Mostrando postagens com marcador guerra. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador guerra. Mostrar todas as postagens

sábado, 4 de março de 2023

Verdades e mentiras da guerra da Ucrânia

Daniel Strutenskey de Macedo   

Me aikamaki, me ushi odná (assim começa o poema testamento de Tarás). Somos guerreiros, somos um só!.
Me aikamaki, me ushi odná (assim começa o poema testamento de Tarás). Somos guerreiros, somos um só!

Se alguém analisasse o Brasil e a sua história e não soubesse quem foi Tiradentes, você acreditaria nela?

É isto que acontece com os comentaristas e jornalistas. Eles não sabem nada da Ucrânia e fazem suas reportagens e comentários baseados naquilo que eles recebem das Agências internacionais de jornalismo, as quais enviam aos jornais informações do interesse político dos EUA e alguns de seus aliados europeus. Estas agências são norte-americanas e europeias.


O fato é que a Ukraína (este é o verdadeiro nome da Ucrânia) vem do verbo partir, cortar. Significa a cortada, a partida. Antes ela se chamava Pequena Rússia e antes ainda ela era um império conhecido como Principado de Kiev. A palavra Kiev significa “do rei”. A cidade foi fundada pelo rei viking chamado Russ e por isto os seus habitantes foram chamados de russos. Kiev era a cidade do Rei Russ. É óbvio que os ucranianos são tão russos ou mais russos que os demais russos, pois a Rússia foi fundada por eles.


Mas por qual motivo ela passou a se chamar Ukraína, a cortada, a partida. Resposta: foi porque ela foi invadida pelo império da Lituânia (que foi importante no passado) e foi separada do restante do território de domínio eslavo dos reis descendentes do rei Russ.


A Lituânia também invadiu e tomou a Polônia e passou a administração da Ukraína para a Polônia, pois a língua polonesa é eslava e muito parecida com a língua russa. A Polônia, ao tomar a Ukraína, obrigou os russos da Ucrânia a falar polonês. Trocou todos os professores da Universidade e das escolas, colocou nelas mestres poloneses. Também tomou todas as repartições públicas. Qual seja, polonizou o que era antes a Pequena Rússia.


Depois, a Polônia foi incorporada pelo Império austro-húngaro, chefiado pelo rei da Áustria, e assim a Ucrânia ficou sob a tutela do império austríaco. Por isto, os russos da Ucrânia foram obrigados a lutar ao lado dos austríacos e alemães na Primeira e na Segunda Guerra Mundial.


Todavia, não foi toda a Ucrânia que foi tomada, mas apenas uma parte, o lado ocidental. No lado oriental, lado direito do Rio Knipro, que corta a Ucrânia de norte a sul, continuaram vivendo os russos sob o governo russo dos Tzares.


Os Tzares, que significa Cesáres, que foi adotado dos grandes imperadores romanos pelos reis russos, se intitulavam Tzares de todas as Rússias. Por que todas? Por que existiam três Rússias, a Pequena Rússia (que passou a ser chamada de Ukraína), a Bielorussia, a Rússia Branca (bilo é branco) e a Rússia Vermelha (a da região de Moscow), que é vermelha por causa do costume antigo de usarem muito a cor vermelha (nada a ver com o comunismo). A Rússia Branca é branca porque usava muito o branco. Todos falam a mesma língua, tem a mesma religião e a mesma cultura com pequenas variações regionais como acontece em todos os lugares.


Fica entendida esta primeira parte: A Ukraína era Rússia, sempre foi, foi o berço da Rússia fundada pelo rei Russ. Foi a rainha Olga, descendente do Russ, que alfabetizou todos os russos. Ela convidou a igreja ortodoxa para trazer a religião católica ortodoxa para a Rússia e formar as escolas. Assim nasceu o alfabeto cirílico, cujo nome vem do monge Cirilo que comandou as escolas russas. É composto por letras gregas e letras inventadas pelo monge para servir aos sons da língua russa. Está entendida esta segunda parte. A língua da Ucrânia sempre foi a mesma da Rússia. Mas por que motivo falam em língua ucraniana?


Falam isto porque cerca de cento e cinquenta anos atrás houve um movimento de separação da Ucrânia, mas que foi debelado. E para contribuir com a separação e independência, o Poeta Tarás Tcheuchenko, o Tiradentes ucraniano, inventou um vocabulário que utilizava o modo de falar dos camponeses e algumas palavras regionais. Ele foi morto, mas deixou um testamento, um texto maravilhoso, extremamente político e interessante sobre liberdade e independência que passou a ser a bíblia da liberdade e da independência dos ucranianos.


Lamentavelmente, apesar deste forte sentimento de independência, quase extremo e disposto a qualquer sacrifício, os ucranianos ficaram sob o regime da Polônia no lado ocidental e da Rússia no lado oriental. Fica entendido aqui o terceiro ponto: o território conhecido como Ucrânia sempre foi habitado por russos, mas ocupados por diferentes governos. O Polonês tornou os ucranianos poloneses (meus avós e minha mãe são poloneses, pois tem o documentos poloneses, mas falavam russo em casa). Moscou manteve como russos os moradores do lado leste. É por isto que parte da população da Ucrânia tem cidadania russa e não polonesa.


Com a vitória da Rússia na 2ª Guerra, ela tomou o território da Ukraína de volta. O governo socialista fez da Ucrânia uma república soviética e para que ela tivesse maior importância política passou a Criméia para a Ucrânia. Mais um ponto a ser esclarecido: a Criméia sempre foi russa.


Com o desmembramento da União Soviética, a República da Ucrânia quis a independência e foi aqui que nasceu o problema que vivemos hoje. O território ucraniano era ocupado por russos que tinham sido polonizados e por ucranianos que continuaram russos. Eles se casaram, tiveram filhos, se misturaram. Os negócios maiores eram, é óbvio, dos socialistas, comandados por dirigentes do partido. Os empresários ucranianos polonizados, inferiorizados comercialmente, quiseram ter as mesmas oportunidades. E Foi aqui que começaram os desentendimentos. Os ucranianos polonizados buscaram ajuda da Polônia, da Europa e dos EUA. Em 1970 já havia 6 milhões de ucranianos imigrantes morando nos EUA, dois milhões no Canadá e outros tantos milhões na Europa. A maior parte deles integrados, mas ainda querendo a independência da Ucrânia e seguidores do Tarás Tcheuchenko, o maior herói da Ucrânia, o Tiradentes deles, cujos versos são declamados por todos os ucranianos. São belos e emocionantes! Estes imigrantes, durante várias gerações, enviaram dinheiro para seus familiares da Ucrânia e para ajudar nos movimentos de independência.


Na primeira eleição da República Ucraniana, após a queda da União Soviética, ganharam os ucranianos polonizados e tentaram diminuir a influência dos ucranianos de cidadania russa, principalmente tomando seus negócios. A Rússia então retirou uma porção de indústrias importantes da Ucrânia e as transferiu para o território russo. Por causa disto a Ucrânia perdeu empregos e tecnologia na área dos armamentos e da indústria aeronáutica e espacial.


Na segunda eleição ganharam os ucranianos cidadania russa e combateram as reformas anteriores. A seguir foi um vai e volta de governos, ora um, ora outro, até que os ucranianos que queriam a independência, os polonizados, deram um golpe de estado e expulsaram o governante eleito russo. Como era o presidente que indicava os governadores das províncias, os moradores do Donbas não aceitaram e quiseram a separação. Não foi aceita e a partir daí o governo ucraniano passou a atacar as regiões onde estavam os ucranianos de cidadania russa. Certa de dez mil foram mortos por conta disto. Foi a partir disto que a Rússia retomou a Criméia e passou a apoiar os russos do Donbas.


Os motivos da guerra são dois: primeiro e mais importante, mas o menos divulgado e conhecido, é a disputa de negócios entre ucranianos de cidadania ucraniana e os de cidadania russa. A segunda é o espírito de independência dos ucranianos que seguem o herói e poeta Tarás Tcheuchenko, o qual foi, durante várias gerações, divulgado, lembrado e honrado pela igreja nacionalista ucraniana, a qual se desvinculou da ortodoxa e se ligou à igreja romana. E foi na igreja, através da organização da igreja, que os ucranianos se mantiveram unidos em torno do sentimento de independência.


Mais uma informação importante. Quando a União Soviética se desmembrou, as forças armadas precisaram ser divididas entre as três republicas (Russia, Bielorússia e Ukraína), mas teve um problema. As formas armadas não eram da União, mas do partido comunista. Imagine se as nossas fossem do MDB, de um partido. Por isto, os comandantes socialistas não permitiram a divisão. Todas as armas modernas ficaram com a Rússia, todas as nucleares, toda a frota do Mar Negro e outras frotas. Para a Ucrânia ficaram dois navios pequenos e velhos e tanques e armas antigas. Por esta razão é que a Ucrânia, embora tivesse um grande arsenal, não tinha armas modernas e eficazes. Para piorar, a Ucrânia ficou com 600 mil soldados e não podia mantê-los. Aposentou 300 mil e não reajustou os salários deles. Imagine o problema!


Resumo da ópera: impossível ganhar uma guerra de um país que tenha arsenal atômico. Portanto, por mais que o ocidente ajude a Ucrânia, o final será ruim para ela, pois em último caso a Rússia utilizará seu arsenal nuclear. A única saída é a paz e a divisão do território ucraniano entre os polonizados e os de cidadania russa.


Finalmente, é preciso explicar por que motivo ucranianos que vivem na Ucrânia faz séculos são de cidadania ucraniana e outros de cidadania russa. O motivo é que os Tzares para manter as regiões que tomavam e ocupavam não podiam deixar que os descendentes se tornassem filhos de outras pátrias. Por isto ficou estabelecido que um filho de russo, não importa onde ele venha a nascer, a sua cidadania será russa. Como a Ucrânia foi tomada pela Polônia e os ucranianos polonizados lutaram ao lado dos alemães contra os russos na primeira e na segunda guerra, eram considerados traidores da pátria.

 

 

.

quinta-feira, 12 de maio de 2022

Etnia dos russos e ucranianos

Daniel Strutenskey de Macedo

Não há diferença entre russos e ucranianos. Eles têm a mesma origem étnica, os mesmos costumes, a mesma religião e a mesma língua. Também nunca existiu uma língua ucraniana, mas russa com pequenas diferenças de sotaques nas diferentes regiões da Rússia.

Os jornalistas falam em etnia e língua e com isto produzem opiniões erradas, falsas, sobre a identidade dos russos e dos ucranianos. Até os jornalistas que apoiam os russos falam de etnia e com isto mostram que pouco ou quase nada sabem, de fato, sobre a cultura russa e ucraniana. Menos ainda sobre as disputas comerciais que foram sempre o motivo de divergências e conflitos entre russos vermelhos (de Moscou), russos brancos (Bielorússia) e russos ucranianos (da região da Ucrânia).

A diferença não é étnica, mas de cidadania. Os russos, antes e ainda no século dezoito e dezenove, invadiram outras regiões não russas para expandir seu domínio, sua economia e seu comércio, a exemplo do Cazaquistão, da Geórgia e outras tantas regiões da Ásia. Nesta época todos os russos estavam sob o mesmo governo, tanto os russos brancos, como os russos vermelhos e os russos ucranianos. Numa região ocupada, a administração central era russa, bem como o comando das tropas militares, do judiciário e da polícia. Se o russo tivesse um filho no outro país, ele teria a nacionalidade daquele país e isto, no futuro, teria implicações, pois a nacionalidade é fator de união e força política. Por esta razão, de domínio político, econômico e militar, todos os filhos de pai ou mãe russa passaram a ter cidadania russa, mesmo tendo nascido em outro país e tendo um dos genitores de outra nacionalidade.

No caso dos países europeus, foi diferente, pois a Rússia não invadiu, mas foi invadida por vários países europeus ao longo de muitos séculos. Ela reagiu às invasões e onde ela ganhou a guerra passou a dominar o país para explorá-lo econômica e comercialmente. É para isto que um país invade outro, para explorá-lo.

A Suécia invadiu a região russa várias vezes. Inclusive tomou a capital russa que na época era Kiev (berço onde nasceu a Rússia e fundada pelo Rei Russ, daí o nome de russos para o povo). A Lituânia também invadiu a Rússia e tomou uma parte da Pequena Rússia. Era assim que a atual Ucrânia era conhecida, por Pequena Rússia. Esta região russa foi partida, cortada e por isto passou a ser chamada de Ucraína, pois ucrai é o verbo cortar, partir. A Lituânia conseguiu dominar toda a parte ocidental da Ucrânia atual, lado esquerdo (ocidental) o Rio Dnipro, rio que corta a região de norte a sul e desagua no mar Negro. Ela também tomou a Polônia e depois passou o controle da região tomada para a Polônia, que anexou a parte ocidental da Ucrânia à Polônia e obrigou os russos a falarem polonês em público e ensinou polonês em todas as escolas. Substituiu todos os professores russos das faculdades por professores poloneses. Enfim, tomou conta da região ocidental da Ucrânia. A outra parte, a parte leste continuou russa. Esta situação permaneceu até a Segunda Guerra, quando a Rússia venceu a Alemanha e retomou a região que estava sob domínio da Polônia. É preciso esclarecer que a Polônia pertencia ao império Austríaco, o qual controlava econômica e militarmente outros países do leste europeu, inclusive a antiga Iugoslávia, agora dividida em Sérvia, Bósnia, Eslovênia, Macedônia. É também preciso esclarecer que a Áustria é germânica e ficou ao lado da Alemanha nazista na Guerra. É preciso esclarecer que os ucranianos que moravam na região ocidental foram obrigados a servir nas forças armadas controladas pelos austríacos e alemães. É preciso ainda esclarecer que os alemães prometeram a independência aos ucranianos se eles ajudassem a Alemanha a entrar na Rússia para dominá-la. E os ucranianos do ocidente não tiveram como recusar. O pai do meu avô foi recrutado pelos poloneses e austríacos na Primeira Guerra, num mutirão, sem qualquer convocação ou aviso, ele foi retirado da família e enviado para frente de combate. Seu filho, meu avô, foi saber onde o pai tinha sido enviado e acabou recrutado com apenas 16 anos de idade, enviado ao front e preso pelas forças italianas.

Eu aprendi a falar ucraniano com meus avós, minha mãe e tios e tias. A falar e a escrever. Meu pai é brasileiro e aprendi português porque nasci aqui. Quando fui aprender o russo numa escola russa vi que o russo é igual ao ucraniano que eu aprendi com meus avós, com pequenas diferenças de sotaques e algumas palavras polonesas, pois meus avós estavam na Ucrânia dominada pela Polônia. Sempre acompanhei a TV ucraniana e a Russa e elas falavam a mesma língua. Por isto é muito estranho que se diga que exista uma língua ucraniana.

A verdade é que a 160 anos atrás houve uma tentativa de independência de Kiev da Rússia e um poeta chamado Tarás Tcheuchenko inventou uma língua ucraniana utilizando o sotaque dos russos que viviam nas regiões campesinas, mas que tem os mesmos verbos, os mesmos adjetivos e os mesmos substantivos. Difere apenas em algumas palavras. Nas regiões dominadas pelas grandes cidades como Kiev e Moscow a letra “o” é pronunciada como “a” se o acento não for no “o”. Se o acento tônico for no “o” então continua “o”. Exemplo: Vodá é água, mas numa região é vodá e em outra é vada com a, mas se escreve com “o”.

O poeta foi preso e assassinado. Além de ele inventar a língua com o propósito de estabelecer uma outra identidade linguística, ele também trouxe de volta a história dos cossacos que num passado muito antigo tinham conquistado o poder na região da Ucrânia. Isto ainda na idade média. Os cossacos eram uma mistura de povos turcos vindos da Ásia e que se estabeleceram em algumas regiões russas e foram absorvidos pela cultura eslava. Eram livres e guerreiros, intrépidos, e isto serviu para que o poeta os transformasse em valentes heróis guerreiros que lutavam pela liberdade. Uma fantasia, é claro, mas que serviu para adornar o sentimento pátrio dos russos ucranianos que queriam a independência. Os russos também se utilizam destes símbolos guerreiros dos cossacos em suas hostes militares. Os cossacos foram contratados pelos Tzares para invadir outras regiões. Na época da Revolução Bolchevista eles ainda faziam parte da guarda do Tzar, mas durante a guerra civil eles se bandearam para o lado comunista.

Os ucranianos atuais, nacionalistas, consideram os valores cossacos para incentivar seus soldados e sua população a lutar pela independência.

É preciso compreender que os ucranianos, os bielo-russos e os moscovitas são o mesmo povo, têm a mesma origem étnica e linguística, a mesma religião, os mesmos costumes. Existem variações regionais, mas elas não configuram nacionalidades diferentes. A disputa é, portanto, de caráter político em função de disputas comerciais e econômicas das elites das referidas regiões. Minha compreensão é de que a região da Ucrânia tem o direito de lutar pela sua independência, mas errou ao atacar os cidadãos russos e as regiões separatistas russas. Os russos têm o direito de se defenderem, mas erraram em invadir a Ucrânia. As duas elites políticas e que disputam poder comercial e econômico não pensaram em seus povos, não foram flexíveis politicamente para negociarem e chegarem a um acordo. Os russos porque são uma potência militar. Os ucranianos porque tiveram o apoio de outra potência, os EUA, e de vários países da Europa.

Os europeus erraram e continuam agindo de maneira torpe ao incentivar os ucranianos a lutarem. Deveriam ter auxiliado os ucranianos a negociar e não a se armar para lutar uma guerra que não poderão vencer.

Os EUA estão ainda mais errados. Querem manter um poder mundial e para isto tentam restringir o poder russo e de outros países. Já ameaçaram apoiar regiões chinesas contra o governo de Pequim. Já ameaçaram a China com sanções.

Os povos estão sendo manipulados pelas elites econômicas e militares. Os jornalistas que não conhecem a História nem os países em conflito se colocam emocionalmente de um lado ou de outro sem conhecimento de causa. No caso do jornalismo brasileiro é uma vergonha, pois apenas repetem o que os americanos e os europeus dizem.

.

segunda-feira, 7 de março de 2022

Ucrânia rejeita corredor humanitário

Richard Jakubaszko 
Essa é uma novidade em guerras contemporâneas, a da Ucrânia rejeitar a oferta russa de criar um corredor humanitário para que civis possam sair do front de guerra e até mesmo imigrar para um país vizinho. O presidente da Ucrânia era humorista antes de se eleger, a gente sabe disso, mas acho que anda com saudades da sua antiga profissão e tem falado muitas imbecilidades.
Enfim, em termos de guerra essa já superou todas as anteriores com as tais sanções e punições ocidentais propostas pelos EUA, especialmente na área econômica. Nessa guerra parece que o mais importante, para a Ucrânia e os EUA/ONU, é o índice de rejeição do ibope midiático divulgado pelas TVs. Até as guerras, sempre sangrentas e desumanas, e bestiais, as novas gerações conseguiram superar e chega-se ao estado máximo de hipocrisia do politicamente correto.

Obs. Definição de hipocrisia: "Pegar um pedacinho de merda pela parte mais limpinha da coisa".

segunda-feira, 28 de fevereiro de 2022

A estupidez russa e ucraniana

Daniel Strutenskey de Macedo

As causas dos conflitos entre Rússia não são étnicas, nem religiosas, pois ambos são russos e de maioria católica e ortodoxa. Não são de origem, pois a Rússia foi fundada por um príncipe viking chamado Russ no ano 900 dc em Kiev. Kiev significa cidade do rei, na época do rei Russ, por isto o nome Ruski dado ao povo desta região.

Então, quais são as causas?

Desde vários séculos anteriores houve disputas comerciais envolvendo o domínio de terras para cultivo, fontes minerais e a exploração dos mercados das cidades russas. Estas disputas envolviam elites das diferentes regiões da Rússia, conflitos e pequenas guerras. Quando o Kublai Khan, filho de Gengis Khan, invadiu a região de Moscou, conhecida como a Grande Rússia, os moscovitas fizeram uma aliança com os mongóis (também chamados de tártaros).

Na região ocidental da Rússia, da Pequena Rússia ou Ukraína, o Rei Danilo, que governava em Lviw (cidade dos Leões, região vizinha à Polônia) não aceitou o acordo proposto pelos mongóis, mas a seguir foi obrigado a aceitá-lo. A partir desta época, ano de 1.200, Moscou, que era ainda pequena, se fortaleceu econômica e militarmente e sua elite passou a dominar o comércio e a exploração das terras e dos mercados. Este domínio prejudicou os interesses das elites que dominavam a Pequena Rússia (a Ucrânia).

A Pequena Rússia ou Ucrânia foi invadida pela Lituânia, mas depois os lituanos deram o controle da região ucraniana para a Polônia. Outra elite, a polonesa, passou a disputar a produção e os mercados ucranianos. Na época a Ucrânia era o maior produtor de trigo, centeio e cevada do mundo. Os poloneses passaram a ser dominados pelo Império austríaco e outras duas elites, a austríaca e a alemã, passaram a explorar a Ucrânia. Vários conflitos e guerras aconteceram entre os ucranianos e os poloneses. Não aconteceram guerras contra os austríacos e alemães, pois os ucranianos se tornaram empregados das usinas de álcool e açúcar de beterraba que os alemães instalaram na Ucrânia. Muitos ucranianos, todos os anos, iam trabalhar nas minas de carvão e outras instalações alemãs semelhante ao que vemos hoje os nordestinos virem para o Sudeste trabalhar nas grandes fazendas. É claro que havia grandes proprietários ucranianos de trigo, centeio e cevada, mas eles dependiam da comercialização feita pelos austríacos e alemães. Como estes ucranianos do ocidente, divisa com a Polônia, estiveram separados de Kiev e de Moscou por vários séculos, a elite ucraniana criou outros laços comerciais e financeiros, tornaram-se aliados ocidentais. O povo ucraniano, todavia, continuou tendo que ir trabalhar nas mineradoras alemãs para ganhar algum dinheiro.

Na Segunda Grande Guerra, a Rússia ganhou a guerra e tomou esta região da Ucrânia de volta. A elite ucraniana ficou em situação ainda mais difícil, pois foi considerada traidora da pátria, já que tinham se aliado aos nazistas e facilitado a entrada dos alemães na Rússia através da Ucrânia. Boa parte do povo ucraniano foi obrigado a seguir os alemães e lutar contra os russos e por isto se tornaram também traidores, foram obrigados a fugir, a emigrar para a América. Os ricos ucranianos, a elite, já tinha depósitos nos bancos europeus e foram viver bem na Europa e de lá ficaram alimentando os que ficaram na Ucrânia a lutarem contra o domínio moscovita.

Parte dos ucranianos, no entanto, aderiram aos bolchevistas, e se tornaram pessoas importantes para os russos administrarem a Ucrânia e por isto Lenin fez da Ucrânia uma república. Ela nunca tinha sido um estado antes, mas apenas uma região da Rússia.

Na perestroika a União Soviética perdeu força e a Ucrânia tornou-se independente pela primeira vez na história. A elite ucraniana não comunista ganhou as eleições, pois o partido comunista não se interessou por elas. Os líderes comunistas acharam que por dominarem o comércio, as indústrias, as escolas e as repartições ganhariam facilmente.

Perderam! A elite ucraniana não comunista se aproveitou do momento e do poder para fazer várias mudanças no sentido de dominar de fato as repartições, o comércio, as indústrias e tudo mais. Mudou até a língua. Todos falavam russo, mas a partir daí foi estabelecido que passariam a falar o russo e o ucraniano. Língua ucraniana que tinha sido inventada por um poeta a partir dos sotaques e algumas palavras regionais, cuja diferença do russo é mínima.

Os comunistas reagiram nas eleições seguintes e devido ao poder comercial e econômico que tinham ganharam as novas eleições, mudando as regras que a elite não comunista tinha estabelecido. Além destas elites, havia e continua a haver a influência das elites europeias, pois durante o regime tzarista vários empresários europeus investiram na Rússia e a Guerra contra a Rússia, a Primeira, se deu porque o Tzar resolveu que devido os altos juros, ele tinha pagado tudo e mais um pouco e assim justificou que não iria mais honrar o que devia contratualmente.

A Ucrânia é hoje, como foi anteriormente, uma região onde os empresários estrangeiros podem investir e explorar. Daí o interesse deles hoje, neste momento, pela independência da Ucrânia. Se ela ficar com a Rússia eles não poderão explorá-la.

Não faz sentido os países europeus incentivarem a Ucrânia a lutar. Menos ainda enviar armas para ela, pois a Rússia responderá com maior força se houver maior resistência e isto destruirá as cidades. O que faz sentido é apoiar a Ucrânia a negociar para que ela consiga uma boa negociação e não fique totalmente refém da Rússia.

Quando a União Soviética colocou armas em Cuba a reação americana foi imediata e com a ameaça de guerra atômica. Agora os EUA colocam armas nos países vizinhos da Rússia e pretendem tornar a Ucrânia uma aliada militar. É óbvio que a Rússia reaja. Um dos motivos da reação russa é que os EUA e a Europa são comercial e financeiramente poderosos e se os russos não impedirem o ingresso dos capitais na Rússia ela será paulatinamente tomada pelos investidores como é o caso do Brasil. Nós brasileiros vendemos a Cica, vendemos a Bom Bril, vendemos as empresas que produziam pistões para motores, vendemos várias empresas de mineração, vendemos a Siderúrgica Nacional, vendemos as empresas de aviação, vendemos a Embraer, vendemos as empresas de produtos de limpeza e outras tantas. Agora pretendemos vender a Petrobras, a Eletrobras e outras. Já somos um país onde a maioria dos produtos com tecnologia são de propriedade de estrangeiros, até um simples hamburger paga royalties. Estamos voltando à época em que importávamos tudo e exportávamos café e açúcar. Agora estamos nos tornando um país exportador de soja, frutas e outras comodities agrícolas. A elite russa sabe que se deixar, a Rússia será, aos poucos, tomada pelos investidores estrangeiros, pois eles têm capitais, eles controlam a moeda mundial, o dólar. Controlam as bolsas de valores. Por isto, a posição dos países europeus não é pela liberdade e pela soberania da Ucrânia, mas, sim, pela conquista de uma nova fronteira a ser explorada.

A ONU faz maioria devido seu número de países filiados, mas se somarmos a Europa, as Américas e alguns países da África, todos juntos somam um terço da população mundial, cuja maioria é formada pela Federação Russa, China, Paquistão, Índia, Indonésia, Vietnã e outros países da Ásia. Atualmente, com o crescimento da China, o mundo asiático passa a ocupar uma posição que ameaça a hegemonia comercial dos EUA. O dólar é controlado por bancos particulares americanos. As bolsas, por empresários americanos. Esta situação desfavorece os preços e as condições de comercialização dos países asiáticos e é obvio que estes pretendem uma mudança, um novo contrato mundial para o comércio e as finanças.

A estupidez da Ucrânia é insistir em lutar com um inimigo muitas vezes maior que ela. A da Rússia é ter permitido que as elites comunistas que se tornaram capitalistas continuassem a explorar os ucranianos, pois se sabia que uma nova ordem teria que ser estabelecida.

Portanto, a guerra atual não diz respeito à Crimeia (que nunca foi ucraniana), nem às regiões separatistas, as quais são de maioria russa. A guerra atual é motivada pelas ambições das diferentes elites capitalistas, as russas, as da Ucrânia, as dos países europeus e dos EUA.

Os europeus nunca ajudaram a Ucrânia. Os ucranianos têm sido vítimas de preconceito nos países europeus, são contratados apenas para serviços de pouca qualificação e baixos salários, as mulheres bonitas e fragilizadas exploradas na prostituição. Nos EUA, onde vivi por algum tempo, a colônia ucraniana sempre foi sistematicamente explorada. Meus tios, que eram profissionais aqui no Brasil, conseguiram apenas serviços de limpeza de escritório durante a madrugada e serviços pesados e perigosos na indústria. Meus primos também não conseguiram progredir profissionalmente, permaneceram operários. Os que ficaram aqui se tornaram médicos, dentistas, advogados, engenheiros, comerciantes. Meus primos ucranianos que ficaram na Ucrânia durante o período soviético se tornaram engenheiros.

A ajuda europeia e americana é uma farsa! Imagine os EUA iniciar uma guerra conosco e os países amigos nos incentivarem a lutar. Seria um absurdo, pois seriamos derrotados. Quanto maior a nossa resistência, maior o ataque do inimigo e maior o nosso prejuízo. Países amigos nos ajudariam a negociar bem e não a arriscar a nossa destruição.

 

.

domingo, 27 de fevereiro de 2022

As guerras mentem, por Eduardo Galeano

Richard Jakubaszko  
Vivemos neste momento uma abominável guerra de conquistas de espaços geopolíticos, tanto por parte da Rússia, ao invadir a Ucrânia, como por parte da OTAN - Organização do Tratado do Atlântico Norte, comandada pelos EUA. Já estamos no século XXI e guerras desse tipo já deveriam ter sido compactuadas de que não seriam aceitas pela ONU. Mas não, o jogo político e a farsa continuam, a hipocrisia prevalece, com amplo apoio da mídia internacional. A falta de lideranças reais no mundo contemporâneo acentua esse vazio, prevalecendo as fake news.

Ora, a OTAN foi criada nos anos 1940, ao final da II Grande Guerra, pelos países europeus, mas com a liderança dos EUA, para conter o avanço da então União Soviética, que era liderada pela Rússia comunista e com os países da chamada cortina de ferro, no Leste europeu, como Polônia, Ucrânia, Hungria, Geórgia, Checoslováquia, Croácia, Afeganistão, Iugoslávia, e muitos outros. Em 
1989 o papa polonês João Paulo II, apoiado pelo mundo ocidental, entenda-se os EUA e Europa, negociou o fim da União Soviética e do socialismo na região. A grande maioria dos países citados, a partir de então, optou por ser democracia, com eleições regulares, a começar pela própria Rússia. Esses fatos, com o passar do tempo, justificariam a eliminação da OTAN, mas esta já tinha "nova direção" e começava a conquistar aliados entre os antigos países da União Soviética, o que provocou enormes conflitos entre a Rússia e a OTAN, sendo que a Ucrânia é a última novidade. Contrariedades postas e discutidas, ninguém deu passo para trás e a guerra começou.
 
As imbecilidades estão postas, especialmente a guerra, do ponto de vista humano de Eduardo Galeano, que afirma que as guerras mentem.
 

sábado, 26 de fevereiro de 2022

Bolsonaro edita sanções contra Putin e a Rússia

Richard Jakubaszko    
Por mais incrível que possa parecer, apesar da amizade de Bolsonaro com Putin, o presidente brasileiro optou por impor sanções a Putin e contra a Rússia comunista depois que a Ucrânia foi atacada, deixando claro que a presença de Bolsonaro em Moscou semanas atrás foi apenas uma coincidência e não provocou qualquer desistência de Putin em relação ao que discutira com Bolsonaro, matérias de insignificâncias da pauta de exportações dos russos. 

As sanções de Bolsonaro foram:



 

 

 

.

domingo, 9 de maio de 2021

Bolsonaro comemora Jacarezinho

Richard Jakubaszko  

De uma forma geral os evangélicos comemoraram a matança na favela do Jacarezinho. Estão na linha do "bandido bom é bandido morto". Os milicianos no Rio aplaudiram os atos da polícia civil. Bolsonaro não foi diferente, comemorou com o véio do Hang.

O mundo inteiro nos percebe como primatas. A pandemia é uma festa para o governo brasileiro. Agora vão até fazer campanha pró cloroquina...
Uma vergonha.

 

.

quinta-feira, 6 de maio de 2021

Bolsonaro é a galhofa das guerras

Richard Jakubaszko    

Péssimo orador, Bolsonaro se atrapalha com sua pouca cultura e baixo QI. Tosco, mas sem ser burro, tenta criar mas tropeça na malandragem ideológica, pois não é que inventou agora uma nova guerra, a "radiológica", que, segundo ele, foi criada pelos chineses. Pergunto aos universitários: como será essa guerra radiológica? Atiram rádios nos inimigos? Ou será que são os aparelhos de Raio X que são arremessados nas tropas dos desafetos?

Ai, ai, ai... coitado do Brasil com um persidente desses (isso mesmo, persidente...).

 

.

sábado, 25 de abril de 2020

Coronavírus: vem aí o novo Governo Mundial?

Richard Jakubaszko
Para onde vamos? O que está acontecendo? Quem manda de fato no mundo? Os EUA, a China, a Rússia, Israel ou a União Europeia? O que desejam eles? Um novo e inédito Governo Mundial? Como? Através do coronavírus?

No documentário abaixo (de 2011), você encontrará respostas a todas essas questões, debatidas muito antes de aparecer o Covid-19. Mostra que as formas de poder do mercado financeiro mundial, do petróleo, da indústria de energia elétrica (como a nuclear), e de algumas poderosas indústrias, como a farmacêutica e a de sementes para a agricultura, poderão construir o Governo Mundial. Ao lado da pandemia do Coronavírus temos a outra indústria do medo planetária, a do aquecimento mundial, que são duas poderosas ferramentas, extraordinárias em todos os sentidos, para implementar essa inédita dominação que as elites do planeta (menos de 0,1% das pessoas) projetam: a de implantar a colonização do planeta através de um Governo Mundial.

Assistam ao vídeo abaixo, tem duas horas enriquecedoras de conhecimentos, e no mínimo vai colocar você em contato com realidades e saber quem manda no planeta, quais os formatos atuais e como se planeja atingir essa dominação através de um Governo Mundial.

Depois, deixe seus comentários, um debate é necessário, porque as elites hoje dominam você, a ponto de colocar seus pensamentos e atitudes em permanente autocensura para que, sem saber, você apoie essa insanidade que a elite mundial está planejando.





.

sexta-feira, 24 de abril de 2020

O que os EUA realmente sabiam sobre o vírus 'chinês'?

Pepe Escobar,
para o Shaker Blog ( cruzada com a Strategic Culture Foundation )


A Hybrid War 2.0 na China, uma operação bipartidária dos EUA, já está atingindo o pico da febre. Seu braço infowar de espectro completo 24 horas por dia, 7 dias por semana, culpa a China por tudo o que está relacionado ao coronavírus - dobrando como uma tática diversionista contra qualquer crítica informada da triste despreparação americana.

A histeria previsivelmente reina. E este é apenas o começo.


Um dilúvio de processos é iminente - como o do Distrito Sul da Flórida, inscrito pelo Berman Law Group (vinculado aos democratas) e Lucas-Compton (vinculado aos republicanos). Em poucas palavras: a China precisa desembolsar toneladas de dinheiro. No valor de pelo menos US$ 1,2 trilhão, o que passa a ser - por ironia surrealista - a quantidade de letras do Tesouro dos EUA mantidas por Pequim, até US$ 20 trilhões, reivindicadas por uma ação no Texas.


O caso da promotoria, como Scott Ritter nos lembrou de forma memorável, é direto de Monty Python. Funciona exatamente assim:

“Se ela pesa o mesmo que um pato...”
...ela é de madeira!
"E, portanto..."
"Uma bruxa!!!!!"


Nos termos da Guerra Híbrida 2.0, a narrativa atual no estilo da CIA se traduz como China má, que nunca nos revelou, ao Ocidente civilizado, que havia um novo vírus terrível por aí. Se o fizessem, teríamos tempo de nos preparar.


E, no entanto, eles mentiram e trapacearam - a propósito, características registradas da CIA, de acordo com o próprio Pompeo, Mike “Nós mentimos, enganamos, roubamos”. E eles esconderam tudo. E eles censuraram a verdade. Então eles queriam infectar todos nós. Agora eles têm que pagar por todo o dano econômico e financeiro que estamos sofrendo e por todos os nossos mortos. A culpa é da China.


Todo esse barulho e fúria nos obriga a voltar ao final de 2019 para verificar o que a inteligência americana realmente sabia sobre o que mais tarde seria identificado como Sars-Cov-2.


"Esse produto não existe"

O padrão ouro continua sendo o relatório da ABC News , segundo o qual as informações coletadas em novembro de 2019 pelo Centro Nacional de Inteligência Médica (NCMI), uma subsidiária da Agência de Inteligência de Defesa do Pentágono (DIA), já estavam alertando sobre um novo contágio virulento, em Wuhan, com base em "análise detalhada de comunicações interceptadas e imagens de satélite".

Uma fonte não identificada disse à ABC: "Os analistas concluíram que poderia ser um evento cataclísmico", acrescentando que a informação foi "instruída várias vezes" ao DIA, aos Chefes de Estado-Maior Conjunto do Pentágono e até à Casa Branca.

Não é de admirar que o Pentágono tenha sido forçado a emitir a proverbial negação - em pentagonês, por meio de um coronel R. Shane Day, diretor da NCMI do DIA: “No interesse da transparência durante a atual crise de saúde pública, podemos confirmar que as reportagens da mídia sobre a existência / liberação de um produto / avaliação relacionado ao Coronavírus do National Center for Medical Intelligence, em novembro de 2019, não está correto. Esse produto NCMI não existe.”


Bem, se esse "produto" existisse, o chefe do Pentágono e o ex-lobista da Raytheon, Mark Esper, estariam muito envolvidos. Ele foi devidamente interrogado por George Stephanopoulos, da ABC.


Pergunta: “O Pentágono recebeu uma avaliação de inteligência sobre COVID na China em novembro passado do Centro Nacional de Inteligência Médica do DIA?”

Esper: “Ah, não me lembro, George” (…) “Mas temos muitas pessoas que observam isso de perto.”


Pergunta: “Essa avaliação foi feita em novembro e foi enviada ao NSC no início de dezembro para avaliar o impacto na prontidão militar, o que, é claro, tornaria importante para você e a possível disseminação nos Estados Unidos. Então, você saberia se houvesse um resumo para o Conselho de Segurança Nacional em dezembro, não é?”

Esper: "Sim (...), Eu não estou ciente disso."


Então "não existe esse produto"? Isso é falso? É uma mistura do Deep State / CIA para prender Trump? Ou os suspeitos de sempre estão mentindo, conforme o estilo da CIA?


Vamos revisar alguns antecedentes essenciais. Em 12 de novembro, um casal da Mongólia Interior foi internado em um hospital de Pequim, buscando tratamento para a peste pneumônica.

O CDC chinês, no Weibo - o Twitter chinês - disse à opinião pública que as chances de ser uma nova praga eram "extremamente baixas". O casal estava em quarentena.


Quatro dias depois, um terceiro caso de peste pneumônica foi identificado: um homem também da Mongólia Interior, não relacionado ao casal. Vinte e oito pessoas que estavam em contato próximo com o homem foram colocadas em quarentena. Nenhum apresentou sintomas da peste. A peste pneumônica apresenta sintomas de insuficiência respiratória semelhantes à pneumonia.


Embora o CDC tenha repetido: "não há necessidade de se preocupar com o risco de infecção", é claro que havia muito ceticismo. O CDC pode ter confirmado publicamente em 12 de novembro esses casos de peste pneumônica. Mas então Li Jifeng, médico do Hospital Chaoyang, onde o trio da Mongólia Interior estava recebendo tratamento, publicou em particular no WeChat que eles foram transportados pela primeira vez a Pequim no dia 3 de novembro.


O ponto-chave do post de Li Jinfeng - mais tarde removido pelos censores - foi quando ela escreveu: “Estou muito familiarizada com o diagnóstico e tratamento da maioria das doenças respiratórias (…). Mas, desta vez, continuei procurando, mas não consegui descobrir qual patógeno causou a pneumonia. Eu só pensei que era uma condição rara e não recebi muita informação além da história dos pacientes.”


Mesmo se esse fosse o caso, o ponto principal é que os três casos da Mongólia Interior parecem ter sido causados por uma bactéria detectável. O Covid-19 é causado pelo vírus Sars-Cov-2, não por uma bactéria. O primeiro caso Sars-Covid-2 só foi detectado em Wuhan em meados do final de dezembro. E foi apenas no mês passado que os cientistas chineses conseguiram rastrear positivamente o primeiro caso real de Sars-Cov-2 até 17 de novembro - alguns dias após o trio da Mongólia Interior.


Saber exatamente onde procurar
Está fora de questão que a inteligência dos EUA, neste caso a NCMI, não tenha conhecimento desses desenvolvimentos na China, considerando a espionagem da CIA e o fato de essas discussões estarem abertas ao Weibo e WeChat. Portanto, se o “produto” da NCMI não é falso e realmente existe, ele só encontrou evidências, ainda em novembro, de alguns casos vagos de peste pneumônica.


Assim, o aviso - ao DIA, ao Pentágono, ao Conselho de Segurança Nacional e até à Casa Branca - era sobre isso. Não poderia ter sido sobre coronavírus.

A questão incontornável é inevitável: como o NCMI poderia saber tudo sobre uma pandemia viral, ainda em novembro, quando médicos chineses identificaram positivamente os primeiros casos de um novo tipo de pneumonia somente em 26 de dezembro?


Acrescente a isso a intrigante pergunta de por que o NCMI estava tão interessado nessa temporada de gripe na China em primeiro lugar - desde casos de peste tratados em Pequim até os primeiros sinais de um "misterioso surto de pneumonia" em Wuhan.


Pode ter havido indícios sutis de atividade levemente aumentada nas clínicas de Wuhan no final de novembro e início de dezembro. Mas na época ninguém - médicos chineses, o governo, para não mencionar as informações americanas - poderia saber o que realmente estava acontecendo.


A China não pôde "encobrir" o que foi identificado como uma nova doença em 30 de dezembro, devidamente comunicado à OMS. Então, em 3 de janeiro, o chefe do CDC americano, Robert Redfield, chamou o principal funcionário chinês do CDC. Médicos chineses sequenciaram o vírus. E somente em 8 de janeiro foi determinado que era o Sars-Cov-2 - que provoca o Covid-19.


Essa cadeia de eventos reabre, mais uma vez, uma poderosa caixa de Pandora. Temos o evento 201 bastante oportuno; o relacionamento acolhedor entre a Fundação Bill e Melinda Gates e a OMS, bem como o Fórum Econômico do Word e a galáxia Johns Hopkins em Baltimore, incluindo a Escola de Saúde Pública Bloomberg; a combinação digital de identificação / vacina ID2020 ; Dark Winter - que simulou um bio-ataque de varíola nos EUA, antes que o ataque de antraz de 2001 fosse atribuído ao Iraque; Senadores dos EUA despejando estoques após um briefing do CDC; mais de 1.300 CEOs abandonando seus polos confortáveis em 2019, “prevendo” o colapso total do mercado; o Fed está despejando dinheiro de helicóptero já em setembro de 2019 - como parte do QE4.

E então, validando o relatório da ABC News, Israel intervém. A inteligência israelense confirma que a inteligência dos EUA os alertou em novembro sobre uma pandemia potencialmente catastrófica em Wuhan (mais uma vez: como eles poderiam saber isso na segunda semana de novembro, então no início do jogo?). E os aliados da OTAN também foram avisados - em novembro -.


A linha de fundo é explosiva: o governo Trump e o CDC tinham um aviso prévio de não menos de quatro meses - de novembro a março - para estar adequadamente preparado para que o Covid-19 atingisse os EUA. E eles não fizeram nada. Toda a "China é uma bruxa!", o caso é desmascarado.


Além disso, a divulgação israelense apoia o que é nada menos que extraordinário: a inteligência dos EUA já sabia sobre o Sars-Cov-2 aproximadamente um mês antes dos primeiros casos confirmados detectados pelos médicos em um hospital de Wuhan. Fala-se sobre intervenção divina.


Isso só poderia ter acontecido se a inteligência americana soubesse, com certeza, sobre uma cadeia de eventos anteriores que necessariamente levariam ao "surto misterioso" em Wuhan. E não é só isso: eles sabiam exatamente onde procurar. Não na Mongólia Interior, nem em Pequim, nem na província de Guangdong.


Nunca basta repetir a pergunta na íntegra: como a inteligência americana poderia saber sobre um contágio um mês antes dos médicos chineses detectarem um vírus desconhecido?


Mike “Nós mentimos, enganamos, roubamos” Pompeo, pode ter desistido do jogo quando disse, no registro, que o Covid-19 era um “exercício ao vivo”. Além dos relatórios da ABC News e de Israel, a única conclusão lógica possível é que o Pentágono e a CIA sabiam com antecedência que uma pandemia seria inevitável.


Essa é a arma de fumaça. E agora todo o peso do governo dos Estados Unidos está cobrindo todas as bases, culpando a China de forma proativa e retroativa.



.