Daniel Macedo – Reflexões
Yuval Harari, o novo Fukuyama
Fukuyama inventou o FIM DA HISTÓRIA, criou uma teoria maluca, mas impactante, que atraiu atenções e ficou milionário com a venda de milhões de livros e centenas de apresentações e palestras. O tempo enterrou a teoria do fim da história.
Agora, mais recente, surge um novo guru, Yuval Harari, que inventa que o mundo será dominado pelos detentores dos dados digitais e tornará a humanidade refém das novas tecnologias digitais associadas às da bioquímica e da biogenética. Ele vendeu vinte milhões de livros, muitos milhares aqui no Brasil, e, assim como Fukuyama, está rico e ministra muitas palestras.
Parece que parte do jornalismo e parte dos intelectuais imbecilizaram, se tornaram bobos e incapazes de raciocinar, de perguntar, de questionar, de analisar, de confrontar. Juntam-se aos milhões de crédulos de fantasias e invenções de como será o futuro. Fukuyama também achou que sabia o que o futuro nos reservaria e caiu da escada. Agora surge Harari, um novo guru a desvendar como será o futuro da humanidade. Que merda!
O animal humano tem corpo, precisa de alimentos, bebidas, roupas, casa, diversão, artes, religião, ciência, espiritualidade, abstrações. As plataformas digitais não produzem, apenas coletam dados, os reúnem e os processam a partir de programas inventados por humanos. Continuaremos a precisar de trigo, de carne, cerveja, tênis, bolas, cremes, medicamentos, namoros, sensualidade, romances, músicas, ritmos, poesias e etecetera. Muitos eteceteras!
O trigo precisa de terra, os bois precisam de pasto, os metais precisam de minérios, as roupas de fios e tecidos, as galinhas de milho e assim por diante. E estas coisas dependem de territórios ocupados por nações, por países que possuem exércitos e bombas atômicas. As nações possuem religiões que duram milhares de anos e produzem fanáticos de todas as espécies que irão preferir suas crenças aos dados digitais que contrariarem seus valores.
Governos ameaçados por plataformas digitais criarão leis que obrigarão as empresas a repartirem suas ações com governos, associações e sindicatos além dos empresários investidores e as plataformas serão reguladas por Conselhos formados por diversos segmentos econômicos, sociais e religiosos. Portanto, plurais. É óbvio que as disputas de poder se dão com armas e não com dados de plataformas digitais. O governo chinês está pondo milhares de satélites no espaço para impedir o controle das comunicações pela empresa do Musk. Inclusive satélites armados que podem derrubar os satélites que circulem pelo espaço chinês ou de países ligados à China. A batalha pelas comunicações é um fato e já temos satélites armados para eliminar satélites concorrentes. A ideia de que os Googles dominarão o mundo é fantasia de amador, de quem não estudou História, Filosofia e Política. É ideia fantasiosa e cairá da escada como caiu a de Fukuyama. Quando Fukuyama publicou seu livro fui um dos primeiros a publicar que era uma fantasia. Faço o mesmo agora com Harari.
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