas uma coisa e não um florescer. Ela está morta. Não há vida nela. Você tem um centro que floresce dentro de você. Por isso os hindus o chamam de lótus - é um florescer. Chamam-no de o lótus das mil pétalas. Mil significa infinitas pétalas. O centro floresce continuamente, nunca para, nunca morre.
Mas você está satisfeito com um ego de plástico.
Existem algumas razões para que você esteja satisfeito. Com uma coisa morta, existem muitas vantagens. Uma é que a coisa morta nunca morre. Não pode - nunca esteve viva. Assim você pode ter flores de plástico, e de certa forma elas são boas. Elas são permanentes; não são eternas, mas são permanentes. A flor verdadeira, a flor que está lá fora no jardim, é eterna, mas não é permanente. E o eterno tem uma maneira própria de ser eterno. A maneira do eterno é nascer muitas e muitas vezes... e morrer. Através da morte, o eterno se renova, rejuvenesce.
Para nós, parece que a flor morreu - ela nunca morre.
Ela simplesmente troca de corpo, assim está sempre fresca.
Ela deixa o velho corpo e entra em um novo corpo. Ela floresce em algum outro lugar, nunca deixa de estar florescendo.
Mas não podemos ver a continuidade porque a continuidade é invisível. Vemos somente uma flor, outra flor; nunca vemos a continuidade. Trata-se da mesma flor que floresceu ontem. Trata-se do mesmo sol, mas em um traje diferente.

O ego tem certa qualidade - ele está morto. É de plástico. E é muito fácil obtê-lo, porque os outros o dão a você. Você não o precisa procurar; a busca não é necessária para ele. Por isso, a menos que você se torne um buscador à procura do desconhecido, você ainda não terá se tornado um indivíduo. Você é simplesmente uma parte da multidão. Você é apenas uma turba. Quando você não tem um centro autêntico, como você pode ser um indivíduo?
O ego não é individual. O ego é um fenômeno social - ele é a sociedade, não é você. Mas ele lhe dá um papel na sociedade, uma posição na sociedade. E se você ficar satisfeito com ele, você perderá toda a oportunidade de encontrar o eu. E por isso você é tão infeliz.

Com uma vida de plástico, como você pode ser feliz?
Com uma vida falsa, como você pode ser extático e bem-aventurado? E esse ego cria muitos tormentos, milhões deles.
Você não pode ver, porque se trata da sua escuridão. Você está em harmonia com ela.
Você nunca reparou que todos os tipos de tormentos acontecem através do ego?
Ele não o pode tornar abençoado; ele pode somente torná-lo infeliz.
O ego é o inferno.

Sempre que você estiver sofrendo, tente simplesmente observar e analisar. Você descobrirá que, em algum lugar, o ego é a causa do sofrimento. E o ego continua encontrando motivos para sofrer.

Uma vez eu estava hospedado na casa de Mulla Nasrudin. A esposa estava dizendo coisas muito desagradáveis a respeito de Mulla Nasrudin, com muita raiva, aspereza, agressividade, muito violenta, a ponto de explodir. E Mulla Nasrudin estava apenas sentado em silêncio, ouvindo. Então, de repente, ela se voltou para ele e disse: "Então, mais uma vez você está discutindo comigo!"
Mulla disse: "Mas eu não disse uma única palavra!"
A esposa replicou: "Sei disso - mas você está ouvindo muito agressivamente." Você é um egoísta, como todos são. Alguns são muito grosseiros, evidentes, e estes não são tão difíceis. Outros são muito sutis, profundos, e estes são os verdadeiros problemas.
O ego entra em conflito com outros continuamente porque cada ego está extremamente inseguro de si mesmo. Tem que estar - ele é uma coisa falsa. Quando você nada tem nas mãos, mas acredita ter algo, então haverá um problema.

Se alguém disser: "Não há nada", imediatamente começa a briga porque você também sente que não há nada. O outro o torna consciente desse fato. O ego é falso, ele não é nada.
E você também sabe isso.
Como você pode deixar de saber isso? É impossível! Um ser consciente - como pode ele deixar de saber que o ego é simplesmente falso? E então os outros dizem que não existe nada - e sempre que os outros dizem que não existe nada, eles batem numa ferida, eles dizem uma verdade - e nada fere tanto quanto a verdade.
Você tem que se defender, porque se você não se defende, se não se torna defensivo, onde estará você?
Você estará perdido.
A identidade estará rompida.
Assim, você tem que se defender e lutar - este é o conflito. Um homem que alcança o eu nunca se encontra em conflito algum. Outros podem vir e entrar em choque com ele, mas ele nunca está em conflito com ninguém.

Aconteceu de um mestre Zen estar passando por uma rua. Um homem veio correndo e o golpeou duramente.
O mestre caiu. Logo se levantou e voltou a caminhar na mesma direção na qual estava indo antes, sem nem ao menos olhar para trás.
Um discípulo estava com o mestre. Ele ficou simplesmente chocado. Ele disse: "Quem é esse homem? O que significa isso? Se a gente vive desta maneira, qualquer um pode vir e nos matar. E você nem ao menos olhou para aquela pessoa, quem é ela, e por que ela fez isso?"
O mestre disse: "Isso é problema dela, não meu."
Você pode entrar em choque com um iluminado, mas esse é seu problema, não dele. E se você fica ferido nesse choque, isso também é problema seu. Ele não o pode ferir. É como bater contra uma parede - você ficará machucado, mas a parede não o machucou.
O ego sempre está procurando por algum problema. Por quê? Porque se ninguém lhe dá atenção o ego sente fome. Ele vive de atenção.


Assim, mesmo se alguém estiver brigando e com raiva de você, mesmo isso é bom, pois pelo menos você está recebendo atenção. Se alguém o ama, isso está bem.
Se alguém não o está amando, então até mesmo a raiva servirá. Pelo menos a atenção chega até você. Mas se ninguém estiver lhe dando qualquer atenção, se ninguém pensa que você é alguém importante, digno de nota, então como você vai alimentar o seu ego?
A atenção dos outros é necessária.


Você atrai a atenção dos outros de milhões de maneiras; veste-se de certo jeito, tenta parecer bonito, comporta-se bem, torna-se muito educado, transforma-se. Quando você sente o tipo de situação que está ocorrendo, você imediatamente se transforma para que as pessoas lhe dêem atenção. Esta é uma forma profunda de mendicância.


Um verdadeiro mendigo é aquele que pede e exige atenção. Um verdadeiro imperador é aquele que vive em sua interioridade; ele tem um centro próprio, não depende de mais ninguém.
Buda sentado sob sua árvore Bodhi... se o mundo inteiro de repente vier a desaparecer, isso fará alguma diferença para Buda? - nenhuma. Não fará diferença alguma, absolutamente. Se o mundo inteiro desaparecer, não fará diferença alguma porque ele atingiu o centro. Mas você, se sua esposa foge, se ela pede divórcio, se ela o deixa por outro, você fica totalmente em pedaços - porque ela lhe dava atenção, carinho, amor, estava sempre à sua volta, ajudando-o a sentir-se alguém. Todo o seu império está perdido, você está simplesmente despedaçado. Você começa a pensar em suicídio. Por quê? Porque, se a esposa o deixa, você deveria cometer suicídio? Por que, se o marido a deixa, você deveria cometer suicídio? Porque você não tem um centro próprio. A esposa estava lhe dando o centro; o marido estava lhe dando o centro.


É assim que as pessoas existem. É assim que as pessoas se tornam dependentes umas das outras. É uma profunda escravidão. O ego tem que ser um escravo. Ele depende dos outros. E somente uma pessoa que não tenha ego é, pela primeira vez, um mestre; ela deixa de ser uma escrava. Tente entender isso.


E comece a procurar o ego - não nos outros, isso não é da sua conta, mas em você. Toda vez que se sentir infeliz, imediatamente feche os olhos e tente descobrir de onde a infelicidade está vindo, e você sempre descobrirá que é o falso centro que entrou em choque com alguém. Você esperava algo e isso não aconteceu. Você esperava algo e justamente o contrário aconteceu - seu ego fica estremecido, você fica infeliz. Simplesmente olhe, sempre que estiver infeliz, tente descobrir a razão.
As causas não estão fora de você.


A causa básica está dentro de você - mas você sempre olha para fora, você sempre pergunta:
Quem está me tornando infeliz?
Quem está causando minha raiva?
Quem está causando minha angústia?
E se olhar para fora, você não perceberá.
Simplesmente feche os olhos e olhe para dentro.
A origem de toda a infelicidade, a raiva, a angústia, está oculta dentro de você; é o seu ego.
E se você encontrar a origem será fácil ir além dela. Se você puder ver que é o seu próprio ego que lhe causa problemas, você vai preferir abandoná-lo - porque ninguém é capaz de carregar a origem da infelicidade, uma vez que a tenha entendido. E lembre-se, não há necessidade de abandonar o ego.
Você não o pode abandonar.
Se você o tentar abandonar, estará apenas conseguindo outro ego mais sutil, que diz: "Tornei-me humilde".
Não tente ser humilde. Isso é o ego novamente; às escondidas, mas não morto.
Não tente ser humilde.
Ninguém pode tentar ser humilde e ninguém pode criar a humildade através do próprio esforço - não. Quando o ego já não existe, uma humildade vem até você.
Ela não é uma criação. É uma sombra do seu verdadeiro centro.
E um homem realmente humilde não é nem humilde nem egoísta.
Ele é simplesmente simples.
Ele nem ao menos se dá conta de que é humilde.
Se você se dá conta de que é humilde, o ego continua existindo.


Olhe para as pessoas humildes... Existem milhões que acreditam ser muito humildes. Eles se curvam com facilidade, mas observe-as - elas são os egoístas mais sutis. Agora a humildade é a sua fonte de alimento. Elas dizem: "Eu sou humilde", e olham para você esperando que você as valorize.
Gostariam que você dissesse: "Você é realmente humilde, na verdade, você é o homem mais humilde do mundo; ninguém é tão humilde quanto você." E então observe o sorriso que surge em seus rostos.


O que é o ego? O ego é uma hierarquia que diz: "Ninguém se compara a mim." Ele pode se alimentar da humildade - "Ninguém se compara a mim, sou o homem mais humilde.


Aconteceu certa vez: Um faquir, um mendigo, estava orando em uma mesquita, de madrugada, enquanto ainda estava escuro. Era um dia religioso qualquer para os muçulmanos, e ele estava orando e dizendo: "Eu não sou ninguém, eu sou o mais pobre dos pobres, o maior pecador entre os pecadores."
De repente havia mais uma pessoa orando. Era o imperador daquele país, e ele não havia percebido que havia mais alguém ali orando - estava escuro e o imperador também estava dizendo: "Eu não sou ninguém. Eu não sou nada. Eu sou apenas um vazio, um mendigo à sua porta." Quando ouviu que mais alguém estava dizendo a mesma coisa, o imperador disse: "Pare! Quem está tentando me superar? Quem é você? Como ousa dizer, diante do imperador, que você não é ninguém, quando ele está dizendo que não é ninguém?"


É assim que o ego funciona. Ele é tão sutil! Suas maneiras são tão sutis e astutas; você deve estar muito, muito alerta, somente então você o perceberá.
Não tente ser humilde. Apenas tente ver que todo o tormento, toda a angústia vem através dele. Apenas observe! Não há necessidade de o abandonar. Você não o pode abandonar. Quem o abandonará? Então o abandonador se tornará o ego. Ele sempre volta. Faça o que fizer, fique de fora, olhe, e observe.


Qualquer coisa que você faça - modéstia, humildade, simplicidade - nada vai ajudar. Somente uma coisa é possível, e esta é simplesmente observar e ver que o ego é a origem de toda a infelicidade. Não diga isso. Não repita isso. Observe. Porque se eu disser que ele é a origem de toda a infelicidade e você repetir isso, então será inútil. Você tem que chegar a esse entendimento.
Sempre que você estiver infeliz, apenas feche os olhos e não tente encontrar alguma causa externa. Tente perceber de onde está vindo essa miséria. Ela está vindo do seu próprio ego. Se você continuamente percebe e compreende, e a compreensão de que o ego é a causa chega a se tornar profundamente enraizada, um dia você repentinamente verá que ele desapareceu. Ninguém o abandona - ninguém o pode abandonar. Você simplesmente vê; ele simplesmente desapareceu, porque a própria compreensão de que o ego é a causa de toda a infelicidade, se torna o abandonar. A própria compreensão significa o desaparecimento do ego.


E você é tão brilhante em perceber o ego nos outros. Qualquer um pode ver o ego do outro. Mas quando se trata do seu, surge o problema - porque você não conhece o território, você nunca viajou por ele.
Todo o caminho em direção ao divino, ao supremo, tem que passar através desse território do ego. O falso tem que ser entendido como falso. A origem da miséria tem que ser entendida como a origem da miséria - então ela simplesmente desaparece.
Quando você sabe que ele é o veneno, ele desaparece. Quando você sabe que ele é o fogo, ele desaparece. Quando você sabe que este é o inferno, ele desaparece.
E então você nunca diz: "Eu abandonei o ego." Então você simplesmente ri de toda esta história, dessa piada, pois você era o criador de toda a infelicidade.


Eu estava olhando alguns desenhos de Charlie Brown. Em um cartum ele está brincando com blocos, construindo uma casa com blocos de brinquedo. Ele está sentado no meio dos blocos, levantando as paredes. Chega um momento em que ele está cercado: ele levantou paredes em toda a volta. E ele começa a gritar: "Socorro, socorro!"
Ela fez a coisa toda! Agora ele está cercado, preso. Isso é infantil, mas é justamente o que você fez. Você fez uma casa em toda a sua volta, e agora você está gritando: "Socorro, socorro!" E o tormento se torna um milhão de vezes maior - porque há os que socorrem, estando eles próprios no mesmo barco.


Aconteceu de uma mulher muito atraente ir ao psiquiatra pela primeira vez. O psiquiatra disse: "Aproxime-se por favor."
Quando ela chegou mais perto, ele simplesmente deu um salto, abraçou e beijou a mulher. Ela ficou chocada. Então ele disse: "Agora sente-se. Isso resolve o meu problema, agora, qual é o seu?"
O problema se multiplica, porque há pessoas que querem ajudar, estando no mesmo barco. E elas gostariam de ajudar, porque quando você ajuda alguém, o ego se sente muito bem, porque você é um grande salvador, um grande guru, um mestre; você está ajudando tantas pessoas! Quanto maior a multidão de seus seguidores, melhor você se sente.
Mas você está no mesmo barco - você não pode ajudar.
Pelo contrário, você prejudicará.
Pessoas que ainda têm os seus próprios problemas não podem ser de muita ajuda. Somente alguém que não tenha problemas próprios o pode ajudar. Somente então existe a clareza para ver, para ver através de você. Uma mente que não tem problemas próprios pode vê-lo, você se torna transparente. Uma mente que não tem problemas próprios pode ver através de si mesma; por isso ela torna-se capaz de ver através dos outros.


No ocidente existem muitas escolas de psicanálise, muitas escolas, e nenhuma ajuda está chegando às pessoas, mas em vez disso, causam danos. Porque as pessoas que estão ajudando as outras, ou tentando ajudar, ou pretendendo ser de ajuda, encontram-se no mesmo barco. É difícil ver o próprio ego. É muito fácil ver o ego dos outros. Mas esse não é o ponto, você não os pode ajudar.
Tente ver o seu próprio ego.
Simplesmente observe.


Não tenha pressa de o abandonar, simplesmente observe. Quanto mais você observa, mais capaz você se torna. De repente, um dia, você simplesmente percebe que ele desapareceu. E quando ele desaparece por si mesmo, somente então ele realmente desaparece. Não existe outra maneira. Você não o pode abandonar prematuramente. Ele cai exatamente como uma folha seca. A árvore não está fazendo nada - apenas uma brisa, uma situação, e a folha seca simplesmente cai. A árvore nem mesmo percebe que a folha seca caiu . Ela não faz qualquer barulho, ela não faz qualquer anúncio - nada.
A folha seca simplesmente cai e se despedaça no chão, apenas isso.
Quando você tiver amadurecido através da compreensão, da consciência, e tiver sentido com totalidade que o ego é a causa de toda a sua infelicidade, um dia você simplesmente vê a folha seca caindo.
Ela pousa no chão e morre por si mesma. Você não fez nada, portanto você não pode afirmar que você a deixou cair. Você vê que ela simplesmente desapareceu, e então o verdadeiro centro surge. E este centro verdadeiro é a alma, o eu, o deus, a verdade, ou como o quiser chamar.
Ele é inominável, assim todos os nomes são bons.
Você pode lhe dar qualquer nome, aquele que preferir.
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