Richard Jakubaszko
A Yara Fertilizantes anuncia dentro de instantes, a partir de 12h30, em coletiva para a imprensa, no Hotel Unique, em São Paulo, os seus investimentos no Brasil com a aquisição do negócio de fertilizantes da Bunge no Brasil.
Estarei na coletiva, e ainda hoje à tarde darei mais detalhes dessa operação, que reconfigura o setor no Brasil e o próprio agronegócio.
17h00
Fui na coletiva e, entre outras coisas, soube do seguinte:
A Yara International ASA assinou acordo para adquirir o
negócio de fertilizantes da Bunge no Brasil. A transação envolve US$ 750
milhões e estará sujeita à aprovação do Conselho Administrativo de Defesa
Econômica (Cade).
“Este significativo investimento da Yara no Brasil mostra
que estamos aqui para ficar, que acreditamos e queremos crescer com o país. A
escala que esta aquisição traz, aliada à qualidade da equipe, marcas e demais
ativos da Bunge, combina muito bem com a tradição inovadora da Yara e sua
liderança em nutrição de plantas. Isto se traduzirá em soluções competitivas e
sustentáveis para a agricultura brasileira”, disse Lair Vianei Hanzen,
presidente da Yara Brasil.
No Brasil a Yara Fertilizantes adquiriu a Adubos Trevo, em
2000, e a Fertibrás em 2006. Com a nova aquisição a Yara passaria a deter 25%
de participação de mercado no segmento de fertilizantes.
A Bunge operava 22 unidades misturadoras no Brasil e
entregou 4,8 milhões de toneladas de fertilizantes em 2011, com faturamento de
US$ 2,6 bilhões.
Fundada em 1905 na Noruega, a Yara tem presença física em 50
países e distribuição comercial para 150 países, utilizando sua plataforma de
produção e sistema de abastecimento global para criar benefícios locais e
oferecer aos clientes a combinação de produtos de qualidade e conhecimento
especializado.
Comparando Yara a Bunge no Brasil temos o seguinte quadro:
.
Difícil dizer se essa compra é boa ou ruim para o produtor rural brasileiro. O fato de a Yara crescer e melhorar a economia de escala não garante preços melhores nos fertilizantes, pode apenas representar o aumento de sua responsabilidade no mercado, ao ser obrigada a ter mais qualidade naquilo que vende. No fundo, são multinacionais, e o que interessa a elas é apenas o lucro, mesmo que para isso tenham de se comportar como as empresas mais éticas, mais responsáveis, mais comprometidas com o meio ambiente, e por aí vai.
ResponderExcluirO que me parece ruim é que cada vez mais se concentram os grandes negócios do mundo nas mãos de poucos, e isso não é privilégio dos adubeiros, os bancos são assim, as cervejeiras, indústrias de tratores, farmacêuticas, de agrotóxicos, é tudo oligopólio...
José Carlos
UMA MUDANÇA ATRÁS DOUTRA, MEU AMIGO.
ResponderExcluirUM GRANDE ABRAÇO.
Luiz Fernando Ferraz de Siqueira
Diretor Agrícola
Usina São Fernando
Dourados, MS
A compra da Bunge pela Yara leva-me ao passado quando o mercado valorizava as marcas tão conhecidas na época :Manah, Fosmag, Manafos, Serrana, Trevo, IAP, Ouro Verde, Elekeiroz, Copas, e tantas outras. Na reformulação dos players ocorrida no final da década de 1990 e inicio de 2000 os consumidores foram pouco a pouco se familiarizando com os nomes dos grupos que associavam os negócios de grão com os fertilizantes, Bunge e Cargill principalmente. A seguir, o setor básico de mineração e química pesada se concentrou na Petrobras e na Vale, esta ligada a fundos gigantes, ambas com forte influência estatal. Agora vemos a expansão do grupo norueguês NorskHydro presente no mercado há alguns anos. Nesses dois períodos em que o mercado passou de 12 para 30 milhões de tons., uma coisa é certa: nunca faltou adubo aos produtores em quantidades suficientes, qualidades adequadas, entregas a tempo e preços resultantes de forte competição. Nossos votos para que novos atuantes somem esforços para a incalculável atividade rural do futuro quando o problema alimentar se tornar premente pelo mundo a fora.
ResponderExcluirDr. Fernando,
ResponderExcluirpreciso e precioso seu comentário.
Na apresentação da Yara, e eu estava lá, eles mostraram as marcas adquiridas da Bunge, agora ao lado das marcas da Yara, e o "Com Manah, adubando dá", era a marca mais destacada!
A Yara, pelo que entendo, reconhece o valor das marcas, pois sabe que o mercado ainda valoriza esse aspecto.