terça-feira, 23 de julho de 2024

Este blog saiu do ar - urgente!

Richard Jakubaszko

Por razões ainda desconhecidas este blog, desde 2007 no ar, acaba de ser excluído. Não acredito que tenha sido censura do Google, pois inúmeros posts foram publicados aqui com o mesmo teor, ou seja, criticando os ambientalistas que apregoam o aquecimento e as mudanças climáticas que, em breve, segundo eles, vai acabar com o planeta e exterminar a humanidade.

Foi um hacker que excluiu o blog? Não sei ainda, estou investigando.

Richard Jakubaszko

richard.associados@gmail.com

Por que os alimentos que você consome afetam o ar que você respira

Richard Jakubaszko

Mais uma vez o UOL publica matéria tendenciosa sobre as mudanças climáticas, como sempre de forma acrítica. O texto abaixo, grafado em preto, é da jornalista Julia Moióli, e faço comentários grafados em vermelho, com o objetivo de contestar cada uma das afirmações reproduzidas no UOL.

Por que os alimentos que você consome afetam o ar que você respira
Julia Moióli
Colaboração para Ecoa 22/07/2024 - Publicado no UOL

Até chegar à nossa mesa, os alimentos precisam ser cultivados, processados e transportados. Cada uma dessas etapas gera gases do efeito estufa (GEE), que são os principais responsáveis pelas mudanças climáticas.


Dados recentes da ONU (Organização das Nações Unidas) mostram que a agropecuária responde por 23% de todas as emissões globais de GEE - além de usar aproximadamente 70% da água doce captada do planeta e quase 40% da terra.
 

(Aqui começa o grande busílis, que classifico como "a grande mentira do Século XXI", conforme registrei no livro "CO2 aquecimento e mudanças climáticas: estão nos enganando?". A agropecuária não representa 23% de todas as emissões globais de GEE, porque, na verdade, 97% de todas as emissões de GEE são feitas pela natureza (vulcões, mares, florestas, matéria orgânica em decomposição) enquanto apenas 3% dessas emissões são da responsabilidade das atividades humanas, sejam veículos urbanos e de transporte terrestre, aéreo e marítimo, lixões, e ainda de fábricas, queimadas. e até mesmo da respiração humana. O total de emissões calculado pelo CO2 Carbon Cycle, é de 200 bilhões de toneladas de CO2 equivalente por ano. Mas esse cálculo é estimativo, porque tem um viés de 20% para mais ou para menos, e isso em ciência é crítico, pois demonstra a falta de exatidão e a relatividade do que se trata. Fora isso, o CO2 representa 0,038% da nossa atmosfera, e nem na homeopatia isso é importante, até porque 0,038% não influencia e não muda o todo, é apenas uma fração quase insignificante, com zero depois da vírgula. Pode mudar dentro de uma estufa, mas não na atmosfera livre, a ponto de ser chamado de GEE causador do aquecimento. Como humanos, em média, aspiramos 7 litros de Oxigênio por minuto, e expiramos outro tanto de CO2 no mesmo tempo. O ser humano, e qualquer mamífero, é uma máquina de produzir CO2. Faça o cálculo e você verá que só a humanidade (em seus 8 bilhões de pessoas) exala 24 trilhões de litros de CO2 por ano.

Outra mentira absurda citada nessa história é de que a agropecuária "gasta" 70% da água doce "captada" no planeta via irrigação. Esse foi o cálculo feito por pesquisadores em Israel e Espanha, dois dos países mais secos do planeta. Eles calcularam que de toda a água dos rios nesses dois países tinham o consumo de 10% para uso humano residencial (fazer comida, tomar banho, lavar a roupa e a casa), 20% era consumido pelas indústrias, e 70% pela irrigação. Ora, quanto a humanidade consome da água de um rio? Apenas de 1% a 5%, conforme estudos científicos comprovados, portanto, de 95% a 99% da água de todos os rios chegam aos mares. Então, estamos falando de consumo "exagerado" de 70% de 5%? É risível isso, mas a mídia recita isso com frequência em várias matérias como argumento contra a agropecuária, mas o bom senso tem limite. Sem contar que apenas 10% da agropecuária brasileira é irrigada.)

Os principais gases liberados na atmosfera pela atividade são metano, óxido nitroso e dióxido de carbono, provenientes de:


* Processo digestivo do gado
* Fertilizantes agrícolas nitrogenados
* Transporte e refrigeração
* Produção de embalagens
* Desperdício de alimentos
* Desmatamento para expansão de terras agrícolas

"No Brasil, o desmatamento para a conversão do uso da terra é a principal contribuição do sistema agroalimentar para o aquecimento global", diz Luís Fernando Guedes Pinto, diretor executivo da Fundação SOS Mata Atlântica. "A queima das florestas joga grandes quantidades de gás carbônico na atmosfera."

De acordo com o MapBiomas, rede colaborativa formada por ONGs, universidades e startups de tecnologia que mapeia a cobertura e o uso da terra, a área ocupada pela agropecuária no território nacional cresceu 50% entre 1985 e 2022.
(Mas a agricultura ocupa, hoje, apenas 7% da área total do território brasileiro. Sobre a emissão de metano pelos bovinos já publiquei neste blog muitos posts, mas este seria suficiente para derrubar o argumento falacioso dos ambientalistas: https://richardjakubaszko.blogspot.com/2023/07/o-metano-bovino-nao-e-importante-como.html )

O aumento de 95,1 milhões de hectares corresponde a uma área maior do que o estado do Mato Grosso, o terceiro maior do país. Quase dois terços dessa expansão são utilizados para pastagem, e 10% para a agricultura.


Que alimentos têm maior impacto nas mudanças climáticas?
"No nosso modelo de uso da terra no Brasil, a pecuária é, sem dúvida, a maior emissora", responde Giampaolo Queiroz Pellegrino, pesquisador da Embrapa Agricultura Digital.


No mundo, a atividade responde por 14,5% das emissões globais anuais. Para se ter uma ideia, dados recentes do IPCC indicam que o setor de transportes emite 15% dos GEE do mundo.


Na pecuária, o destaque negativo vai para a produção de carne e leite bovinos, que responde por mais de 60% dos gases de efeito estufa emitidos pelo setor, especialmente por conta do desmatamento e dos gases envolvidos no processo de digestão feito pelos animais. Em seguida, vem a produção de suínos, de frangos, de búfalos e de pequenos ruminantes.


Por que consumir vegetais é mais saudável para o planeta?
As emissões de gases do efeito de estufa provenientes de alimentos de origem vegetal são, em média, de 10 a 50 vezes menores do que as de produtos de origem animal, segundo estudo publicado na revista Science. O cultivo de frutas, vegetais e cereais também utiliza menos energia, terra e água.


Como as emissões dos alimentos podem ser reduzidas?
"Costumamos dizer que a agricultura é vilã e vítima das mudanças climáticas", diz Pellegrino, da Embrapa Agricultura Digital. "Isso porque ela tanto contribui para a emissão de gases de efeito estufa como sofre o impacto do aquecimento global."


Nesse caso, é possível virar o jogo. "Se realizada de forma consciente, [a produção de alimentos] pode se tornar aliada na redução das emissões globais também, sequestrando carbono da atmosfera e armazenando-o no solo", diz Guedes Pinto, da SOS Mata Atlântica.


O Plano ABC (Agricultura de Baixo Carbono), política pública criada em 2011, é um exemplo de iniciativa nesse sentido. Ele estabeleceu ações para ampliar práticas agropecuárias sustentáveis, como recuperação de pastagens degradadas, integração entre lavoura, pecuária e floresta, fixação biológica de nitrogênio e tratamento de dejetos animais, entre outras.


Qual é o impacto do desperdício de alimentos?
Segundo a ONU, quase 1 bilhão de toneladas de comida - o equivalente a 17% de toda produção - vai para o lixo todos os anos. Ou seja, uma quantidade considerável de GEE foi emitida na produção, e recursos como água e energia foram desperdiçados.


Apenas nos Estados Unidos, o desperdício anual de alimentos representa 170 milhões de toneladas métricas de emissões de gases de efeito estufa, de acordo com a Agência de Proteção Ambiental americana (EPA). Isso equivale às emissões anuais de GEE de mais de 40 usinas alimentadas a carvão.


Cortar produção, transporte e apodrecimento desse excedente de comida pode reduzir as emissões globais em até 8%, diz a ONU.


Iniciativas individuais ajudam?

De acordo com os especialistas consultados por Ecoa, considerando os atuais efeitos das mudanças climáticas, o mundo precisa de ações amplas e urgentes. Mas cada um pode contribuir um pouco mudando seus hábitos. "Podemos reduzir nossas emissões com um consumo mais sustentável, mais focado em produtos in natura, de preferência orgânicos, e menos em industrializados", acredita Pellegrino, da Embrapa Agricultura Digital.
(Queria saber se o pesquisador Pellegrino da Embrapa é vegano ou vegetariano. Ou esse é o objetivo dos ambientalistas: tornar cada ser humano um vegano? Até recentemente esse objetivo era subliminar, mas agora está explícito!).

Outras sugestões da ONU são:
Aposte em uma alimentação balanceada e rica em vegetais: uma dieta vegetariana pode reduzir a pegada de carbono em até 500 quilogramas de CO2 por ano. (Da ONU e do IPCC a gente já sabia do objetivo, a humanidade terá de se tornar vegana para "salvar o planeta" do aquecimento. Que proposta ridícula!)

Não desperdice comida: planeje melhor as compras e o preparo e fique atento ao descarte - compostagem é uma alternativa mais verde

Use sacolas retornáveis nas compras.
(Outra proposta infantil. O problema do planeta é a superpopulação, e 8 bilhões de bocas consumindo vai tornar tudo pior do que já está, mas os ambientalistas não debatem controle demográfico. Aliás, os ambientalistas e a mídia não querem debater nada. Os ambientalistas querem ganhar dinheiro com o pânico que criaram, e a mídia bate palmas, de forma acrítica. É vergonhosa e lastimável essa campanha ambientalista, um ato de terrorismo, apenas isso.)

Fonte: Fernando Guedes Pinto, diretor executivo da Fundação SOS Mata Atlântica; Giampaolo Queiroz Pellegrino, pesquisador da Embrapa Agricultura Digital; Harvard T.H. Chan School of Public Health; ONU, Resources for the Future; revista Science; e USDA.

Veja mais em https://www.uol.com.br/ecoa/faq/como-os-alimentosafetam-o-clima.htm?cmpid=copiaecola

 

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quarta-feira, 10 de julho de 2024

Não tenha medo de envelhecer

Richard Jakubaszko
Ficar velho é uma questão que aterroriza a todos os adultos. O corpo envelhece, mas a cabeça continua a mesma, com mais conhecimentos e muita experiência. A aposentadoria é só mais uma etapa da vida.
  


 

 

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terça-feira, 9 de julho de 2024

Que frio!

Richard Jakubaszko
O inverno parece que chegou pra valer, agora 14ºC com 75% de umidade na capital paulista, o que faz a gente sentir mais frio do que realmente está, e a isto se chama de "sensação térmica". Nada disso comprova as "mudanças climáticas", é o ciclo natural das estações, conforme aponto em meu livro "CO2 aquecimento e mudanças climáticas: estão nos enganando?". Para adquirir o livro basta uma visita ao site da Amazon.com ou clicar na aba lateral direita deste blog, na capa do livro, e vc ficará bem informado sobre o assunto. Tem muita treta nessa campanha internacional do IPCC/ONU, que conta com apoio incondicional da mídia.
  



 

 

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sábado, 29 de junho de 2024

Seleção brasileira 2024

Richard Jakubaszko
E não é que eles têm razão! Quem te viu e quem te vê, seleção brasileira...
 




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quinta-feira, 20 de junho de 2024

Energia nuclear é uma boa opção na descarbonização?

Richard Jakubaszko

O UOL publicou ontem (19/06/2024) a matéria abaixo, defendendo o uso da energia nuclear como fonte fornecedora de produção de energia elétrica, apesar de entrevistar alguns especialistas que são contra o uso da nuclear.
Como discordo totalmente do uso da energia nuclear para produzir energia elétrica, ao final do texto apresento alguns argumentos adicionais, que foram abordados de forma  simplista pelos entrevistados, ou a responsável pela matéria não deu importância aos pontos apresentados por eles.

Energia nuclear é uma boa opção na descarbonização?
Bárbara Therrie Colaboração para Ecoa 19/06/2024.
 

Usina Termonuclear de Angra dos Reis (RJ) - Divulgação/Eletronuclear Usina Termonuclear de Angra dos Reis (RJ) Imagem: Divulgação/Eletronuclear.

Quando pensamos em energia nuclear é comum remetermos aos bombardeios de Hiroshima e Nagasaki, ou ao acidente envolvendo a usina de Fukushima, todos no Japão. No entanto, a energia nuclear possui outras aplicações. Ela emite poucos gases de efeito estufa durante sua operação e pode ser considerada uma energia limpa. Mas será que ela é uma boa opção na descarbonização? Entenda mais abaixo.

O que é energia nuclear?
A energia nuclear, ou atômica, é aquela liberada no processo de transformação dos núcleos atômicos de elementos de elementos químicos. Sua principal utilização é na produção de energia elétrica, através de usinas termonucleares. Existem duas formas de aproveitar essa energia para a produção de eletricidade: a fissão nuclear, em que o núcleo atômico se divide em duas ou mais partículas, e a fusão nuclear, na qual dois ou mais núcleos se unem para produzir um novo elemento.


Na fissão nuclear, quando um nêutron atinge o núcleo de um átomo pesado, como o urânio, provoca sua fissão. Ele racha em dois ou mais pedaços (fragmentos) leves, liberando a energia resultante da reação, além de emitir novos nêutrons. Esses novos nêutrons podem atingir novos átomos de urânio circunvizinhos no material e ocasionar novas fissões. No final, acontece uma reação em cadeia. A versão desta reação descontrolada se transformou nas bombas atômicas, que foram lançadas pelos Estados Unidos nas cidades japonesas de Hiroshima e Nagasaki, em 1945.


Na fusão nuclear dois átomos de hidrogênio são unidos e criam um outro elemento químico, o hélio, liberando grande quantidade de energia na forma de radiação eletromagnética. Para que esta reação ocorra é necessário um ambiente de altas temperaturas, da ordem de milhões de graus. A fusão nuclear ocorre no Sol, transformando massa em energia. Cientistas trabalham há décadas para reproduzir as condições existentes no Sol para dominar esta fonte de energia.


Como funciona uma usina nuclear? No reator nuclear, é possível controlar a reação de fissão nuclear com o uso de absorvedores de nêutrons para compensar o seu excesso e tornar a produção de energia estável e contínua. A versão controlada é aplicada numa usina nuclear onde o calor aquece a água e a transforma em vapor. Esse vapor, em alta pressão, gira a turbina, que, por sua vez, aciona o gerador criando eletricidade.A energia gerada por 1 quilograma de urânio em uma usina termonuclear é a mesma produzida por 150 toneladas de carvão mineral numa usina termelétrica.


Como ela pode ser usada?
* Na produção de energia elétrica em usinas nucleares por meio da fissão nuclear.
* Para girar as hélices de navios e submarinos, usando vapor em vez de eletricidade.
* Na medicina a energia nuclear tem duas finalidades: radioterapia e diagnóstico por imagens.
* Ela também é usada na esterilização.
* Na indústria, pode ser aplicada na esterilização de alimentos, no controle do enchimento de garrafas, na espessura de filmes plásticos; e na averiguação da qualidade de soldas em equipamentos e estruturas.
* Na agricultura, as técnicas nucleares são usadas na conservação de alimentos, para estudar solos, plantas e animais.
* A energia nuclear também está associada a produção de bombas atômicas, artefatos bélicos nucleares, armas de destruição em massa.

Quais são os riscos do uso da energia nuclear? Por que ela tem má fama?
Os riscos associados ao uso da energia nuclear estão conectados aos três grandes acidentes registrados na história. O primeiro deles aconteceu em Three Mile Island, nos Estados Unidos, em 1979. O segundo foi em Chernobyl na Ucrânia (antiga União Soviética), em 1986. O terceiro ocorreu na usina de Fukushima, no Japão, em 2011.


A exposição de materiais radioativos gerados pela energia nuclear tem consequências desastrosas para pessoas, animais e o meio ambiente. "Não é má fama, mas sim a constatação do quanto ela é perigosa para a vida de todas as espécies do planeta. A fabricação das bombas atômicas lançadas em Hiroshima e Nagasaki mostrou ao mundo seu inigualável potencial destrutivo", explica Heitor Scalambrini Costa, professor associado aposentado da UFPE (Universidade Federal de Pernambuco). "Diferentemente do que propagam os seus defensores, os acidentes de Three Mile Island, Chernobyl e Fukushima provam que as usinas não são infalíveis a desastres e quando acontecem são tragédias duradouras", completa.


Com uma visão contrária, Carlos Brayner, diretor do Centro Regional de Ciências Nucleares do Nordeste, diz que o poder de destruição e morte das bombas atômicas ainda permeia o imaginário das pessoas, alimentando a rejeição ao uso de aplicações nucleares pacíficas. "O receio diante do desconhecido é certamente o nutriente especial desta rejeição. Conhecendo mais de perto a maravilha que a energia nuclear propicia, com campanhas de divulgação e disseminação sobre o assunto, é possível desmistificar o tema perante os vários estratos da sociedade", pondera o professor do Departamento de Energia Nuclear da UFPE.


Ela é limpa, mas não é renovável.
A energia nuclear é considerada uma fonte de energia limpa de baixo impacto porque emite poucos gases de efeito estufa durante sua operação, no entanto, ela emite carbono em sua cadeia produtiva. Isso inclui a prospecção do minério com urânio, sua extração e processamento, enriquecimento, fabricação do combustível nuclear, que será queimado nas usinas nucleares, o armazenamento do lixo atômico e o descomissionamento da usina após o fim de sua vida útil.


Segundo dados da AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica), todo esse processo produz entre 30 e 60 gramas de CO2 por kWh gerado. De acordo com o cálculo da Oxford Research Group, no entanto, isso chega a 113 gramas de CO2 por kWh gerado. A energia nuclear não é renovável porque os materiais retirados da natureza para a sua obtenção, como o urânio ou tório, não podem ser repostos. Porém, é possível estender o seu uso por milhares de anos reutilizando o combustível e/ou aumentando a capacidade regenerativa de minerais como o próprio tório.


A energia nuclear é uma boa opção na transição energética?
O uso da energia nuclear como uma das estratégias para a transição energética e a descarbonização divide opiniões. Para Brayner, ela é positiva devido à baixa emissão de gases de efeito estufa, por fornecer energia com segurança energética, ocupar áreas reduzidas com instalações produtoras compactas e oferecer preços acessíveis para a população.


"Com o advento de pequenos reatores modulares, a energia nuclear está sendo proposta para a produção de hidrogênio e seu uso em substituição aos combustíveis fósseis utilizados no transporte veicular; na geração de calor do processo industrial, na dessalinização de água e no suprimento de energia para os grandes data centers", diz.


Ainda segundo Brayner, o Brasil possui uma das matrizes mais limpas no contexto mundial e para conservá-la assim a energia nuclear ocupa uma posição privilegiada. "O nosso país possui substanciais reservas de urânio e domina todas as etapas do ciclo do combustível nuclear. Ter a soberania nacional neste campo da energia é fundamental para o desenvolvimento da nação sem sobressaltos e interrupções como estamos assistindo em outros países do chamado primeiro mundo que renunciaram ao seu uso", defende.


Países europeus, como Itália, Espanha e Alemanha têm recuado nos planos de avançar com instalações nucleares em seus territórios, mas outros como China, Índia e Estados Unidos possuem programas ousados em relação à construção de novas usinas nucleares.


"Existe grande resistência da sociedade em relação à opção nuclear. Os riscos e danos não valem a pena diante de catástrofes nucleares que já ocorreram, fora as que não chegam a ser noticiadas. No Brasil, cumprir com metas climáticas significa investir em fontes renováveis, optando por tecnologias e modos de produção sustentáveis, inclusivos e justos", defende Costa. Para Costa, as usinas nucleares não contribuirão para a descarbonização e para o enfrentamento das mudanças climáticas. "Os custos, em torno de 3 a 5 vezes superiores às fontes renováveis, mostram como ela é cara. A produção de lixo atômico mostra como são sujas. Os desastres que podem ocorrer com a liberação de materiais radioativos mostram como são perigosas”.


Quais são as vantagens e desvantagens da energia nuclear?
Vantagens: Emite poucos gases de efeito estufa durante sua operação; emite pouco carbono nos processos indiretos (como extração do minério, construção e desmonte de usina); fornece energia elétrica em larga escala e de forma contínua, diferentemente das fontes de energia renováveis solar e eólica que são intermitentes; pode ser usada em setores como saúde e indústria.

Desvantagens: É uma fonte de energia não renovável; os possíveis acidentes nucleares envolvem riscos como perda de controle do reator nuclear, perda de controle dos sistemas de refrigeração, vazamento de radiação que impacta na saúde da população, resultando em doenças cancerígenas, leucemia e aumento de mortalidade; contaminação do lençol freático e de terras que se tornam impróprias ao plantio e criação de animais; rejeitos radioativos (lixo atômico), cuja deposição/armazenamento final seguro ainda não existe solução e eles precisam ficar isolados durante milhares de anos.


Fontes:
Carlos Brayner, professor das disciplinas de Análise Neutrônica e Termohidráulica de Reatores Nucleares do Departamento de Energia Nuclear da UFPE (Universidade Federal de Pernambuco) e diretor do Centro Regional de Ciências Nucleares do Nordeste; Heitor Scalambrini Costa, professor associado aposentado da Universidade Federal de Pernambuco, graduado em Física pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), mestrado em Ciências e Tecnologias Nucleares na Universidade Federal de Pernambuco (DEN/UFPE) e doutorado em Energética, na Universidade de Marselha/Aix, associado ao Centro de Estudos de Cadarache/Comissariado de Energia Atômica (CEA)-França.

Publicado originalmente no UOL: Veja mais em https://www.uol.com.br/ecoa/faq/energia-nuclear-e-uma-boa-opcao-na-descarbonizacao.htm?cmpid=copiaecola 

A contestação do blogueiro:
Como revelo no livro "CO2 - aquecimento e mudanças climáticas: estão nos enganando?", 410 pgs, em 3ª edição, maio/2022, a indústria de energia nuclear é a principal financiadora dessa neurose existente hoje em dia sobre o aquecimento que seria provocado pelas mudanças climáticas, conforme apregoa o IPCC - Intergovernmental Panel Climatic Change, órgão da ONU, oficialmente desde 2007, mas na prática essa hipótese remonta aos anos 1980, portanto, há mais de 40 anos, e não há comprovações científicas de que seja verdadeira.

No livro tenho um capítulo sobre Chernobyl e Fukushima, que reproduzo a seguir:

Fukushima (e Chernobyl), a maior imbecilidade humana de todos os tempos.[1]

Richard Jakubaszko
Custa-me crer que a imbecilidade coletiva da humanidade aumenta, em vez de reduzir, tendo em vista o volume de informação disponível e a acumulação do conhecimento, ou também pelos exemplos da história. A maioria das pessoas omite-se nos assuntos mais importantes, seja uma votação de um projeto de lei no Congresso, seja no comportamento da sociedade, quando adota posturas incompatíveis com a civilidade (os contemporâneos estupros coletivos).

A energia nuclear, por exemplo, é uma das incentivadoras da loucura planetária que se instalou na cabeça das pessoas em relação ao profético fim de mundo, pelo ameaça apocalíptica do aquecimento e das mudanças climáticas, e a mídia repercute essas insanidades, comprovando que isenção em jornalismo é uma falácia semelhante a histórias da carochinha. Mal sabem os defensores dessas mentiras aquecimentistas que, ao defender o meio ambiente, ao criminalizar e demonizar o CO2 (o gás da vida) estão abrindo espaços para a energia nuclear, um setor que é um dos maiores defensores e incentivadores, em termos financeiros, dessa campanha mundial.

Por não desejar a instalação de novas usinas nucleares no Brasil, até porque não necessitamos (porque temos hidroelétricas, a fonte mais barata e renovável de energia elétrica), demonstro os malefícios da radioatividade, terror que é possível de se instalar quando acidentes acontecem numa usina, com vazamento de radioatividade. Em Chernobyl a causa do vazamento foi atribuída a um bêbado teimoso, em Fukushima a um acidente geológico, que provocou a fúria da natureza em forma de um tsunami.

Relembremos algumas coisas, só por fotos, para ver se as pessoas caem na real.

Fukushima

Abaixo, fotos tiradas em 2015 na região de Fukushima, após o vazamento de radioatividade na central nuclear, destruída pelo tsunami. É um deserto de gente, tudo abandonado às pressas, está da maneira que estava quando ocorreu o vazamento. Nada físico se retira de uma área com radioatividade, as pessoas saem de lá apenas com o corpo, pois as roupas que vestem são retiradas tão logo cheguem às áreas de transição, com alguma segurança. Quem está em uma área com vazamento de radioatividade deixa tudo para trás, seja relógio, joias, dinheiro, fotografias, próteses, até mesmo dentaduras.

É vital que ambientalistas saibam que, quando apoiam políticas públicas que incentivam a instalação de usinas de energia nuclear, ou que proíbam usinas hidrelétricas, tenham consciência do que é que pode acontecer se um vazamento radioativo for registrado.

FOTOS E LEGENDAS
  

Cemitério de carros em Fukushima, abandonados num estacionamento improvisado, onde o mato cresceu.

  

Supermercado em Fukushima, abandonado em desvario pelas pessoas. Nada pode ser aproveitado.

 

Carros e motos, patrimônios conquistados com muito trabalho, se tornam inúteis.

 

Nem a música e o piano serão retirados dali, por muitos e muitos anos, talvez séculos, pois não se sabe por quanto tempo a radioatividade permanece ativa.

Não haverá mais vida humana em Fukushima, nem crianças nas escolas.

Chernobyl
Se Fukushima, por ser recente (em 2011) como acidente nuclear, ainda não possui histórias reveladas de malformações humanas, Chernobyl (em 1986) deixou um rastro inequívoco, de cânceres e de deformações genéticas indescritíveis e pavorosas, que têm como causa a radioatividade. Pior que isso, os filhos de hoje daquelas crianças contaminadas em 1986 e que casaram e tiveram filhos nascem com o DNA monstruosamente alterado pela radioatividade. Veja fotos ao final do texto.

Essas denúncias estão neste livro, onde registro os principais interesses econômicos e políticos que estão atrás dessa campanha ambientalista, as COPs, e os protocolos de Kyoto.

Por fazer as denúncias acima no livro tenho sido objeto de censura na mídia (que não divulga o livro), e também na Universidade Federal de Viçosa-MG (que se recusou a publicar o livro, porque 2 avaliadores ambientalistas não acreditaram que pudessem estar enganados e nem queriam debates), e sou censurado até hoje para proferir palestras em seminários, congressos, workshops e simpósios.

Para entender a situação em Chernobyl: cerca de 800 mil pessoas se arriscaram e acabaram se expondo à radiação. Dessas pessoas, 125 mil morreram de doenças variadas e cânceres, e 70 mil ficaram com sequelas graves. Do total, 20% cometeram suicídio.

Após o acidente nuclear, a floresta da região deixou de ser verde e se tornou avermelhada.

De todo o material radioativo que vazou do acidente, 97% continua no local. Segundo a comissão do Fórum de Chernobyl, espera-se que mais 9 mil pessoas ainda morram de câncer em decorrência da exposição radioativa. E há uma expectativa (positiva e polêmica) de que em 1 século a região possa ser repovoada. Há especialistas que acreditam em mais de 4, talvez 5 séculos, para que isso possa acontecer.

As fotos de Chernobyl não falam nada, mas elas berram no silêncio e no vazio da falta de solidariedade humana, gritam de dor e desespero, um lancinante e impotente grito diante da ganância dos imbecis.

Portanto, toda vez que você, leitor, diz que acredita em mudanças climáticas ou aquecimento, estará dando força às usinas nucleares, pois as energias alternativas como eólica e solar ainda são caras e ineficientes.

É a energia nuclear e seus parceiros (empreiteiras, seguros, fabricantes de turbinas) que financiam a demonização do CO2 urbano. São os gananciosos que cometem um assassinato de reputação contra o CO2, o gás da vida.

Sem a presença do CO2 na atmosfera não haveria fotossíntese, sem fotossíntese não existem plantas, sem plantas não há gado, e sem plantas e sem gado não temos o que comer. Seria o fim da humanidade.

É uma questão da semiótica, entendeu? Deles, e minha. Estou apenas propondo um debate. Mas neste livro, ainda bem, você pode entender outras questões envolvidas nessa maracutaia, a qual chamo de a maior mentira do século XXI.

FOTOS DE CHERNOBYL. É isso que você deseja?

 

















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segunda-feira, 20 de maio de 2024

É perigo? Tem risco? Ou mera percepção de risco?

Decio Luiz Gazzoni *
 
  Sabe aquela história da diferença entre fato e versão? É muito parecida com as diferenças entre perigo, risco e percepção do risco. Vamos a elas.

Perigo é uma condição ou um conjunto de circunstâncias que têm o potencial de causar ou contribuir para ocasionar uma lesão ou morte (bit.ly/44kfsgi), sendo intrínseco a uma substância ou a um evento. Os mesmos autores conceituam risco como a probabilidade ou chance de lesão ou morte pela concretização de um perigo.

Assim, risco é uma função da natureza do perigo, do potencial de exposição ao perigo, das características da população exposta, da probabilidade de ocorrência, da magnitude da exposição e das consequências.

Análise de risco
A análise de risco é um procedimento científico. Consiste em aplicar modelos e algoritmos matemáticos, lastreados em bases de dados, que determinam os efeitos da exposição de um indivíduo, ou de um conjunto deles, a um determinado perigo. Ilustremos com algo do nosso cotidiano: é assim que se determina o risco de efeitos perniciosos de um medicamento à saúde humana.

O gerenciamento do risco faz parte da análise, determinando quais procedimentos devem ser tomados para proteger alguém de um perigo, evitando ou mitigando o risco. São as instruções que aparecem na bula dos remédios e na receita do médico, como a dose, a frequência, a hora e o tempo de uso de um medicamento. E os procedimentos em caso de surgimento de sintomas adversos. Ou seja, o mesmo que é requerido para a receita agronômica.

Os órgãos oficiais de governo são responsáveis por estabelecer o risco de uma substância, lastreado exclusivamente em informações científicas. O risco pode ser reavaliado com base em novas informações ou na alteração do método de análise ou de cálculo. As reavaliações sempre são mais severas e restritas do que a situação anterior.

No caso de agrotóxicos, a abordagem da Análise de Risco de Pesticidas é recomendada pelos órgãos internacionais que tratam do tema – como a FAO – e adotada pela maioria dos países. No mundo desenvolvido, a exceção é a União Europeia, que ainda mantém a vetusta abordagem de perigo – e sua ferramenta, o princípio da precaução - o que gera muita confusão e comparações indevidas.

Conceitos de toxicologia
Para auxiliar a separar fatos de mitos, riscos de sua percepção, ou diferenciar perigo de risco, é fundamental atentar para alguns conceitos toxicológicos:

Dose Letal 50 (DL50): é a dose de uma substância química que levou a óbito 50% das cobaias em testes de laboratório. Quanto mais elevada for a DL50, mais seguro é o produto.

Limite Máximo de Resíduo (LMR): é a quantidade máxima de resíduo de agrotóxico oficialmente aceita no alimento, em decorrência da sua aplicação adequada, desde a sua produção até o seu consumo, expresso em miligrama de resíduo por quilograma de alimento.

Ingestão Diária Aceitável (IDA): é a quantidade estimada de substância presente nos alimentos que pode ser ingerida diariamente, ao longo de toda a vida de um indivíduo, sem oferecer risco à sua saúde, expressa em miligrama de substância por quilograma de peso corpóreo.

Para assegurar que a saúde do consumidor está devidamente protegida, no cálculo da IDA, a maior dose que NÃO ocasionou quaisquer alterações metabólicas nos organismos em teste é dividida por 100. Assim, a IDA representa apenas 1% da dose que NÃO causou qualquer problema de saúde nos animais em teste. Logo, a probabilidade de que o valor calculado da IDA venha a causar algum problema de saúde em humanos é muito baixa, quase nula.

Percepção do risco
Ao contrário do risco – um cálculo científico e preciso – a percepção do risco é uma avaliação totalmente subjetiva, realizada por uma pessoa isolada, ou por um conjunto delas. Percepção independe de fundamentação científica, sendo um comportamento descrito na psicologia de populações (bit.ly/3UIr6hW).

Um exemplo clássico de quanto a percepção de risco pode ser errônea é trocar o avião pelo automóvel, devido ao temor de morrer em acidente aéreo. O que dizem as estatísticas? A probabilidade de morrer em um acidente de avião é de uma em 11 milhões (bit.ly/3JMqkK9). Já a probabilidade de morrer em acidente de carro é de uma em 5 mil (bit.ly/3QoMW7f). Mais de duas mil vezes maior.

Entrementes, muitos cidadãos preferem trocar o carro pelo avião, com o argumento (falso) de o risco de acidente ser maior em viagens aéreas. Um mito clássico, derivado de uma percepção de risco equivocada.

Um exemplo
Um argumento eventualmente utilizado por consumidores é que os alimentos estão contaminados por pesticidas e constituem um sério risco à sua saúde. Nada como um exemplo prático para demonstrar o quanto a percepção de risco se afasta do risco efetivo.

Consideremos o controle de uma praga da batata, descrito no livro Agricultura, fatos e mitos (bit.ly/3NsHgrs). Suponha-se uma aplicação do inseticida deltametrina em solução aquosa. Sua DL50 oral é de 5.000 mg/kg de peso corpóreo (bit.ly/3QN8JGf); o valor da IDA é de 0,01mg/kg de peso corpóreo; e o LMR de 0,01mg/kg de batata.

Para que não haja controvérsias, vamos supor o pior caso possível: que toda batata sempre tenha o nível máximo de resíduo permitido (embora seja impossível de acontecer na prática). Consideremos um brasileiro médio, com peso de 80 kg (bit.ly/3JIwGum).

A ingestão diária de uma pessoa com esse peso, com garantia de não haver qualquer risco à sua saúde (IDA), será de 0,8mg/dia do inseticida (0,01mg/kg x 80kg).

Como na nossa hipótese de resíduo máximo cada quilo de batata tem 0,01mg de resíduo, um cidadão com o peso acima pode ingerir, diariamente, o seu próprio peso em batatas, ou seja, 80 kg de batata por dia (0,8mg de deltametrina que podem ser ingeridos ÷ 0,01mg/kg de batata), durante toda a sua vida, sem que haja qualquer problema de saúde devido à presença de resíduos. Haja batata!

Prosseguindo com os cálculos. Em teoria, para que seja atingida a DL50, seria necessário consumir os mesmos 80 kg de batata todos os dias, durante 1.369 anos, quando haveria 50% de probabilidade de óbito ocasionado por intoxicação pelo inseticida. Agora, se o consumo fosse o factível – embora exagerado - de apenas 200 g de batata/dia, então seriam necessários, teoricamente, 583.019 anos para atingir o valor da DL50.

Não apenas é impossível para uma pessoa consumir 80 kg/dia de batata – ou viver 1.369 anos! - como o inseticida se degrada a partir de algumas horas após a sua ingestão. Logo, o organismo nunca irá acumular a quantidade suficiente para intoxicar o indivíduo, mesmo que ele vivesse os 583 mil anos.

O exemplo demonstra a sobejo que o risco de intoxicação pelo resíduo desse agrotóxico está absolutamente controlado. Os cálculos constituem um fato, que demonstra a eliminação do risco, consequentemente do equívoco da percepção do risco.

E por que o risco está eliminado? Lembremo-nos da menção acima ao gerenciamento do risco. Faz parte da análise de risco eliminar ou mitigar o risco identificado. Para os alimentos isso é efetuado com o estabelecimento dos parâmetros toxicológicos adequados, em especial o limite máximo de resíduos (LMR), que garante a inocuidade do alimento.

Concluindo, siga a Ciência e sua ferramenta de análise de risco. As percepções de risco nada têm de científico, via-de-regra não refletem a realidade. E alimente-se tranquilamente, nossos alimentos são seguros.

* o autor é engenheiro agrônomo, pesquisador da Embrapa Soja, membro do Conselho Científico Agro Sustentável e da Academia Brasileira de Ciência Agronômica.

Publicado originalmente no https://www.agrolink.com.br/colunistas/coluna/e-perigo--tem-risco--ou-mera-percepcao-de-risco-_491253.html

 

 

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