quarta-feira, 11 de dezembro de 2024

Redução de R$ 327 bilhões nos gastos fiscais não combina com a nova Taxa Selic de 12,25% a.a.

Richard Jakubaszko
  

Tem alguma coisa muito errada na cachola  da mídia brasileira e do chamado “mercado”, que anda muito estressado nos últimos meses.

O Governo Federal tem discutido publicamente os cortes a serem feitos para reduzir o déficit fiscal. Chegou à meta de economizar R$ 327 bilhões, entre 2025 e 2030, mas o “mercado” considera esse volume de corte insuficiente, daí que o dólar sobe em ritmo acelerado, mas as bolsas permanecem estáveis. Significa que R$ 54 bilhões por ano é pouco nessa economia de enxugamento de despesas, mesmo considerando futuro aumento do PIB e também do aumento na arrecadação de impostos. Ora, o que o ”mercado” deseja, no final das contas?


Simples, o “mercado” deseja um freio no aumento real do salário mínimo, e cortes drásticos nas despesas previdenciárias, além de outras providências.


Com isso, reduziria o déficit no orçamento. Se houvesse cortes nas aposentadorias altamente privilegiadas, diz o “mercado”, como de militares, juízes, membros do judiciário e do legislativo, que se aposentam com benefícios integrais ao que recebiam quando trabalhavam, é possível que a redução do estouro fosse maior do que o pretendido, e que já tem causado muito chororô.


O objetivo do “mercado”, em verdade, trata-se de uma lógica linear e clara. Se o Governo Federal estourar o déficit fiscal, conforme previsto pelo andar da carruagem, o Tesouro só poderá pagar, em primeiro lugar, os benefícios dos aposentados, depois os salários do funcionalismo, e a partir daí passa a pagar as demais despesas, se sobrar dinheiro, como despesas de custeio (aluguéis, por exemplo, saúde, educação), de investimentos, e dos juros pagos aos bancos e rentistas pela enorme dívida pública existente. Se não sobrar verba suficiente, depois de pagar os aposentados e funcionários ativos, o governo não paga as demais despesas, conforme está na Constituição de 1988. Ou seja, o “mercado” projeta que esse risco é real e está muito próximo de acontecer, daí o estresse.


Ocorre que o “mercado” é muito “esperto”, conforme já sabemos. Com o dólar alto, a inflação acelera. Com a alta inflação o Banco Central aumenta a Taxa Selic (hoje aumentou 1%, chegando a 12,25% de juros ao ano). É importante saber que, nos últimos 12 meses, o Tesouro pagou aos bancos e rentistas a bagatela de R$ 875 bilhões em juros para amortização da dívida, e de que cada 1% de juros na Taxa Selic representa R$ 48 bilhões por ano aos cofres públicos só em pagamento de juros, sem amortizar a dívida total. Se o Governo Federal aprovar no Congresso o corte de despesas planejado vai “sobrar” líquido no caixa do Tesouro R$ 6 bilhões por ano...


Não é uma vergonha o que faz o Banco Central? E o que dizer da chantagem do “mercado”, tão anônimo e impessoal como sempre, mas idolatrado pela mídia, que é acrítica no assunto...
 

Entre outras coisas, precisaríamos fazer uma auditoria pra valer na chamada dívida pública interna. Tem muito “gato” nesse angu. Outros países (Grécia, Turquia) já fizeram auditorias em passado recente sobre o valor real de suas dívidas e chegaram a reduções notáveis no valor real. Evidentemente que se necessita recalcular os valores dos altos benefícios pagos a funcionários públicos, como militares e membros do judiciário, e não de colocar um garrote no pescoço de quem ganha Salário Mínimo. E tem de colocar um fim na festa que o Congresso anda fazendo com as verbas públicas das emendas anônimas e secretas.


A propósito, necessita-se fazer uma reforma política no Brasil, para equilibrar a representatividade do voto do povo. Hoje, um deputado federal eleito e bem votado, com mais de 1 milhão de votos, leva no seu vácuo pelo menos 8 a 10 deputados que tiveram menos de 15 mil votos, deixando de dar posse a deputados que tiveram 80 ou 100 mil votos, o que é um descalabro. Temos mais de 30 partidos políticos, e cada um deles tem seu puxador de votos, sejam cantores, jogadores de futebol, apresentadores de TVs, além de “famosos”, e por aí vai. Essa farra tem de acabar, porque ela só incha o Centrão chantagista. Não representa o povo, isso é claríssimo.


Necessita-se também acabar com a cota de 3 senadores por estado. Cada um deles, tem 1 voto, e são 81 senadores, e estados com menos de 5 milhões de eleitores elegem também 3 senadores, o mesmo que São Paulo, Minas Gerais, Bahia ou Rio de Janeiro, que possuem de 4 a 7 vezes mais eleitores. Essa é uma das heranças malditas deixada pela ditadura, e que precisa acabar urgentemente. Particularmente tenho uma ideia ainda melhor, e que seria a de acabar com o Senado, pois não precisamos de uma segunda câmara para referendar o que a Câmara de Deputados já votou. É redundância que os ingleses inventaram, para dar status aos Lordes que votam sempre com a monarquia, que não são eleitos, e sim nomeados, e que nem o Senado Romano ousou criar, pois era uma coisa só...

Definitivamente, redução de R$ 327 bilhões nos gastos fiscais não combina com a nova Taxa Selic de 12,25% a.a.

Quem se habilita a acabar com essas barbaridades?

 

 

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terça-feira, 26 de novembro de 2024

Carrefour faz retratação

Richard Jakubaszko

O Grupo Carrefour publicou hoje pela manhã (26/11), o comunicado de retratação após a treta sobre a importação de carne do Mercosul, o que incluía o Brasil, de acordo com nosso post de ontem.

No texto, publicado no site da rede varejista francesa, informa que "lamenta que a nossa comunicação tenha sido interpretada como forma de colocar em causa a qualidade da carne brasileira e a nossa parceria com a agricultura brasileira e uma crítica a ela".

Conforme dirigentes do setor de frigoríficos ouvidos pelo blog, o fornecimento de carne para o Carrefour no Brasil será normalizado após a retratação pública.

Entretanto, não tenhamos dúvidas, novas encrencas virão dentro em breve, enquanto o agronegócio não se posicionar adequadamente frente às questões ambientais.

O Brasil vence mais uma batalha!

 

 

 

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segunda-feira, 25 de novembro de 2024

Carrefour queria boicotar o Brasil e acabou em xeque, está boicotado aqui. Mas precisa mais boicote nosso.

Richard Jakubaszko

Acordo já está aprovado. Agora é só chororô. 
A grande mídia revelou esta semana a decisão de boicote do grupo francês Carrefour que anunciou na França que irá parar de comprar carne do Mercosul, inclusive do Brasil, por conta de supostos “descumprimentos sanitários”, o que provocou um enorme repúdio das autoridades brasileiras, a começar pelo ministro da Agricultura Carlos Fávaro, ao mesmo tempo apoiando um contra-boicote da indústria brasileira de carnes vermelhas (inclusive de frangos), à filial brasileira da rede Carrefour. Vai ser interessante acompanhar essa treta.

Pela primeira vez o agro brasileiro se mostra com coragem para contestar as “frescuras ambientais” da França e da Comunidade Europeia, que discutem com enorme hipocrisia a aprovação e regulamentação do acordo Mercosul-Mercado Europeu, que está encrencado há cerca de 30 anos, sempre atrapalhado pelos interesses, de um lado, dos ambientalistas, e, de outro, pelas indústrias europeias e pelos produtores rurais franceses. Houve a aprovação em 2019, mas ainda falta a regulamentação. O acordo vai ser regulamentado e deve sair ainda este ano, mas sem os aplausos daqueles que sempre foram contra.


A ação do Carrefour, em verdade, é uma ação política de apoio ao governo francês, e, ao mesmo tempo, uma jogada de marketing para com seus clientes na Europa e fornecedores do agro francês. No início dos anos 2000 o Carrefour prometeu em campanhas publicitárias a “rastreabilidade” de todos os produtos vendidos pela rede. Houve um sucesso enorme entre os clientes, mas o Carrefour foi obrigado a terceirizar os processos de rastreio, devido à dimensão que a promessa mercadológica alcançou, e que eles nunca conseguiriam cumprir sozinhos. Outras redes de supermercados europeias abraçaram a ideia e foram juntas na ação de marketing, conforme revelo em meu livro “CO2 aquecimento e mudanças climáticas: estão nos enganando?” Veja aqui: https://richardjakubaszko.blogspot.com/2022/05/saiu-3-edicao-do-livro-co2-aquecimento.html

No livro, demonstro como seriam as ações “diplomáticas” e “políticas” da Europa contra o agronegócio brasileiro, na verdade o foco principal do interesse no acordo: protecionismo puro, através de normas alfandegárias que inviabilizem um concorrente como o Brasil na produção de alimentos.

Em agosto de 2019 publiquei aqui no blog, uma carta aberta ao presidente da França, Emmanuel Macron, sobre as tretas francesas e europeias a respeito das queimadas na Amazônia. Pedi a ele para que intercedesse no Parlamento Europeu para exigir a proibição de importação de madeira ilegal do Brasil, pois isso resolveria 90% dos problemas de abate de árvores, e, consequentemente, das queimadas. Leia aqui: https://richardjakubaszko.blogspot.com/2019/08/carta-aberta-ao-presidente-da-franca-sr.html

No contra-boicote brasileiro, em minha opinião, outras áreas do agronegócio precisam aderir, sejam produtores de frutas, hortaliças e legumes, além de laticínios, pois a indústria de alimentos brasileira não irá tomar nenhuma iniciativa. Vejam que a Danone e o Grupo Tereos (Açúcar Guarani), investimentos franceses no Brasil, já aderiram ao boicote do Carrefour.

Como pano de fundo temos a questão ambiental, o aquecimento e as mudanças climáticas, a maior mentira do Século XXI, e atrás disso os europeus, especialmente os franceses, manipulam de forma dissimulada toda a questão. O Brasil (principalmente o agronegócio) necessita debater a fundo as intenções dos grupos de interesse do IPCC, em cujas mentiras os franceses agora se apoiam para tomar decisões.


Assim, tenhamos comprometimento, e sem medo de ser feliz.

 

 

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quinta-feira, 21 de novembro de 2024

Poema sobre a Velhice

José Saramago

Quantos anos eu tenho?
O que importa isso?
Tenho a idade que escolho e que sinto!
A idade em que posso gritar sem temor o que penso,
fazer o que desejo sem receio de errar,
pois trago comigo a experiência dos anos vividos
e a força inabalável das minhas convicções.

Não importa quantos anos tenho,
não quero saber disso!
Alguns dizem que estou velho,
outros afirmam que estou no auge.
Mas não são os números que definem a minha vida,
não é o que dizem,
mas sim o que o meu coração sente
e o que a minha mente dita.

Tenho os anos suficientes para gritar minhas verdades,
fazer o que quero,
reconhecer velhos erros,
corrigir rotas e valorizar vitórias.
Já não preciso ouvir:
“Você é jovem demais, não vai conseguir”,
ou “Você está velho demais, o seu tempo já passou”.

Tenho a idade em que as coisas são vistas com serenidade,
mas com o desejo incessante de continuar crescendo.
Tenho os anos em que os sonhos
podem ser tocados com os dedos,
e as ilusões se transformam em esperança.

Tenho os anos em que o amor,
às vezes, é uma chama ardente,
ansiosa para se consumir no fogo de uma paixão.
Outras vezes, é um porto de paz,
como o pôr do sol que se reflete nas águas tranquilas do mar.

Quantos anos eu tenho?
Não preciso contar,
pois os desejos que alcancei,
os triunfos que obtive,
e as lágrimas que derramei pelas ilusões perdidas,
valem mais do que qualquer número.

O que importa se fiz cinquenta, sessenta ou mais?
O que realmente importa é a idade que sinto,
a força que tenho para viver sem medo,
seguir meu caminho com a experiência adquirida
e o vigor dos meus sonhos.

Quantos anos eu tenho?
Isso não importa!
Tenho os anos suficientes para não temer mais nada,
e para fazer o que quero e sinto.
A idade? Não importa quantos anos ainda tenho,
porque aprendi a valorizar o essencial
e a carregar comigo apenas o que realmente importa!

 

 

 

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sábado, 9 de novembro de 2024

Amanhã, 10/nov/24, tarde de autógrafos na Martins Fontes da Av Paulista do livro CO2

Richard Jakubaszko


Estarei amanhã, 10/nov/24, na livraria Martins Fontes da avenida Paulista, 509 - para autografar o livro "CO2 aquecimento e mudanças climáticas: estão nos enganando?, tanto da 3ª edição em português como da edição em inglês.

Se vc vai estar em São Paulo, apareça para um bate-papo e um cafezinho comigo e outros amigos.

Será assim:
Data: 10/11/2024 - Horário: 15h às 18h

Local: Livraria Martins Fontes Paulista - Avenida Paulista, 509 - Térreo

Evento: Sessão de Autógrafos do livro "CO2 Aquecimento e Mudanças Climáticas: Estão nos Enganando?"

Participante: Richard Jakubaszko (autor)



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segunda-feira, 21 de outubro de 2024

Amazônia: estonteante dependência do Saara

Luis Dufaur *

Poeira fertilizante do Saara todo ano passa por cima do Atlântico e sustenta a vida na Amazônia e no Caribe

Amazônia é a maior floresta tropical úmida da Terra. E o Saara é o maior e mais quente deserto do mundo.

Na aparência, nada de mais diverso e sem relação um com outro. Uma imensa selva verde úmida no coração da América do Sul, e um infindável areal, composto de poeira e pedra, onde sopram ventos ardentes no norte da África.

Porém, se, por ventura, os dois estivessem vitalmente unidos? Se o mais pleno de vida dependesse do mais morto para sobreviver, quem ou o quê poderia ter criado essa inter-relação?

Por certo, uma interdependência tão profunda foge à imaginação do homem e a qualquer instrumentalização ou fabrico também humano.

Também fugiria às regras da teoria da evolução de Darwin, segundo o qual tudo o que há procede de uma realidade pré-existente, e essa de outra, por uma série intérmina e jamais demonstrada de mutações atribuíveis ao azar e à necessidade.

Há, porém, um fenômeno que envolve ventos e minérios sem vida e que sustenta a vida vegetal e animal na maior floresta tropical úmida do planeta.

Amazônia: estonteante dependência do Saara criada por Deus

Chegando no III milênio a ciência com seus mais avançados instrumentos pode documentar e mensurar esse fenômeno colossal.

Dito fenômeno une essas duas imensas realidades geográficas tão dissemelhantes passando por cima de um oceano.

Pela primeira vez um satélite da NASA mensurou em três dimensões a quantidade de poeira do Saara trazida pelos ventos por cima do Atlântico.

E calculou não só a poeira, mas também o fósforo que vem no meio dela: 22.000 toneladas de fertilizante puro, do qual a selva da Amazônia depende para existir.

A equipe comparou o conteúdo de fósforo da poeira do Saara na depressão de Bodélé com dados das estações científicas de Barbados, no Caribe, e de Miami, nos EUA.

Os resultados do estudo foram publicados na Geophysical Research Letters, revista da American Geophysical Union, segundo divulgou a NASA (vídeo embaixo).

O líder do trabalho foi Hongbin Yu, cientista da atmosfera da Universidade de Maryland que trabalha no Goddard Space Flight Center da NASA em Greenbelt, Maryland. Yu e sua equipe fizeram os cálculos com base em dados coletados pelo satélite Calipso, da NASA, entre 2007 e 2013.

Yu e sua equipe estudaram a poeira que provém especialmente da Depressão de Bodélé, no Chade. Trata-se de um antigo lago seco cujas rocas compostas por micro-organismos mortos estão carregadas de fósforo.

Esse é um nutriente essencial para o crescimento das plantas e a vegetação depende dele para florescer.

O estudo analisou especialmente a depressão de Bodélé de onde sai boa parte do fósforo fertilizador








Os nutrientes são escassos no solo amazônico e alguns deles, como o fósforo, são lavados pelas chuvas. Sem os fosfatos (sais do fósforo), a floresta da Amazônia estaria condenada à morte.

Porém, segundo Yu, o fósforo que chega do Saara, estimado em 22.000 toneladas por ano, equivale aproximadamente à mesma quantidade levada pelas chuvas e pelas enchentes.

Esse fósforo é apenas 0,08% das 27,7 milhões de toneladas de poeira do Saara depositadas anualmente na Amazônia.

No total, os ventos do deserto africano levantam cada ano 182 milhões de toneladas de poeira. O volume encheria o volume de carga de 689.290 caminhões. O pó viaja 2.800 quilômetros sobre o Atlântico até cair na superfície arrastado pela chuva.

Perde-se uma parte pelo caminho. Chegando à costa do Brasil, ficam ainda no ar 132 milhões de toneladas. Por fim, 27,7 milhões de toneladas – capazes de encher 104.908 caminhões – caem sobre a superfície da bacia Amazônica. Outros 43 milhões de toneladas seguem para o Caribe.

É o maior transporte de poeira do planeta. Há importantes variações segundo os anos, dependendo dos ventos e de outros fatores.

Desta maneira o deserto morto sustenta a vida na exuberante floresta amazônica tropical e úmida. Sem o Saara a mata da Amazônia não existiria.

Vídeo: Amazônia: estonteante dependência do Saara criada por Deus

Quem desejar assistir o vídeo no Youtube (áudio em inglês), clique neste link: https://www.youtube.com/watch?v=ygulQJoIe2Y

Quem teria imaginado algo tão extraordinário funcionando há milênios de anos como uma engrenagem supremamente sábia? 




Há certos fenômenos naturais que nos obrigam a reconhecer um Criador de uma sabedoria e de um poder infinitos.

Isso apesar de uma intensa propaganda que chega ao absurdo de dizer que o ecossistema do planeta depende decisivamente de nós.

Sem o homem saber, desde que o Saara e a Amazônia existem o pó fertilizante do deserto africano chega na dose certa, mas colossal, todo ano, por cima do Atlântico.

Quem tem a sabedoria para imaginar esse processo sustentador de uma floresta como a amazônica da qual depende a Terra toda, a outros títulos?

Quem tem o poder para criar e depois garantir esses processos em sua regularidade constante há milênios?

Sem dúvida a ciência presta um inestimável tributo com uma descoberta como esta que postula a existência de um Deus criador e sustentador do céu e da terra.

* Escritor, jornalista, conferencista de política internacional, sócio do IPCO, webmaster de diversos blogs.

Publicado em https://ecologia-clima-aquecimento.blogspot.com/2024/10/amazonia-estonteante-dependencia-do.html



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sábado, 12 de outubro de 2024

A criança interior ainda vive 1

Daniel Lino de Miranda 2
 

Eu tenho síndrome de Down. Para mim, bebês são fofos, doces e meigos.

Sempre fazem tudo para chamar a atenção de suas famílias. Mostram interesse pelo mundo gigante onde moramos, cheios de esperança e sonhos lindos. O Dia da Criança nos recorda: o bom de ser como criança é que isso não vem da faixa etária. Vem do acreditar naquilo que nos faz felizes, como boas crianças. Em qualquer idade.

Nosso verdadeiro destino e felicidade estão em nossa origem, em nossa infância. Adélia Prado, em uma poesia, pede a Deus a cura de ser adulta: Meu Deus, me dá cinco anos, me dá a mão, me cura de ser grande... Como ela, todos podem viver esse desejo profundo, explícito no Dia das Crianças: acriançar nossos gestos e palavras, acriançar a vida e voltar à origem.


Todos podem fazer esta oração nesse dia: Deus, cura-me de ser grande!

Eu pergunto: vocês também têm uma criança querendo sair de vocês? Essa criança interior deve continuar na idade adulta. Ela pode ensinar como se divertir, mesmo sendo grandes. Para alguns, a criança retorna quando se tornam avós. Para outros, os filhos são a possibilidade do retorno à infância.


Cada momento conta muito, quando vivido com seus filhos e netos. Essa magia da pureza nunca morrerá.


Na natureza tudo muda e permanece, sempre. As diferenças ajudam a definir as decisões, sobre nós mesmos. Além da criança em nós, outras neste mundo não têm para onde ir. Abandonadas, sem família. Essas crianças precisam de sua ajuda. Então, diga sim para essa ajuda.


Primavera é tempo de piracema. Os adultos, no Dia das Crianças, deviam fazer como os peixes. Eles nadam contra a correnteza dos rios na piracema. Voltam para trás, buscam as águas cristalinas do nascimento, do princípio. A vida adulta lhes ensinou o caminho rumo ao mar, rio abaixo... Foram ficando cegos de tanto ver passar paisagens, portos, pessoas, aventuras e desventuras. Um dia, para viver de verdade, eles sabem: é necessário voltar ao princípio, aos arquétipos. À infância.


A sabedoria na idade adulta - e ainda mais na velhice -, consiste em abrir de novo os olhos, abandonar a cegueira da experiência e retornar às origens, aos horizontes da infância. Ao ponto de partida.


Como Down, eu digo: a criança adormecida dentro de nós pode acordar e nos despertar. E o fará com sua inteligência leve e suave. E não pesada ou racional, como a dos adultos. Às crianças pertence o Reino dos Céus (Mt 19,14). A criança em nós é um chamado de alegria e ascensão. Como disse o profeta Isaías: “... uma criança pequena os guiará” (Is 11).


1 Colaborou na edição Evaristo de Miranda, pai do Daniel. Correio Popular, 12/10/2024 (proposto a publicação).

2 Youtuber, criador do Down News ( https://www.youtube.com/c/DownNews21 ) um canal de notícias especiais sobre as competências das pessoas com Síndrome de Down e seus relacionamentos, familiar, escolar, profissional, social e outros.

 

 

 

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segunda-feira, 16 de setembro de 2024

Crise climática: mundo pode não ter mais volta e isso me apavora

Richard Jakubaszko
O exegeta do clima, mais uma vez ataca. Agora, como colunista do UOL, Carlos Nobre publicou dia 13 de setembro último no site jornalístico o texto abaixo, em que aproveito para, como de costume, retrucar algumas das opiniões desse climatologista adepto do IPCC, ao qual permanece engajado desde o início. Como sempre, faço observações no meio do texto do autor, grafados em vermelho para ficar bem claro. Vamos a elas, portanto:

Crise climática: mundo pode não ter mais volta e isso me apavora

Carlos Nobre

A ciência climática do mundo inteiro não previa uma aceleração tão intensa das mudanças climáticas (Mudanças climáticas demoram séculos para se consolidar, cadê as provas dessa aceleração?) como temos visto recentemente (???). No começo de 2023, os cientistas previram um El Niño (O El Niño não é mudança climática, quando muito é um fenômeno geológico) de grande intensidade, com temperaturas chegando a 1,3ºC acima dos níveis pré-industriais. Mas ninguém esperava que as temperaturas globais fossem explodir e ficar 1,5°C mais quentes.

Com exceção de julho de 2024, estamos desde junho de 2023 vivendo temperaturas acima de 1,5ºC. O último mês de agosto foi o mais quente já registrado. A Terra só viu algo parecido no último período do interglacial, 120 mil anos atrás.

A consequência desses 14 meses de temperatura alta, incluindo os recordes de temperatura dos oceanos, é o aumento dos eventos climáticos extremos (Evento extremo é um furacão, e estes, desde o Katrina, em 2005, não acontecem). Mas eles não cresceram devagarzinho ou de uma forma linear. Eles cresceram exponencialmente, como a ciência previu. E é isso que está acontecendo no Brasil e no mundo inteiro, com ondas de calor, seca, chuvas intensas e incêndios florestais.

O Acordo de Paris e as COPs estabeleceram metas para reduzir as emissões de gases de efeito estufa de 28% a 42% até 2030, o que já é um enorme desafio (Reduzir emissões é impossível, a natureza emite 97% do CO2, enquanto as atividades humanas são responsáveis por apenas 3%. Então, como reduzir os GEE em 28% a 42%???). Mas as emissões continuam aumentando. Tudo isso foi definido para não passarmos de 1,5ºC em 2050. Mas se no ano que vem continuarmos com temperaturas 1,5ºC acima do período pré-industrial, serão três anos com temperaturas acima da meta do Acordo de Paris. Pode ser tarde demais e isso me apavora. (Tome um chá de camomila, Carlos Nobre, como diria o venezuelano Maduro)

Estou apavorado porque, com 2,5ºC, nós vamos criar (o ser humano não é tão poderoso, Carlos Nobre) uma mudança climática nunca vista. Com 2,5ºC, os eventos extremos vão aumentar muito exponencialmente e o mais preocupante é que atingiremos os chamados pontos de não retorno.

Se passarmos de 2ºC, todos os recifes de coral do mundo serão extintos (Mas né não Carlos Nobre? - como vc gosta de um alarmismo). Se passarmos de 2,5ºC, vamos perder de 50% a 70% da Amazônia e grande quantidade do solo congelado da Sibéria, do Canadá e do Alasca, o chamado permafrost, será descongelado. Com isso, vamos jogar uma gigantesca quantidade de gases de efeito estufa que estão ali aprisionados.

Na semana passada, a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, afirmou que o Brasil pode perder o Pantanal por completo até o fim deste século se o mundo não for capaz de reverter o cenário de aquecimento global.

Como isso aconteceria? Grande parte da água que abastece o Pantanal vem da bacia amazônica e do Cerrado. Se ultrapassarmos 2,5ºC de aquecimento, a Amazônia será devastada, o que reduzirá significativamente as chuvas na região do Pantanal. Sem essa umidade, o bioma pode se transformar em uma caatinga. E isso já vem acontecendo. O prolongamento das estações secas já resultou em 35% do Pantanal deixando de ficar coberto por água nos últimos 40 anos.

Quando analisamos alguns países, especialmente na Ásia e em partes da Europa, vemos que eles estão adotando medidas eficazes para lidar com as mudanças climáticas (Quais são essas neddidas, Nobre? Não vi nenhuma. Reduzir rebanho bovino de leite? Proibir fertilizantes nitrogenados?). Um exemplo notável é Singapura, que implementou o conceito de "esponja urbana", que envolve a restauração florestal nas áreas urbanas e periféricas, que reduz a temperatura e ajuda a mitigar desastres climáticos. O Brasil também tem potencial para implementar essas medidas.

Em São Paulo, por exemplo, a área urbana, com muito concreto e asfalto, pode ser de 6ºC a 10,5ºC mais quente do que áreas cobertas pela Mata Atlântica próximas, como o Parque Zoológico. (Sempre foi assim, Nobre, essa diferença existe há mais de 1 século, para de querer assustar as crianças...)

Estudos da USP mostram que a restauração da vegetação urbana pode reduzir as temperaturas em até 5ºC, reter água no solo, diminuir enxurradas e remover de 20% a 30% dos poluentes. (Isso é verdade, reconheço). Além disso, melhora o microclima e, consequentemente, a saúde, já que ondas de calor são um dos maiores riscos climáticos.

No entanto, se falharmos em reduzir drasticamente as emissões, poderemos enfrentar um cenário extremo. Se a temperatura global aumentar em 4ºC até 2100, grande parte do planeta, incluindo o Brasil, pode se tornar inabitável, especialmente as regiões tropicais e equatoriais. Isso incluiria vastas regiões do Brasil, especialmente as áreas tropicais e equatoriais. No Sudeste, os verões seriam tão extremos que viver ali seria insustentável. (Não exagera no alarmismo, Nobre. Essa insistência é neurótica)

A situação seria tão drástica que, no século 21, as únicas áreas habitáveis no mundo seriam regiões como o Ártico, a Antártica e as grandes cadeias montanhosas, como os Alpes e o Himalaia. Esse cenário nos mostra a gravidade da crise climática e o quanto é urgente zerar as emissões de carbono rapidamente, para evitar esse futuro quase inacreditável.

Ações mais rigorosas para combater as mudanças climáticas (A expressão "mudanças climáticas" é o termo preferido pelo IPCC, para não entrar na questão da mentira do aquecimento, já que este não pode ser provado, como quer agora esse autor) são urgentes. Sem medidas imediatas e eficazes, estamos caminhando para um futuro em que vastas regiões do planeta poderão se tornar inabitáveis, com impactos profundos para a vida. Não podemos em hipótese alguma aceitar passar de 2ºC e chegar a 2,5ºC. As metas de redução das emissões têm que ser muito mais rigorosas e abrangentes. Não podemos esperar até 2050. (Se o leitor ficou com dúvidas, leia meu livro "CO2 aquecimento e mudanças climáticas: estão nos enganando?")

Veja mais em https://www.uol.com.br/ecoa/

 

 

 

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sábado, 31 de agosto de 2024

Porque não acredito no aquecimento: depoimento - II

Richard Jakubaszko *

Há muito mais evidências de que o CO2 não é o causador do propalado e suposto aquecimento, do que o contrário. Muita gente me solicita durante as conversas rápidas no cafezinho, para que esclareça porque sou um cético. Alinho algumas explicações, e abaixo mostro um resumo:

1º - e mais importante de tudo: não existe uma única prova científica do IPCC e de seus cientistas, de que esteja acontecendo o aquecimento do planeta. Essa história de que 2018 ou 2024 são os anos mais quentes da história é sensacionalismo midiático. E ainda tem muita fraude nas medições. Toma-se a temperatura ambiente 4 vezes ao dia no mesmo local e tira-se uma média do dia. Soma-se os resultados de mais de 5 mil pontos de temperatura ao redor do planeta e divide-se, o que dá uma média surreal, o planeta não tem temperatura média, tem apenas temperaturas locais. Uma coisa é -50ºC na Sibéria e outra é +55ºC no Saara, não há como comparar.

2º - A presença de CO2 na atmosfera não causa o aquecimento do planeta, como se fosse um efeito cobertor, um gás de efeito estufa (GEE). Essa foi a hipótese de um cientista irlandês, John Tyndal, em 1859. Ele afirmou que gases como o dióxido de carbono e o metano aprisionam a radiação infravermelha, criando o chamado efeito estufa, hipótese que, por não ter evidências científicas, não se consolidou e foi abandonada por muitos anos, mas os cientistas do IPCC abraçaram a ideia e a "modernizaram" em 2007. Tyndal, em verdade, contrariou o que o francês Jean Baptiste Fourier afirmou, com base em cálculos, que a Terra seria muito mais fria se não existisse a nossa atmosfera. Comprovou-se então que a temperatura média do planeta era de +15ºC. Caso não existisse a atmosfera seria de -18ºC.

3º - o elemento da atmosfera que poderia ser acusado de causador de GEE é a água, responsável por 60% de retenção do calor, junto com os raios do Sol, a fonte de calor primária do planeta, nunca o CO2. O gás CO2 existe na proporção de 0,038% na atmosfera, ou seja, 380 ppm (partes por milhão), e isso não muda o todo.

4º - as emissões de CO2 no planeta proveem de duas fontes: 97% das emissões são feitas pela natureza (mares, florestas, vulcões, matéria orgânica em decomposição); e apenas 3% do total das emissões são feitas pelos seres humanos, através de suas atividades, como automóveis, aviões, navios, fábricas, respiração dos seres vivos, plantio de arroz irrigado, criação de ruminantes, queimadas, churrascos etc.

5º - nossa atmosfera, grosso modo, tem 79% de Nitrogênio e 20% de oxigênio. No 1% que falta nessa conta encontram-se inúmeros gases, inclusive CO2, que é o gás da vida, responsável pela fotossíntese das plantas. Se estiver abaixo de 250 ppm de CO2 na atmosfera (o que é encontrado em topos de montanhas acima de 3 mil metros) não teríamos as plantas e nem gado, por falta de pastagens e grãos, e sem isso a humanidade iria se alimentar de quê? Carne de laboratório?

6º - A maioria dos cientistas no mundo não acredita no aquecimento, isso mesmo, os ambientalistas não são a maioria, conforme apregoa a mídia. O que os cientistas ligados ao IPCC fizeram foi a montagem de planilhas de computador, onde projetam que, na hipótese de aumentar a presença do CO2 na atmosfera, este provocaria exponencialmente o aquecimento. Até mesmo o fundador do Greenpeace, Patrick Moore, cofundador dessa ONG, e que se retirou da entidade há alguns anos, diz que isso é uma mentira. Aliás, do Relatório IV do IPCC, de 2007, que teve 2.500 signatários, 5 anos depois quase 2.000 deles se retiraram, e hoje existem menos de 400 cientistas que ainda acreditam na mentira original.

7º - Greta Thunberg, a garota sueca autista de 16 anos que não viaja de avião, é propagandista inocente dessa farsa. O relacionamento de seus pais com empresários e políticos interessados na causa ambiental, mas vinculados a empresas produtoras de energia elétrica renovável (eólica e solar, e ainda energia nuclear), demonstra isso, conforme a imprensa inglesa já noticiou. A briga se resume em descarbonizar o planeta, reduzindo as emissões de CO2 e dos gases de efeito estufa. O carvão, sua mineração e queima para gerar energia elétrica no hemisfério norte é o foco, com a proposta de uso de energias substitutas, mas sustentáveis, como a eólica, solar e nuclear.

8º - existem muitos interesses políticos, econômicos e geopolíticos internacionais em propalar o CO2 como GEE. Os interesses da ONU, através do IPCC, seu órgão para as questões ambientais, que tenta se firmar como uma agência regulamentadora, como a OMS (Organização Mundial de Saúde) ou a AEN (Agência de Energia Nuclear), que possuem poderes supranacionais. Ou seja, as nações filiadas à ONU são signatárias de acordos onde firmaram juramento de obediência total às resoluções desses organismos. Se o IPCC for alçado ao status de Agência Internacional Ambiental (AIA), conforme se pretende, os países teriam de aceitar suas decisões. Com isso, por exemplo, a AIA poderia determinar ações de sanção a países que não obedecerem as regras estabelecidas, e essas podem incluir proibição de exportação de produtos agropecuários, multas ao país infrator, e até mesmo tomada de territórios, como a Amazônia. O interesse geopolítico internacional sobre a Amazônia é enorme, muito mais pelos minérios e riquezas lá existentes, para serem explorados no futuro, do que pelo seu valor ambiental.

Time: dezembro 1973
9º - faz mais de 40 anos que a ONU e o IPCC nos ameaçam sobre o fim do mundo por causa das mudanças climáticas. Nos anos 1970 o temor era de que o planeta iria esfriar, e no Brasil tivemos a geada negra, em 1976, um desastre para as lavouras do Brasil, no Sul e Sudeste, mas depois o clima se normalizou e eles inventaram que iria esquentar. Agora, nas COPs realizadas em locais turísticos, nos avisam, desde 1992, que temos pouco tempo para salvar o planeta, e inventam medidas legislativas, leis que tentam proibir as pizzarias de usar lenha em fornos para fazer nossas pizzas, ou churrascos sem uso de carvão...

10º - o agronegócio não é o maior emissor de GEE, como acusa o IPCC e a mídia engajada, seja pela emissão de CO2, ou de metano, pela flatulência do gado bovino, e até mesmo do óxido nitroso, os fertilizantes nitrogenados. A ameaça do aquecimento (que foi feita há 40 anos) previa o aumento do nível dos mares, o que não aconteceu; previa a intensificação dos eventos extremos (o que também não aconteceu. Os furacões nos EUA não aparecem desde 2007, quando ocorreu o Katrina, uma tempestade tropical classe III, foi o último...). E todo evento considerado extremo que vimos dos anos 1980 para cá, sempre tem sido comparado se maior ou menor a eventos ocorridos muitos anos antes, como se já houvesse aquecimento. A tragédia da enchente que ocorreu no Rio Grande do Sul em maio de 2024 foi muito comparada com a de 1941, é só um exemplo, mas esqueceram de comparar com a maior enchente, a de 1896, porque não seria conveniente, ainda não existia a ameaça...

Se o leitor desejar se aprofundar sobre o tema leia o livro "CO2 aquecimento e mudanças climáticas: estão nos enganando?", de minha autoria, que está em 3ª edição, ampliada e atualizada. O livro se encontra à venda no site da Amazon.com.br

O mundo não vai acabar, mas vai piorar, afirma o livro sobre CO2, porque o principal problema do planeta é o excessivo contingente humano, hoje de 8 bilhões de bocas, que precisam comer alimentos e ao mesmo tempo praticam um consumismo exacerbado, e seja na compra de veículos, roupas e mobiliário, a maioria deles contem componentes produzidos pelo nosso agro, mas o planeta, pelo andar da carruagem, não vai suportar essa depredação exacerbada.

Para encerrar, uma frase de Walter Lippmann, jornalista americano, que explicou que, “quando todos pensam igual, é porque ninguém está pensando”, com a qual concordo plenamente. De outro lado, pense comigo: existem duas verdades? Não existe, não é? Ou o planeta está esquentando ou não está. Qual delas você considera como verdadeira? Debata o tema com seus amigos, mas tenha cuidados, porque algumas pessoas não gostam de ser contestadas.

* Jornalista, escritor, especializado no agronegócio há mais de 55 anos.
Para adquirir o livro "CO2 aquecimento e mudanças climáticas: estão nos enganando?", envie e-mail para co2clima@gmail.com que informaremos dados para depósito bancário, a obra custa R$ 50,00 inclusas taxas postais e será remetida autografada pelo autor.




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sexta-feira, 23 de agosto de 2024

A Revisão da Vida Toda e sua necessidade de debate no plenário presencial do STF

João Badari *

A "Revisão da Vida Toda" é um tema que vem ganhando destaque nos últimos anos, especialmente após a recente decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que, ao julgar as ADIs 2110 e 2111, negou o direito dos aposentados de recalcular suas aposentadorias com base em suas contribuições ao longo de toda a vida laboral. Essa decisão causou grande apreensão entre os aposentados, uma vez que, desde 2013, o STF havia reconhecido o direito ao melhor benefício, apenas para reverter essa posição em 2024.

Essa reviravolta representa não apenas uma questão de direito previdenciário, mas também um tema crucial de segurança jurídica. A segurança jurídica é um dos pilares do Estado Democrático de Direito, garantindo que as decisões judiciais sejam previsíveis e estáveis, protegendo os direitos dos cidadãos contra mudanças abruptas e inesperadas de entendimento. É justamente essa a base do pedido de modulação de efeitos apresentado pelo Instituto de Estudos Previdenciários (IEPREV) após a negativa do STF.

A modulação de efeitos é uma ferramenta jurídica que permite ao STF adaptar os efeitos de suas decisões, evitando impactos negativos aos direitos adquiridos ou situações consolidadas com base em entendimentos anteriores. No caso da "Revisão da Vida Toda", a modulação se torna ainda mais essencial, dado o impacto profundo que a decisão do STF pode ter sobre milhares de aposentados que já haviam recorrido à Justiça para obter o melhor benefício.

O IEPREV, ao embargar a decisão do STF, destacou a necessidade de proteger esses aposentados, propondo que, ao menos para aqueles que já haviam ingressado com ações judiciais antes da mudança de entendimento, o direito fosse reconhecido. Esse pedido não é apenas uma questão de equidade, mas sim uma exigência para preservar a confiança dos cidadãos no sistema jurídico e na estabilidade das decisões judiciais.

Além do argumento jurídico, o IEPREV apresentou dados financeiros que demonstram que o impacto econômico da "Revisão da Vida Toda" seria significativamente menor do que o estimado pelo governo. Esses dados são fundamentais para reequilibrar o debate, que muitas vezes se concentra nos possíveis custos para os cofres públicos, sem considerar os benefícios sociais e econômicos de garantir que os aposentados recebam o que lhes é de direito.

O IEPREV argumenta que o custo projetado pelo governo não corresponde ao valor real a ser gasto, e que, na prática, o impacto seria contido, especialmente considerando o número limitado de aposentados que já ingressaram com ações judiciais. Com dados extraídos pelo CNJ chega-se ao valor de R$ 3,1 bi em 10 anos. Esses dados reforçam a importância de um debate mais aprofundado sobre a questão, que leve em consideração não apenas os aspectos econômicos, mas também os direitos fundamentais dos cidadãos.

Dada a complexidade e a importância do tema, é imperativo que a modulação de efeitos seja discutida no plenário presencial do STF. Até o momento, o processo está sendo julgado no plenário virtual, onde o relator já se posicionou contrariamente à modulação. No entanto, acreditamos que a questão merece um debate mais amplo e aprofundado, com a participação de todos os ministros, o que só pode ser garantido em uma sessão presencial.

O ministro Kassio Nunes Marques votou contra dois recursos apresentados pelos representantes dos aposentados. O relatório apresentado por ele no julgamento do caso, que voltou a ser analisado no Plenário Virtual da Corte, vai contra a vontade dos aposentados.

O pedido de destaque, que poderia levar o processo ao plenário presencial, é uma oportunidade crucial para que os ministros reavaliem os argumentos apresentados, considerando não apenas o aspecto técnico-jurídico, mas também as implicações sociais e econômicas de sua decisão. A sessão presencial permitiria um debate mais detalhado e transparente, com a possibilidade de revisão do posicionamento que, em última instância, pode garantir a justiça para milhares de aposentados que já haviam ajuizado o processo, na busca de uma vida mais digna.

A "Revisão da Vida Toda" representa um desafio significativo para o STF, que precisa equilibrar a necessidade de estabilidade nas decisões jurídicas com a proteção dos direitos dos aposentados. O pedido de modulação de efeitos, apresentado pelo IEPREV (amicus curiae) e também pela CNTM (parte no processo), é uma resposta legítima à decisão recente do STF e merece ser analisado com a devida atenção. Levar essa discussão ao plenário presencial é uma medida essencial para assegurar que todos os aspectos, incluindo os dados financeiros e a segurança jurídica, sejam devidamente considerados antes de se chegar a uma decisão final.

Esperamos que este processo seja levado ao plenário presencial, pois o tema mais importante, não apenas para o direito previdenciário, como também para os direitos sociais, merece um debate aprofundado pelo plenário presencial da Corte, da mesma maneira que foi declarado o direito em 2022 e retirado em 2024.

* o autor é advogado especializado em Direito Previdenciário e sócio do escritório Aith, Badari e Luchin Advogados

 

 

 

 

 

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